Imagem de Vasco Freitas, retocada, muito gentilmente cedida esta noite pelo Vasco, em memória de Maria João Quadros, que faleceu em Lisboa no dia 8 de Dezembro de 2023.
CERIMÓNIAS FÚNEBRES DE MARIA JOÃO QUADROS
Segundo uma nota de uma filha da Maria João, as cerimónias fúnebres decorrerão assim:
Velório hoje, domingo, 10 de Dezembro de 2023, a partir das 18 horas na Basílica da Estrela em Lisboa, com Missa às 20 horas;
Funeral amanhã, dia 11 de Dezembro de 2023, com Missa às 10 horas, seguida de enterro no Cemitério do Alto de São João.
A imprensa portuguesa noticiou hoje o falecimento ontem, por doença, de Maria João Quadros, irmã do antigo caçador Rui Quadros e de Nuno Quadros, que eu conheci.
Tinha 75 anos de idade.
Nascida na localidade de Mtwali, em Nampula em 19 de Fevereiro de 1948 , Maria João Barbosa Teles de Castro e Quadros começou a cantar em Lourenço Marques e era uma fadista muito apreciada pelos aficionados. Na Debandada de Moçambique em meados da década de 1970, foi viver para Portugal, onde começou a a actuar profissionalmente. Ao longo da sua carreira ali, editou vários discos e participou em numerosos espetáculos. Geria a Casa da Mariquinhas em Lisboa, uma casa de fados.
É uma das figuras mencionadas no trabalho de Margaret Nabarro, publicado em 1976, sobre o fado em Moçambique, que pode ser lido no meu outro blog, The Delagoa Bay Review, premindo AQUI.
Aos seus familiares, apresento as minhas condolências.
Segundo informou ontem o Nuno Quadros via FB, faleceu esta semana o Sr. Luis Nhaca, trabalhador do Hotel Polana em Maputo. Estava na Portaria e acolhia na porta principal quem frequentava o hotel, memorável pelo seu traje formal coberto de pins, aliás uma tradição que já vinha de trás, pois eu lembro-me bem do seu predecessor, cujo nome infelizmente não recordo (mas gostaria de registar, se alguém se lembrar).
Lamento a sua morte a apresento as minhas condolências à sua Família e a todos os colaboradores do Polana. Que descanse em paz.
Apesar de ter nascido e vivido em Lourenço Marques até pouco antes da entrega à Frelimo, inaugurando um percurso então impensável, eu só frequentei o Hotel Polana muitos anos depois, no final da década de 1990 e durante uns anos, ainda andava por lá o Rui Monteiro (ambos coleccionávamos postais antigos do Polana, que trocávamos). Ia com alguma frequência ao seu Salão de Chá (a versão tradicional clássica antes da mudança hollywoodesca feita pelos arquitectos e decoradores do Serena) e mais raramente, almoçava no restaurante, aí geralmente por razões de serviço. No salão de chá a comida era muito boa e já estava pronta, a preços acessíveis e o serviço bom.
E o que de longe me tocava mais, que considerava o verdadeiro carácter e essência do Hotel, era no desempenho e personalidade dos seus empregados, que eram de uma simpatia, discrição e aquela classe e profissionalismo que só conheci ali. No Salão de Chá era recebido sempre com um sorriso, com um “como está hoje, Sôr Botelho?”, mostravam-me a mesa habitual para me sentar e em segundos já tinha uma Coca-Cola fresca na mesa. Se havia um toque moçambicano genial e inconfundível no Polana, um que não tem preço e desafia uma descrição, era naquela equipa que mantia a máquina a funcionar sem falhar.
Era – foi – um prazer conviver com eles e com elas.
Fiquei com a impressão que as mudanças da nova gestão por meados de 2000 foram algo atribuladas e alguns dos seus empregados saíram do hotel, o que para mim foi lamentável e um erro crasso. Pois esta gente para mim era o Hotel Polana, quase tanto senão mais que as suas paredes e a gestão que mantém as portas abertas. Encontrei alguns depois a trabalhar em restaurantes na Cidade, vinham-me cumprimentar e eu fazia um interrogatório cerrado sobre porque tinham saído e como estavam. Acabávamos sempre com um aperto de mão cúmplice, um tanto triste, tipo “estamos juntos”.
E portanto, nesta nota memorial sobre o Senhor Luis Nhaca, aqui lhes presto a minha homenagem. Pelo seu profissionalismo e pela impressão indelével que me deixaram.
Fotografia de Isabel Quadros, adaptada e restaurada.
Os irmãos Quadros em Laláua, segundo a Maria João ainda incompletos pois vinham mais a caminho. Faltam os nomes....de pé P1, P2, P3 e P4, em baixo B1, B2, B3 e B4.