Imagem retocada e colorida por mim.
Os Kiosks na Praça Mouzinho de Albuquerque (depois 7 de Março e hoje 25 de Junho) foram um marco da Cidade até ao início da década de 1940, quando a Praça foi completamente refeita.
Imagem retocada e colorida por mim.
Os Kiosks na Praça Mouzinho de Albuquerque (depois 7 de Março e hoje 25 de Junho) foram um marco da Cidade até ao início da década de 1940, quando a Praça foi completamente refeita.
Imagens retocadas e coloridas.
Fotografia do inigualável Carlos Alberto Vieira, colorida por mim.
Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.
Imagem retocada.
Os Sorgentini. italianos de origem, foram uma família que teve impacto na vida empresarial de Lourenço Marques, em duas fases. A primeira foi a dos Irmãos Sorgentini, que abriram negócios na Cidade – um hotel e o Kiosk referido em baixo, que ficava num canto da Praça 7 de Março (hoje 25 de Junho), na esquina mesmo em frente à mais antiga casa feita de alvernaria na então pequena povoação (hoje a Casa Amarela) – o Kiosk Central.
Na altura, a Praça estava disposta de forma diferente, em três rectângulos.
Após a morte de um dos Sorgentini, a víuva de um deles, Aida Sorgentini, aproveitou um aluguer do então Hotel Cardoso, ficou com o negócio e nas décadas seguintes foi edificando o que é hoje o Hotel Cardoso, no topo das barreiras, encaixado entre a Polana e a Ponta Vermelha.
Para ler a história do Hotel Cardoso, ler aqui.
Imagem retocada.
Muito grato ao Rogério Baldaia, cujo Pai foi um dos sócios da Perfumaria Hofali (um outro era o Sr. Lobo), que ficava situada no lado da Praça 7 de Março no Prédio Fonte Azul, com uma montra dando para a entrada do prédio e que, pelo menos em 1964, ainda existia. Nesta imagem, que retoquei, vê-se o então pequeno Rogério, na entrada da loja.
Imagem retocada, a partir de uma das imagens do Volume 1 dos álbuns de José dos Santos Rufino.
O Varietá foi uma das primeiras casas de òpera em África (depois de Cairo e de, penso….Port Elizabeth), existiu entre cerca de 1910 e 1968, quando foi demolido para dar lugar aos mais modernos, comerciais e pirosos Estúdio 222 e Cinema Dicca. Após a mudança de regime, os imóveis foram confiscados pela Frelimo e actualmente parece que são a propriedade apetitosa do carismático empresário-ex-político e artista Gilberto Mendes.
Coloquei esta imagem para memorializar o facto de que, cem anos depois, segundo as notícias, ontem, 14 de Setembro de 2019, estreou em Maputo a primeira….ópera moçambicana. Sobre a qual não sei nada.
O estudo de como Lourenço Marques evoluiu, especialmente da óptica de quem realmente tomou as decisões e meteu lá o dinheiro ainda está um pouco por esclarecer, uma vez que a maior parte dos académicos que li ou ainda estão a bater nas teclas da libertação e do racismo ou de como o colonialismo era isto e aquilo, ou de como os portugueses eram isto ou aquilo. Claro que não deixa de ser interessante e relevante como foi construir Roma e Joanesburgo – e se calhar é tudo verdade- mas haja santa paciência: há mais que isso para analisar.
Veja-se por exemplo, como realmente foi desenvolvida e financiada parte da infra-estrutura de Lourenço Marques: com capital britânico e sul-africano.
Em baixo, o anúncio, publicado no jornal londrino The Standard, de 10 de Março de 1905, de uma emissão pública de dívida, no valor de 180 mil libras, para financiar os investimentos que a The Delagoa Bay Development Corporation, Limited estava a fazer em Lourenço Marques, nomeadamente no sistema de fornecimento de água à Cidade, do qual a empresa era a concessionária exclusiva, no sistema de transporte público de eléctricos, na compra da companhia local de telefones, de alguns terrenos e ainda na edificação do Capitania Building. Anos mais tarde (1910) a empresa adquiriria ainda a concessionária do fornecimento de electricidade (a Compagnie Genérale d’Electricité de Lourenço Marques).
Duas curiosidades: as presenças de Baltazar Freire Cabral no Board da Delagoa Bay Development Corporation Ltd, e de William Pott no Board da Henderson’s Transvaal Estates Ltd. Eles deviam ser a “Maputo connection” para estas empresas, um pouco como se faz hoje em Moçambique com os notáveis da Frelimo.
Se o Exmo. Leitor ler a língua inglesa, os textos em baixo são uma delícia der ler.
Não menos interessante era perceber a quem pertencia a The Delagoa Bay Development Corporation: ao conglomerado anglo-sul africano Henderson’s Transvaal Estates, Limited. Para ver quem era esta entidade, ler em baixo.
SOBRE A HENDERSON’S TRANSVAAL ESTATES
Cito a referência contida na obra de Walter H. Hills, The Anglo-African Who’s Who and Biographical Sketch-Book, página 47:
The enormous interests and holdings of Henderson’s Transvaal Estates, Limited, in the Transvaal and other parts of South Africa, place it in the front rank of land and mining corporations in that country. Henderson’s Transvaal Estates, besides carrying on operations on some of its own properties in various parts of the Transvaal for the purpose of proving the existence of and developing gold or other ore bodies, controls several companies, and, generally speaking, as far as present conditions will allow, it is doing its share to advance the material interests of the country.
The capital of the company is 2,000,000 £, and the directors include Messrs. J. C. A. Henderson (chairman),
W. Bryson Butler (general manager), Alfred Gaussen, E. J. Halsey, Geo. Lawson Johnston, and Roger C. Richards. The local committee at Johannesburg is composed of Messrs. T. W. G. Moir, Emrys Evans, C.M.G., Samuel Thomson, G. W. Cooke, and William Pott.
The companies under the control of Henderson’s Transvaal Estates are : Consolidated South Rand Mines Deep, Limited ; Daggafontein Gold Mining Co., Limited ; Tyne Valley Colliery, Limited ; and the Delagoa Bay Development Corporation, Limited.
Detalhe de uma imagem da Casa de Santos Rufino.
Imagem retocada e pintada por mim.
Grato ao Paulo Azevedo.
O longo processo de “monumentalização” da Baixa de Lourenço Marques na sua zona fundacional em redor da Praça 7 de Março (actualmente, designada como Praça 25 de Junho, memorializando a data que a Frelimo escolheu para formalizar a independência da colónia em relação a Portugal em 1975) a partir dos anos 40, e que arrancou com o projecto do Arquitecto Pancho Guedes para a criação dum núcleo museológico a partir das ruínas do antigo Presídio de Lourenço Marques, teve como consequência directa uma reconfiguração a meu ver algo infeliz no tecido social e comercial de então, pela gradual retirada do local de quase todos os restaurantes e kiosks que ali existiam e onde a população da cidade e visitantes conviviam. Mas as sucessivas vereações camarárias caminharam inexoravelmente nesse sentido, provocando, entre outras, a reacção que se pode ler em baixo, assinada por “Sócrates” e publicada no Lourenço Marques Guardian em 12 de Janeiro de 1950.
Postais de F. Peters, fotógrafo da Cidade do Cabo.
Detalhe de imagem de um dos álbuns de Santos Rufino, publicado em 1929.
A Praça 7 de Março é hoje a Praça 25 de Junho em Maputo.
Fotografia de Artur Monteiro de Magalhães, gentilmente cedida pelo seu filho Artur Magalhães e restaurada por mim. Para ver a foto devidamente, abra com a máxima resolução.
Fotografia de Artur Monteiro de Magalhães, gentilmente cedida pelo seu filho Artur Magalhães e restaurada por mim. Para ver a foto devidamente, abra com a máxima resolução.