Imagens retocadas e coloridas, a primeira da colecção de Alfredo Pereira de Lima.
A baía excepcional, única entre Nacala e o Cabo, e a sua proximidade ao Transvaal, especialmente depois da fundação das repúblicas Boer e a descoberta do enorme filão de ouro no Witwatersrand (num canto do Transvaal), tornaram Lourenço Marques num lugar muito apetecível e previsivelmente lucrativo. Mas os investimentos eram enormes e levou tempo a construir-se uma linha de caminho de ferro para Pretória e ainda mais a construir um cais onde os navios podiam acostar e descarregar e carregar passageiros e mercadoria de forma mais eficiente. O Cais Gorjão só seria inaugurado nos primeiros anos de 1900. Até lá, é o que se vê nas duas primeiras imagens em baixo: os navios paravam na parte da Baía em frente a Lourenço Marques, e literalmente tudo o que havia para carregar e descarregar (mercadoria, pessoas, água, carvão, comida, etc) tinha que ser carregado à mão, e às costas, dos navios para barcaças ou barcos pequenos, e trazido até à praia, onde em seguida tinha tudo que ser acartado à mão para uma linha de terreno mesmo ao lado da Rua Araújo. Mais tarde foram sendo feitos pequenos cais de madeira, onde as barcaças e os barcos pequenos atracavam. Era um pesadelo.