Imagens retocadas e coloridas.
24/01/2023
07/09/2022
O AEROPORTO GAGO COUTINHO…EM FARO
Na data de hoje, 7 de Setembro de 2022, em que se assinala 200 anos desde a que é considerada a data da independência do Brasil, o governo português decidiu associar ao aeroporto da cidade algarvia de Faro o nome de Gago Coutinho.
Gago Coutinho tem uma dupla associação, uma ao Brasil, por ter voado para lá com Sacadura Cabral em 1922, quando o Brasil então celebrou cem anos de independência, e a Moçambique, por lá ter feito considerável trabalho, principalmente na delimitação das fronteiras do que é hoje a República de Moçambique.
De facto, o Aeroporto de Lourenço Marques, inaugurado na localidade de Mavalane cerca de 1940, chamou-se Gago Coutinho entre 1963 e 1975, aquando da sua expansão para poder acolher o crescimento do tráfego e as maiores aeronaves que começaram a frequentar a Cidade. À sua entrada, foi colocada uma estátua evocativa de Gago Coutinho. Tudo foi apeado com fervor revolucionário e sem grande cerimónia em 1975.
Aquando da sua expansão no início da década de 1970, por sua vez, o aeroporto da Beira, no Maquinino, passou a chamar-se Sacadura Cabral, evocando o malogrado companheiro de Gago na travessia aérea para o Brasil em 1922. O nome e a estáua seriam também apeados após a independência.
27/04/2021
A INAUGURAÇÃO DA NOVA GARE DO AEROPORTO DE LOURENÇO MARQUES, 1963
Imagem retocada e pintada por mim.
Excerpto de um texto de António Sopa:
O Plano Geral do Aeroporto de Lourenço Marques, aprovado em 1948, estruturou um conjunto de intervenções que decorreram em duas fases distintas: numa primeira fase a ampliação das pistas existentes, sua pavimentação e iluminação e a construção de novos edifícios — manutenção de aeronaves, serviços técnicos, torre de comando, centro emissor e receptor, centrais de emergência, rádio-ajudas, instalações petrolíferas, etc.; numa segunda fase a construção de um novo edifício terminal, por inadequação da construção existente às necessidades existentes e pela importância que o empreendimento assumia para a aeronáutica da província. Entre as obras mais importantes executadas, contam-se a torre de controlo, concluída em 1958, as oficinas da DETA, cujo projeto é dos arquitetos Marcos Miranda Guedes e Octávio Pó (1964 em acabamentos em Dezembro de 1962), e uma terminal de carga (1972).
Dotado o aeroporto com o que era essencial para a segurança da navegação aérea, foi depois construída a nova estação, inaugurada a 17 de Junho de 1963, em comemoração d o dia da chegada ao Rio de Janeiro do avião em que Gago Coutinho e Sacadura Cabral completaram a primeira travessia do Atlântico Sul em 1922. Esta aerogare foi desenhada entre 1958 e 1960, por uma equipa chefiada pelo arquiteto Cândido Palma de Melo e acompanhado pelo Serviço de Obras da Direcção Geral de Aeronáutica Civil.
O edifício compreendia um imóvel compacto, de volume simples, com o comprimento de 210 metros e a largura de 22,40 metros, servindo a ala esquerda para instalação de serviços técnicos, a parte central para o movimento de passageiros e a ala direita destinada aos serviços aduaneiros, sanidade, polícia e armazém alfandegário. No piso superior estava instalado um restaurante e um botequim. Este encontrava-se implantado no remate de uma alameda de grandes dimensões e ladeado pelas restantes construções de apoio ao aeroporto. O seu custo foi calculado em cerca de 14.750 contos.
Esta aerogare viria ainda a sofrer obras de ampliação e modernização entre 1972 e 1974. O edifício que servira até então de aeródromo, após ser ampliado, destinou-se à instalação de diversos serviços da DETA.