THE DELAGOA BAY WORLD

25/12/2013

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, MEADOS DOS ANOS 1960

Fotografia de Artur Monteiro de Magalhães, gentilmente cedida pelo seu filho Artur Magalhães e restaurada por mim. Para ver a foto devidamente, abra com a máxima resolução.

 

Vista da zona da Baixa de Lourenço Marques que inclui a esquina do Continental e do Scala, o prolongamento da Avenida D. Luiz até à Praça 7 de Março (actual 25 de Junho)

Vista da zona da Baixa de Lourenço Marques que inclui a esquina do Continental e do Scala, o prolongamento da Avenida D. Luiz até à Praça 7 de Março (actual 25 de Junho), a fachada dos Prédios Fonte Azul e Rúbi e o jardim em frente ao Museu Militar da Fortaleza de Lourenço Marques. Do lado direito, por detrás do Prédio da Seguros Lusitânia, pode-se ver parte do Edifício Pott. Ao fundo, o porto onde está atracado um navio de guerra e a Catembe. Meados dos anos 60.

A PISCINA E JARDIM DO HOTEL POLANA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

Filed under: Hotel Polana LM, LM Hotel Polana — ABM @ 19:02

Fotografia de Artur Monteiro de Magalhães, gentilmente cedida pelo seu filho Artur Magalhães e restaurada por mim. Para ver a foto devidamente, abra com a máxima resolução.

 

A piscina e jardim do Hotel Polana em Lourenço Marques, anos 60.

A piscina e jardim do Hotel Polana em Lourenço Marques, anos 60.

A IGREJA DE SANTO ANTÓNIO DA POLANA EM LOURENÇO MARQUES, MEADOS DOS ANOS 1960

Filed under: LM Igreja Sto Antº da Polana — ABM @ 18:53

Fotografia de Artur Monteiro de Magalhães, gentilmente cedida pelo seu filho Artur Magalhães e restaurada por mim. Para ver a foto devidamente, abra com a máxima resolução.

 

A Igreja de Santo António da Polana, meados dos anos 60.

A Igreja de Santo António da Polana, meados dos anos 60.

TURISTAS JUNTO DA PISCINA DO HOTEL CARDOSO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

Filed under: Hotel Cardoso LM, LM Hotel Cardoso — ABM @ 18:47

Fotografia de Artur Monteiro de Magalhães, gentilmente cedida pelo seu filho Artur Magalhães e restaurada por mim. Para ver a foto devidamente, abra com a máxima resolução.

 

Turistas junto da piscina do Hotel Girassol em Lourenço Marques, meados dos anos 60.

Turistas junto da piscina do Hotel Cardoso em Lourenço Marques, meados dos anos 60.

O CAFÉ CONTINENTAL NA BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

Fotografia de Artur Monteiro de Magalhães, gentilmente cedida pelo seu filho Artur Magalhães e restaurada por mim. Para ver a foto devidamente, abra com a máxima resolução.

 

A esquina do Café Continental

A esquina do Café Continental, no cruzamento entre as Avenidas da República e Dom Luiz, actualmente as Avenidas 25 de Setembro e Marechal Samora Machel.

A FACHADA DA CÂMARA MUNICIPAL DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

Fotografia de Artur Monteiro de Magalhães, gentilmente cedida pelo seu filho Artur Magalhães e restaurada por mim. Para ver a foto devidamente, abra com a máxima resolução.

A fachada do edifício da Câmara Municipal de Lourenço Marques, anos 60.

A fachada do edifício da Câmara Municipal de Lourenço Marques, anos 60.

A ESTRADA MARGINAL DE LOURENÇO MARQUES, SEGUNDA METADE DOS ANOS 1960

Filed under: LM Clube de Pesca, LM Estrada Marginal — ABM @ 17:55

Fotografia de Artur Monteiro de Magalhães, gentilmente cedida pelo seu filho Artur Magalhães e restaurada por mim. Para ver a foto devidamente, abra com a máxima resolução.

 

A Estrada Marginal de Lourenço Marques, no local onde alguns anos mais tarde foi edificado o Viaduto da Ponta Vermelha.

A Estrada Marginal de Lourenço Marques, na segunda metade dos anos 60, no local onde alguns anos mais tarde foi edificado o Viaduto da Ponta Vermelha. À esquerda ao fundo pode-se ver parte do Clube de Pesca.

AS PRAIAS DO DRAGÃO DE OURO E DO MIRAMAR EM LOURENÇO MARQUES, VISTAS DA SOMMERSCHIELD, ANOS 1960

Fotografia de Artur Monteiro de Magalhães, gentilmente cedida pelo seu filho Artur Magalhães e restaurada por mim. Para ver a foto devidamente, abra com a máxima resolução.

 

As praias do Dragão de Ouro e do Miramar em Lourenço Marques, vistas de um prédio na Sommerschield.

As praias do Dragão de Ouro e do Miramar em Lourenço Marques, vistas de um prédio na Sommerschield, segunda metade dos anos 60. Em primeiro plano, a rotunda no final da Avenida António Enes (actualmente Avenida Julius Nyerere). No arvoredo ao fundo à esquerda ficava o Parque Municipal de Campismo.

A AVENIDA PINHEIRO CHAGAS EM LOURENÇO MARQUES, MEADOS DOS ANOS 1960

Filed under: LM Av. Pinheiro Chagas — ABM @ 17:33

Fotografia de Artur Monteiro de Magalhães, gentilmente cedida pelo seu filho Artur Magalhães e restaurada por mim.

Para ver a foto devidamente, abra com a máxima resolução.

 

Vista da Avenida Pinheiro Chagas em Lourenço Marques (actualmente, Avenida Dr. Eduardo Mondlane), meados dos anos 60.

Vista da Avenida Pinheiro Chagas em Lourenço Marques (actualmente, Avenida Dr. Eduardo Mondlane), na direcção do Alto-Maé, meados dos anos 60.

A IGREJA DE SANTO ANTÓNIO DA POLANA EM MAPUTO, ANOS 2010

Filed under: LM Igreja Sto Antº da Polana — ABM @ 17:14
A Igreja de Santo António da Polana em Maputo.

A Igreja de Santo António da Polana em Maputo.

O PRIMEIRO VOO DUM BOEING 707 DE LOURENÇO MARQUES NA NOVA PISTA, 1970

Com vénia do blog Bic Laranja, refere o espólio do Comandante Amado da Cunha.

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Um Boeing 707 dos Transportes Aéreos Portugueses a descolar da nova pista do Aeroporto em Mavalane, 1970.

A PRAIA DO BILENE, ANOS 2010

Filed under: Bilene — ABM @ 16:58
A Praia do Bilene, recentemente. Fica situada a cerca de 200 quilómetros a Norte de Maputo.

A Praia do Bilene, recentemente. Fica situada a cerca de 200 quilómetros a Norte de Maputo, na margem de uma das lagoas de água salgada ali existentes.

CARTAZ TURÍSTICO DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1950

Filed under: Cartaz turístico de LM — ABM @ 16:42
Cartaz turístico de Lourenço Marques, penso que dos anos 60.

Cartaz turístico de Lourenço Marques, penso que dos anos 50. Praticamente desde que abriu a linha férrea para a África do Sul, a capital de Moçambique tornou-se um destino turístico para o mercado sul-africano.

A PRAIA DA POLANA EM LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DOS ANOS 1960

Filed under: LM Praia da Polana — ABM @ 16:33
A Praia da Polana em Lourenço Marques, anos 60.

A Praia da Polana em Lourenço Marques, anos 60.

A IGREJA DE SANTO ANTÓNIO DA POLANA EM MAPUTO, ANOS 2000

Filed under: LM Igreja Sto Antº da Polana — ABM @ 16:22

Fotos de Daniel Clements.

O interior da Igreja de Santo António da Polana em Maputo, foto de Daniel Clements.

O interior da Igreja de Santo António da Polana em Maputo, foto de Daniel Clements.

 

Mais uma imagem do interior da Igreja de Santo António da Polana em Maputo, foto de Daniel Clements.

Mais uma imagem do interior da Igreja de Santo António da Polana em Maputo, foto de Daniel Clements.

 

ALMOÇANDO NO PIRI-PIRI EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

Filed under: Rest. Piri-Piri LM — ABM @ 16:16
Almoçando galinha à crafreal com salada, batatas fritas e Coca-Cola no Piri-Piri, anos 60.

Almoçando galinha à cafreal com salada, batatas fritas e Coca-Cola no Piri-Piri, anos 60.

O CIRCO BOSWELL-WILKIE EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

Filed under: Circo Boswell-Wilkie — ABM @ 16:04

Cartaz do Circo Boswell-Wilkie, que, antes da Independência, visitava Lourenço Marques na altura do Natal, alternando com circos portugueses.

 

Outro cartaz do Circo Boswell-Wilkie, uma companhia de circo sul-africana que penso que ainda existe.

Outro cartaz do Circo Boswell-Wilkie, uma companhia de circo sul-africana que penso que ainda existe.

 

09/12/2013

HIGINO CRAVEIRO LOPES E O NORTE DE MOÇAMBIQUE, 1914-1918

Alferes Duarte Ferreira, Higino Craveiro Lopes e Benard Guedes em Palma, 1915.

Alferes Duarte Ferreira, Higino Craveiro Lopes e Benard Guedes em Palma, no extremo Norte de Moçambique, 1915.

Com vénia, texto e fotos copiados na íntegra do blog de Nuno Craveiro Lopes, um descendente de Higino Craveiro Lopes, com o título “Francisco Higino Craveiro Lopes – Aventuras e Desventuras de um militar no norte de Moçambique durante a Iª Grande Guerra”.

(Início)

Nestes últimos anos foram publicados vários livros (vide “Os Fantasmas do Rovuma” de Ricardo Marques) que relembram a epopeia passada pelas tropas portuguesas durante a primeira Guerra Mundial (1914-1918) no norte de Moçambique.

Episódio esquecido (ou que se tentou fazer esquecer…) onde os militares portugueses passaram um martírio e muitos vieram a falecer, mais pela incúria como foram organizadas e apoiadas as tropas, no que diz respeito a abastecimentos e apoios dos governantes em Portugal do que por combate, mostrando apesar das más condições, valentia, chegando a vencer o “boche” e a ocupar território Alemão.

Este é um pequeno apontamento sobre a presença nesse teatro de operações de Francisco Higino Craveiro Lopes, que veio a ser mais tarde Presidente da República Portuguesa de 1951 a 1958.

Desde Outubro de 1914 que Portugal mantinha forças na fronteira norte de Moçambique, constituída pela 1ª Expedição comandada pelo Tenente-Coronel Massano de Amorim, com a finalidade de vigiar e proteger o território. Em Março de 1915 dá-se a declaração de guerra entre a Alemanha e Portugal. Receando-se um ataque a Moçambique vindo da colónia alemã do Tanganica (Malawi), organiza-se a 2ª Expedição a Moçambique sob o comando do Coronel Moura Mendes. Dessa expedição faz parte o Aspirante de Cavalaria Francisco Higino Craveiro Lopes. À chegada a Lourenço Marques, são recebidos em apoteose, recebendo de uma comissão de Senhoras da cidade, um estandarte bordado para servir como estandarte da expedição.

O comando, (4º Esquadrão do Regimento de Cavalaria 3 – Dragões de Olivença, com 9 Oficiais e 101 Praças) recebe em 16 de Abril de 1916 ordem para tomar Kionga, uma pequena faixa de território junto á Baia do mesmo nome a sul do rio Rovuma, que tinha sido ocupada à força pelos alemães em 1894. O então Alferes Craveiro Lopes comanda uma força de cavalaria, infantaria e três peças de artilharia enviada de Palma, que atravessa mato cerrado, pântanos e rios a vau, durante 3 dias e duas noites. A acção é executada com sucesso sem encontrar resistência, por retirada do inimigo. Esperando a reacção dos alemães, estabeleceram-se então vários postos de observação ao longo da margem sul do rio Rovuma, a partir dos quais se faziam acções de defesa contra investidas alemãs e reconhecimentos em território inimigo. Nestas acções tornou-se notável a intervenção de Craveiro Lopes oferecendo-se para comandar acções de combate por indisponibilidade de oficiais mais graduados, entrando várias vezes em contacto com o inimigo, sustentando vivo combate com intrepidez digna de louvor.

Em 27 de Maio de 1916 a Marinha de Guerra com o cruzador Adamastor e a canhonheira Chaimite bombardeiam pesadamente durante 2 horas a margem norte do Rovuma e é tentada uma travessia do rio por três colunas para ocupar a margem alemã em Namaca e Namiranga, mas apesar da bravura nos combates, teve que retirar com 33 mortos, 24 feridos, 8 prisioneiros e muito material perdido nas mãos dos alemães. Dos 1543 efectivos da 2ª Expedição, perderam-se 75%, a maioria por doença, 100 falecidos em acções de combate e 450 desaparecidos na selva.

Foi então decidido pelo comando da metrópole enviar outro contingente, a 3ª Expedição comandada pelo general Ferreira Gil com 4642 efectivos e organizar uma travessia e ocupação da margem alemã em maior escala, o que se veio a verificar com sucesso em 19 de Setembro de 1916, tendo também o Alferes Craveiro Lopes tomado parte na operação.

Após a ocupação da margem norte do Rovuma em território alemão, organizou-se uma coluna militar para marchar á conquista da fortificação de Newala e Massassi, base estratégica situada a 140 kilómetros no interior do território alemão. Dessa coluna faz parte o Alferes Craveiro Lopes integrando o 4º Esquadrão de Cavalaria 3 que após 8 dias de marcha, a 22 de Outubro é o primeiro a entrar em confronto, levando de vencida as tropas alemãs na ribeira de Newala, ponto de abastecimento de água do forte, após 5 horas de combate. Toma também parte no ataque ao forte de Newala a 27 de Outubro, que é tomado após duelo de artilharia e fuga das tropas alemãs. Na manhã seguinte Craveiro Lopes segue num destacamento de cavalaria que persegue os alemães em debandada, e mais uma vez é ele que primeiro troca tiroteio com o inimigo na estrada de Lulindi. É então reformada a coluna de marcha sobre Massassi comandada pelo Major Leopoldo da Silva que sai de Newala a 8 de Novembro com 23 oficiais, 347 praças europeias, 399 indígenas e 330 carregadores, incluindo 486 espingardas, quatro metralhadoras e duas peças de artilharia. O alferes Craveiro Lopes comanda o serviço de reconhecimento e observação e mais uma vez é ele que primeiro entra em contacto com o inimigo na batalha de Quivambo, e fá-lo de tal forma que mereceu os maiores louvores. Conta-se que com dois dos seus homens, se embrenhou de tal forma nas linhas inimigas, alvejando a curta distância uma posição de metralhadoras que arrasava as forças portuguesas.

Na confusão da batalha foi-lhe inclusivamente dada ordem de prisão, após ter sido alvejado por tropa portuguesa, julgando-o um oficial alemão. Durante a batalha Infelizmente o comandante do destacamento Leopoldo da Silva é morto por fogo inimigo mas as forças portuguesas acabam por repelir o inimigo e ocupar o posto alemão de Nangoma de Lulindi à vista de Massassi, onde permaneceram durante 10 dias, ao fim dos quais tiveram que retirar para Newala por doença, falta de alimentação e munições da maior parte dos efectivos.

A forma deficiente como foram organizadas as expedições pelos comandos na Metrópole, nomeadamente a falta de rendição das tropas doentes, as faltas de abastecimentos e medicamentos, e os transportes para suprir as necessidades das tropas, tornaram inútil ou quase inútil todo o esforço desprendido nestas gloriosas acções.

Newala foi cercada de novo pelos alemães em 22 de Novembro de 1916 e as tropas Portuguesas após 6 dias de cerco com bombardeamentos, fogo de metralhadoras e tentativas de assalto por parte das tropas alemãs, tiveram que retirar por falta de efectivos, falta de munições, falta de mantimentos e devido ás doenças que grassavam entre os sobreviventes. No cerco de Newala o alferes Craveiro Lopes “mostrou grande valor militar e coragem fazendo fogo com uma metralhadora do fortim, serviço que não lhe competia, expondo-se e arriscando a sua vida, porque o inimigo não poupava a sua posição” como reza um dos seus louvores.

Regressado a Portugal, recebe por estas acções em 1917 aos 23 anos a Cruz de Guerra e é feito Cavaleiro da Ordem Militar da Torre e Espada.

Tira em 1918 o curso de piloto militar, na Escola de Aviação francesa em Chatres, sendo na altura promovido a tenente.
Em Janeiro de 1917, foi requisitado ao Ministério das Colónias uma esquadrilha de aviação para cooperar com as tropas expedicionárias em campanha. A Esquadrilha Expedicionária a Moçambique, era constituída por três aparelhos Farman F.40 de entre os cinco que estavam estacionados em Vila Nova da Rainha. Os três Farman F.40 estavam dotados com motores Renault de 130 hp e tinham a capacidade de transportar dois homens (piloto e artilheiro/observador), uma metralhadora e diversas bombas ligeiras. A autonomia destes aparelhos rondava 2h 20mn.

Por não ter sido preparado um cais de acostagem para descarregar os aviões e todo o material, estes tiveram que ser passados do navio que os transportou para jangadas, descarregados na praia e levados “ás costas de nativos” para um planalto onde a base aérea foi então construída, pois ainda não existia.

Fizeram parte da Esquadrilha Expedicionária a Moçambique os pilotos Capitão João Luís de Moura (comandante da esquadrilha), Capitão Francisco da Cunha Aragão e o Tenente Sousa Gorgulho, o Tenente Francisco Higino Craveiro Lopes, os observadores Tenente Teodorico dos Santos, Tenente Santos Guerra e o Alferes Pinheiro Corrêa, o mecânico Norberto Gonçalves e dois mecânicos franceses contratados da firma Farman.

uM Farman F40 no teatro de operações em Mocimboa da Praia, 1918

Um Farman F40 no teatro de operações em Mocimboa da Praia, 1918

Ao fim de um mês, o único mecânico português que foi inicialmente com a expedição, acabou de montar o primeiro avião e assim puderam-se inicia os testes. Coube ao Alferes Jorge de Sousa Gorgulho fazer os primeiros voos de teste que foram afinal uma estreia em Moçambique. Infelizmente veio a despenhar-se e a falecer durante o segundo voo de testes. O mecânico ficou de tal modo afectado pelo sucedido que teve que ser evacuado e os voos foram interrompidos.

Assim os elementos que faziam parte da expedição foram incorporados numa “coluna de tropas irregulares” apeadas, encarregue de fazer exploração de terreno para descobrir o inimigo, enquanto se esperava a vinda de 2 mecânicos franceses da fábrica Farman.
Ao mesmo tempo em que o seu pai então Tenente-Coronel João Carlos Craveiro Lopes entra em combate na Flandres como comandante de brigada do Corpo Expedicionário Português e é feito prisioneiro na batalha de La Lys, o então Tenente Francisco Higino Craveiro Lopes, embarca de novo para Moçambique como expedicionário onde chega em Agosto de 1918 e é incorporado na Esquadrilha Expedicionária a Moçambique estacionada em Mocimboa da Praia, quando, finalmente chegaram os mecânicos franceses, tendo pouco depois em 11 de Novembro de 1918, sido anunciado o Armistício, sem que os aviões tenham podido entrar em acções militares, o que poderia ter mudado o curso dos acontecimentos, pois os alemães não possuíam aviação militar na zona de combates.

Craveiro Lopes manteve-se em Mocimboa da Praia até Dezembro de 1918 e posteriormente acompanha a esquadrilha para a Base do Alto da Matola, perto de Lourenço Marques então inaugurada, e em conjunto com o Capitão Luís de Moura executam 149 voos até Setembro de 1919, data em que a esquadrilha ficou sem mecânicos. A esquadrilha é desactivada em Maio 1920 e retorna à Metrópole.

Durante a sua estadia em Lourenço Marques, numa viagem em eléctrico dá o lugar a uma jovem que fica impressionada e mete conversa com o garboso piloto aviador na sua farda de oficial. Tratava-se de Berta Ribeiro Arthur, com quem vem a casar ainda em Lourenço Marques, em Dezembro de 1919, onde lhe nasce também o seu primeiro filho, João Carlos Craveiro Lopes.

Trinta anos depois, em 1956 já como Presidente da República de Portugal, quis transladar para o Continente os corpos dos seus companheiros de armas que faleceram no Rovuma e que se encontravam dispersos no Alto Namoto, mas Salazar não autorizou e apenas disponibilizou verbas para a Transladação até à Capital de Distrito em Mocímboa da Praia, onde Craveiro Lopes se deslocou para presidir à inauguração do então novo Ossário Militar, que ao longo das últimas 4 décadas foi sendo destruído e actualmente nada resta para atestar a glória destes Homens e a inépcia de quem os governava.

(FIM)

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