THE DELAGOA BAY WORLD

31/03/2021

DIA DE MERCADO EM SENA, 1925

Imagem retocada.

Bazar em Sena, 1925.

O genial António Sopa escreveu sobre a original Vila de Sena:

“A povoação portuguesa de Sena (a cerca de duzentos quilómetros da costa) surgiu a partir de 1521, quando os portugueses começaram a comerciar com um grupo de árabes nas margens do Zambeze, havendo a hipótese desta se localizar no mesmo sítio, ou nas proximidades de Seyouna, referida pelos cronistas árabes desde a segunda metade do século XII, a qual se situava nas proximidades da confluência dos rios Zambeze e Chire, perto da montanha de Baramuana. A povoação, que viria a ser elevada à categoria de vila em 1761 (recebeu o foral de vila por carta régia de 9 de maio de 1761), com a designação oficial de Vila de São Marçal de Sena, foi sede da capitania dos Rios de Sena desde 1635, mantendo-se autónoma do capitão-general de Moçambique até 1688, sendo um governo regional diretamente subordinado ao vice-rei da Índia. No decorrer dos séculos XVII e XVIII, tornou-se o centro da presença portuguesa na África Oriental. Até 1767 manteve-se verdadeiramente a capital de toda a Zambézia, tendo nesta data a sede da capitania passado para Tete, devido às más condições climatéricas da localização original. A fortificação ali existente foi a primeira obra deste tipo construída no interior de Moçambique. Serviu de ponto de partida para a penetração no império de Mwenemutapa; ao mesmo tempo controlava o Rio Zambeze, a grande via do comércio do interior, após a decadência de Sofala. A povoação, que inicialmente se estendia ao longo do rio, deixou, com o decorrer do tempo, de ser porto fluvial, pelo seu considerável afastamento do Rio Zambeze – cerca de seis quilómetros de terreno arenoso. A soberania portuguesa passou, desde 1892, a estar salvaguardada pela Esquadrilha do Zambeze, recentemente organizada. A primitiva povoação, de que hoje nada resta, teve alguma opulência, possuindo quatro igrejas (a velha Igreja da Misericórdia, já em ruínas no século XVIII; a de São Domingos; a de São Paulo, pertença dos jesuítas, reaberta depois da sua expulsão, em 1759, como Igreja de São Salvador, e, finalmente, a dos Remédios, sita em Macambura, fora do perímetro da povoação) e uma fábrica de fiação de tecidos. Em 1766, existiam pelo menos dezoito casas pertencentes aos prazeiros, possuindo alojamentos para a numerosa criadagem e escravos. Mas este cálculo devia limitar-se apenas às casas dos moradores mais importantes, pois outra fonte, datada de 1778, calculou existirem ali pelo menos setenta habitações. Estas casas, construídas em adobes secos ao sol e cobertas de palha, estavam largamente separadas umas das outras. Eram construídas com os recursos locais, usando mão-de-obra escrava e não especializada. Nos baixos da habitação encontravam-se os armazéns, onde se guardavam as “fazendas” para o comércio; no quintal, protegido por “taipas da altura de dez até quinze palmos”, encontravam-se os celeiros, as cozinhas, as oficinas e as hortas. Em 1723 havia apenas duas casas cobertas a telha – as das feitorias do Estado e do Comércio – sendo as restantes cobertas “a palha”. Em 1873, Augusto de Castilho dá uma descrição depressiva da povoação: numa área de dez a doze hectares, em terreno pouco ondulado, coberto de mato e erva alta, com arrozais nos charcos pestilentos das baixas, entre carreiros traçados em várias direções, elevavam-se apenas meia dúzia de habitações de pedra, em ruínas, algumas palhotas, tudo rodeado de um “quadrilátero de paus fraquíssimos”. Através da Planta da Vila de Sena, de 1879, desenhada por J. A. de Morais Pinto, e de uma vista de 1891 publicada na obra As Colónias Portuguesas (1889, p. 69), sabemos que Sena constituía então um pequeno povoado, com arruamentos convergentes para a fortaleza e em retícula, com várias ruas paralelas e perpendiculares. Além das igrejas referidas acima, tinha ainda a de Nossa Senhora da Conceição (Matriz).”

Adicionalmente, há associado à Vila os povos e culturas nas regiões circundantes, nomeadamente a língua Sena, a terceira língua originária mais falada em Moçambique: “o sena é a língua materna de cerca de 60% da população na província de Sofala, 30% em Manica, 30% em Tete e 10% na Zambézia. Até aos anos 1880, os falantes de sena centravam-se ao longo do rio Zambeze. A sua progressiva deslocação para sul poderá dever-se ao estabelecimento da Cidade da Beira em 1887 e à posterior abertura da ferrovia, entre a Beira e a Vila de Sena, construída pela Trans Zambezi Railways em 1922. Actualmente, o sena é a língua bantu demograficamente predominante na Beira [que fica a 423 kms de distância de Sena], mas não a língua utilizada para comunicar com falantes de outras línguas bantu nem a língua bantu da liturgia católica.”

A actual Vila de Sena fica situada perto do Zambeze na sua margem oriental, perto da Ponte Dona Ana.

Fontes:

https://hpip.org/pt/Contents/Place/340

https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_sena

MAPA DO PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA, 1952

Imagem retocada.

Mapa do Parque Nacional da Gorongosa, 1952.

INTERIOR DA ESTAÇÃO CENTRAL DOS CORREIOS DE LOURENÇO MARQUES, DÉCADA DE 1910

Imagem retocada.

Interior da Estação Central dos Correios de Lourenço Marques.

29/03/2021

O REGRIGERANTE VIMTO DA REUNIDAS

Filed under: Fábricas Reunidas, Refrigerante Vimto da Reunidas — ABM @ 22:45

Imagens retocadas.

Segundo a Wikipédia, “o refrigerante Vimto foi criado em 1908 na cidade de Manchester, na Inglaterra, por John Noel Nichols (1883-1966), um vendedor de especiarias e medicamentos. Inicialmente, foi vendido sob a designação Vim Tonic, que viria a ser abreviada por Nichols para Vimto em 1912. Originalmente, foi registado como um medicamento, mas viria a ser registado novamente em 1913 como um sumo.

Atualmente, é produzido pela Cott Beverages, nas regiões inglesas de Derbyshire e Yorkshire, em nome da Vimto Soft Drinks, pertencente à Nichols plc. A Nichols retirou-se da produção direta em 2003, ao fechar a sua fábrica em Haydock. O Vimto adquiriu um estatuto de culto entre os consumidores ao celebrar o seu centésimo aniversário em 2008. É também fabricado sob licença na Arábia Saudita e no Iémene.”

Em Moçambique, o Vimto era produzido pelas fábrica Reunidas sob licença da Michols.

Um rótulo de uma garrafa de Vimto da Reunidas.

Tampa de Vimto 1

Tampa de Vimto 2.

O PRIMEIRO TEATRO GIL VICENTE EM LOURENÇO MARQUES

Imagens retocadas.

A fachada do primeiro Teatro Gil Vicente, meados da década de 1920. Ardeu em 1931. No seu lugar construiu-se em seguida o Prédio Fonte Azul, tendo Manuel Rodrigues edificado outro teatro com o mesmo nome a meio da Avenida Aguiar (depois Dom Luiz I e hoje Avenida Marechal Samora Machel) que inauguriu cerca de 1933.

A localização do primeiro Tetatro Gil Vicente, onde esteve durante décadas (onde está a notação “GV”).

Na Praça 7 de Março, aqui num postal de meados dos anos 50, do lado direito, o Prédio Fonte Azul, que ocupa todo o quarteirão onde ficava, entre outros, o primeiro Teatro Gil Vicente.

O que resta do Teatro Gil Vicente que foi inaugurado em 1933 na então Avenida Aguiar. À esquerda a vermelho era o bar do Teatro, que penso funciona hoje autonomamente. Os sucedâneos dos Lourenço-Marquinos simplesmente não vão ao cinema como se ia e o edifício mingua.

28/03/2021

A PRIMEIRA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE LOURENÇO MARQUES, 1899

Imagem retocada, do espólio de Alfredo Pereira de Lima.

A primeira estação ferroviária da Cidade ficava ao lado e mais à frente da que se veio a construir mais tarde na Praça Mac-Mahon (dantes Praça Azeredo, hoje Praça dos Trabalhadores), alinhada com o Cais Gorjão. Funcionou até 1910, quando se inaugurou a primeira fase da estação que ainda hoje existe.

A mesma imagem, ampliada.

O PRÉDIO SANTOS GIL EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada.

O Prédio Santos Gil na Baixa de Lourenço Marques, parcialmente iluminado pelos anúncios em néon. Na esquina, o Café Continental. Mais à esquerda pode-se ver o anúncio da loja John Orr’s. E acima, um anúncio da DETA.

A MESQUITA DE LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DO SÉC.XX

Filed under: LM Mesquita — ABM @ 23:39

Imagem retocada.

A entrada da Mesquita de Lourenço Marques.

27/03/2021

A IGREJA DE SANTO ANTÓNIO DA POLANA EM LOURENÇO MARQUES, VISTA DE CIMA

Imagem da revista Xonguila, 2018, com vénia, retocada e colorida por mim.

A Igreja de Santo António, que pertence à Igreja Católica por via da Ordem dos Franciscanos, precisa de donativos para manter e restaurar o Monumento, da autoria de Nuno Craveiro Lopes. Se o Exmo. Leitor quiser e tiver disponibilidade para tal, peço que contacte a Igreja, que tem conta no Facebook.

A Igreja de Santo António da Polana vista directamente de cima.

VITRAL DA IGREJA DE SANTO ANTÓNIO DA POLANA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada,

Um dos vitrais que decora a Igreja de Santo António da Polana em Lourenço Marques, ilustrando o sermão de Santo António aos Peixes. Quando eu era miúdo pensava que o santo de facto falava com os peixes, o que eu considerava fascinante.

Segundo um texto da Wikipédia cuja leitura recomendo, “o Sermão de Santo António aos Peixes é uma das obras mais conhecidas do Padre António Vieira. O Sermão foi pregado em São Luís do Maranhão, na então Colónia do Brasil, no dia 13 de Junho de 1654 (dia de Santo António no calendário litúrgico) na sequência de litígios que surgiram entre os colonos brasileiros e os Jesuítas (ordem religiosa a que Vieira pertencia), que contestavam os primeiros pela escravidão dos povos indígenas. Três dias depois de o pregar, António Vieira embarcou ocultamente para Lisboa, para tentar conseguir obter junto do rei D. João IV leis que garantissem direitos básicos aos índios brasileiros, que os protegessem da exploração dos colonos brancos. Vieira conseguiu atingir os seus objectivos, a contragosto dos colonos que assim perdiam parte da sua mão-de-obra barata, que eles exploravam.

O Sermão de Santo António aos Peixes constitui um documento da surpreendente imaginação, habilidade oratória e poder satírico do Padre António Vieira, que toma vários peixes como símbolos de algumas virtudes humanas e, principalmente dos vícios daqueles colonos, que são censurados com severidade. Todo o Sermão é, portanto, uma alegoria, porque os peixes são uma metáfora dos homens.”

Se agum dos Exmos Leitores tiver informações sobre quem fez os vitrais, por favor deixe uma nota aqui.

UM FOKKER FRIENDSHIP DA DETA EM LOURENÇO MARQUES, 1962

Imagem retocada.

O CR-AIC da DETA, 1952

24/03/2021

XAI-XAI EM 1913

Filed under: Xai-Xai em 1913 — ABM @ 00:29

Imagem retocada.

 

Xai-Xai em 1913. A toponímia seria alterada para João Bello em Março de 1928, de volta para Xai-Xai depois de 1975. A Praia do Xai-Xai nunca mudou de nome, no entanto e no entretanto…

O TERMINAL DO AEROPORTO DE NAMPULA, ANOS 60

Filed under: Nampula - Aeroporto — ABM @ 00:23

Imagem retocada.

 

Terminal do Aeroporto de Nampula, anos 60.

A AVENIDA DA REPÚBLICA EM LOURENÇO MARQUES, 3 MOMENTOS, 1950s-1960s

Imagens retocadas.

 

1 de 3: meados dos anos 50. Ao fundo, o Prédio Nauticus ainda em construção, por exemplo.

 

2 de 3. Final dos anos 50.

 

3 de 3. Segunda metade dos anos 60.

23/03/2021

A LINHA IMPERIAL DA TAP ENTRE LISBOA E LOURENÇO MARQUES, 1952

Imagem retocada do Comandante José Correia Guedes, piloto de aviação reformado da TAP.

 

Passageiros e tripulantes de um Dakota DC3 da Linha Aérea Imperial da TAP durante uma escala na rota Lisboa-Lourenço Marques. Com a viagem a demorar uma semana (se não houvessem problemas mecânicos ou meteorológicos) no final eram todos amigos. Com doze escalas percorrendo 12,200 kms,  foi a linha mais longa alguma vez voada por um DC3.

 

 

MATATEU E JOÃO PEDRO BELLARD BELO NO BELENENSES

Imagens retocadas.

Sebastião Lucas da Fonseca, conhecido no mundo do Futebol como Matateu, reúne consenso no momento de eleger o melhor futebolista de todos os tempos ao serviço do Belenenses, clube onde aos 24 anos chegou para se tornar uma referência incontornável. A inegável qualidade das suas actuações, aliada a um portentoso remate, granjearam-lhe o epíteto de, «Matateu, terror dos guarda-redes», tornando-se num símbolo e referência, não apenas do clube do Restelo, como da seleção das quinas, que por 27 ocasiões serviu, alcançando notoriedade além-fronteiras.

Matateu.

Matateu nasceu em Lourenço Marques a 26 de julho de 1927. Cresceu no Alto Maé e começou por dar os primeiros pontapés no Clube Desportivo João Albasini onde o treinador era o….Pai da futura estrela, Mário Coluna. Aos 20 anos, mudou-se para o 1º de Maio, filial do lisboeta Belenenses, (emblema que viria a representar ao longo de 13 épocas, depois de, em 4 de Setembro de 1951, chegar a Lisboa) e a seguir para o Manjacaze.

Quem o teria “descoberto” e segurado para o Belenenses foi o então árbitro dum jogo em que o Manjacaze participou, um tal João Pedro Belo, que supostamente logo a seguir ao jogo se lhe dirigiu e lhe perguntou, à queima-roupa, se queria ir jogar no Belenenses em Portugal.

Mas quem era este João Pedro Belo?

João Pedro Belard Belo era nada menos que um “compatriota moçambicano” de Matateu, nascido em Lourenço Marques em 1910 e filho do famoso antigo administrador colonial e político João Bello – sim, o mesmíssimo João Bello que viveu quase trinta anos em Moçambique – entre 1895 e 1924 – e em honra de quem alguém deu dele o nome ao Xai-Xai (onde viveu e que governou) em Março de 1928, pouco depois da sua morte imprevista em 3 de Janeiro de 1928, com apenas 49 anos de idade, ocupava ele na altura o cargo de ministro das Colónias do Governo da Ditadura (formalmente, entre 1936 e 1930, antes de Salazar, Portugal foi governado em ditadura).

Recorte de “O Ilustrado de Lourenço Marques”, Nº16, 15 de Novembro de 1933, página 325. Em pequeno João Pedro Belo vivia com o Pai em Xai-Xai,

 

João Bello, Pai de João Pedro Belo.

Anos antes de se dirigir a Matateu, João Pedro Belo (21 de Maio 1910- creio que 1 de Janeiro de 1970), que adorava futebol,  fora uma verdadeira estrela da equipa do Belenenses, clube que com apenas 19 anos de idade levou o seu clube à vitória no campeonato nacional português em 1929 (apenas um ano após a morte do seu Pai) e a seguir em 1933, inclusivé foi capitão da equipa, após o que João Pedro Belo regressou a Moçambique, onde vivia e pelos vistos era árbitro de futebol quando soube de Matateu e aconteceu o episódio no Manjacaze.

O Belenenses em 1928, aqui campeão de Lisboa. João Pedro Belo é o terceiro da esquerda com a camisa pintada (por mim) de azul.

 

A equipa do Belenenses em 1933, na altura várias vezes campeã de Lisboa e três vezes campeã nacional, as últimas duas vezes em 1929 e 1933.  João Pedro Belo é o que tem a roupa pintada. Os nomes dos campeões, de pé, da esquerda: Jerónimo Morais, Joaquim Almeida, Alfredo Ramos, José Simões, João Pedro Belo, José Ramos, Augusto Silva e Bernardo Soares. De joelhos: Heitor Nogueira, Rudolfo Faroleiro e Rodrigues Alves.

Sei pouco sobre o percurso de João Pedro Belo em Moçambique mais tarde e se algum Exmo. Leitor souber mais detalhes, peço que me escreva aqui para o blogue. Ele merece ser recordado.

O que sucedeu com Matateu em seguida é sabido:

“o Manjacaze ofereceu-lhe emprego como contrapartida para defender a sua camisola. E a estreia ao serviço daquele colectivo foi de tal forma coroada de êxito que no final desse primeiro encontro o lendário Matateu seria abordado pelo árbitro do jogo, João Pedro Belo, um homem que enquanto jogador defendeu com brilho as cores do Belenenses e da própria Selecção Nacional, que lhe perguntaria se estaria disposto a ir para Lisboa. Embora Matateu ficasse surpreso perante tal convite o que é certo é que muito poucos naquela metrópole portuguesa acreditavam que seria possível segurar por muito mais tempo o astro da bola, não sendo de estranhar que à cidade de Lourenço Marques tivessem chegado propostas de clubes como o Benfica, o Futebol Clube do Porto, e o União de Coimbra. As notícias dos feitos extraordinários do jovem jogador moçambicano continuavam a chegar em catadupa a Portugal, e tomando conhecimento das mesmas o Belenenses não perdeu tempo em enviar um telegrama para Lourenço Marques pedindo ao jogador que esquecesse a proposta de João Pedro Belo e apanhasse mas é o primeiro avião para Lisboa onde à sua espera estariam responsáveis pelo emblema da Cruz de Cristo. O telegrama dizia: «Tratar tudo urgentemente stop Matateu embarque Lisboa primeiro avião stop».

Não se sabe se o jovem Matateu na altura se apercebeu de com quem estava a falar.

O sucesso de Matateu em Lisboa foi imediato, tal era o nível do seu jogo. Durante todo esse tempo, numa época em que ainda não havia Eusébio, nem Coluna, nem Hilário – nem o seu irmão Vicente – Matateu encantou os adeptos metropolitanos com um futebol de arrancadas fulgurantes, coroadas com surpreendentes e indefensáveis remates, para desespero das equipas adversárias.

No dia 16 de Setembro de 1951, com 24 anos de idade, Matateu estreia-se num confronto entre o Belenenses e o Futebol Clube do Porto, onde jogou bem mas não ofuscou. O verdadeiro choque viria uma semana depois, no dia 23 de setembro de 1951, dia do aniversário do Belenenses, Matateu estreia-se, o Belenenses defrontando o Sporting Clube de Portugal e a temida equipa dos cinco violinos. Uma estreia verdadeiramente auspiciosa. No então Campo das Salésias, os azuis vencem os leões por 4-3, com dois tentos a serem apontados pela bala moçambicana, num final de encontro verdadeiramente apoteótico.

Nos anos que se seguiram, o jovem astro moçambicano não defraudou as expectativas, tornando-se na figura de proa do clube onde também viria a singrar o seu irmão mais novo, o notório Vicente. Ao serviço da selecção nacional, a que chegaria logo na época seguinte, tornou-se presença assídua até ao início da década de 60. No total registou 27 internacionalizações, tendo apontado 13 golos e um amplo reconhecimento e projeção internacionais:

Marcou 195 golos nesse período, sendo considerado o melhor marcador nas épocas de 1952/53 e 1954/55 no campeonato da I Divisão. Aliás, nesse ano de 1955 teve muito perto de conquistar o título nacional e só não o ganhou devido a um erro de um árbitro que não validara um golo seu no jogo decisivo do campeonato, frente ao Sporting, dando o campeonato ao Benfica. Um mês depois, jogou num particular frente à Inglaterra e fez recair sobre si os holofotes, marcando um dos golos da vitória da selecção nacional, frente aos ingleses, algo impensável na altura.

Ao longo da década de 50, não obstante as inúmeras lesões que o perseguiram e o facto de lhe ter faltado a conquista do campeonato nacional, Matateu alcançou pelo Belenenses o título de melhor marcador e a unânime convicção de ser um dos melhores futebolistas da Primeira Divisão do futebol português. Contava já com 37 anos quando no final da época de 1963/64 deixou o clube do Restelo, assinando ainda curtas passagens pelo Atlético, Amora, Desportivo de Gouveia e Grupo Desportivo de Chaves, até rumar em direção ao Canadá, país onde se radicou e terminaria por fim uma longa e inolvidável carreira, tinha então 50 anos.

Os Mafalala Boys são estrelas em Lisboa, início dos anos 60: Eusébio e Matateu posam, Eusébio a chegar, Matateu em fim de carreira.

Visitou Portugal em 1987 e 1994 para ser alvo de homenagens por parte do clube que notabilizou e rever antigos companheiros.

A sua morte aos 72 anos na bela cidade canadiana de Victoria (na Costa Oeste, mesmo a Norte de Seattle) em 27 de Janeiro de 2000 fez nascer entre os adeptos do Belenenses uma lenda e a esperança de que um dia o clube do Restelo possa vir a ter um novo Matateu alcançando, finalmente, o titulo nacional.

Os seus restos mortais foram depositados no Cemitério da Ajuda, em Lisboa.

Com a atribuição do seu nome em 2016 a uma rua junto ao antigo Campo das Salésias, na freguesia de Belém, decidiu também a Câmara Municipal de Lisboa imortalizar Matateu no universo toponímico da capital portuguesa. Até em Maputo, onde regra geral se convive (muito) mal com estas lendas do futebol do tempo colonial, a edilidade ainda assim achou também por bem recordar Matateu, atribuindo o seu nome a uma rua junto do campo de futebol do Mahafil.

 

Fontes e informações adicionais:

1. Fernando Correia, «Matateu, a Oitava Maravilha», Lisboa, Sete Caminhos, 2006

2, Museu Virtual do Futebol: Grandes lendas do futebol mundial (9)… Matateu – O terror dos guarda-redes

3. https://pt.wikipedia.org/wiki/Matateu

4. https://pt.wikipedia.org/wiki/Clube_de_Futebol_%22Os_Belenenses%22

5. https://maisfutebol.iol.pt/amp/matateu-biografia

6. http://museuvirtualdofutebol.blogspot.com/2010/10/grandes-lendas-do-futebol-mundial-9.html

7. https://knoow.net/desporto/futebol/matateu/

21/03/2021

A ESTAÇÃO AÉREA DE LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DOS ANOS 50

Filed under: Estação aérea de LM 1950s, LM Aeroporto — ABM @ 23:33

Imagens retocadas de José Godinho e de Alfredo Pereira de Lima.

 

O terminal da estação aérea, lado da estrada.

 

O mesmo terminal, visto do lado da pista.

OS PRIMEIROS AVIÕES A JACTO DA DETA EM LOURENÇO MARQUES, 1969

Imagens retocadas, de Alfredo Pereira de Lima e do Livro de Ouro de Moçambique, 1970.

Os dois aviões foram de Seattle, EUA. para Lourenço Marques, via Lisboa, com várias paragens para abastecimento de combustível.

 

2

O Livro de Ouro de Moçambique relata assim o evento:

O Angola e o Moçambique na pista de Mavalane.

CARTAZ TURÍSTICO DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 6O

Filed under: Cartaz turístico de LM 1960s — ABM @ 00:15

Imagem retocada.

Cartaz turístico de Lourenço Marques, anos 60.

A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE MUNHIBA, ZAMBÉZIA, ANOS 40

Filed under: Estação ferroviária de Munhiba 1940s — ABM @ 00:02

Imagens retocadas.

Munhiba fica lá longe por detrás do sol posto, perdida algures entre Quelimane e Mocuba, a cuja circunscrição pertencia. Junto um mapa para o Exmo. Leitor poder situar.

 

A estação ferroviária de Munhiba.

 

Um homem e uma criança na estação junto de um carro com as rodas assentes sobre os carris. Era uma forma de lidar com a falta de estradas na altura.

 

O ponto vermelho aponta para a localização de Munhiba.

20/03/2021

O LICEU SALAZAR EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Filed under: LM Liceu Salazar — ABM @ 23:52

Imagem retocada.

 

Aspecto do Liceu Salazar em Lourenço Marques, hoje Liceu Josina Machel.

UMA HISTÓRIA DA POLÍCIA DE LOURENÇO MARQUES, 1887-1975

Imagens retocadas.

Para este trabalho, dependi fundamentalmente de dois textos importantes que editei e cujas referências são indicadas em baixo.

Crachat da Polícia Civil de Lourenço Marques. Uma polícia com este nome operou em Lourenço Marques entre 1903 e 1911. Para saber mais detalhes, leia a história da polícia em Moçambique até 1975.

Corpo de Polícia de Lourenço Marques

O primeiro corpo de Polícia pública em Moçambique (no sentido moderno de polícia civil), denominado Corpo de Polícia de Lourenço Marques, foi criado por Decreto do Governo português, aprovado em 18 de Agosto de 1887. Essa medida tinha em vista a passagem da então Vila de Lourenço Marques à categoria de cidade, o que ocorreria nesse ano no dia 10 de Novembro. Essa força, que era constituída por um total de 158 homens, sob comando de um Major, desembarcou em Lourenço Marques no dia 15 de Maio de 1888.

Sofrendo reorganizações sucessivas, em 1893, o seu efectivo foi elevado a 171 unidades e, dois anos depois, beneficiou do aumento de 30 auxiliares.

Entretanto ocorrem os chamados Eventos de Lourenço Marques, em que por duas vezes a Cidade foi atacada e ia sendo tomada por membros de tribos opostas aos portugueses e afectas ao Régulo Gungunhana. Excepcionalmente e para enfrentar esta emergência, Portugal mandou para Lourenço Marques uma pequena força militar, armamento e um conjunto de pessoas com poderes para actuar no terreno. A Cidade ficou sitiada e viveram-se semanas de sobressalto da população civil, que se organizou em milícias para se defender, com um apoio crucial da Polícia de Lourenço Marques e dos elementos de dosi navios da marinha portuguesa que por acaso estavam fundeados na Baía.

Por Decreto de 20 de Março de 1895, do Comissário Régio António Ennes, nomeado no contexto da emergência na Cidade, ao Corpo de Polícia de Lourenço Marques foi confiada uma missão mais ampla e a sua orgânica sofreu nova alteração: assumiu o cargo de fiscalização aduaneira, foi-lhe reduzido o número de oficiais e aumentado o de praças e passou a denominar-se Corpo de Polícia e Fiscalização de Lourenço Marques, denominação esta que duraria até 1902, ano em que voltou a designar-se Corpo de Polícia de Lourenço Marques.

Corpo de Polícia Civil de Lourenço Marques, Guarda Cívica e Guarda Republicana de Lourenço Marques

Em 1903, a designação da corporação foi novamente alterada e passando a denominar-se Corpo de Polícia Civil, constituído por 1 comissário, 1 escrivão, 2 chefes de secção, 6 chefes de esquadra, 80 guardas europeus e 60 auxiliares.

A sede da polícia de Lourenço Marques. O edifício ainda existe.

O Decreto de 28 de Dezembro de 1903 visa a organização da Polícia Civil de Lourenço Marques, que foi criada em 1904 e transformada em Guarda Cívica em 1911(deve apenas ter mudado de nome e de chefes) e depois Guarda Republicana de Lourenço Marques (GRLM).  Segundo Rui Moura, “a organização desta Guarda Cívica estava baseada na estrutura de uma companhia de infantaria, com cerca de 230 efetivos europeus, comandados por um capitão , recrutados no Exército activo, na Guarda Fiscal, na Guarda Nacional Republicana e na Polícia Cívica. No entanto, o recrutamento fora executado essencialmente na Polícia Cívica e Guarda Fiscal e, como se constataria mais tarde, não era um corpo que demonstrasse disciplina e coesão para o desempenho da sua difícil missão.

Por alturas de 1910, com a mudança do regime político em Portugal, surgiram em Lourenço Marques as primeiras disputas partidárias em que a Polícia, sem que alguma culpa tivesse, foi envolvida num ambiente desfavorável.

A Primeira Esquadra da Polícia na Baixa de Lourenço Marques, na Rua Consiglieri Pedroso, mesmo colada à actual Casa Amarela. O edifício ainda existe. Foto de Rufino, cerca de 1928.

Alarmado por notícias chegadas à Metrópole sobre o perigo de alterações da ordem em Moçambique, o Governo Central decretou em 1911 a criação de uma força policial denominada Guarda Cívica de Lourenço Marques, constituída por agentes europeus recrutados no Exército, na Guarda Fiscal e na Guarda Nacional Republicana, destinado a assegurar a ordem na então Província, guarda esta que, por força da legislação que a criou, podia agregar o pessoal do Corpo da Polícia Civil e da Guarda Fiscal, anteriormente constituído, e abrangê-lo pelo seu regime disciplinar.

Assim se manteve esta miscelânea até 1913, incumbida de serviço de policiamento e segurança, ano em que foi extinta e deu lugar a criação da Guarda Republicana de Lourenço Marques , à qual foi incumbida a missão previamente atribuída à Guarda Cívica e conferido o dever de ocupação territorial e policial dos caminhos, povoações, propriedades rurais, emigração e caça.

Distintivo da PSP de Moçambique.

Ainda segundo Rui Moura, “a partir de 1914 a segurança e o policiamento de todas as áreas na região sul de Moçambique foram atribuídos à GRLM, substituindo a Guarda Cívica que até aí fora a responsável por funções semelhantes naquela região. A GRLM assumiu as missões de ocupação e de polícia militar do território, de segurança interna e de ordem pública, de polícia de emigração, para além de outros serviços de polícia sanitária e de caça, assumindo ainda as responsabilidades de guarda-fiscal no interior e nas fronteiras com a colónia britânica da União Sul Africana, constituída em 1910, e com o protetorado britânico da Suazilândia.

Para ser criada a Guarda Republicana, não foi apenas extinta a Guarda Cívica, mas também o foram o Esquadrão de Dragões e a 12ª Companhia Indígena, criando-se assim uma disponibilidade orçamental. Desta forma, a Guarda Republicana viria a ser constituída por uma companhia europeia a cavalo, aproveitando os cavalos do esquadrão de dragões extinto, e uma companhia indígena, recrutando os melhores soldados landins da também extinta 12ª Companhia.

O Quartel dos Dragões na Avenida 24 de Julho no Alto-Maé. Teve vários usos.

A GRLM foi criada pelo Governo de Portugal, por proposta do governador-geral de Moçambique, com a missão de desempenhar o serviço de polícia e fiscalização do território da Província de Moçambique sob administração direta do Estado, ao sul do Rio Save, englobando os distritos de Lourenço Marques (22 mil quilómetros quadrados), Gaza (75 mil quilómetros quadrados) e Inhambane (68 mil quilómetros quadrados), uma região com uma área total correspondente a quase duas vezes a dimensão de Portugal Continental. A sua área de responsabilidade confrontava a norte com os territórios da Companhia de Moçambique e a oeste e sul com a colónia britânica da União Sul Africana e com o protetorado da Suazilândia, sendo a sua sede na cidade de Lourenço Marques.

A GRLM era constituída por um Estado-Maior, uma companhia europeia de infantaria montada e uma companhia indígena de infantaria a pé, com efetivos totais na ordem de 460 homens e 110 solípedes, correspondendo a 12
Oficiais, 18 Sargentos e 224 Praças Europeias, e ainda 206 Praças Indígenas., podendo este efetivo ser aumentado em 50% dos números fixados por ordem do governador-geral. De acordo com o General Ramires de Oliveira “os efectivos orgânicos das duas companhias estavam sempre largamente aumentados”. A missão atribuída à GRLM era a de ocupação e polícia militar do território, de polícia dos caminhos, povoações e propriedades rurais, de polícia especial de emigração, para além de outros serviços de polícia, designadamente sanitária e de caça, e ainda de guarda-fiscal no interior e na fronteira do território, expandindo responsabilidades atribuídas anteriormente à
Polícia Cívica.

A Guarda Republicana de Lourenço Marques acabou por participar nas hostilidades contra os alemães no Norte-Centro durante a I Guerra Mundial, após o que regressou à Cidade para, entre outras actividades, tomar conta dos prisioneiros alemães, encarcerados num estabelecimento temporário criado perto da estação ferroviária, que é o assunto da imagem em cima, captada em 1917.

Em 1924 a GRLM foi substituída pela Guarda Cívica e pela Polícia Civil de Lourenço Marques.

Saliente-se que, no entretanto, continuava a existir o Corpo da Polícia Civil de Lourenço Marques, graças à Portaria nº 2223, de Novembro de 1914, que, mantendo-a em vigor, evitou a sua absorção pela GRLM. Assim continuou até 1916, quando em Portaria de 10 de Fevereiro, o Governador Geral Álvaro Xavier de Castro, o submeteu à apreciação do Conselho, sendo deliberado que fosse melhorado com a criação de uma Secção de Polícia Judiciária, constituída de 1 chefe, 2 cabos, 12 guardas e 12 auxiliares, incumbida do julgamento de vários delitos e transgressões.

Ao alargamento da área citadina e o aumento da respectiva população, correspondeu o aumento deste Corpo que, por altura de 1939, se compunha de um efectivo de 367 homens.

A Segunda Guerra Mundial e Após

Assim se constituiram e distribuiram vários Corpos de Polícia pela então Província, independentes uns dos outros, num sistema que se manteve até 1943, quando, pela publicação do Decreto n.º 32819, se criou o Corpo de Polícia Civil da Província De Moçambique, que substituiu o Corpo de Polícia Civil de Lourenço Marques, reunindo sob um comando-geral, todas as Polícias que na data existiam na Colónia de Moçambique.

A sede do Comando-Geral da PSP em Lourenço Marques, meados dos anos 60. Era um vasto complexo com serviços administrativos, escritórios, uma messe, posto médico, oficinas, um calaboiço e até um barbeiro. Na esquina, o antigo Comissariado da Polícia. Em criança, como filho pródigo do Sr. Comandante (mais ou menos), conheci aquilo como as palmas das minhas mãos.

Depois, embora já nessa data tivessem sido imperiosas tais medidas e urgisse, portanto, uma remodelação que viesse assegurar o funcionamento dos serviços de molde a permitir à Polícia uma ocupação conveniente, que garantisse o sossego e a segurança em Moçambique, só mais tarde foi possível a sua concretização com o envio, da Metrópole, como reforço, das 5ª, 6ª e 8ª Companhias Móveis de Polícia, criadas para o efeito, tendo as duas primeiras desembarcado em Lourenço Marques a 11 de Setembro de 1961 e a última em 28 de Junho de 1965.

crachat da PSP de Moçambique.

Logo em 19 de Outubro do mesmo ano de 1965, e dentro do mesmo espírito, o Ministro do Ultramar, pelo Diploma Legislativo n.º27, aprovou o Estatuto do Corpo de Polícia de Segurança Pública da Província De Moçambique, que veio estatuir e reajustar organicamente a vida da Corporação com a criação de um Comando-Geral, Companhias, Secções e Serviços, Comandos Distritais e Comissariados.

O meu Pai, Manuel Inácio Botelho de Melo, foi o primeiro Comandante da Companhia da Polícia de Trânsito de Moçambique, criada em Abril de 1968, sendo simultaneamente Adjunto do Comando-Geral da PSP de Moçambique. Aqui vestindo a sua farda habitual numa imagem em 1970, tirada por mim no seu gabinete no Comando-Geral na Maxaquene. Esteve lá quatro anos. Ainda tenho algures em casa a sua cópia do Código da Estrada de Moçambique.

Esta estrutura de polícia vigorou até Maio de 1975, quando, nos termos dos Acordos de Lusaka, a Frelimo tomou conta do aparelho de Estado.

 

Fontes e informações adicionais:

  1. http://www.portugalgrandeguerra.defesa.pt/SiteCollectionDocuments/Campanhas_Africa/Portugal_Campanha_Africa_PT.pdf
  2. http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=09743.007#!2
  3. Monografia do corpo de policia civil de Lourenço Marques / A. Silva Pereira. Lourenço Marques : Imprensa Nacional, 1940.
  4. https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/9778/1/Fernando%20Francisco%20Tsucana.pdf
  5. https://dre.pt/pesquisa/-/search/665173/details/maximized
  6. https://dre.pt/application/conteudo/665173
  7. https://purl.pt/29631
  8. http://ultramar.terraweb.biz/Unidades_Subunidades/Mocambique/66-MO%C3%87AMBIQUE-PSP-GF.pd

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18/03/2021

O LICEU VASCO DA GAMA EM NAMPULA

Imagens retocadas. As segunda, terceira e quarta imagens foram copiadas de uma apresentação publicada pelo Grande Fernando Gil, que penso é oriundo de Nampula e cujo sítio na internet, Moçambique para todos, é uma referência obrigatória.

Penso que, na altura, o Colégio/Liceu Vasco da Gama, na Cidade de Nampula, era a única instituição a Norte da Beira onde se podia fazer os estudos liceais.

A fachada do Colégio/Liceu Vasco da Gama em Nampula.

 

2. Alunos do Colégio Vasco da Gama.

 

3. Alunos do Colégio Vasco da Gama.

 

4. Alunos do Colégio Vasco da Gama.

OS CIGARROS 365 DA FÁBRICA VELOSA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagens retocadas.

Os Cigarros 365 eram um produto comercializado pela Empresa Industrial de Tabacos – ou a Fábrica Velosa.

 

 

1

 

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O KIOSK CENTRAL NA PRAÇA 7 DE MARÇO EM LOURENÇO MARQUES

Imagem retocada.

Os Sorgentini. italianos de origem, foram uma família que teve impacto na vida empresarial de Lourenço Marques, em duas fases. A primeira foi a dos Irmãos Sorgentini, que abriram negócios na Cidade – um hotel e o Kiosk referido em baixo, que ficava num canto da Praça 7 de Março (hoje 25 de Junho), na esquina mesmo em frente à mais antiga casa feita de alvernaria na então pequena povoação (hoje a Casa Amarela) – o Kiosk Central.

Na altura, a Praça estava disposta de forma diferente, em três rectângulos.

Após a morte de um dos Sorgentini, a víuva de um deles, Aida Sorgentini, aproveitou um aluguer do então Hotel Cardoso, ficou com o negócio e nas décadas seguintes foi edificando o que é hoje o Hotel Cardoso, no topo das barreiras, encaixado entre a Polana e a Ponta Vermelha.

Para ler a história do Hotel Cardoso, ler aqui.

Anúncio do Kiosk Central na Praça 7 de Março. Atrás, pode-se ver parcialmente a fachada do que é hoje a Casa Amarela. Note-se na publicidade que na altura o Kiosk explorava também o bar do então original Teatro Gil Vicente, que ficava situado no lado da Rua da Lapa do Prédio Fonte Azul. e que ardeu em 1931, tendo o seu promotor e dono, Manuel Rodrigues, construído o ainda existente Cinema Gil Vicente na Avenida D. Luis I (actualmente, Avenida Marechal Samora Machel) em frente ao Jardim Vasco da Gama (hoje Tunduru), inaugurado em 1932.

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