THE DELAGOA BAY WORLD

14/08/2018

A GUERRA DOS MAPAS NA ÁFRICA AUSTRAL, 1869-1893

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Mapa de James Monteith, EUA, 1869. Tirando a Colónia do Cabo e as Repúblicas Boer, a presença de europeus ou originários da Europa nesta região por esta altura era quase inexistente. E excluindo as alterações na África do Sul com as febres do ouro e dos diamantes, pouco mudaria nos cinquenta anos seguintes. Neste aspecto, a Colonização europeia de África enfrentou, desde o início, um paradoxo: não havia colonos. Ninguém queria ir para África. Nem a propaganda mais exagerada e as promessas de riquezas infindáveis logrou atrair cidadãos dos países que detinham colónias. No caso de Angola e Moçambique, a maioria dos que para lá foram eram militares, funcionários públicos e degredados. O investimento que havia era essencialmente estrangeiro e assentava em explorar recursos locais com mão de obra local, que era abusada e explorada.

 

Mapa de 1885, mostrando o que meia dúzia de portugueses da Sociedade de Geografia de Lisboa e o governo português de então achavam que devia ser a sua fatia da África Austral.

 

Mapa da Manchester Geographical society, 1893. Depois de muita confusão, ameaças, ultimatos, expedições em todas as direcções, implantações de igrejas e missões, as alegações mais estapafúrdias, assinaturas de “tratados” com chefes tribais, os britânicos declararam protectorados em Bechuanalândia, Swazilândia e Niassalândia e já tinham o Natal e o futuro Lesotho. Cecil Rhodes formou as Rodésias. Os Boers mantiveram as suas duas repúblicas – mas não por muito mais tempo. Os alemães retalharam para si o Sudueste Africano Alemão com a indescritível Faixa de Caprivi e a África Oriental Alemã. Mais a Norte, os franceses e Leopoldo II da Bélgica negociaram os Congos Belga (Estado Livre do Congo, inicialmente propriedade pessoal do soberano belga) e francês. Os portugueses ficaram com o que sobrou, à partida temporariamente pois ninguém dos Big Boys europeus realmente levava os portugueses a sério. Para todos os efeitos, tirando a incorporação do Transvaal e do Estado Livre de Orange na futura União Sul-Africana, no entanto, as fronteiras não mudaram desde então, tendo os alemães sido expropriados em 1919.

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