THE DELAGOA BAY WORLD

12/04/2020

QUEM FOI ILDA WHITE?

Filed under: Eduardo White - poeta, Ilda White - cantora — ABM @ 20:05

Imagens retocadas, cortesia de JP Rocha.

JP Rocha, criador de No Bairro de vinyl, um sítio dedicado à música portuguesa, enviou-me uma curta mensagem ontem, a perguntar se eu sabia alguma coisa sobre a cantora Ilda White, que em 1959 editou o disco cuja capa reproduzo em baixo, bem como uma das suas canções (Tu és Vaidoso, editado pela Decca, com o Conjunto Olivier, música de Manuel Viegas).

A base da abordagem de JP Rocha é a sua convicção de que Ilda (ou será Hilda?) White era de Moçambique e mais: está convicto de que foi Rainha da Rádio em Moçambique em 1957. Mas, para além deste disco e de uma referência (que não vi) numa edição do Século Ilustrado de 1958, não sabe mais nada sobre esta então jovem cantora.

O único White que eu conheci em Moçambique foi o poeta Eduardo White e infelizmente ele faleceu em 2014.

Se algum dos Exmos. Leitores tiver alguma informação sobre esta senhora, peço que envie uma nota para aqui.

Como o JP Rocha, eu gostava de saber mais sobre quem ela foi – e se ela era de Moçambique.

A capa do 45 rpm de Ilda White, contendo quatro canções.

 

Verso da capa do disco.

 

13/08/2012

RECORDANDO KOK NAM, 1939-2012

Filed under: Eduardo White - poeta, Kok Nam — ABM @ 00:41

Recordando Kok Nam, fotógrafo e homem da imprensa, falecido esta semana em Maputo com 72 anos de idade, com duas fotografias de Fernando Veloso e um comentário do Eduardo White, publicado no Canalmoz de 13 de Agosto de 2012 e que reproduzo aqui com vénia para ambos.

Kok Nam, por Fernando Veloso.

Kok Nam.

 

 

Este poeta do olhar, este pensar das paisagens,
estas mãos fotografando o Mundo e moçambicanas enormes e de todos os
lugares livres e extensivas, foi pelicular o outro lado da vida. Foi
com aquela doçura oriental provar o que não se pode revelar mas que
deixou explicado: os espelhos da luz, a cor hexagonal da água, o verde
humedecido dos campos, o branco amarelado das rochas, o negro
incendiado da noite. Foi acabar os mais ternos rostos infantis, a
liberdade a dançar nos olhos profundos de algum mineiro, a dureza
produtiva dos calos de um operário, a sexualidade erotizada de alguma
prostituta.

Este poeta das chinas de cá, este bebedor de chá, este provador de
arroz, este erudito comedor de peixe levou consigo o que viu e deixou
connosco o que com agente descobriu.

Monge da franqueza de voz sorumatizada, vai o Kok com a sua
armográfica ao pescoço fotoaromatizar Deus com os nossos perfumes e
cozinhar iguarias nas suas mais redondas câmaras escuras. Talhador da
vida vai assim, nosso Shaoliano Nam electrizar os vulcões dos seus
flaches e que levarão o Todo e o Divino a pestanejar nas suas
encadeadas poses.

Não leva rolos e se os levar serão de primavera a esse inverno aonde
se demorará a memória que guardaremos dele no nosso longo verão. Até
sempre KoK Nam. Velho bom e de alma encantada. Um abraço.

(Eduardo White)

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