Imagens retocadas.
Em baixo, cópia de uma carta de Paulino dos Santos Gil, enviada de Lourenço Marques para nada menos que Bernardino Machado, um dos líderes do movimento republicano em Lisboa, Outubro de 1908, na qualidade de Secretário do “Centro Republicano Couceiro da Costa”, de Lourenço Marques, para a colaboração com um jornal republicano que o Centro iria fundar, e que se intitularia “A República”. O assassinato do Rei D. Carlos e do Príncipe D.Luis Filipe havia ocorrido meses antes, a 1 de Fevereiro de 1908, e a monarquia seria derrubada por um golpe de Estado republicano dois anos mais tarde, no início de Outubro de 1910. Com vénia ao arquivo de Casa Comum.
Entre 1910 e 1934, os republicanos dominariam completamente a máquina colonial em Moçambique.
Nas décadas que se seguiram, Paulino dos Santos Gil tornar-se-ia no empresário mais rico e um dos mais influentes de Moçambique colonial, onde faleceria no início da década de 1950. O Prédio onde ficava o Café Continental na Baixa de Lourenço Marques, tem o seu nome e foi mandado construir por Santos Gil.
O original da revista está depositado na Hemeroteca de Lisboa, em Portugal.
Imagem retirada do filme mudo No país das Laurentinas, 1934.
Telma Santos Gil era uma dos três filhos de Paulino e Jeanette Santos Gil.
Paulino dos Santos Gil é uma das figuras mais mal estudadas da sociedade de Lourenço Marques, sendo que quando faleceu no início dos anos 50 era provavelmente um dos empresários mais ricos e dinâmicos de Moçambique.
O grande sítio Big Slam refere, numa peça dedicada aos Santos Gil de Lourenço Marques, o seguinte:
Telma Santos Gil Valente “Misuco”, mulher de rara beleza e com uma centelha de génio do pai. Foi presidente do Movimento Nacional Feminino. Recebeu uma condecoração de benemerência. Casou com Aníbal da Ascensão Rodrigues Pessanha Valente, diplomado com 16 valores pela Universidade de Edimburgo. Inicialmente engenheiro dos CFM (caminho de Ferro Moçambique) deixou o seu nome ligado à construção de estradas, pontes e caminhos de ferro que fizeram a ligação entre Malema e Nampula. Fez também o projecto de abastecimento de água a Nampula. Construiu fábricas e casas da família Santos Gil. Tiveram uma filha, Jeannette dos Santos Gil Valente, ou “Janina”.