THE DELAGOA BAY WORLD

05/09/2022

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, FINAL DOS ANOS 50

Imagem retocada.

A Baixa de Lourenço Marques, final da década de 1950. Ao fundo, ainda se vê o Capitania Building. Cruzamento das Avenidas da República com a Av Aguiar, depois Av D Luis e hoje Av Marechal Samora Machel.

15/09/2019

A RUA ARAÚJO E O TEATRO VARIETÁ EM LOURENÇO MARQUES, 1927

Imagem retocada, a partir de uma das imagens do Volume 1 dos álbuns de José dos Santos Rufino.

O Varietá foi uma das primeiras casas de òpera em África (depois de Cairo e de, penso….Port Elizabeth), existiu entre cerca de 1910 e 1968, quando foi demolido para dar lugar aos mais modernos, comerciais e pirosos Estúdio 222 e Cinema Dicca. Após a mudança de regime, os imóveis foram confiscados pela Frelimo e actualmente parece que são a propriedade apetitosa do carismático empresário-ex-político e artista Gilberto Mendes.

Coloquei esta imagem para memorializar o facto de que, cem anos depois, segundo as notícias, ontem, 14 de Setembro de 2019, estreou em Maputo a primeira….ópera moçambicana. Sobre a qual não sei nada.

 

O Teatro Varietá na entrada da Rua Araújo, 1927, logo a seguir à Praça 7 de Março (hoje 25 de Junho) que não se vê bem aqui. Mas vê-se, topo direita, o telhado do Capitania Building, que existiu no extremo da Praça, ao lado das ruínas do Presídio,. No topo do lado esquerdo, vê-se a Ponta Vermelha e, logo abaixo, o telhado do Bank of Africa, que ficava na rua imediatamente a Norte das ruínas do Presídio.

30/05/2019

LOURENÇO MARQUES E A DELAGOA BAY DEVELOPMENT CORPORATION, LTD,1905

 

O estudo de como Lourenço Marques evoluiu, especialmente da óptica de quem realmente tomou as decisões e meteu lá o dinheiro ainda está um pouco por esclarecer, uma vez que a maior parte dos académicos que li ou ainda estão a bater nas teclas da libertação e do racismo ou de como o colonialismo era isto e aquilo, ou de como os portugueses eram isto ou aquilo. Claro que não deixa de ser interessante e relevante como foi construir Roma e Joanesburgo – e se calhar é tudo verdade- mas haja santa paciência: há mais que isso para analisar.

Veja-se por exemplo, como realmente foi desenvolvida e financiada parte da infra-estrutura de Lourenço Marques: com capital britânico e sul-africano.

Em baixo, o anúncio, publicado no jornal londrino The Standard, de 10 de Março de 1905, de uma emissão pública de dívida, no valor de 180 mil libras, para financiar os investimentos que a The Delagoa Bay Development Corporation, Limited estava a fazer em Lourenço Marques, nomeadamente no sistema de fornecimento de água à Cidade, do qual a empresa era a concessionária exclusiva, no sistema de transporte público de eléctricos, na compra da companhia local de telefones, de alguns terrenos e ainda na edificação do Capitania Building. Anos mais tarde (1910) a empresa adquiriria ainda a concessionária do fornecimento de electricidade (a Compagnie Genérale d’Electricité de Lourenço Marques).

Duas curiosidades: as presenças de Baltazar Freire Cabral no Board da Delagoa Bay Development Corporation Ltd, e de William Pott no Board da Henderson’s Transvaal Estates Ltd. Eles deviam ser a “Maputo connection” para estas empresas, um pouco como se faz hoje em Moçambique com os notáveis da Frelimo.

Se o Exmo. Leitor ler a língua inglesa, os textos em baixo são uma delícia der ler.

Em segundo plano, o Capitania Building, pertencente à Delagoa Bay Development Corporation, Limited e sua sede em Lourenço Marques. Em primeiro plano, a futura Praça 7 de Março, ainda um pardieiro, a ser aterrada para ali se fazer um jardim, 1903. Esta imagem surge num estudo de Zamparoni para ilustrar (segundo ele) as condições de exploração e mau tratos infligidos aos indígenas, nomeadamente que não usavam camisa no trabalho. Ao fundo, a Ponta Vermelha.

Não menos interessante era perceber a quem pertencia a The Delagoa Bay Development Corporation: ao conglomerado anglo-sul africano Henderson’s Transvaal Estates, Limited. Para ver quem era esta entidade, ler em baixo.

A

SOBRE A HENDERSON’S TRANSVAAL ESTATES

Cito a referência contida na obra de Walter H. Hills, The Anglo-African Who’s Who and Biographical Sketch-Book, página 47:

The enormous interests and holdings of Henderson’s Transvaal Estates, Limited, in the Transvaal and other parts of South Africa, place it in the front rank of land and mining corporations in that country. Henderson’s Transvaal Estates, besides carrying  on operations on some of its own properties in various parts of the Transvaal for the  purpose of proving the existence of and developing gold or other ore bodies, controls  several companies, and, generally speaking, as far as present conditions will allow, it is doing its share to advance the material interests of the country.

The capital of the company is 2,000,000 £, and the directors include Messrs. J. C. A. Henderson (chairman),
W. Bryson Butler (general manager), Alfred Gaussen, E. J. Halsey, Geo. Lawson Johnston, and Roger C. Richards. The local committee at Johannesburg is composed of Messrs. T. W. G. Moir, Emrys Evans, C.M.G., Samuel Thomson, G. W. Cooke, and William Pott.

The companies under the control of Henderson’s Transvaal Estates are : Consolidated South Rand Mines Deep, Limited ; Daggafontein Gold Mining Co., Limited ; Tyne Valley Colliery, Limited ; and the Delagoa Bay Development Corporation, Limited.

09/05/2019

O PRESÍDIO DE LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DOS SÉCS. XX E XXI

Imagens retocadas.

 

O Presídio de Lourenço Marques, também conhecido como Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, início do Século XX.

 

A mesma imagem, anotada. Notas: 1) Parte Sul da Praça Mouzinho de Albuquerque, mais tarde Praça 7 de Março e actualmente Praça 25 de Junho; 2) Igreja Paroquial de Lourenço Marques, implantada no mesmo local onde fica a antiga sede do Rádio Clube de Moçambique; 3) a entrada principal do Presídio de Lourenço Marques (ou “Fortaleza” de N.S. da Conceição”); 4) fachada principal do Bank of Africa, que ficava mesmo atrás do Presídio; 5) Parte Sul do Presídio, posteriormente os aterros aqui feitos, que avançaram o terreno para Sul uns 100 metros, enterraram esta muralha e ali fez-se uma muralha “fictícia” na década de 1940 para dar o ar de “forte” que se vê hoje (obra do arquitecto Pancho Guedes); 6) margem Norte da Baía do Espírito Santo.

 

O Presídio fica mesmo à esquerda da casinha que se vê no lado esquerdo desta imagem do início do Séc. XX. Ao fundo, vê-se a Ponta Vermelha.

 

Imagem tirada duma varanda do Capitania Building, cerca do início do Séc.XX, mostrando, à direita, a “nova” ponta Sul da Praça 7 de Março, ajardinada, e, em frente e à esquerda, os novos aterros onde se fizeram as duas ruas em frente, o porto e, ao fundo, a primeira estação ferroviária de Lourenço Marques.

 

Vista aérea da Baixa de Lourenço Marques nos anos 50. Veja-se o antigo Presídio, agora recuado das águas da Baía e já na sua versão “Hollywood”. Para uma melhor contextualização, ver o mapa em baixo.

 

Mapa que copiei (e pintei) dum estudo dum académico sul-africano, sobrepondo o núcleo original do que era a Vila de Lourenço Marques, com o traçado posterior do que veio a ser a capital de Moçambique.  A parte em castanho era a parte “continental” de terra firme. A parte em verde era o anterior pântano (e praia) em redor da “ilha”, posteriormente aterrado. A “ilha” está pintada em amarelo. A parte pintada a azul mostra onde ficava a margem da Baía, a maior parte da qual, nesta zona, foi posteriormente aterrada também. Dentro da “ilha” e a Sul, pode-se ver o quadrado pintado a preto saliente e que indica a localização do Presídio.

10/07/2018

A FORTALEZA DE LOURENÇO MARQUES, BEFORE & AFTER PANCHO GUEDES

 

A fortaleza de Lourenço Marques na década de 1930, before o trabalho de “restauro”do Arquitecto Pancho Guedes, adjudicado pela Câmara Municipal da Cidade, que decorreu mais ou menos durante a II Guerra Mundial. Antes dos primeiros aterros feitos para fazer desaparecer a “ilha” que era a cidade, a parte Sul da fortaleza, que é aquele murinho baixo que se vê em primeiro plano, tocava nas águas da Baía. À esquerda, o Capitania Building, esplêndido mas que foi feito no sítio errado e estragava a fotografia, por isso foi demolido. Ao fundo, a Praça 7 de Março.

 

A fortaleza na década de 1960, after Pancho Guedes. Nada mau. 

12/05/2018

O MIRADOURO DE LISBOA E A PRAÇA 7 DE MARÇO EM lOURENÇO MARQUES, 1950

Grato ao Paulo Azevedo.

O Miradouro de Lisboa na Avenida dos Duques de Connaught em Lourenço Marques (actualmente Avenida Friedrich Engels, memorializando o pouco nefático inglês amigo e patrocinador de Karl Marx).

O longo processo de “monumentalização” da Baixa de Lourenço Marques na sua zona fundacional em redor da Praça 7 de Março (actualmente, designada como Praça 25 de Junho, memorializando a data que a Frelimo escolheu para formalizar a independência da colónia em relação a Portugal em 1975) a partir dos anos 40, e que arrancou com o projecto do Arquitecto Pancho Guedes para a criação dum núcleo museológico a partir das ruínas do antigo Presídio de Lourenço Marques, teve como consequência directa uma reconfiguração a meu ver algo infeliz no tecido social e comercial de então, pela gradual retirada do local de quase todos os restaurantes e kiosks que ali existiam e onde a população da cidade e visitantes conviviam. Mas as sucessivas vereações camarárias caminharam inexoravelmente nesse sentido, provocando, entre outras, a reacção que se pode ler em baixo, assinada por “Sócrates” e publicada no Lourenço Marques Guardian em 12 de Janeiro de 1950.

 

A Praça 7 de Março, durante a segunda década do Século XX, quando ainda se chamava Praça Mouzinho de Albuquerque. Era uma espécie de feira popular, cheia de restaurantes e kiosks, um coreto onde tocavam bandas aos sábados, dum lado o velho Teatro Gil Vicente, do outro o Varietá, hotéis, casinos, o porto e a estação de caminhos de ferro, uma considerável praça de táxis e quase todas as lojas da Cidade, tudo a menos de cinco minutos de distância a pé.

 

A Praça no início dos anos 1960, depois da Fase 1 da espectacular vassourada municipal. A seguir ainda viriam a descaracterização do edifício ainda chamado Casa Amarela, a alteração do que veio depois a ser a chancelaria da futura Universidade de Lourenço Marques, a demolição do Capitania Building (expondo a obra evocativa de Pancho Guedes) e, ao lado, a demolição do Varietá e da velha filial do Banco Nacional Ultramarino. Enfim.

 

O artigo de opinião publicado a 12 de Janeiro de 1950, reclamando a falta do convívio da antiga Praça 7 de Março e a necessidade de espaços alternativos para a Cidade. Numa profecia malograda, antecipava que, à falta de acomodação administrativa no Jardim Vasco da Gama (hoje Tunduru) o Miradouro de Lisboa seria uma alternativa para esse convívio, o que só parcialmente se concretizou. Muitas destas questões confrontam os actuais residentes, sendo que as actuais vereações em Maputo se têm entretido a “povoar” alegremente quase todos os espaços públicos de lazer da Cidade com restaurantes e lojas e lojinhas (para não mencionar a insólita implantação de nada menos que um balcão do Banco Standard em pleno Parque José Cabral, hoje designado “Parque dos Continuadores”, referindo-se não sei bem a quem) a meu ver destruindo quase por completo o seu propósito. 

09/09/2012

A PARTE SUL DA PRAÇA 7 DE MARÇO EM LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DO SÉCULO XX

Filed under: LM Baixa, LM Capitania Buildings, LM Praça 7 de Março — ABM @ 17:23

Quiosques na parte Sul da Praça 7 de Março em Lourenço Marques, início do Século XX. À direita ao fundo pode-se ver o Capitania Building. Do lado esquerdo vê-se o coreto.

30/04/2012

O CAPITANIA BUILDING E O CAIS DE PEQUENAS EMBARCAÇÕES EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1940

Filed under: LM Baía, LM Baixa, LM Cais - Porto, LM Capitania Buildings — ABM @ 00:46

O cais de embarque para as pequenas embarcações e ao fundo o Capitania Building em Lourenço Marques.

17/04/2012

A AVENIDA AGUIAR EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1910

A Avenida Aguiar em Lourenço Marques, anos 1910. Mais tarde chamou-se Avenida Dom Luiz e actualmente é a Avenida Samora Machel. Vista do topo para a baixa da cidade. À esquerda, o Hotel Club, açambaracado após a Independência pelos franceses para um centro cultural. Ao fundo à esquerda o Capitania Building, que já não existe e que ficava mesmo em frente à Fortaleza. Ao fundo à direita, o Avenida Building, ou Prédio Pott.

23/03/2012

A PRAÇA 7 DE MARÇO EM LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DO SÉCULO XX.

Um aspecto da Praça 7 de Março (hoje 25 de Junho). Na altura era o epicentro da Cidade. Ao fundo, o Capitania Building, por trás do qual ficava a Fortaleza. Reparem na banda a tocar no coreto. Ao fundo, a Baía. Naquela altura, toda a gente que vinha de fora chegava de navio, que atracava em frente à Praça, que era a primeira coisa que viam quando entravam na cidade. Ou vinham da África do Sul no comboio, que ficava do outro lado da Rua Araújo (hoje do Bagamoyo).

 

Outra perspectiva da Praça. Supostamente, todos os sábados à tarde a banda militar sentava-se no coreto a tocar música enquanto o pessoal bebericava e conspirava. Quando foi parar a Moçambique logo após o fim da I Guerra Mundial, o pai da minha sogra fazia parte desta banda. Era um emprego importante...

 

Mais uma imagem. Tudo de molho a beber um cafézinho. Reparem no miúdo gordinho espetado na cadeira do lado esquerdo.

19/02/2012

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, FINAIS DOS ANOS 1950

A baixa de Lourenço Marques, no cruzamento das Avenidas Dom Luiz e da República.

02/07/2011

O CAPITANIA BUILDINGS E A FORTALEZA DE NªSª DA CONCEIÇÃO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 10

Esta fotografia tem alguma relevância pois para além de mostrar o Capitania Buildings, se olharem para o lado direito, ainda se pode ver a original muralha Sul da Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição. E ver que a muralha caía directamente para a baía. Toda a zona de água que se vê à direita foi aterrada anos mais tarde. À esquerda do Capitania Buildings fica a Praça 7 de Março (hoje 25 de Junho).

A AVENIDA AGUIAR EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 10

Foto tirada de onde hoje se encontra o edifício do Conselho Municipal de Maputo. Ao fundo pode-se ver o Capitania Building à esquerda e o Edifício Pott.. Em primeiro plano, um carro eléctrico. Na altura esta via chama-se Av. Aguiar. Depois chamou-se Av. Dom Luiz, agora é a Av. Samora Note-se ainda que na altura, devido a não ter ainda sido feito a gigantesca obra de terraplanagem a nascente da baixa da cidade, o mar à frente na imagem estava muito mais próximo da Praça 7 de Março (hoje 25 de Junho). Com a obra, a água distanciou-se quase cem metros da parede Sul da actual fortaleza.

29/06/2011

O CAPITANIA BUILDING EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 20

Filed under: LM Capitania Buildings, LUGARES — ABM @ 17:47

O edifício da Delagoa Bay Development Company, situado no lado direito do cais de passageiros de Lourenço Marques, cerca dos anos 20 do séc. XX. Também conhecido como Captania Buildings.

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