THE DELAGOA BAY WORLD

09/08/2019

O HOTEL CARDOSO EM LOURENÇO MARQUES, DÉCADA DE 1960

Imagens retocadas.

 

A fachada do Hotel Cardoso vista do lado da rua no final da década de 1950. Nos anos que se seguiram, o edifício foi ampliado, acrescentando-se mais dois andares, mantendo no entanto o estilo (mais ou menos) art deco.

 

 

 

 

A piscina e o páteo com vista para a Baía.

 

A piscina. Notem-se as barreiras completamente cobertas por vegetação. Isso seria radicalmente alterado com os efeitos do Ciclone Claude em Janeiro de 1966.

 

29/07/2019

OS EFEITOS DO CICLONE CLAUDE NA ENCOSTA DA MAXAQUENE EM LOURENÇO MARQUES, 1966

O Ciclone Claude, que se abateu sobre a zona de Lourenço Marques em Janeiro de 1966, teve um considerável impacto sobre a Cidade. Um deles, que me recordo relativamente bem (tinha seis anos de idade) foi que não houve água canalizada em toda a Cidade durante vários dias. Para colmatar a falta de água canalizada, durante dias eu lembro-me de tomarmos banho no quintal com baldes de água, tirada de bidons que o meu Pai tinha colocado nas caleiras de recolha da água da chuva do telhado. Pouco tempo depois, o meu Pai mandara construir um depósito de água com dois mil litros, sobre a varanda de trás da casa onde habitávamos na Rua dos Aviadores (e onde eu, à sucapa, em dias quentes, ia tomar banho às escondidas). De facto, penso que em resultado do Claude, tornou-se mandatório, ou pelo menos habitual, todos os prédios da Cidade terem depósitos de água.

Mas o impacto mais visível,, para mim, que ali passava todos os dias quando ia de casa nadar para a piscina do Desportivo, foi o desabar da Barreira da Maxaquene, situada entre o Hotel Cardoso e a ponta do Liceu Salazar (o agora Josina Machel). Foi uma pequena calamidade. Anteriormente, a Barreira da Maxaquene era mesmo uma barreira – mal se podia passar ali, pois a vegetação ali era mato cerrado. Havia apenas umas duas ou três passagens que permitiam uma pessoa descer até à zona do Sporting e do Desportivo.

E a orla da Barreira ficava situada muito mais à frente do que se vê actualmente e era muito mais íngreme. Tanto assim que o terreno onde está o pequeno jardim em frente ao Liceu era muito maior e ali havia um excelente miradouro sobre a parte Baixa da Cidade e a Baía.

A Barreira da Maxaquene em frente ao Liceu Salazar antes do Ciclone Claude, que aconteceu em Janeiro de 1966. Veja a mesma imagem em baixo, anotada.

O Claude mudou isso tudo e instalou o caos virtual, pois o mato ali cedeu e a barreira desabou para o Aterro da Maxaquene, criando uma situação instável na parte alta da Cidade.

A linha vermelha indica, aproximadamente, os efeitos do Ciclone Claude. O então Parque Silva Pereira ficou praticamente cortado em metade, desaparecendo o seu Miradouro (ver nº6). Outras anotações: 1) Liceus Salazar e Dona Ana da Costa Portugal; 2) Museu Álvaro de Castro; 3) Praça das Descobertas; 4) Hotel Cardoso; 5) Parque Silva Pereira.

Levou uns dois a três anos à Câmara Municipal a encontrar uma solução para o problema, que passou pela criação de uma nova barreira mais inclinada, coberta com um matope barrento cinzento escuro no qual crescia uma erva resistente, com linhas horizontais de captação de água, que iam desembocar em linhas descendentes de cimento, que escoavam as águas pluviais em segurança.

Na parte de cima da Barreira, foi desde logo esboçado um acesso viário, que futuramente deveria descer da Praça das Descobertas para a zona do campo de futebol do Desportivo (e que nunca foi construído). Foi esse acesso que resultou na destruição do miradouro do então Parque Silva Pereira e na sua considerável diminuição.

Assim, em 1968, ao contrário das restantes barreiras na orla da Baixa e da Estrada Marginal, a Barreira da Maxaquene não tinha qualquer vegetação para além do que acima descrevo, o que até deu para ali realizar algo de original: a exibição de uma peça de teatro, penso que um Auto de Natal, na base da Barreira, vista por milhares de residentes da Cidade, penso que em Dezembro de 1968, em que a multidão se sentava na Barreira. Foi durante o primeiro ano do mandato de Baltazar Rebelo de Sousa e se não me engano a iniciativa fora da sua Mulher.

As Barreiras da Maxaquene em obras após o desastre do Ciclone Claude, cerca de 1966-1967. A seguir aos trabalhos de terraplanagem, foi instalado um sistema de irrigação de águas pluviais. Foi neste preciso local que se realizou o tal Auto de Natal de que falo em cima.

15/03/2018

O CAFÉ SCALA DURANTE MAIS UMA INUNDAÇÃO EM LOURENÇO MARQUES, JAN. 1966

O Ciclone Claude caiu sobre a Cidade e o Sul de Moçambique em Janeiro de 1966, causando enormes estragos na região.

 

A Baixa inundada junto do Scala em Lourenço Marques. À esquerda pode-se ver a Casa dos Brindes.

10/03/2018

O ENGº DUQUE MARTINHO E O CICLONE CLAUDE EM LOURENÇO MARQUES, JANEIRO DE 1966

Fotografia de Francisco Duque Martinho.

António Duque Martinho foi, entre outros cargos, Presidente da Câmara Municipal de Lourenço Marques. Foi enquanto desempenhava este cargo que, no início de Janeiro de 1966, se abateu sobre o Sul de Moçambique o Ciclone Claude, que causou avultados estragos na infra-estrutura da Cidade e da região.

Entre outras medidas resultantes daquela intempérie, e em resultado dos graves danos causados ao sistemas de abastecimento de água da Cidade (nalgumas zonas faltou a água canalizada durante semanas) se me recordo, foi o estabelecimento da obrigatoriedade das casas e prédios passarem a ter depósitos de água para seu abastecimento.

Neste blog, há um esboço biográfico do Engº Duque Martinho e ainda um breve trabalho sobre o Ciclone Claude.

 

O Engenheiro Duque Martinho, então Presidente da Câmara de Lourenço Marques, algures no Alto-Maé, a inspeccionar os estragos causados pelo Ciclone Claude, Janeiro de 1966.

 

 

18/10/2013

O CICLONE TROPICAL CLAUDE EM LOURENÇO MARQUES, JANEIRO DE 1966

Filed under: Ciclone Claude em LM Jan 1966 — ABM @ 00:12

Fotografias de Paulo Badinha, restauradas. O mapa foi copiado do sítio do serviço meteorológico da Austrália.

Neste mapa pode-se seguir o percurso que o Ciclone Tropical Claude fez desde a sua aparição, na noite de Natal de 1965, até

Neste mapa pode-se seguir o percurso que o Ciclone Tropical Claude fez desde a sua aparição, na noite de Natal de 1965, até ao dia 8 de Janeiro de 1966. Lourenço Marques foi directamente atingida pelo Ciclone nos dias 4 e 5 de Janeiro de 1966, uma terça e uma quarta-feira infernais. Com ventos acima dos cem quilómetros e uma estimativa de 650 mm de chuva nesse espaço de tempo, foi um dos principais fenómenos meteorológicos a atingir a capital moçambicana no Século XX.  Eu na altura tinha seis anos de idade e lembro-me desses dias e dos que se seguiram como se fosse hoje. O telhado da casa onde eu habitava na Ponta Vermelha foi derrubado pelo vento. Durante semanas não houve água canalizada na Cidade.

A Estrada Marginal de Lourenço Marques no dia 5 de Janeiro de 1966, quando o Claude assolou a capital de Moçambique.

A Estrada Marginal de Lourenço Marques no dia 5 de Janeiro de 1966, quando o Claude assolou a capital de Moçambique.

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Após o Claude ter seguido o seu percurso Sudeste, a área metropolitana de Lourenço Marques ficou desvastada pelos efeitos do vento e da água.

Numerosas árvores caíram e o deslizamento de terras foram visíveis um pouco por toda a Cidade. As barreiras em frente ao Hotel Cardoso e o então Liceu Salazar (hoje Liceu Josina Machel) levaram meses a reparar.

Numerosas árvores caíram e o deslizamento de terras foram visíveis um pouco por toda a Cidade. As barreiras em frente ao Hotel Cardoso e o então Liceu Salazar (hoje Liceu Josina Machel) levaram meses a reparar.

Uma das ruas da Cidade.

Uma das ruas da Cidade.

Nos arredores da Cidade.

Nos arredores da Cidade.

Esquina da Avenida Dom Luiz com a Avenida da República (actuais Av. Marechal Samora Machel e 25 de Setembro)

Esquina da Avenida Dom Luiz com a Avenida da República (actuais Av. Marechal Samora Machel e 25 de Setembro). Á esquerda o Café Scala, em frente o Café Continental.

Em frente à Marta da Cruz & Tavares podia-se nadar.

Em frente à Marta da Cruz & Tavares podia-se nadar.

Na esquina das Avenidas da República e Dom Luiz, no (agora em ruínas) Edifício Pott, onde se encontrava a Mercearia Pérola do Oriente, este foi o cenário durante dias.

Na esquina das Avenidas da República e Dom Luiz, no (agora em ruínas) Edifício Pott, onde se encontrava a Mercearia Pérola do Oriente, este foi o cenário durante dias.

Em frente à Casa Coimbra e à Sede do Banco NacionalUltramarino (actualmente a Sede do Banco de Moçambique).

Em frente à Casa Coimbra e à Sede do Banco NacionalUltramarino (actualmente a Sede do Banco de Moçambique).

A AVenida da República (actual 25 de Setembro) em frente à Casa Bayly.

A Avenida da República (actual 25 de Setembro) em frente à Casa Bayly.

Vista da Avenida da República na direcção da Praça Mac-Mahon (actual Praça dos Trabalhadores).

Vista da Avenida da República na direcção da Praça Mac-Mahon (actual Praça dos Trabalhadores).

Na Estrada Marginal, um automóvel soterrado em areias caídas das Barreiras da Polana.

Na Estrada Marginal, um automóvel soterrado em areias caídas das Barreiras da Polana.

Uma carrinha táxi num buraco aberto na estrada.

Uma carrinha táxi num buraco aberto na estrada.

20/04/2012

O CICLONE CLAUDE EM LOURENÇO MARQUES, JANEIRO DE 1966

Fotografia de Júlio Cardoso.

A baixa de Lourenço Marques logo após o embate do Ciclone Claude, Janeiro de 1966. Aqui pode-se ver parte da Rua Joaquim da Lapa,vista de junto da Casa Pfaff, tornada num lago. Ao fundo à direita o Prédio Cardiga. O Ciclone teve um impacto enorme na cidade, que durante semanas não teve água canalizada, as barreiras da Polana ruíram, etc.

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