THE DELAGOA BAY WORLD

08/11/2018

UMA HISTÓRIA DO RÁDIO CLUBE DE MOÇAMBIQUE

Em baixo, o texto publicado nos anos 60 no conhecido “Livro de Ouro do Mundo Português”, sobre a formação e o crescimento da rádio em Moçambique, que praticamente é sinónimo com uma só entidade: o Rádio Clube de Moçambique e o seu actual sucedâneo. Que, até aos anos 80, era o único meio de comunicação instantâneo e de alcance global naquele território e que, talvez por isso, e por imperarem ditaduras quer durante a fase colonial, quer depois, foi sempre um alvo preferido para os respectivos regimes. E no entretanto, serviu para aquele estranho e algo catártico episódio chamado o 7 de Setembro.

Isso não retira o mérito e a iniciativa louvável daqueles que fizeram a instituição, que, à sua maneira, trouxe Moçambique da idade da pedra para o Século XX. Nos anos 60, enquanto eu crescia em Lourenço Marques, possuir um aparelho rádio e poder escutar a sua excelente (e pelos vistos cuidadosamente censurada) programação, era uma ambição para todos, pretos ou brancos. A rádio era misteriosa, maravilhosa, instrutiva, divertida, eliminava barreiras e distâncias. E não havia alternativa.

Décadas mais tarde, o seu sucedâneo, a Rádio Moçambique, é um duplo dinossáurio: vive nos escombros do que foi (os terrenos das antenas da Matola foram despachados já há vários anos) e permanece um departamento do governo, com uma linha editorial orientada pelos caciques locais, um pequeno exército de funcionários públicos suportado pelo dinheiro dos contribuintes e onde a nomeação do seu director merece uma consideração quase ministerial na imprensa local. Seria mais eficaz vender o que ainda não foi vendido (o Palácio do Rádio daria um excelente hotel de charme), converter as comunicações para a internet com retransmissores regionais e privatizar a licença.

Pois o Mundo mudou. Daqui a 20 anos, para além das eventuais trafulhices, a Frelimo vai ganhar ou perder as eleições não pelo que ali se diga, mas pelo que se dirá na televisão, no Facebook, Twitter, Instagram e Whatsapp.

Capa de QSL do RCdeM década de 1940.

Edwiges Sequeira, a primeira locutora do serviço do Rádio Clube em língua inglesa.

01/06/2016

O RÁDIO CLUBE DE MOÇAMBIQUE E A PRIMEIRA DIRECÇÃO DO GRÉMIO DOS RADIÓFILOS DE MOÇAMBIQUE, ANOS 1930

A primeira direcção do Grémio dos Radiófilos de Moçambique em Lourenço Marques, precursor do Rádio Clube de Moçambique.

A primeira direcção do Grémio dos Radiófilos da Colónia de Moçambique em Lourenço Marques, fundada em 18 de Março de 1933, precursor do Rádio Clube de Moçambique. Da esquerda: A. Morais, Abílio Brito, Aniano Serra, Ernesto Brito e Augusto Gonçalves.

Excerpto 1 do "Livro de Ouro do Mundo Português", 1971.

Excerpto 1 do “Livro de Ouro do Mundo Português”, 1971.

Excerpto 2 do "Livro de Ouro do Mundo Português", 1971.

Excerpto 2 do “Livro de Ouro do Mundo Português”, 1971.

Excepto 3.

Excepto 3 do “Livro de Ouro do Mundo Português, 1971.

 

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