THE DELAGOA BAY WORLD

27/09/2022

LOURENÇO MARQUES SEM CAIS, 1895-1902

Imagens retocadas e coloridas, a primeira da colecção de Alfredo Pereira de Lima.

A baía excepcional, única entre Nacala e o Cabo, e a sua proximidade ao Transvaal, especialmente depois da fundação das repúblicas Boer e a descoberta do enorme filão de ouro no Witwatersrand (num canto do Transvaal), tornaram Lourenço Marques num lugar muito apetecível e previsivelmente lucrativo. Mas os investimentos eram enormes e levou tempo a construir-se uma linha de caminho de ferro para Pretória e ainda mais a construir um cais onde os navios podiam acostar e descarregar e carregar passageiros e mercadoria de forma mais eficiente. O Cais Gorjão só seria inaugurado nos primeiros anos de 1900. Até lá, é o que se vê nas duas primeiras imagens em baixo: os navios paravam na parte da Baía em frente a Lourenço Marques, e literalmente tudo o que havia para carregar e descarregar (mercadoria, pessoas, água, carvão, comida, etc) tinha que ser carregado à mão, e às costas, dos navios para barcaças ou barcos pequenos, e trazido até à praia, onde em seguida tinha tudo que ser acartado à mão para uma linha de terreno mesmo ao lado da Rua Araújo. Mais tarde foram sendo feitos pequenos cais de madeira, onde as barcaças e os barcos pequenos atracavam. Era um pesadelo.

Navios fundeados em frente a Lourenço Marques, 1895. Em primeiro plano, barcaças chatas. Esta foto foi tirada aquando dos ataques a Lourenço Marques, que motivaram os portugueses a enviar uma expedição ao Sul de Moçambique, chefiada por António Ennes e que incluia, entre outros o Major Mouzinho de Albuquerque.
Navios fundeados em frente a Lourenço Marques, 1900. Já havia comboio mas ainda não havia um cais.
Sistema de fabrico de enormes blocos de cimento, destinados à  construção do porto de Lourenço Marques,1901. No meio estava uma linha férrea de bitola pequena onde uma pequena locomotiva com um guindastre que vinha e trazia e levava material. De um lado estavam caixas metálicas desmontáveis onde se trazia o cimento e se faziam os blocos, que, após secos, eram colocados do outro lado para terminar a secagem, e posteriormente eram levados para o local onde foi feito o Cais Gorjão.

29/04/2021

A CAIS GORJÃO EM LOURENÇO MARQUES, 1927

Imagem retocada e colorida.

O Cais Gorjão em Lourenço Marques, 13 de Abril de 1927. Neste caso, os passageiros que prosseguem para a União Sul-Africana e que não permaneciam em Lourenço Marques, podiam desembarcar e entrar para as carruagens da South African Railways (SAR(SAS), estacionadas em frente ao navio, de onde viajavam directamente para a União. Foto de Ignácio Piedade Pó, empregado dos Caminhos de Ferro de Lourenço Marques e uma lenda da fotografia de Moçambique da era.

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