Imagem retocada e colorida, dos arquivos nacionais de Portugal.
28/01/2023
28/07/2019
18/09/2017
CHEGADA DO PRESIDENTE CRAVEIRO LOPES A QUELIMANE, 1956
Imagem da colecção de João Godinho, dedicada ao actual chefe da Frelimo na Zambézia, que há duas semanas acusou o actual autarca da Cidade de Quelimane, que não é do seu partido, de “querer trazer os colonos de volta”.
Francisco Higino Craveiro Lopes, que foi Presidente da República Portuguesa entre 1951 e 1958, teve uma relação especial com Moçambique, onde combateu na Primeira Guerra Mundial e onde se casou com Berta, uma jovem de Lourenço Marques. Membros da Família Craveiro Lopes cresceram e viveram em Moçambique.
07/09/2017
O BUSTO DE BERTA CRAVEIRO LOPES EM LOURENÇO MARQUES, 1967
Imagem gentilmente cedida por Paulo Pires Teixeira.
Refere a Wikipédia em Abril de 2019:
Berta Ribeiro Arthur nasceu numa família de tradições militares de ascendência inglesa. O seu avô paterno, general Bartolomeu Ribeiro Arthur, descendia de uma família inglesa que na altura das invasões francesas veio para Portugal auxiliar a combater o invasor.
Nasce de uma relação de seu pai com uma empregada doméstica da família, fortemente contrariada pelos seus pais, o que obriga à separação. O pai vai para Moçambique e a mãe para o Brasil, ficando os 2 filhos do casal a viver com os avós paternos.
Com a morte de seu avô, parte com a avó, o irmão e duas tias para Lourenço Marques, Moçambique onde o pai se encontrava instalado como alto funcionário dos Caminhos de Ferro.
Ai veio a conhecer o jovem tenente piloto aviador, Francisco Higno Craveiro Lopes que se encontrava em comissão de serviço, com quem vem a casar em 22 de Novembro de 1918 aos 18 anos de idade. Teve quatro filhos: João Carlos, Nuno, Maria João e Manuel. Na década de 1950 ainda teve seis netos.
Os primeiros tempos de vida são difíceis, mas gere bem o magro orçamento doméstico, executando inclusivamente a sua roupa e a dos quatro filhos.
Segue o seu marido nos diversos locais em que cumpre funções, incluindo Índia, Tancos, Açores, Tomar e finalmente Lisboa.
No período de 1951 a 1958, como Primeira Dama da Nação desenvolve grande actividade social, acompanhando o marido nas diversas deslocações oficiais e a sua figura elegante e carácter afável são elogiados em todos os locais em que passa, em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente Espanha, África do Sul, Brasil, Inglaterra, além de todos os territórios coloniais. A visita de estado a Inglaterra em 1955, será porém recordada como o momento mais significativo, sendo a primeira vez que um Presidente da República Portuguesa visita oficialmente aquele país. Consciente da importância do momento, Salazar disponibiliza ao Presidente as jóias da coroa para que Berta pudesse apresentar-se condignamente junto da rainha. Craveiro Lopes recusa, preferindo encomendar numa ourivesaria da baixa lisboeta, um conjunto de colar pulseira e brincos, ainda que isso tivesse pesado no orçamento familiar e que tivessem de vender parte do património familiar. Berta apresenta-se radiante em Londres, usando vários vestidos feitos por si. O casal é recebido pela Rainha Isabel II e instalados no Palácio de Buckingham, sendo rodeados de muitas atenções. Conta-se que a Rainha, durante uma recepção, ofereceu os seus próprios aposentos para que Berta recuperasse de uma crise de enxaqueca de que sofria habitualmente. A visita a Inglaterra foi um sucesso para o que contribuiu muito a sua presença, que foi profusamente comentada pela imprensa britânica e nacional. Dois anos depois, Isabel II retribuirá a visita, deslocando-se a Portugal. Também a visita ao Brasil em 1957 e a Moçambique em 1956 foram memoráveis, constituindo momentos em que a presença de Berta foi notada e muito comentada por todos.
Faleceu inesperadamente aos 58 anos de idade, vítima de um acidente vascular cerebral, um mês antes do presidente terminar o seu mandato. Dizem que desencadeado pela preocupação devido à perseguição política de Salazar a seu marido. Morreu ainda na altura do mandato do seu marido. Os seus restos mortais foram depositados no Cemitério dos Prazeres. O seu marido ainda sobreviverá mais 6 anos.
(fim)
Em sua honra, aquando da visita presidencial a Moçambique, a municipalidade de Lourenço Marques deu o seu nome a um pequeno parque da Cidade, onde foi colocado um busto de mármore com inscrição, de autoria do escultor Leopoldo de Almeida. Ainda hoje, muita gente em Maputo ainda se refere a este parque como o “Jardim Dona Berta”, apesar de se ter retirado o busto e a designação.