THE DELAGOA BAY WORLD

11/02/2023

VISTA DA BAIXA DA MAXAQUENE EM LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DO SÉC.XX

Imagem dos Irmãos Joseph e Maurice Lazarus, retocada e colorida.

A imagem foi captada um pouco abaixo de onde hoje existe o Hotel Girassol. Ver em baixos a mesma imagem, legendada.
Ora vamos lá: 1- casas precárias, construídas no que é hoje a ponta norte do Jardim Botânico (actualmente, Tunduru), em frente à sede do Rádio Clube (actualmente, Rádio Moçambique) entretanto demolidas; 2- a mais tarde Rua do Rádio Clube; 3- Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Lourenço Marques. Existiu entre cerca de 1880 e 1940 e era onde todos os baptizados casamentos, dias santos e funerais católicos eram celebrados na Cidade. Foi demolida e no seu lugar foi edificado em seguida o Palácio da Rádio, sede do Rádio Clube de Moçambique. Mais abaixo, foi construída a nova Igreja de Nossa Senhora da Conceição, mais conhecida por Sé Catedral, inaugurada em Agosto de 1944; 4- a avenida que ligava a Baixa à Ponta Vermelha, em tempos a Brito Camacho (para os mais jovens e iconoclastas, a Cabrito Macho); 5- no horizonte, a Fortaleza dos Dragões no Alto do Maé, então considerada um extremo da Cidade, para a proteger contra eventuais investidas dos impíos nativos (hoje, celebrados nacionalistas resistentes) e que hoje é um quartel na 24 de Julho; 6- a residência (também já foi consulado) do cônsul-Geral da Grâ-Bretanha, hoje a embaixada do Reino Unido; 7- Torre Norte do Hospital Militar de Lourenço Marques, que foi demolido e que estava mais ou menos onde hoje está implantada a Sé Catedral; 8- Zona Central e início do Alto do Maé.

12/07/2022

O REPUXO DO JARDIM VASCO DA GAMA EM LOURENÇO MARQUES

Imagens retocadas.

Década de 1940.
Imagem recente.

30/08/2021

LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DA DÉCADA DE 1970

Imagem retocada.

Vista da Praça Mousinho de Albuquerque, Maxaquene e Polana em Lourenço Marques, início da década de 1970.

08/06/2021

LOURENÇO MARQUES EM 1933, VISTA DO AR

Imagens retocadas e coloridas. Grato como sempre ao Rogério Gens pelas suas correcções.

Penso que cerca dos anos 40-50 um fotógrafo que esteve em Lourenço Marques tirou uma fotografia de outra fotografia aérea, que estimo ter sido tirada cerca de 1933. Esta fotografia aérea foi captada por W. Norman Roberts da empresa aérea sul-africana African Flying Services (PTY) Limited, uma das pioneiras dos serviços e transporte aéreo na então União Sul-Africana. Esta fotografia, com alguns retoques, é a primeira que coloco aqui no topo. Todas as imagens que se seguem são cópias ampliadas, legendadas e coloridas, do que se vê nesta primeira fotografia, que mostra de forma inédita (para mim) alguns dos aspectos da topografia da Cidade que eu conhecia mas nunca tinha visto de uma forma global e objectiva.

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A cópia da fotografia topográfica de Lourenço Marques, cerca de 1933.

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A – O então Museu Provincial, mandado construir por Pott (hoje sede to Tribunal Constitucional); B- A Imprensa Nacional, anteriormente a Cadeia; C – Estação dos Bombeiros (onde hoje fica o Prédio 33 Andares); D – a então Câmara Municipal de Lourenço Marques, depois Tribunal da Relação; E – o primeiro estádio de futebol do Grupo Desportivo Lourenço Marques; F- Sede e terrenos do Sporting Club de Lourenço Marques; G- Avenida da República (hoje 25 de Setembro); e H – o Aterro da Maxaquene.

 

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O Aeródromo da Carreira de Tiro. Logo a seguir a Rua dos Combatentes de Nevala. Do lado direito, a Cadeia Civil e à direita desta, o primeiro Campo de Golfe da Polana.

 

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A – Cadeia Civil; B- o primeiro Campo de Golfe da Polana, em que a Clubhouse fica na ponta à direita em baixo; C- A Avenida Massano de Amorim (hoje Mau Tsé Tung); D – o Parque José Cabral (hoje, dos Continuadores); E- o Hotel Polana.

 

LM HOSPITAL MIGUEL BOMBARDA CA 1931

A- Complexo do Hospital Miguel Bombarda; B- Avenida Pinheiro Chagas (hoje Dr. Mondlane; C – A futura Escola Primária Rebelo da Silva (hoje 3 de Febereiro) em construção.

 

LM CLUBE DE PESCA ATERRO MAXAQUENE CA 1931

A – Aterro da Maxaquene; B- parte ainda inacabada do paredão de cimento junto ao futuro Clube de Pesca (hoje Escola Náutica); C – doca de pesca desportiva; D – Ponta Vermelha. Note o Exmo. Leitor que esta parte foi “comida” e inclinada posteriormente, pois nesta altura caía abruptamente, como aliás se via em partes da Catembe até aos anos 80.

 

LM eastern telegraph e casa rua dos aviadores ca 1931

A – o Liceu 5 de Outubro, junto à Av. 24 de Julho, que depois seria a Escola Comercial Azevedo e Silva; B- a Sinagoga de Lourenço Marques, ainda existente; C – a Estação Telegráfica da Eastern Telegraph Company, que seria demolida e aí edificado o Liceu Salazar (hoje ES Josina Machel; D- terreno onde seria edificado o Joardim Silva Pereira (hoje dos Professores. Note-se que na altura o terreno era muito maior que o existente hoje, pois as barreiras foram alteradas, especialmente depois do Ciclone Claude em Janeiro de 1965; E – o Hotel Cardoso estando logo ao lado as fundações do futuro Museu Álvaro de Castro (hoje Museu de História Natural); F – por curiosidade, a casa onde cresci em Lourenço Marques, pelos vistos uma das primeiras duas a serem construídas na Rua dos Aviadores (hoje Rua da Argélia).

 

LM AV D LUIZ I JARDIM VASCO DA GAMA HOSPITAL MILITAR E IGREJA CA 1931

A – Por baixo desta letra, o Hospital Militar, que seria demolido e no seu lugar construída a Sé Catedral de Lourenço Marques; B – a então Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no local onde depois seria construído o Palácio da Rádio do Rádio Clube de Moçambique; C- a Avenida Aguiar, depois Avenida Dom Luiz I (hoje Marechal Samora). Note o Exmo. Leitor que na década e meia seguinte seriam construídas a Praça Mouzinho no topo (hoje da Independência) e em baixo seria eliminada a Travessa da Fonte, que estenderia esta artéria até à Praça 7 de Março (hoje 25 de Junho), que na altura ainda era rectangular, cheia de Kiosks e atravessada a meio pela Rua Araújo; D- Jardim Vasco da Gama (hoje Tunduru); E – Câmara Municipal de Lourenço Marques (hoje Tribunal da Relação) e mais em cima o Grupo Desportivo Lourenço Marques.

 

lm cemiterio s francisco xavier ca 1931

Na zona do Alto-Maé. A- Os cemitérios Maometano, Judaico e..(farsi?); o Cemitério de São Francisco Xavier; C – a Avenida Pinheiro Chagas (hoje Dr. Mondlane) com partes ainda com uma um estradinha nos dois sentidos.

 

LM fim da Pinheiro chagas e apar praca de touros ca 1931

Na zona de Alto-Maé. A – zona de Xipamanine; B- Em discussão com o genial Rogério Gens este deverá ser um depósito de água para servir a zona do Alto-Maé; C- a Avenida Pinheiro Chagas (hoje Dr. Mondlane) que acaba logo a seguir à esquerda; D – a Avenida 24 de Julho, que nesta altura também acaba logo a seguir e mais tarde seria estendida mais quase dois quilómetros.

12/03/2021

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Filed under: LM Baixa, LM Hotel Club, LM Jardim Vasco da Gama — ABM @ 00:14

Imagem retocada. Postal da Focarte, imagem tirada por Vasco Campos.

 

Em primeiro plano, o Jardim Vasco da Gama (hoje Tunduru). A foto foi tirada do Prédio Tonelli.

27/02/2021

O PRÉDIO MONTEPIO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagens retocadas.

 

1961.

 

Meados dos anos 60, vista da entrada do Jardim Vasco da Gama.

 

Vista da fachada da Càmara Municipal de Lourenço Marques.

07/09/2019

A ENTRADA DO JARDIM VASCO DA GAMA EM LOURENÇO MARQUES, 1935

Imagem retocada.

 

Na pequena praça em frente à entrada principal do Jardim Vasco da Gama, em 1939 seria colocado um monumento a assinalar a passagem pela Cidade do Presidente Óscar Carmona, em 1939. A mesma seria retirada em 1975 e uns anos depois seria ali colocada uma pequena estátua do Presidente Samora machel.  Na esquina do terreno em cima à esquerda, seria colocada em 1972 a Casa de Ferro. Note-se,, ainda no cimo da fotografia, o topo da velha Igreja de Nossa Senhora da Conceição, que seria demolida em 1944, e onde depois seria construída a sede do Rádio Clube de Moçambique.

11/07/2019

A ENTRADA DO JARDIM VASCO DA GAMA EM LOURENÇO MARQUES, 1960s

Imagem retocada.

 

A entrada principal do Jardim Vasco Gama em Lourenço Marques, virada para a (então) Avenida Dom Luis, década de 1960. Em primeiro plano, o pequeno monumento ali colocado aquando da, e apara assinalar, a visita de Óscar Carmona, a primeira de um chefe do Estado português a Moçambique, em 1939, mesmo antes de começar a II Guerra Mundial. O arco com decorações ao estilo Manuelino foi ali colocado e inaugurado em 1924, quando o nome do jardim, que desde a década de 1890 se chamava simplesmente Jardim Botânico Municipal, se passou a chamar Jardim Vasco de Gama, assinalando o quarto centenário da morte, na Índia, do épico navegador português. A alteração da desigação coincidiu com uma substancial melhoria do jardim, sob a tutela do britânico Thomas Honey.

14/09/2018

A ESQUINA DO PRÉDIO TONNELLI EM LOURENÇO MARQUES, 1961

A esquina da Av. Augusto Castilho com a Brito Camacho e a Rua do Rádio Clube (penso) em 1961. À direita ficava o Jardim Vasco da Gama, à esquerda o Consulado Britânico. Atrás a central telefónica e o Rádio Clube de Moçambique. O restaurante já não é do meu tempo.

1

 

2

 

3

OS CAMPOS DE TÉNIS E O JARDIM VASCO DA GAMA EM LOURENÇO MARQUES, 1961

Filed under: LM Jardim Vasco da Gama — ABM @ 18:10

 

1 de 3.

 

2 de 3. Ao fundo, a Baixa.

 

3 de 3. Vê-se ainda a Av. Augusto Castilho e a Vila Jóia.

14/08/2018

A ESTRADA PARA A PONTA VERMELHA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1890

Arquivos do Rijksmuseum em Amsterdão. Foto retocada.

Grato ao Fernando Pinto-Vieira Penha, que identificou o Quartel dos Dragões no Alto-Maé.

 

A Estrada da Ponta Vermelha. Foto tirada um pouco abaixo de onde hoje fica o Hotel Girassol. Para saber mas detalhes, ver a imagem em baixo.

 

A imagem, legandada.

22/07/2018

TORNEIO DE TÉNIS EM LOURENÇO MARQUES, MAIO DE 1933

Tirado de O Ilustrado, suplemento do Notícias de Lourenço Marques, Nº5, 1 de Junho de 1933, pág. 88.

 

O Lourenço Marques Lawn & Tennis Club praticava nos courts de ténis situados no topo do Jardim Vasco da Gama (hoje Tunduru). Ao princípio era usado quase exclusivamente por ingleses e sul-africanos.

O TRIBUNAL ADMINISTRATIVO EM LOURENÇO MARQUES, 1974

Grato ao PPT e ao AHM pelas duas primeiras imagens.

Mandado edificar como residência para Gerard Pott junto ao Jardim Botânico de Lourenço Marques no início do Século XX (o futuro Jardim Vasco da Gama e agora Tunduru), muitos lhe chamam  Vila Jóia. Que eu saiba Pott nunca a usou plenamente e cerca de 1915 vendeu-a ao Governo Provincial, que a usou como um museu meio natural, meio etnográfico, até o transferir para o Museu Álvaro de Castro cerca de 1935. Depois foi usado como tribunal Administrativo. Penso que actualmente ali funciona o Tribunal Supremo de Moçambique.

O Tribunal Administrativo, 1974.

 

Outra imagem do Tribunal Administrativo.

 

O edifício na segunda década do Séc. XX, quando foi convertido em museu. Se o Exmo. Leitor prestar atenção, comparando a fachada original com a de 1974, vai reparar que a fachada original foi só meio completada. A casa de facto era muito mais modesta. Anos depois, alguém fez as obras que completaram a mansão. Esse “desequilíbrio” arquitectónico, como se pode ver na imagens seguintes, era escondido pelo ângulo com que se tiravam as fotografias.

 

Anos 20, quando era museu.

 

Artifactos na varanda principal, quando era museu, meados dos anos 20.

 

A fachada frontal, meados dos anos 20, postal da Colecção Rufino.

 

A maior parte do espólio do Museu Provincial foi transferida em 1935 para o Museu Álvaro de Castro (hoje, Museu de História Natural), que originalmente havia sido desenhado para ser uma escola primária. O resto foi transferido para o futuro Núcleo Museológico da Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, concebido por Pancho Guedes a partir das ruínas da fortaleza, na década de 1940.

12/05/2018

O MIRADOURO DE LISBOA E A PRAÇA 7 DE MARÇO EM lOURENÇO MARQUES, 1950

Grato ao Paulo Azevedo.

O Miradouro de Lisboa na Avenida dos Duques de Connaught em Lourenço Marques (actualmente Avenida Friedrich Engels, memorializando o pouco nefático inglês amigo e patrocinador de Karl Marx).

O longo processo de “monumentalização” da Baixa de Lourenço Marques na sua zona fundacional em redor da Praça 7 de Março (actualmente, designada como Praça 25 de Junho, memorializando a data que a Frelimo escolheu para formalizar a independência da colónia em relação a Portugal em 1975) a partir dos anos 40, e que arrancou com o projecto do Arquitecto Pancho Guedes para a criação dum núcleo museológico a partir das ruínas do antigo Presídio de Lourenço Marques, teve como consequência directa uma reconfiguração a meu ver algo infeliz no tecido social e comercial de então, pela gradual retirada do local de quase todos os restaurantes e kiosks que ali existiam e onde a população da cidade e visitantes conviviam. Mas as sucessivas vereações camarárias caminharam inexoravelmente nesse sentido, provocando, entre outras, a reacção que se pode ler em baixo, assinada por “Sócrates” e publicada no Lourenço Marques Guardian em 12 de Janeiro de 1950.

 

A Praça 7 de Março, durante a segunda década do Século XX, quando ainda se chamava Praça Mouzinho de Albuquerque. Era uma espécie de feira popular, cheia de restaurantes e kiosks, um coreto onde tocavam bandas aos sábados, dum lado o velho Teatro Gil Vicente, do outro o Varietá, hotéis, casinos, o porto e a estação de caminhos de ferro, uma considerável praça de táxis e quase todas as lojas da Cidade, tudo a menos de cinco minutos de distância a pé.

 

A Praça no início dos anos 1960, depois da Fase 1 da espectacular vassourada municipal. A seguir ainda viriam a descaracterização do edifício ainda chamado Casa Amarela, a alteração do que veio depois a ser a chancelaria da futura Universidade de Lourenço Marques, a demolição do Capitania Building (expondo a obra evocativa de Pancho Guedes) e, ao lado, a demolição do Varietá e da velha filial do Banco Nacional Ultramarino. Enfim.

 

O artigo de opinião publicado a 12 de Janeiro de 1950, reclamando a falta do convívio da antiga Praça 7 de Março e a necessidade de espaços alternativos para a Cidade. Numa profecia malograda, antecipava que, à falta de acomodação administrativa no Jardim Vasco da Gama (hoje Tunduru) o Miradouro de Lisboa seria uma alternativa para esse convívio, o que só parcialmente se concretizou. Muitas destas questões confrontam os actuais residentes, sendo que as actuais vereações em Maputo se têm entretido a “povoar” alegremente quase todos os espaços públicos de lazer da Cidade com restaurantes e lojas e lojinhas (para não mencionar a insólita implantação de nada menos que um balcão do Banco Standard em pleno Parque José Cabral, hoje designado “Parque dos Continuadores”, referindo-se não sei bem a quem) a meu ver destruindo quase por completo o seu propósito. 

19/03/2018

VISTA GERAL DE LOURENÇO MARQUES NA PRIMEIRA DÉCADA DE 1900

 

Esta foto de parte de Lourenço Marques nos primeiros anos depois de 1900 tem algum interesse. Foi tirada mais ou menos do ponto de vista do actual Hotel Girassol na direcção Poente. A casa em frente é  Mansão construída pelo cônsul Pott junto ao então Jardim Botânico (mais tarde Jardim Vasco da Gama e actualmente Tunduru). A vegetação logo atrás é o Jardim Botânico. A chaminé alta ao fundo, segundo o dono do magnífico HousesofMaputo, é de uma central de produção de electricidade que havia mesmo atrás do Bazar de Lourenço Marques (da Compagnie de Géneràle d’Electricité, uma concessão francesa do serviço) , edifício que ainda me lembro de ali ver nos anos 60 (entretanto foi demolido recentemente e ali foi erguido um enorme edifício). Mais detalhes sobre essa central podem ser obtidos aqui. A seguir nota-se um enorme descampado, que são terrenos vagos e parcialmente despejados de terra que foi utilizada para os aterros feitos no pântano existente na linha onde ficou depois a Avenida da República (hoje 25 de Setembro) e ainda na zona do porto e na zona da Praça Mac-Mahon (hoje Praça dos Trabalhadores).

11/03/2018

O MISTÉRIO DE THOMAS HONEY E O JARDIM VASCO DA GAMA EM LOURENÇO MARQUES NA DÉCADA DE 1920

Grato ao Alan Fitz-Patrick, que há cinco anos fez o favor de procurar.

Placa no topo do arco situado junto à entrada principal do antigo Jardim Botânico de Lourenço Marques e ali colocado em 24 de Dezembro de 1924 para assinalar a nova designação do espaço, no 4º Centenário da morte do navegador português Vasco da Gama. Nesta altura, o Jardim, que ainda era também (e até 1935) o jardim zoológico da Cidade, já havia sido completamente remodelado para o elevado padrão que ainda hoje o caracteriza.

Em vários artigos e documentação avulsa, relacionada com a origem e evolução do Jardim Vasco da Gama, situado no centro da actual Maputo com a designação “revolucionária” e mais “africana” de Jardim Tunduro e inicialmente designado simplesmente com Jardins Botânicos de Lourenço Marques, existia uma espécie de “falha tectónica”, que me foi apontada há já algum tempo pelo Exmo. e magnífico Leitor deste blog, o meu caro Alan Fitz-Patrick.

Na verdade, a tal falha tectónica” de informação tinha duas componentes.

A primeira componente da falha, foi quando exactamente é que aquele espaço, inicialmente um jardim relativamente tosco e rudimentar, com problemas de vária espécie, foi profundamente remodelado para a versão que se viu a partir de meados dos anos 1920, marcada pela mudança de nome e uma re-inauguração pomposa em 24 de Dezembro de 1924 (pelo então Governador-Geral, Azevedo Coutiho) com o nome do famoso navegador português que estabeleceu, em 1498, a rota marítima entre a Europa e a Índia, eliminando o monopólio e o bloqueio árabe e maometano representado pelo Médio Oriente, no Comércio com a Ásia.

(Naquela data em 1924 assinalava-se o 4º centenário da morte de Vasco da Gama em Cochim, na Índia).

A segunda componente é quem realmente foi a pessoa que orientou esse projecto. Há consenso que foi um tal Thomas Honey, frequente e erradamente chamado Thomas Honney – com dois “n” – mas a partir daí a ideia de que ele foi um famoso arquitecto paisagista, etc e tal.

Aspecto parcial do Jardim em 1928.

Vamos esclarecer os factos, primeiro com Thomas Honey, que aparece nesta cópia duma cópia de uma fotografia sua, cedida pela sua mulher nos anos 40:

Thomas Honey, 1872-1937.

A publicação Exploradores Portugueses e Naturalistas da Flora de Moçambique, 1940, diz o seguinte, nas suas páginas 112 e 113:

Página 112

Página 113.

O Jardim Vasco da Gama, meados da década de 1920.

Mas há mais.

Na publicação Rhodesiana, Nº29, de Dezembro de 1973, a Sra. F. G. Day, uma filha de Thomas Honey que na altura residia em Bulawayo, escreveu o seguinte esboço biográfico do Pai:

1 de 4

2 de 4

3 de 4

4 de 4

Há ainda uma referência a Thomas Honey, que um norte-americano chamado Shantz encontrou na Beira em 1919 durante uma viagem em que passou pela Beira, onde esteve com ele e que pode ser lida nos arquivos da Universidade do Arizona, aqui.

Resumindo, provavelmente, a Thomas Honey, enquanto foi Director de Arborização e Jardins de Lourenço Marques, nos treze anos que decorreram entre 1906 e 1919, se deve não só a profunda remodelação do Jardim, como também o enorme programa de arborização da Cidade de Lourenço Marques, que a distinguiam, nesse aspecto de qualquer cidade portuguesa na altura e que competia em beleza e harmonia com qualquer urbe a nível mundial.

Fica também esclarecido que a maioria das obras de remodelação decorreram muito antes de o Jardim ter sido re-baptizado com o nome de Vasco da Gama no final de 1924.

Thomas Honey, pelo seu trabalho intemporal, merece ser assinalado e recordado naquele parque. Até porque, segundo a sua filha, há algures no jardim uma placa qualquer a recordar a sua passagem, que possivelmente escapou à febre de apagamento da Frelimo.

Um leão no Jardim Vasco da Gama, meados da década de 1920 que, segundo a Exma. Leitora Helena Nicolau, se chamava Kurika. Todos os animais foram transferidos para o então novo Jardim Zoológico em 1935.

A entrada a Sudoeste do Jardim, meados da década de 1920. Postal da Colecção Santos Rufino.

Aspecto parcial do Jardim. anos 20.

Cópia de um de vários registos encontrados, nos arquivos dos famosos Jardins de Kew, no Reino Unido, do envio de sementes, por Thomas Honey, enquanto estava na Beira a trabalhar para a Companhia de Moçambique, em 1922.

01/03/2018

O LAGO DOS PATOS NO JARDIM VASCO DA GAMA EM LOURENÇO MARQUES, 1931

Filed under: LM Jardim Vasco da Gama — ABM @ 22:27

 

O lago dos patos situado na parte Sul do Jardim Vasco da Gama, 1931. Curiosamente, na publicação, ainda se designava o jardim com o nome que teve que teve até 1924, quando foi alterado, após a profunda reestruturação levada a cabo sob a direcção de Thomas Honey. O Jardim hoje tem a designação “Tunduru”.

10/06/2013

O JARDIM BOTÂNICO DE LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DO SÉC. XX

Filed under: LM Jardim Vasco da Gama — ABM @ 18:23

Um aspecto do Jardim Botânico de Lourenço Marques, início do Séc. XX. Em 1924, depois de uma restruturação, foi baptizado com o nome de Vasco da Gama

Um aspecto do Jardim Botânico de Lourenço Marques, início do Séc. XX. Em 1924, depois de uma restruturação, foi baptizado com o nome de Vasco da Gama, para assinalar o quarto centenário da morte do navegador e vice-rei da Índia. Após a Independência em 1975, a Frelimo re-baptizou-o com o nome Tunduru, que penso era um dos campos de treino da organização na vizinha Tanzânia

11/11/2012

A AVENIDA AUGUSTO CASTILHO E A RESIDÊNCIA DE POTT EM LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DO SÉC. XX

A Avenida Augusto Castilho em Lourenço Marques, início do Século XX. À direita, a sumptuosa residência dO Cônsul Pott, depois Museu Provincial, tribunal e hoje assento do Tribunal Constitucional de Moçambique. No mato a seguir à casa fez-se o Jardim Vasco da Gama (mais tarde Tunduru). Por detrás do mato à esquerda fizeram-se anos mais tarde o Desportivo, a Câmara Municipal e ao fundo da rua do lado esquerdo o Prédio 33 Andares. Reparem que a praia começava onde hoje se situa o Hotel Tivoli.

 

A mesma casa de cima, aqui em meados dos anos 1920, num dos postais clássicos da Colecção Rufino. Nesta altura era o Museu Provincial, que mais tarde foi transferido para o Museu Álvaro de Castro (hoje o Museu de História Natural).

 

01/10/2012

A IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1910

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A Igreja de Nossa Senhora da Conceição, então mesmo em frente à actual embaixada britânica em Maputo, logo acima do antigo Jardim Vasco da Gama.

15/09/2012

A IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO E O CONSULADO BRITÂNICO EM LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DO SÉCULO XX

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Lourenço Marques, início do Século XX. Foi demolida para ali perto ser construída a Sé Catedral de Lourenço Marques, que tem formalmente o mesmo nome. A curiosidade desta rara fotografia é que mostra exatctamente onde ficava situada (mais ou menos onde fica hoje a antifa sede do Rádio Clube de Moçambique (hoje a Rádio Moçambique) pois mesmo atrás pode-se ver o antigo Consulado britânico em Lourenço Marques, que hoje é a embaixada britânica em Maputo. À direita da igreja fica o Jardim Vasco da Gama (hoje o Tunduru).

09/09/2012

A ENTRADA DO JARDIM VASCO DA GAMA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1930

Filed under: LM Jardim Vasco da Gama — ABM @ 18:56

A entrada principal do Jardim Vasco da Gama em Lourenço Marques, cerca dos anos 1930. Após a Independência o Jardim, considerado o melhor jardim botânico em África, foi rebaptizado com o nome de Tunduru.

07/07/2012

O LAGO NO JARDIM VASCO DA GAMA EM LOURENÇO MARQUES, 1950

Filed under: LM Baixa, LM Jardim Vasco da Gama — ABM @ 15:40

Fotografia da colecção de Fernando Morgado.

 

O pequeno lago dentro do Jardim Vasco da Gama (actualmente, Tunduru), junto à esquina das Avenidas Álvares Cabral e Augusto Castilho, 1950.

VISTA DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1950

Fotografia da colecção de Fernando Morgado.

 

Uma vista de Lourenço Marques, anos 1950.

 

A mesma fotografia, com alguma toponímia indicada. Devo salientar que, nos edifícios situados por detrás do Hotel Club, foi onde pela primeira vez se fizeram bebidas gaseificidas para venda (chamadas “sodas”) em Lourenço Marques, era uma fabriqueta tosca mas era aqui que se faziam.

24/06/2012

A CÂMARA MUNICIPAL DE LOURENÇO MARQUES E O PRÉDIO FUNCHAL, FINAL DOS ANOS 1960

O edifício da Câmara Municipal de Lourenço Marques visto de Oeste. Atrás podem-se ver a Sé Catedral e o Prédio Funchal, o edifício de O Diário (e a Tribuna) e ainda parte do Jardim Vasco da Gama (hoje Tunduru).

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