Imagens retocadas e coloridas.
24/01/2023
07/09/2022
O AEROPORTO GAGO COUTINHO…EM FARO
Na data de hoje, 7 de Setembro de 2022, em que se assinala 200 anos desde a que é considerada a data da independência do Brasil, o governo português decidiu associar ao aeroporto da cidade algarvia de Faro o nome de Gago Coutinho.
Gago Coutinho tem uma dupla associação, uma ao Brasil, por ter voado para lá com Sacadura Cabral em 1922, quando o Brasil então celebrou cem anos de independência, e a Moçambique, por lá ter feito considerável trabalho, principalmente na delimitação das fronteiras do que é hoje a República de Moçambique.
De facto, o Aeroporto de Lourenço Marques, inaugurado na localidade de Mavalane cerca de 1940, chamou-se Gago Coutinho entre 1963 e 1975, aquando da sua expansão para poder acolher o crescimento do tráfego e as maiores aeronaves que começaram a frequentar a Cidade. À sua entrada, foi colocada uma estátua evocativa de Gago Coutinho. Tudo foi apeado com fervor revolucionário e sem grande cerimónia em 1975.
Aquando da sua expansão no início da década de 1970, por sua vez, o aeroporto da Beira, no Maquinino, passou a chamar-se Sacadura Cabral, evocando o malogrado companheiro de Gago na travessia aérea para o Brasil em 1922. O nome e a estáua seriam também apeados após a independência.
27/04/2021
A INAUGURAÇÃO DA NOVA GARE DO AEROPORTO DE LOURENÇO MARQUES, 1963
Imagem retocada e pintada por mim.
Excerpto de um texto de António Sopa:
O Plano Geral do Aeroporto de Lourenço Marques, aprovado em 1948, estruturou um conjunto de intervenções que decorreram em duas fases distintas: numa primeira fase a ampliação das pistas existentes, sua pavimentação e iluminação e a construção de novos edifícios — manutenção de aeronaves, serviços técnicos, torre de comando, centro emissor e receptor, centrais de emergência, rádio-ajudas, instalações petrolíferas, etc.; numa segunda fase a construção de um novo edifício terminal, por inadequação da construção existente às necessidades existentes e pela importância que o empreendimento assumia para a aeronáutica da província. Entre as obras mais importantes executadas, contam-se a torre de controlo, concluída em 1958, as oficinas da DETA, cujo projeto é dos arquitetos Marcos Miranda Guedes e Octávio Pó (1964 em acabamentos em Dezembro de 1962), e uma terminal de carga (1972).
Dotado o aeroporto com o que era essencial para a segurança da navegação aérea, foi depois construída a nova estação, inaugurada a 17 de Junho de 1963, em comemoração d o dia da chegada ao Rio de Janeiro do avião em que Gago Coutinho e Sacadura Cabral completaram a primeira travessia do Atlântico Sul em 1922. Esta aerogare foi desenhada entre 1958 e 1960, por uma equipa chefiada pelo arquiteto Cândido Palma de Melo e acompanhado pelo Serviço de Obras da Direcção Geral de Aeronáutica Civil.
O edifício compreendia um imóvel compacto, de volume simples, com o comprimento de 210 metros e a largura de 22,40 metros, servindo a ala esquerda para instalação de serviços técnicos, a parte central para o movimento de passageiros e a ala direita destinada aos serviços aduaneiros, sanidade, polícia e armazém alfandegário. No piso superior estava instalado um restaurante e um botequim. Este encontrava-se implantado no remate de uma alameda de grandes dimensões e ladeado pelas restantes construções de apoio ao aeroporto. O seu custo foi calculado em cerca de 14.750 contos.
Esta aerogare viria ainda a sofrer obras de ampliação e modernização entre 1972 e 1974. O edifício que servira até então de aeródromo, após ser ampliado, destinou-se à instalação de diversos serviços da DETA.
21/03/2021
A ESTAÇÃO AÉREA DE LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DOS ANOS 50
Imagens retocadas de José Godinho e de Alfredo Pereira de Lima.
OS PRIMEIROS AVIÕES A JACTO DA DETA EM LOURENÇO MARQUES, 1969
Imagens retocadas, de Alfredo Pereira de Lima e do Livro de Ouro de Moçambique, 1970.
O Livro de Ouro de Moçambique relata assim o evento:
04/03/2021
O AERÓDROMO DA CARREIRA DE TIRO EM LOURENÇO MARQUES, 1937
Imagens retocadas, de uma cópia guardada nos arquivos da Universidade de Wisconsin em Milwaukee, EUA.
As três imagens em baixo são cópias de uma maior, que encontrei nos arquivos acima e que aqui dedico com prazer ao Voando em Moçambique, o maior e melhor sítio do Mundo sobre a aeronáutica de Moçambique e à Exma. Senhora Comandanta Luisa Hingá que espero copiem isto tudo.
Em baixo a seguir ao texto e às fotografias, a história de quem tirou a fotografia.
Encontrei no sítio do HPIP o seguinte texto, que tive que editar ligeiramente para o adequar ao meu gosto e que contextualiza as imagens:
(início)
A primeira infraestrutura aeronáutica construída em Lourenço Marques data de 1911. Tratava-se de uma pista provisória, aberta em terrenos da Machava, onde o pioneiro aviador sul-africano, John Weston, realizou alguns voos de demonstração.
Em 1917, perto do término da I Guerra Mundial, construiu-se um novo campo de aviação, com os respectivos hangares e edifícios de apoio, no alto da Matola. Ali se instalou a Esquadrilha de Aviação, composta pelos aviões militares que tinham operado no Niassa, no decorrer daquele conflito. Esta esquadrilha ali permaneceu até 30 de Janeiro de 1921, altura em que foi extinta.
Uma nova pista viria a ser aberta na Carreira de Tiro (Polana) em Julho de 1928. Encontrava-se instalada em terrenos da Delagoa Bay Lands Syndicate, próximo do Clube de Golfe e ao lado da actual Cadeia Civil. A construção desta pista, de areia batida, foi entregue ao tenente Luciano Granate. Ao que parece, a única estrutura de apoio existente era um velho hangar, que viria a ser demolido em 1937, tendo sido construído um outro em sua substituição. Em Outubro desse mesmo ano viria a ser iluminado, com quatro projetores. O primeiro avião a aterrar ali, foi um Moth “Slotted Wing”, do major Allister Miller, da African Airways, Ltd, em 2 de Julho de 1928. Esta companhia sul-africana pretendia estender a sua atividade a todo o sub-continente, e não estava posta de parte a hipótese de uma ligação com a capital moçambicana. Os voos de demonstração realizados por este aviador devem ter levado os entusiastas locais à fundação do Aero-Clube de Moçambique.
Após a criação do aeroporto internacional de Mavalane, em Abril de 1938, dava-se notícia que a pista da Carreira de Tiro tinha sido fechada ao público. Posteriormente, viria a ser transformado em “aeródromo particular e de turismo”, sob a responsabilidade do Clube Aeronáutico Desportivo. Após ter sofrido obras de beneficiação, viria a ser inaugurado em 7 de Julho de 1940, ficando à responsabilidade daquela colectividade. Não sobreviveu muito tempo pois o clube debatia-se com grandes dificuldades financeiras.
(fim)
Nos anos 50 e 60, ali foi edificado um conjunto de infra-estruturas, desde moradias ao Bairro Militar e outras instalações. Hoje o local está meio delapidado e inclui um conhecido centro de venda de droga para a capital moçambicana.
A imagem em baixo, desdobrada por mim em três para extrair detalhe, foi tirada obviamente a partir de um avião, na segunda-feira, dia 29 de Novembro de 1937, pela milionária norte-americana Mary Light Meader.
Rachael Mary Upjohn Light Meader (15 de Abril de 1916 – 16 de Março de 2008) foi uma fotógrafa aérea e exploradora norte-americana. Herdeira da fortuna da Upjohn Company, ela é mais conhecida em círculos aéreos pelo seu voo de 56.000 km em 1937–1938, durante o qual ela fotografou imagens sem precedentes da América do Sul e da África. As suas fotografias africanas foram posteriormente apresentadas no livro Focus on Africa. Quando passou por Lourenço Marques, no final de 1937, tirou algumas fotografias aéreas da pequena cidade moçambicana.
27/02/2021
A ESTAÇÃO AÉREA E AEROPORTO EM LOURENÇO MARQUES E A LIGAÇÃO A LISBOA
Imagens retocadas.
28/04/2020
UMA HISTÓRIA DOS AEROPORTOS EM LOURENÇO MARQUES
Imagens retocadas. Texto original da autoria do grande António Sopa, em inglês (?) traduzido e editado por mim. O texto aparece no sítio designado (penso que eufemisticamente) Património de Influência Portuguesa, HPIP, e pode ser lido premindo aqui. São curiosas as omissões quanto ao que os portugueses andaram a fazer na aviação moçambicana nestas alturas, felizmente a maior parte está descrita no grande Voando em Moçambique e um bocadinho aqui.
Aviadores, Aviões e Pistas em Lourenço Marques
“A primeira infraestrutura de aviação construída em Lourenço Marques (hoje Maputo) data de 1911. Era uma pista provisória de terra batida situado no subúrbio da Machava, onde o grande aviador pioneiro da África do Sul, John Weston, realizou alguns vôos de demonstração em 31 de Julho e em 6 de Agosto daquele ano.
Somente em 1917, perto do final da Primeira Guerra Mundial, é que seria construído, na Matola, um novo campo de aviação, com hangares e edifícios de apoio. Ali, a Esquadrilha de Aviação, composta por aeronaves militares portuguesas (bem, duas aeronaves Farman F-40 de origem francesa) que tinham operado na região do Niassa, no decurso do conflito, ficou baseada. Esse esquadrão permaneceu na Matola até 30 de janeiro de 1921, quando foi extinto (nota: a data aqui carece de confirmação, cada fonte que consulto dá uma data diferente).
Uma nova pista seria aberta na Carreira de Tiro da Polana sete anos mais tarde, em julho de 1928. Ela foi instalada em terrenos da Delagoa Bay Lands Syndicate, próximo então do Clube de Golfe e mesmo ao sul da actual Prisão Civil (que foi concluída em Março de 1930). A construção desta pista, de terra batida, foi entregue ao tenente Luciano Granate. Aparentemente, a única estrutura de apoio existente no local era um antigo hangar, que seria demolido em 1937, tendo sido construído outro em seu lugar. Em outubro daquele ano, seria iluminado com “quatro projetores, iluminando a pista com os seus poderosos holofotes”. A primeira aeronave a pousar nesta pista foi uma Moth “Slotted Wing”, comandada pelo Major Allister Miller, da empresa African Airways, Ltd, em 2 de julho de 1928. Essa empresa sul-africana pretendia levar os seus negócios a todo o subcontinente, e não foi descartada a hipótese de criar uma rota para a capital moçambicana. Os voos de demonstração realizados por este aviador provavelmente também levaram à fundação, por entusiastas locais, do Aeroclube de Moçambique.
Após o anúncio da criação de um novo aeroporto internacional em Mavalane, foi reportado que a pista na Carreira de Tiro seria fechada ao público. Posteriormente, seria transformado em “aeroporto de turismo e aeroporto privado”, sob responsabilidade do Clube Aeronáutico Desportivo.
Lá também foi instalada a escola de vôo e a sede deste clube. Depois de obras de melhoramento, seria re-inaugurado em 7 de julho de 1940. Mas não sobreviveu muito tempo, devido às dificuldades financeiras enfrentadas pelo clube.
A DETA
Entretanto, entre o final de 1935 e o início de 1936, os Governos da União da África do Sul e de Moçambique, trocaram várias notas sobre a possibilidade do estabelecimento de rotas aéreas regulares entre os seus territórios.
Destas discussões, resultou a criação da Divisão de Exploração dos Transportes Aéreos dos Caminhos de Ferro de Moçambique (DETA), em 26 de agosto de 1936, para implementar as decisões decorrentes das negociações entre os dois governos. No seguimento destas discussões, também foi entregue à nova companhia aérea a responsabilidade pela construção e a manutenção dos aeródromos em Lourenço Marques, Quelimane e o Lumbo, ficando as obras a cargo das Divisões de Exploração dos Caminhos de Ferro (Divisão de Operação das Ferrovias) ) e Secções de Via e Obras (Ordem de Serviço nº 8, de 10 de janeiro de 1938).
É assim que surge decisão de o futuro aeroporto da capital de Moçambique ser instalado na marca dos 7 quilômetros da linha ferroviária para Marracuene, na localidade de Mavalane, em 6 de abril de 1938.
O Novo Aeroporto, 1940
O novo aeroporto seria construído num terreno que era propriedade de uma tal Ellen Eimett Fragoso, e que foi comprado por 250.000 escudos, sendo ligado à Cidade pela antiga estrada do Crematório, estendendo-se a Avenida de Angola por cerca de dois quilômetros.
Mais tarde, a área do aeroporto seria ampliada com a aquisição de terrenos adicionais. Assim, se em 1936 a área do aeroporto compreendia cerca de 1 milhão de m2, em 1957, essa área já se estimava em 5 milhões de m2, compreendendo: pistas e pistas pavimentadas, 314.000 m2; áreas gramadas relacionadas com os corredores de segurança e entre os corredores de segurança que limitam o limite da placa e o perímetro do aeródromo, 1.730.000 m2; bandanas e cones de entrada 545.000 m2; plataformas de estacionamento de concreto, 16.000 m2; áreas cegas do campo de pouso, 2.880.000 m2; Áreas residenciais, hangares, jardins e ruas, 90.000 m2; Avenida do Aeroporto e estacionamentos, 75.000 m2.
Conforme referido, até o final de março de 1938, o antigo campo aéreo militar na Carreira de Tiro ainda estava em uso, porque as pistas do novo aeroporto em Mavalane ainda não estavam preparadas para os aviões pousarem e decolarem carregados. Mas no final de cada dia, os aviões eram estacionados no hangar de Mavalane, para onde rumavam e onde aterravam, já descarregados.
A partir de abril de 1938, todo o trabalho foi sendo realizado no novo aeroporto, sendo construidas apenas duas faixas funcionais Norte-Sul e Leste-Oeste e as duas restantes concluídas três meses depois.
O terreno do novo aeródromo em Mavalane era muito arenoso. Primeiro foi necessário limpá-lo e nivelá-lo, e foi plantada grama curta local, que era regada diariamente. Posteriormente, quando a grama se enraizou, o solo foi compactado, primeiro com um cilindro de 2 toneladas e depois outro, de cinco toneladas.
A partir de 1944, iniciaram-se os estudos para a construção de pistas de cimento armado nos aeroportos de Lourenço Marques, Beira e Tete, com 2.000 metros de comprimento, 60 metros de largura e 60 metros de largura e corredores de segurança de 150 metros, capazes de acomodar os novos aviões quadrimotores. No entanto, as obras seriam executadas somente após a aquisição das aeronaves DC-3, o que obrigava auma extensão de todas as pistas.
Em Lourenço Marques, as obras foram adjudicadas à empresa Construtora do Tâmega, Ldª, e ficaram concluídas em 1954.
As pistas do aeroporto ainda passariam por obras de consolidação e de expansão em 1969, a fim de acomodar com segurança os novos Boeing 737 da DETA e os novos Boeing 707 Da TAP.
A pista principal em Mavalane, que tinha então 2.250 metros de comprimento, é aumentada para 2.700 metros.
Devido aos novos requisitos exigidos, associados à navegação aérea, foi necessário instalar vários serviços: saúde, alfândega, imigração e combate a incêndios.
Terminal e Serviços Associados
O primeiro edifício, de grandes dimensões, a ser construído no aeroporto então existente, era um hangar de metal, concedido à Sociedade Colonial Ldª, pelo valor de £ 23.000 libras, tendo sido concluído no final de 1937. Depois, um novo hangar seria autorizado em julho de 1939, projetado para acomodar as novas aeronaves Junkers, bem como as oficinas da empresa. Ao mesmo tempo, já estava a ser instalada a iluminação das pistas, seguindo o exemplo dos aeroportos de Germiston (África do Sul) e de Bulawayo (Rodésia do Sul).
Foi concedido o arrendamento por 20 anos à Shell Oil Company, para instalar tanques de combustível subterrâneos, instalações para escritórios e uma garagem. Novas instalações desta companhia petrolífera seriam inauguradas em 19 de junho de 1958.
De facto, desde novembro de 1936 que se pensava na construção de um novo terminal para o aeroporto internacional. O primeiro projecto surgido inspirava-se no existente na cidade sul-africana de Durban, mas o seu custo, estimado em entre 6 e 7 mil contos (um conto era o equivalente a mil escudos), não recebeu a aprovação do governo geral. Foi então elaborado um novo projecto, “que mais tarde apareceu como o projecto padrão que seria seguido para os principais aeroportos”, como foi o caso de Lourenço Marques, Inhambane, Quelimane e Lumbo. Mesmo assim, o orçamento, agora situado entre 2.200 e 2.300 contos, ainda era considerado absurdo. Por fim, o terminal aprovado, da autoria do engenheiro praticante da Direcção de Estudos e Construção, Tito Lívio da Cruz Esteves, liderado pelo arquiteto Carlos Santos, foi orçado em apenas 861.5 contos, tendo sido feito por administração directa.
O novo terminal aéreo seria inaugurado no dia 17 de novembro de 1940, durante as comemorações do Duplo Centenário da Independência de Portugal (1140) e da Restauração da Independência de Portugal (1640).
Os crescentes requisitos relativos a novas aeronaves e a evolução dos próprios serviços levaram à expansão sucessiva da área ocupada e à execução de obras e instalações realizadas sob os auspícios dos sucessivos Planos de Fomento da Província.
O Plano Geral do Aeroporto de Lourenço Marques, aprovado em 1948, estruturou um conjunto de intervenções que ocorreram em duas etapas: a primeira foi a ampliação, pavimentação e iluminação das pistas existentes e a construção de novos edifícios – manutenção de aeronaves, serviços técnicos, torre de controle, centro de comunicação, central de emergência, auxiliares de rádio, instalações relacionadas com combustíveis, etc; numa segunda etapa, a construção de um novo terminal, já que o existente não atendia às exigências e devido à importância do aeroporto para a aeronáutica da Província. Entre as obras mais importantes executadas, destacam-se a torre de controlo, concluída em 1958, as oficinas da DETA, cujo projeto é dos arquitetos Marcos Miranda Guedes e Octávio Pó (1962/1964) e um terminal de carga (1972).
Com o aeroporto em Lourenço Marques dotado de tudo o que era essencial à segurança da navegação aérea, foi construído um novo terminal, que seria inaugurado em 17 de junho de 1963, assinalando a data da chegada ao Rio de Janeiro do avião em que Sacadura Cabral e Gago Coutinho completaram o primeira travessia do Atlântico Sul em 1922. O aeroporto passou a chamar-se de Gago Coutinho. Este terminal, que seria demolido em março de 2011, foi projetado entre 1958 e 1960 por uma equipa liderada pelo arquiteto Cândido Palma de Melo e construído pelo Serviço de Obras da Direção Geral de Aeronáutica Civil.
O edifício inaugurado em 1963 compreendia uma estrutura compacta, de um só volume, com 210 metros de comprimento e 22,40 metros de largura, servindo a ala esquerda para a instalação de serviços técnicos, a parte central para o movimento de passageiros e a ala direita destinada à alfândega, armazém de saúde, polícia e alfândega. No andar de cima foi instalado um restaurante e um bar. Este edifício encontrava-se no final de uma grande avenida e ladeado pelos outros edifícios de apoio do aeroporto. O seu custo ficou estimado em cerca de 14.750 contos. Este terminal ainda passaria por uma expansão e modernização entre 1972 e 1974.
O prédio original que até então servia de terminal, depois de ampliado, foi utilizado para a instalação de vários serviços da DETA.
Um Novo Aeroporto?
A partir da década de 1970, pensou-se transferir o aeroporto da capital moçambicana para outro local, pois a sua localização impedia a expansão da cidade. As regiões de Boane e Marracuene foram identificadas como potenciais destinos para um novo aeroporto, mas a preferência dos técnicos inclinou-se para Boane, devido à configuração do terreno local e sua consistência. Mas nada aconteceria.
Em fevereiro de 2006, a empresa estatal Aeroportos de Moçambique (ADM EP) iniciou um projeto para modernizar e expandir o terminal aéreo de Maputo. As obras realizadas, financiadas pelo governo chinês e pot empresas chinesas, incluíram a construção de um novo terminal internacional de passageiros, que seria inaugurado em 12 de novembro de 2010, um terminal de carga nacional e internacional e uma nova torre de controle, concluída em 2009 e, finalmente, um terminal doméstico de passageiros que entrou em operação. em outubro de 2012.”
23/04/2020
O “BOSBOK” DA SAA, ESTACIONADO NO AEROPORTO DE LOURENÇO MARQUES, 1967
Imagens retocadas, do Vickers-Viscount ZS-CDU da South African Airways, “Bosbok” (penso que a designação de um antílope) estacionado na placa de estacionamento do Aeroporto de Lourenço Marques, 1967, durante o intervalo no percurso de ligação da capital de Moçambique com Joanesburgo.
20/04/2020
A ESTAÇÃO AÉREA DE MAVALANE EM LOURENÇO MARQUES, 1945
Imagens retocadas. Para oferecer ao sublime sítio Voando em Moçambique.
10/05/2019
A INAUGURAÇÃO DA NOVA TERMINAL DO AEROPORTO DE LOURENÇO MARQUES, 1963
Recorte do jornal A Noite, 2 de Setembro de 1963, página 5, publicado no Brasil, noticiando o início da operação da nova terminal do Aeroporto de Lourenço Marques, a 24 de Maio de 1963.
A inauguração formal do complexo ocorreria quase um mês depois, no dia 17 de Junho de 1963, data do 41º aniversário da chegada à Cidade brasileira do Rio de Janeiro dos navegadores aéreos Gago Coutinho e Sacadura Cabral, no término da sua badalada travessia aérea do Atlântico Sul, num dos hidroavões Lusitânia, em 1922. Assinalando a efeméride, a terminal em Lourenço Marques foi baptizada de Aeroporto Gago Coutinho, figura que, adicionalmente ao feito da travessia, fez durante anos importante (e aparentemente, bom) trabalho de agrimesura e topografia, nomeadamente estabelecendo uma boa parte das fronteiras daquilo que é, actualmente, Moçambique. Uns anos mais tarde, à entrada do que seria o enorme parque de estacionamento do novo aeroporto, seria colocada uma estátua evocativa de Gago Coutinho, que seria apeada quase logo de seguida, na sequência da mudança do regime, revertendo a designação do complexo para o nome da zona onde se implantou, Mavalane. E que era a designação original da primeira estação aérea ali edificada nos anos 40.
17/08/2018
10/04/2018
07/09/2017
01/09/2017
19/10/2013
A EXCURSÃO A PORTUGAL DOS ALUNOS FINALISTAS DO LICEU SALAZAR EM LOURENÇO MARQUES, MARÇO DE 1964
Imagens gentilmente cedidas pelo Fernando Morgado.
10/10/2013
HOSPEDEIRAS DA DETA NO AEROPORTO DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960
Fotografia de Jorge Quartin Borges, restaurada.
07/10/2012
A VISITA DO PRESIDENTE HIGINO CRAVEIRO LOPES A MOÇAMBIQUE, 1956
Fotografias muito gentilmente enviadas por Paulo Azevedo e restauradas.
O Presidente português na altura era Francisco Higino Craveiro Lopes, casado com uma senhora de Lourenço Marques (D. Berta) e que participou na defesa de Moçambique contra os alemães da então África Oriental Alemã (a actual Tanzânia), com destaque para a zona junto da qual recentemente foram descobertos enormes jazigos de gás natural.
Francisco Duque Martinho, que viu estas fotografias, escreveu esta nota: “A título de curiosidade, identifico algumas pessoas nas fotos: na 5ª fotografia do lado direito (de quem olha para a foto) do Presidente está o Engº Trigo de Morais; na 9ª fotografia à esquerda do PCV está o Engº Pereira Leite, então Director dos CFM; na 10ª e última foto está do lado esquerdo o Engº Pereira Leite e do lado direito parece-me o Engº Stofell, na altura Director de Exploração dos Caminhos de Ferro da Beira. Já agora, a Brigada de Estudos, Reconhecimento e Contrução da Linha do Limpopo foi chefiada pelo meu Pai [Engº Duque Martinho]. Só a construção durou quase três anos. De acordo com documentos que tenho, a linha tinha 534 Kms até à fronteira em Pafuri e 565 na ex-Rodésia do Sul até Bulawayo. A Brigada de construção era constituída por 500 “europeus” e 5000 “indígenas”, tendo custado 860 mil contos.”
15/09/2012
26/06/2012
AEROPORTO DE MAVALANE EM LOURENÇO MARQUES, 1942
Foto gentilmente cedida por Fernando Morgado, do seu pai, Alberto Morgado.
22/06/2012
ARANTES E OLIVEIRA, NOVO GOVERNADOR GERAL DE MOÇAMBIQUE, CHEGA A LOURENÇO MARQUES, 9 DE MARÇO DE 1970
Fotografias gentilmente cedidas pelo Paulo Pires Teixeira e restauradas.
Eduardo de Arantes e Oliveira sucedeu Baltazar Rebelo de Sousa e foi sucedido por Manuel Pimentel Pereira dos Santos . Engenheiro com um currículo brilhante, a sua missão primária foi tecnocrática – assegurar que a barragem nos Rápidos de Cabora-Bassa (agora com “h”) no Rio Zambeze fosse construída. Na altura o chefe das forças armadas em Moçambique era o General Kaúlza de Arriaga, que centrou em si a condução da guerra e que dentro de pouco tempo mandava executar uma operação militar cara e de alguma envergadura em Cabo Delgado, chamada Nó Górdio. Iniciativa perante a qual a Frelimo, completamente dentro dos detalhes, pois até tinha informadores no círculo restrito do General, calmamente recuou e mudou-se para outras bandas mais para o Sul, tendo servido o episódio essencialmente como trampolim para a consolidação no poder do senhor que sucedeu o Dr. Eduardo Mondlane, o outrora comandante militar Samora Moisés Machel. Na ditadura portuguesa, a breve abertura ocorrida com a morte de Salazar e a sucessão por Marcelo Caetano começava a chegar ao fim. Mesmo assim, em Moçambique notou-se, por exemplo, com a autorização da publicação de uma revista em Lourenço Marques chamada “Tempo”. Mas em breve o regime voltava às suas. Em Tete, a edificação da barragem, vendida pelo governo de José Sócrates por tuta e meia ao governo de Moçambique quatro décadas depois de concluída, prosseguiu sem qualquer perturbação.
17/06/2012
A TERMINAL DE PASSAGEIROS DO AEROPORTO DE LOURENÇO MARQUES, 1950
Fotografia da colecção de José Godinho, tirada pelo seu pai, João Godinho, restaurada.
Para ver esta fotografia em tamanho muito maior, prima na imagem duas vezes com o rato do seu computador.
07/06/2012
DC-3 DA DETA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1970
Fotografia partilhada pelo Ernesto Silva e restaurada.
16/04/2012
27/02/2012
A TORRE DE CONTROLO DO AEROPORTO DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960
Fotografia de Francisco Fonseca Travanca.