THE DELAGOA BAY WORLD

12/05/2024

A POLANA EM LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DOS ANOS 70

Imagem retocada.

A Polana, início da década de 1970.
A mesma imagem, que anotei, em que: 1- Hotel Cardoso; 2- Instituto de Investigação de qualquer coisa, na Rua dos Aviadores. Na rua chamávos àquilo Instituto dos Macacos, pois lá havia duas enormes jaulas com macacos; 3- Rua dos Aviadores (hoje da Argélia), nº264, onde cresci. É a única foto que conheço onde se vê o telhado de zinco da casa; 4- Museu Álvaro de Castro; 5- Casa Salm; 6- A Baixa da Cidade; 7- Liceu Salazar; 8- Terreno sem nada, em que uns anos depois de 75 se fez ali uma espécie de mercado tipo Xipamanine, que penso que ainda está lá; 9- Escola Comercial, novos edifícios.

30/08/2021

LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DA DÉCADA DE 1970

Imagem retocada.

Vista da Praça Mousinho de Albuquerque, Maxaquene e Polana em Lourenço Marques, início da década de 1970.

12/06/2021

A AVENIDA ANTÓNIO ENNES E O HOTEL POLANA, INÍCIO DOS ANOS 70

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

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A Avenida António Ennes, no troço que passa junto ao Hotel Polana. Ao fundo, o futuro (inconcretizado) Hotel 4 Estações.

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Vista do mesmo ângulo (Prédio no Nº970 da Avenida) mas mais à direita.

08/06/2021

LOURENÇO MARQUES EM 1933, VISTA DO AR

Imagens retocadas e coloridas. Grato como sempre ao Rogério Gens pelas suas correcções.

Penso que cerca dos anos 40-50 um fotógrafo que esteve em Lourenço Marques tirou uma fotografia de outra fotografia aérea, que estimo ter sido tirada cerca de 1933. Esta fotografia aérea foi captada por W. Norman Roberts da empresa aérea sul-africana African Flying Services (PTY) Limited, uma das pioneiras dos serviços e transporte aéreo na então União Sul-Africana. Esta fotografia, com alguns retoques, é a primeira que coloco aqui no topo. Todas as imagens que se seguem são cópias ampliadas, legendadas e coloridas, do que se vê nesta primeira fotografia, que mostra de forma inédita (para mim) alguns dos aspectos da topografia da Cidade que eu conhecia mas nunca tinha visto de uma forma global e objectiva.

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A cópia da fotografia topográfica de Lourenço Marques, cerca de 1933.

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A – O então Museu Provincial, mandado construir por Pott (hoje sede to Tribunal Constitucional); B- A Imprensa Nacional, anteriormente a Cadeia; C – Estação dos Bombeiros (onde hoje fica o Prédio 33 Andares); D – a então Câmara Municipal de Lourenço Marques, depois Tribunal da Relação; E – o primeiro estádio de futebol do Grupo Desportivo Lourenço Marques; F- Sede e terrenos do Sporting Club de Lourenço Marques; G- Avenida da República (hoje 25 de Setembro); e H – o Aterro da Maxaquene.

 

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O Aeródromo da Carreira de Tiro. Logo a seguir a Rua dos Combatentes de Nevala. Do lado direito, a Cadeia Civil e à direita desta, o primeiro Campo de Golfe da Polana.

 

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A – Cadeia Civil; B- o primeiro Campo de Golfe da Polana, em que a Clubhouse fica na ponta à direita em baixo; C- A Avenida Massano de Amorim (hoje Mau Tsé Tung); D – o Parque José Cabral (hoje, dos Continuadores); E- o Hotel Polana.

 

LM HOSPITAL MIGUEL BOMBARDA CA 1931

A- Complexo do Hospital Miguel Bombarda; B- Avenida Pinheiro Chagas (hoje Dr. Mondlane; C – A futura Escola Primária Rebelo da Silva (hoje 3 de Febereiro) em construção.

 

LM CLUBE DE PESCA ATERRO MAXAQUENE CA 1931

A – Aterro da Maxaquene; B- parte ainda inacabada do paredão de cimento junto ao futuro Clube de Pesca (hoje Escola Náutica); C – doca de pesca desportiva; D – Ponta Vermelha. Note o Exmo. Leitor que esta parte foi “comida” e inclinada posteriormente, pois nesta altura caía abruptamente, como aliás se via em partes da Catembe até aos anos 80.

 

LM eastern telegraph e casa rua dos aviadores ca 1931

A – o Liceu 5 de Outubro, junto à Av. 24 de Julho, que depois seria a Escola Comercial Azevedo e Silva; B- a Sinagoga de Lourenço Marques, ainda existente; C – a Estação Telegráfica da Eastern Telegraph Company, que seria demolida e aí edificado o Liceu Salazar (hoje ES Josina Machel; D- terreno onde seria edificado o Joardim Silva Pereira (hoje dos Professores. Note-se que na altura o terreno era muito maior que o existente hoje, pois as barreiras foram alteradas, especialmente depois do Ciclone Claude em Janeiro de 1965; E – o Hotel Cardoso estando logo ao lado as fundações do futuro Museu Álvaro de Castro (hoje Museu de História Natural); F – por curiosidade, a casa onde cresci em Lourenço Marques, pelos vistos uma das primeiras duas a serem construídas na Rua dos Aviadores (hoje Rua da Argélia).

 

LM AV D LUIZ I JARDIM VASCO DA GAMA HOSPITAL MILITAR E IGREJA CA 1931

A – Por baixo desta letra, o Hospital Militar, que seria demolido e no seu lugar construída a Sé Catedral de Lourenço Marques; B – a então Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no local onde depois seria construído o Palácio da Rádio do Rádio Clube de Moçambique; C- a Avenida Aguiar, depois Avenida Dom Luiz I (hoje Marechal Samora). Note o Exmo. Leitor que na década e meia seguinte seriam construídas a Praça Mouzinho no topo (hoje da Independência) e em baixo seria eliminada a Travessa da Fonte, que estenderia esta artéria até à Praça 7 de Março (hoje 25 de Junho), que na altura ainda era rectangular, cheia de Kiosks e atravessada a meio pela Rua Araújo; D- Jardim Vasco da Gama (hoje Tunduru); E – Câmara Municipal de Lourenço Marques (hoje Tribunal da Relação) e mais em cima o Grupo Desportivo Lourenço Marques.

 

lm cemiterio s francisco xavier ca 1931

Na zona do Alto-Maé. A- Os cemitérios Maometano, Judaico e..(farsi?); o Cemitério de São Francisco Xavier; C – a Avenida Pinheiro Chagas (hoje Dr. Mondlane) com partes ainda com uma um estradinha nos dois sentidos.

 

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Na zona de Alto-Maé. A – zona de Xipamanine; B- Em discussão com o genial Rogério Gens este deverá ser um depósito de água para servir a zona do Alto-Maé; C- a Avenida Pinheiro Chagas (hoje Dr. Mondlane) que acaba logo a seguir à esquerda; D – a Avenida 24 de Julho, que nesta altura também acaba logo a seguir e mais tarde seria estendida mais quase dois quilómetros.

30/05/2021

LOURENÇO MARQUES VISTA DO AR, INÍCIO DA DÉCADA DE 1970

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Vista da Cidade a partir de um avião, início da década de 1970. Em primeiro plano vê-se o Bairro da COOP, seguido pelas instalações militares, a Carreira de Tiro, e ao fundo a Polana e ao lado a Maxaquene

19/05/2021

O EDIFÍCIO DRAGÃO, DE PANCHO GUEDES, EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagens retocadas e pintadas.

1 de 2. O edifício vista da Pinheiro Chagas, no lado da Polana. Passei por aqui dez mil vezes. É impressionante ter sido concebido em 1951.

2 de 2. O dragão no r/c em frente ao estacionamento dos carros.

Segundo escreveram a Ana e a Daniela no sítio HPIP:

Amâncio d’Alpoim Miranda Guedes (aka Pancho Guedes, 1925-2015) desenhou, para uma família amiga, um edifício de habitação com 4 pisos localizado junto da Avenida Pinheiro Chagas (hoje, Eduardo Mondlane), orientado paralelamente à primeira, segundo uma planta rectangular de aproximadamente 35 metros de comprimento por 12 metros de largura, num total de 420m2 de área de implantação. Elevado do solo, sobre pilotis, o espaço exterior coberto desnivelado da rua funciona como um espaço comunitário de convívio em relação directa com a cidade. O átrio de entrada, através do qual se acede à escada principal está por sua vez elevado do solo três degraus, o espaço restante da área exterior coberta era utilizada como estacionamento. Destaca-se ainda o mural no embasamento que representa um dragão concebido em cubos de pedra com 15 metros de extensão (ver imagem 2 de 2).

A circulação vertical é hierarquizada. Além da escadaria principal, existem duas escadas de serviço, localizadas na fachada posterior, dando acesso também à cobertura.

Nos 4 pisos os apartamentos organizados de forma simétrica a partir dos dois núcleos de escadas. São habitações com 2 quartos semelhantes à das habitações do edifício Prometheus (1951-1953), também da autoria de Pancho Guedes, em que a organização interna do edifício é simples e funcional.

A resposta às necessidades de ventilação e protecção solar levam Pancho Guedes a definir um conjunto de sistemas de sombreamento que contribuem para a identidade do edifício.

A fachada principal caracteriza-se por uma sequência entre uma grelha geometrizada composta por elementos de betão e pelas varandas salientes, desenhadas através de uma superfície curva. Na fachada posterior, o volume é encerrado através grelhas de dois tipos: uma quadrícula disposta a meia esquadria, e outra formada por quebra-luzes horizontais em betão.

04/04/2021

O CLUBE DE PESCA DESPORTIVA E A PONTA VERMELHA EM LOURENÇO MARQUES, 1971

Imagens retocadas.

Desejo aos Exmos. Leitores cristãos uma Feliz Páscoa, fechadinhos em casa por causa da Pandemia.

O Clube de Pesca de Lourenço Marques foi formado, algo tardiamente, em 1959, num local que na realidade foi concebido na década de 1910, aquando da concepção da gigantesca muralha de cimento que suportou o Aterro da Maxaquene – que se estendia até meio da colina da Ponta Vermelha propriamente dita (ver em baixo). Concluído o aterro nos primeiros anos da década de 1920, curiosamente, para além da futura doca propriamente dita, parte do local onde o Clube foi implantado ao princípio não foi…aterrado. Até à década de 1940, havia um enorme buraco inundado, por detrás da muralha. que eventualmente foi também aterrado, e a apenas a barra exterior havia sido concluída.

Em primeiro plano, O Clube de Pesca Desportiva de Lourenço Marques, cerca de 1971. Atrás, a Ponta Vermelha, após a profunda intervenção resultante dos desmandos causados pelo Ciclone Claude em Janeiro de 1966. O declive foi aplanado e coberto com um matope escuro,e espesso, feitas as clivagens que se podem ver, para captarem as águas pluviais, estando na altura já a ser construídos os acessos da Avenida Marginal até à Ponta Vermelha e à Avenida António Ennes. No topo, em amarelo, a que eu considerava a casa mais bonita de Lourenço Marques. No início dos anos 70, a casa estava fechada há décadas e guardada por um velho guarda, um senhor negro, cujas histórias eu adorava ouvir. Após a independência, ficou em ruínas e dizem-me que a propriedade depois foi “atribuída” à viúva de Samora Machel, Graça, que lá fez um enorme e pouco interessante (mas muito rentável) edifício de apartamentos.

Logotipo do Clube de Pesca de Lourenço Marques.

O local, junto à Ponta Vermelha, onde no final dos anos 1950 se instalou o Clube de Pesca Desportiva de Lourenço Marques, aqui fotografado em Novembro de 1937. Note-se que nesta altura a muralha se estendia até ao pontão que se vê em cima, na Ponta Vermelha. A Estrada Marginal já passava ao lado mas pouco mais havia que um barracão e a doca incipiente. Eventualmente fizeram-se muros em volta e uma rampa para os barcos a Nascente, a qual uns anos depois foi desactivada e feita outra, pois a construção do Viaduto para a Ponta Vermelha tornou impraticável o seu uso por falta de acesso. Mas servia lindamente para, de vez em quando, em dias quentes, eu ir de minha casa na Rua dos Aviadores até lá, com o meu cão pastor alemão, para tomarmos banhos de mar.
Parte do texto alusivo ao Clube de Pesca Desportiva de Lourenço Marques no “Livro de Ouro de Moçambique, 1970. Para ler o texto na sua totalidade, ver nas notas em baixo.

Em miúdo, eu sempre tive a impressão que o Clube de Pesca, cujas festas de passagem de ano eram vagamente badaladas na Cidade, tal como as do Clube Militar e as do Grémio de Lourenço Marques, seria um tanto elitista e de acesso algo restrito (jóia cara, quotas caras, acesso via bola branca bola preta, entrada por convite, pais alegadamente betos, filhos alegadamente betos) comparado com quase todos os outros clubes da Cidade, que eram maiores e que constituíam a maioria arrasadora dos residentes – e onde se praticavam desportos mais populares. Eu era do Desportivo, e penso que serei até morrer. Mas era o que eu ouvia, não tenho factos e muito menos tinha qualquer interesse em alguma vez lá meter os pés. Penso que para quem gostava de pesca desportiva no alto-mar (algo que eu pagaria para não fazer) devia ser muito bom. Sendo que a prática da pesca desportiva era muito cara e muito especializada, obviamente que não era para todos. E fazia parte da mística de um local privilegiado em termos mundiais para a sua prática como Lourenço Marques. A piscina, onde eu meti os pés uma única vez por obrigação de serviço, dava apenas para se dar um mergulho tímido e a maior parte do tempo o sítio era fustigado por uma ventania tal que não se podia estar lá.

Num texto soberbo do Nuno Castelo Branco àcerca dum texto publicado por uma gaja e em que ele abordou tangencialmente o tema dos clubes da Cidade enquanto ambos lá crescíamos, ele entrou nalgum detalhe sobre o assunto. Cito: “o tal Grémio e as imaginativas piscinas dos country-clubs (!) – deve unicamente querer aludir ao Clube de Pesca – eram locais tão alheios à maioria dos naturais de Moçambique, como algumas das curibecas regimenteiras da Lisboa ou dos Estoris/Cascais de hoje. Quantas centenas de licenciados, chefes de serviços, directores de organismos do Estado ou pequenos empresários, jamais colocaram os pés – ou quiseram colocá-los – no dito Grémio? Por regra, os seus frequentadores eram gente olhada com um certo – ou despeitado – desdém pelos hegemónicos remediados e amplamente considerados como os patetas, parvalhões, pedantes ou páchiças-pretensiosos. Há sempre que contar com a clássica pontinha de inveja. De facto, a maioria destes privilegiados pela Situação – os Almeidas Santos e adjacentes incluídos – foi sempre gente que pouco mais de uma vintena de anos residiu no território, enriquecendo depressa e juntando os cabedais, calculadamente entesourados na Metrópole. Com eles convivia um punhado de velhos colonos, mas eram a excepção que confirmava a regra.”

A impressão existia. Tanto assim que, quando veio a Frelimo fardada e com o seu discurso do comunismo anti-elitista (excepto para eles, claro) em 1975, os desgraçados do Clube de Pesca que se esqueceram de ir embora um dia anunciaram um curso de pesca desportiva – “aberto a todos”, o que motivou logo um estúpido mas esperado comentário de um escriba medíocre, dinâmicamente afecto à nova nomenclatura, aludindo ao prévio estatuto exclusivista do Clube. Não houve, e não há, pachorra.

Numa iniciativa de dúbia eficácia, comum na altura, o novo regime pura e simplesmente apropriou-se do espaço e ali fez mais tarde uma “escola náutica”, que, parece, cinquenta anos depois ainda não se conseguiu desalojar dali para fora e restaurar ao espaço ao uso exclusivo pelos cidadãos – excepto a piscina, que, agora já na era do nascente “capitalismo moçambicano”, foi estrategicamente alugada e onde se instalou um restaurante, ajudando a dar mais cabo do lugar.

Informações adicionais:

https://ccbibliotecas.azores.gov.pt/cgi-bin/koha/opac-MARCdetail.pl?biblionumber=218473

http://memoria-africa.ua.pt/Catalog/ShowRecord.aspx?MFN=139520

https://housesofmaputo.blogspot.com/2016/06/clube-de-pesca-desportiva-de-lourenco.html

https://macua.blogs.com/files/livroouromoc2.pdf (ver pags 60-62)

https://delagoa1.rssing.com/chan-6200616/article9-live.html

CLUBE DE PESCA DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 70

https://housesofmaputo.blogspot.com/2018/06/doca-dos-pescadores-clube-de-pesca.html

https://estadosentido.blogs.sapo.pt/1082781.html?thread=3976605

04/03/2021

O AERÓDROMO DA CARREIRA DE TIRO EM LOURENÇO MARQUES, 1937

Imagens retocadas, de uma cópia guardada nos arquivos da Universidade de Wisconsin em Milwaukee, EUA.

As três imagens em baixo são cópias de uma maior, que encontrei nos arquivos acima e que aqui dedico com prazer ao Voando em Moçambique, o maior e melhor sítio do Mundo sobre a aeronáutica de Moçambique e à Exma. Senhora Comandanta Luisa Hingá que espero copiem isto tudo.

Em baixo a seguir ao texto e às fotografias, a história de quem tirou a fotografia.

Encontrei no sítio do HPIP o seguinte texto, que tive que editar ligeiramente para o adequar ao meu gosto e que contextualiza as imagens:

(início)

A primeira infraestrutura aeronáutica construída em Lourenço Marques data de 1911. Tratava-se de uma pista provisória, aberta em terrenos da Machava, onde o pioneiro aviador sul-africano, John Weston, realizou alguns voos de demonstração.

Em 1917, perto do término da I Guerra Mundial, construiu-se um novo campo de aviação, com os respectivos hangares e edifícios de apoio, no alto da Matola. Ali se instalou a Esquadrilha de Aviação, composta pelos aviões militares que tinham operado no Niassa, no decorrer daquele conflito. Esta esquadrilha ali permaneceu até 30 de Janeiro de 1921, altura em que foi extinta.

Uma nova pista viria a ser aberta na Carreira de Tiro (Polana) em Julho de 1928. Encontrava-se instalada em terrenos da Delagoa Bay Lands Syndicate, próximo do Clube de Golfe e ao lado da actual Cadeia Civil. A construção desta pista, de areia batida, foi entregue ao tenente Luciano Granate. Ao que parece, a única estrutura de apoio existente era um velho hangar, que viria a ser demolido em 1937, tendo sido construído um outro em sua substituição. Em Outubro desse mesmo ano viria a ser iluminado, com quatro projetores. O primeiro avião a aterrar ali, foi um Moth “Slotted Wing”, do major Allister Miller, da African Airways, Ltd, em 2 de Julho de 1928. Esta companhia sul-africana pretendia estender a sua atividade a todo o sub-continente, e não estava posta de parte a hipótese de uma ligação com a capital moçambicana. Os voos de demonstração realizados por este aviador devem ter levado os entusiastas locais à fundação do Aero-Clube de Moçambique.

Após a criação do aeroporto internacional de Mavalane, em Abril de 1938, dava-se notícia que a pista da Carreira de Tiro tinha sido fechada ao público. Posteriormente, viria a ser transformado em “aeródromo particular e de turismo”, sob a responsabilidade do Clube Aeronáutico Desportivo. Após ter sofrido obras de beneficiação, viria a ser inaugurado em 7 de Julho de 1940, ficando à responsabilidade daquela colectividade. Não sobreviveu muito tempo pois o clube debatia-se com grandes dificuldades financeiras.

(fim)

Nos anos 50 e 60, ali foi edificado um conjunto de infra-estruturas, desde moradias ao Bairro Militar e outras instalações. Hoje o local está meio delapidado e inclui um conhecido centro de venda de droga para a capital moçambicana.

A imagem em baixo, desdobrada por mim em três para extrair detalhe, foi tirada obviamente a partir de um avião, na segunda-feira, dia 29 de Novembro de 1937, pela milionária norte-americana Mary Light Meader.

1 de 3. A inscrição de Mary para esta fotografia: “29 de Novembro de 1937, 08:55 horas. Lourenco Marques, Moçambique: O Hotel Polana. Esta bela estrutura está voltada para o Oceano Índico e fica num penhasco a cerca de 45 metros acima da água. O serviço e a comida são excelentes, pois é um dos locais de férias dos habitantes de Joanesburgo e de outros residentes do Transvaal. Logo atrás do hotel fica a torre sem fios para comunicação com navios no mar e aeronaves. Na extrema direita está o aeródromo actual [em cima à direita, pintado a verde] e um novo avião de passageiros Junkers bimotor está estacionado, esperando pelo correio, que em breve chegará num hidroavião da Imperial Airways vindo da Inglaterra. Este avião, que levará esta carga para Joanesburgo, é considerado o avião comercial mais rápido construído até agora e voa a 336 kms por hora.”

2 de 3. Detalhe da foto de Mary, mostrando, a verde, o aeródromo da Carreira de Tiro. À esquerda, atrás do Hotel Polana, o Parque José Cabral (hoje dos Continuadores) e uma das torres que sustentava a enorme antena TSF para comunicações.

3 de 3.Detalhe da foto de Mary, mostrando, a verde, o aeródromo da Carreira de Tiro, e o Junkers bimotor estacionado, referido na nota de Mary (que pintei de azul). À direita, em baixo, a Cadeia Civil e o parte do Campo de Golfe da Polana (o primeiro construído em Lourenço Marques e que ficava mesmo ao lado do Hotel Polana).

Rachael Mary Upjohn Light Meader (15 de Abril de 1916 – 16 de Março de 2008) foi uma fotógrafa aérea e exploradora norte-americana. Herdeira da fortuna da Upjohn Company, ela é mais conhecida em círculos aéreos pelo seu voo de 56.000 km em 1937–1938, durante o qual ela fotografou imagens sem precedentes da América do Sul e da África. As suas fotografias africanas foram posteriormente apresentadas no livro Focus on Africa. Quando passou por Lourenço Marques, no final de 1937, tirou algumas fotografias aéreas da pequena cidade moçambicana.

24/09/2019

A PRAIA DA POLANA E O HOTEL POLANA EM LOURENÇO MARQUES, DÉCADA DE 1920

Imagens retocadas, a partir de postais da Bayly Ltd.

 

O Hotel Polana e, em primeiro plano, a Estrada do Caracol, que ligava a parte Alta da Polana com a Praia da Polana.

 

A Praia da Polana, o Hotel Polana em cima à esquerda. Nesta altura a Estrada Marginal ainda não existia e este era o único passeio marítimo acessível aos residentes da Cidade.

06/08/2019

LOURENÇO MARQUES EM 1969

Imagem retocada.

 

A ponta da Polana, a Maxaquene e o seu Aterro e ainda a Baixa de Lourenço Marques, final da década de 1960.

 

09/07/2019

VISTA AÉREA DE LOURENÇO MARQUES, FINAL DA DÉCADA DE 1950

Imagem retocada.

O que se pode ver nesta imagem:

  1. Na Catembe ainda havia pouca construção;
  2. A FACIM ainda não existia e a zona do Aterro de Maxaquene ainda estava praticamente intocada e coberta de eucaliptal;
  3. Ainda havia poucos prédios na Maxaquene e na Polana;
  4. O Hotel Cardoso ainda tinha apenas um andar;
  5. À direita, já se vêm os campos de futebol do Sporting (1933) e do Desportivo (1949)
  6. Mais importante, as Barreiras da Ponta Vermelha e da Maxaquene ainda eram muito maiores e cobertas de mato denso. Isso seria radicalmente alterado pelos efeitos do Ciclone Claude (Janeiro de 1966) e das alterações levadas a cabo na sua sequência. O Parque Silva Pereira, em frente ao Liceu Salazar (1952), por exemplo, será significativamente reduzido e quer à sua frente, quer na Ponta Vermelha, em meados dos anos 60, serão feitos aterros para se segurar as barreiras e abrirem novas vias que ligariam a parte Alta da Cidade (Polana e Ponta Vermelha) com a Baixa. De facto em 1974 seria concluída a actual via (que incluiu a construção de um viaduto) ligava a Estrada Marginal na zona do Clube de Pesca com a Ponta Vermelha. Já a via que ligaria a Praça das Descobertas (em frente ao Museu Álvaro de Castro), responsável pela significativa redução do Parque Silva Pereira, e pela destruição do Miradouro que ali havia (ver em baixo), nunca foi construída até esta data. Mas os aterros feitos ali ainda se podem detectar.

 

Vista da Cidade, segunda metade da década de 1950.

 

O Miradouro do Parque Silva Pereira, em frente ao Liceu Salazar (actual Josina Machel) na primeira metade da década de 1960 mas antes da devastação causada pelo Ciclone Claude (início de Janeiro de 1966), em que desapareceria e o actual jardim é cerca de metado do antigo parque. Em segundo plano, o estádio coberto do Sporting de Lourenço Marques uma grande obra do clube na sequência da ida de Eusébio para…o Benfica de Lisboa.

23/06/2019

O MIRADOURO DE LISBOA NA POLANA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 70

Imagem retocada.

 

O Miradouro de Lisboa, no cimo da Barreiras da Polana, face a Nascente, na Avenida dos Duques de Connaught, actualmente Avenida do Amigo e Patrocinador do inolvidável Karl Marx. Mandado fazer durante a II Guerra Mundial, pela vereação liderada pelo lendário Eng. Francisco Pinto Teixeira.

02/10/2018

CASAS JUNTO À IGREJA DE SANTO ANTÓNIO DA POLANA EM LOURENÇO MARQUES, DÉCADA DE 1960

Filed under: LM Igreja Sto Antº da Polana, LM Polana — ABM @ 23:46

Imagem colorida por mim.

Casas junto à Igreja de Santo António da Polana, início da década de 1960.

15/04/2018

O HOTEL POLANA E LOURENÇO MARQUES NOS ANOS 1940

Fotos de Luis Filipe, tiradas pelo seu Pai e retocadas.

 

1 de 3.

 

2 de 3.

 

3 de 3.

18/02/2018

O PAVILHÃO DE CHÁ E A PRAIA DA POLANA EM LOURENÇO MARQUES, 1931

Fonte: Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, Maio de 1931.

O Pavilhão de Chá e a Praia da Polana em dia de enchente, 1931. À direita, o acesso à Estrada do Caracol.

26/10/2017

CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA PRAIA DA POLANA EM LOURENÇO MARQUES, 1927

Detalhe de uma fotografia de um dos álbuns de José Santos Rufino, retocado.

 

Na Praia da Polana, 1927. Ao fundo à direita, a ponta do Almeida Pier.

01/02/2017

A PRAIA DA POLANA E O CAIS ALMEIDA EM LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DO SÉC. XX

Postal dos fotógrafos Joseph e Maurice Lazarus, acerca dos quais o Paulo Azevedo recentemente publicou um livro com os resultados de uma aturada pesquisa e a que farei referência brevemente.

 

A Praia da Polana e o Cais Almeida em Lourenço Marques, início do Séc. XX.

A Praia da Polana e o Cais Almeida em Lourenço Marques, início do Séc. XX. Nesta praia mais tarde foram edificados o Clube Naval e o Pavilhão de Chá da Polana. O cais permitia às pessoas embarcarem em pequenos barcos sem as complicações de terem que o fazer na praia.

02/10/2012

O PAVILHÃO DE CHÁ DA POLANA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1920

Filed under: LM Pavilhão de Chá, LM Polana, LM Praia da Polana — ABM @ 21:20

o paqvilhão de Chá da Polana, mais tarde o Restaurante Oceânia em Lourenço Marques, junto à velha Praia da Polana, anos 1920.

15/09/2012

NA PRAIA EM LOURENÇO MARQUES JUNTO AO DRAGÃO DE OURO E O MIRAMAR, 1973

Foto de Laurentino Anjos, restaurada.

 

Uma praia de Lourenço Marques, cerca de 1973. À esquerda, o edifício do futuro (nunca concluído) Hotel 4 Estações. Em primeiro plano a descida da Polana (Av. António Enes) para a marginal, ao fundo do qual se situava o Parque de Campismo da Polana. À frente os Restaurantes Dragão de Ouro e Miramar, junto dos quais passava a estrada marginal, que ia da Baixa até à Costa do Sol.

12/09/2012

O HOTEL POLANA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

Filed under: Hotel Polana LM, LM Hotel Polana, LM Polana — ABM @ 18:55

A zona anterior do Hotel Polana, anos 1960. Para ver em tamanho maior, prima na imagem com o rato do computador.

A IGREJA DE SANTO ANTÓNIO DA POLANA, 1968

Filed under: LM Igreja Sto Antº da Polana, LM Polana — ABM @ 18:48

Fotografia do Sr. Luis Boleo, restaurada.

 

A Igreja da Santo António da Polana, 1968, ano em que ali fiz a primeira (e a última) comunhão. Para ver a fotografia em tamanho gigante, prima na imagem com o rato do seu computador.

11/09/2012

O MIRADOURO DE LISBOA NA POLANA, EM MAPUTO, 2012

O Miradouro de Lisboa em Maputo, 2012. Não sei quem tirou mas acertou. Obra do Eng. Pinto Teixeira numa sua algo breve passagem pela vereação camarária de Lourenço Marques cerca dos anos 1940. Uma obra barata e que se tornou para sempre num ex-libris da capital de Moçambique. Aos sábados é comum jovens recém-casados irem a este local com os amigos tirarem fotografias. Maior homenagem à memória do Eng Pinto Teixeira se calhar não há.

A IGREJA DE SANTO ANTÓNIO DA POLANA EM LOURENÇO MARQUES, 1968

Filed under: LM Igreja Sto Antº da Polana, LM Polana — ABM @ 17:55

Foto do Sr. Luis Bóleo, restaurada.

 

Aspecto do interior da Igreja de Santo António da Polana em Lourenço Marques, 1968. À esquerda a pia baptismal e a seguir o confessionário. Prima na imagem para ver a fotografia no seu esplendor.

31/08/2012

A MARGINAL DE LOURENÇO MARQUES JUNTO AO CLUBE NAVAL E À PRAIA DA POLANA, ANOS 1920

 

 

A antiga marginal de Lourenço Marques entre o Pavilhão de Chá da Polana e o Clube Naval. Ao fundo, a colina da Ponta Vermelha. Atrás de quem tirou a fotografia fica a antiga Praia da Polana.

28/03/2012

O HOTEL POLANA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1950

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A zona da piscina do Hotel.

 

Zona da piscina para os mais pequenos.

 

A piscina e a Baía.

 

O salão de jantar.

 

Outra sala de refeições.

 

 

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