THE DELAGOA BAY WORLD

30/07/2022

A AVENIDA PINHEIRO CHAGAS EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Filed under: LM Av. Pinheiro Chagas — ABM @ 13:46

Imagens retocadas. Actualmente, é a Avenida Dr. Eduardo Mondlane.

A parte poente da Avenida, no Alto Maé, à noite.
Meio da Avenida.
A parte poente, Alto Maé, durante o dia.

29/07/2022

A BRIGADA DO CAFÉ SCALA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada e colorida.

Sentados numa mesa do Café Scala na Baixa de Lourenço Marques, anos 60. Da esquerda: Ricardo Rangel, Malangatana Valente Ngweya, Teodomiro Leite de Vasconcelos e Rui Nogar. Eram curiosamente populares na Cidade e, ao mesmo tempo, uma espécie de “brigada de resistência” contra o regime vigente. Ver mais um pouco em baixo.

Ricardo Achilles Rangel

Fotógrafo. Mulato filho de um grego e de uma senhora mista, o que justifica a credencial, exaustivamente repetida, de ter sido o primeiro fotógrafo não branco a ser contratado pelos racistas inveterados do Notícias – perdão, do BNU. Nasceu em LM em 15 de Fevereiro de 1924 e cresceu no eixo Alto Maé-Malhangalene-Mafalala. Trabalhou nos jornais da Cidade e na Beira e no final dos anos 60 co-fundou a revista Tempo, publicação mais ou menos rebelde mas que, após a independência, se tornou. com o Notícias (agora do Banco de Moçambique), uma publicação oficiosa do regime, com verdadeiras aulas de marxismo-leninismo e cantando as miríades virtudes do comunismo. Com o Kok Nam, eram os decanos da fotografia pós-1975, se bem que eu continuo convicto de que, sem desfazer neles que eram bons rapazes, o Carlos Alberto Vieira era de longe o melhor de todos. Mas o Carlos Alberto era branco, estava conotado com a Outra Senhora e isso pelos vistos é sempre uma chatice. Fundou uma escola de fotografia e assistiu ao horror da morte da fotografia química e a mudança para a fotografia digital. Morreu em Maputo em 11 de Junho de 2009. Com a Béatrice, foi meu vizinho em Maputo durante quase seis anos. Era amigo do meu Pai, o que valia o que valia.

Malangatana

De longe o pintor mais conhecido de Moçambique, antes e depois de 1975. Um senhor. Nascido na mais do que obscura Matalana em 6 de Junho de 1936, cedo foi padrinhado por elementos da clique intelectual-artística de LM, passou uns tempos no Núcleo de Arte na Rua dos Aviadores antes do tempo do Jorge e da Zéca Mealha (onde o conhecia) e desenvolveu aquele estilo inconfundível das pinturas com os miúdinhos esfomeados miseráveis chorosos que eu pensava que com a independência iria mudar mas não mudou. Nacionalista, deu o apoio que pôde ao novo regime freliminiano e ia-se lixando. Felizmente mais tarde deixaram-no em paz e ficou rico a vender os seus quadros em todo o mundo. Morreu em Matosinhos, ao pé do Porto, em 5 de Janeiro de 2011. Os portugueses deram-lhe honras de Estado colocando o seu corpo em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, onde, excepcionalmente, eu estava e fui. Depois foi de avião para Moçambique.

Leite de Vasconcelos

O Teodomiro nasceu na muito portuguesa Arcos de Valdevez em 4 de Agosto de 1944 mas com um ano de idade foi levado para Moçambique, que não só sempre considerou a sua terra como fez o formalismo da nacionalidade após 1975. Foi um jornalista e um escritor. Cresceu na Beira, onde trabalhou na Rádio do Aeroclube da Beira e estudou ciências sociais em LM. Mais tarde, chegou a director do Rádio Clube, mas em 1972 foi para a (então) Metrópole, trabalhar na Rádio Renascença. Na madrugada do dia 25 de abril de 1974, Leite de Vasconcelos era o locutor da emissão do programa Limite, quando a canção Grândola, Vila Morena do Zeca Afonso foi transmitida às 00:20 horas, sinal que marcou o início da Operação Militar Especial em Portugal, coordenada pelo “compatriota” Otelo Saraiva de Carvalho e que concluiria poucas horas depois com o derrube da ditadura. Vivia em Maputo e morreu em Joanesburgo em 29 de Janeiro de 1997. Em vida, publicou um livrinho de poemas.

Rui Nogar

Nom de Guerre de Francisco Rui Moniz Barreto, o Rui era Coca-Cola vintage, nascido em LM em 2 de Fevereiro de 1932 (metade dos textos na internet, que emprenham pelos ouvidos, asseguram que foi em 1935) de pais imigrados de Goa, e onde cresceu, tendo trabalhado em firmas de contabilidade e de publicidade locais. Era um intelectual e membro encartado da brigada da resistência que conspirava no Scala. Tornou-se militante da Frelimo em 1964 e consequentemente foi logo preso pela PIDE e arreliado, que era mais ou menos o que a SNASP portuguesa fazia naquela altura aos simpatizantes dos Libertadores e que aliás lhe deu credenciais impecáveis para mais tarde. Tanto assim que após 1975 foi deputado da Assembleia Popular, Diretor do Museu da Revolução (no antigo 1º de Maio, que agora é propriedade privada da Frelimo), Diretor Nacional da Cultura e Secretário-Geral da Associação dos Escritores Moçambicanos. Publicou obra variada. e sobre isso ver nas fontes o elogio rasgado que o Nelson Saúte lhe fez. Morreu em Lisboa em 11 de Março de 1993 (metade da internet diz que foi em 1994).

Fontes

https://www.whoispopulartoday.com/Teodomiro-Leite-de-Vasconcelos/tt

https://pt.wikipedia.org/wiki/Teodomiro_Leite_de_Vasconcelos

https://pt.wikipedia.org/wiki/Malangatana

https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$rui-nogar

https://opais.co.mz/viva-rui-nogar/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ricardo_Rangel

24/07/2022

VENCEDORES DAS REGATAS DE LOURENÇO MARQUES, 24 DE JULHO DE 1941

Segundo o Eduardo Pitta, o dia 24 de Julho de 1875, que hoje completa 177 anos, começou a ser celebrado em Lourenço Marques como um feriado exactamente há 175 anos, em 1877.

A equipa do Clube Naval de Lourenço Marques que venceu as regatas do Dia da Cidade, posa para a fotografia, numa 5ª feira, 24 de Julho de 1941. Foi mais um dia de feriado na pequena e pacata capital moçambicana com cerca de 30 mil habitantes europeus e mais uns tantos negros e mulatos , que mantinha as suas dormentes rotinas, apesar de, à sua volta e lá longe na Europa, mais uma vez o mundo ardia numa guerra violenta e fraticida, Adolf Hitler e Josef Stalin tendo acabado de dizimar a Polónia e Hitler acbado de conquistar a França, Bélgica, Holanda e a Noruega, parecendo invencível. Enquanto Hitler se preparava para invadir as Ilhas britâncias, Portugal entretanto já declarara a neutralidade, ao contrário do Reino Unido e o seu vasto império, que incluía as suas colónias e estados associados na região: a relutante União Sul-Africana, a Suazilândia, Bechuanalândia, Niassalândia, as Rodésias do Norte e do Sul e o Tanganhica. Ou seja, o Moçambique colonial dessa altura era uma ilha formalmente neutral num mar britânico em guerra com a Alemanha. Todos em Lourenço Marques seguiam atentamente a guerra através da rádio em onda curta, a BBC a emitir de Londres e a Rádio Berlim a partir da capital alemã nazi.

1877 era apenas dois anos depois da histórica decisão de Mac-Mahon, ainda era Lourenço Marques uma vila miserável, infecta e barricada numa pequena ilha, numa ponta o velho presídio que aportava o nome do quase desconhecido comerciante que lhe dera o nome, povoada principalmente por estrangeiros, monhés (umas comunidade de comerciantes e suas famílias, originários do Médio Oriente e do sub-continente indiano, há séculos em Moçambique, que se estavam a mudar para a sua rua principal, que na verdade era a Rua da Gávea, não a Rua Araújo) e negros, vagamente sustentada pelo comércio local e com o Transvaal. Não tinha água potável, saneamento, comunicações, caminhos de ferro, porto. Só doze anos mais tarde, em 10 de Novembro de 1887, seria, por decreto real assinado por Dom Luis I, elevada ao estatuto de Cidade, o que lhe deveria dar o direito a uma estrutura municipal de auto-governo, mas nem sequer isso conseguia concretizar, pois não havia gente para eleger ou para ser eleita. Durante anos e anos, a sua câmara municipal seria efectivamente gerida por uma mistura de nomeados, por tecnocratas competentes enviados de Lisboa e pela a sua influente (e quase toda estrangeira) associação comercial. A língua que mais se falava era a inglesa.

Na base da decisão proferida em 24 de Julho de 1875, estavam disputas territoriais que vinham desde 1822, quando um capitão inglês, Owen, aportou o mísero presídio e, segundo os portugueses, à sucapa dos portugueses no Presídio, assinou tratados com os régulos Tembe e Maputo e assim reclamou para a Grã-Bretanha todo o território a Sul da Baía do Espírito Santo (hoje Baía de Maputo). Nessa altura, andava tudo à caça desses “tratados”, não se percebendo bem qual era o entendimento dessas autoridades indígenas quanto ao que realmente pensavam que estavam a assinar (mas que invariavelmente vinha acompanhado de umas caixas de whisky, uns charutos e uns saguates, o que, admita-se, sempre era alguma coisa).

A disputa manteve-se e escalou após a constituição das repúblicas Boer do Transvaal, Estado Livre de Orange e, do lado britânico, a constituição da Colónia do Natal. Em 1861, um navio britânico chegou ao Presídio e declarou que a Ilha da Inhaca passava a ser parte da Colónia do Natal. Levou oito anos aos portugueses reagir. Nesse ano, os ingleses enviaram um navio para a Inhaca – e içaram a bandeira britânica. Seis meses depois, um punhado de portugueses intrépidos foram numa barcaça à Inhaca, arrearam a bandeira inglesa, correram com a guarnição britânica e, perante o certamente atónito punhado de locais, içaram a bandeira da monarquia portuguesa. Nos corredores diplomáticos, acendeu-se a disputa entre Londres e Lisboa, unidas pelo dúbio pacto de Windsor desde há meio milénio, Portugal completamente nas lonas, enquanto que o Reino Unido se posicionava já como a nação mais poderosa no planeta. Os dois governos acordaram em submeter a questão a arbitragem internacional, para decisão final e vinculativa pelo presidente da República da França.

Que pela sua decisão de 24 de Julho de 1875, atribuíu a Portugal a posse da região mais ou menos entre a parte Sul da Baía e até à Ponta do Ouro e ao pequeno Protectorado da Suazilândia.

Após a independência nacional, as autoridades descartaram esta data e passaram a assinalar o dia 10 de Novembro de 1887 como Dia da Cidade. Mas não sem antes o inefável Samora Moisés ter feito mais uma das suas. Pitta relata como foi o dia 24 de Julho de 1975, primeiro centenário da Decisão:

A data celebra a sentença do marechal francês Mac-Mahon, que em 24 de Julho de 1875 arbitrou a favor de Portugal, contra a Grã-Bretanha, a posse da baía de Lourenço Marques, denominada «Delagoa Bay». Em 1975 cumpriu-se o centenário. Machel aproveitou a data para virar tudo do avesso. Discursando durante várias horas, decretou o fim da propriedade privada. Terra, habitação, actividades económicas, transportes, saúde, educação, média, agricultura, indústria, etc., passou tudo para a Frelimo. Assim que acabou de falar, consultórios médicos, escritórios de advogados, colégios e pequenas oficinas foram alvo de buscas. Um médico amigo teve dificuldade em justificar a posse de luvas de latex e um estetoscópio. No dia seguinte estava em Joanesburgo. Nesse dia decidimos deixar Moçambique. Com os aviões lotados até ao fim de Outubro, combinou-se que o Jorge [o seu companheiro na altura] viria a 3 de Novembro e eu mais minha mãe a 26 de Janeiro de 1976.

A Avenida 24 de Julho, a mais comprida da Cidade, essa, manteve a mesma designação até hoje, mas passando a assinalar um dos maiores actos de destruição económica do Moçambique independente, que levaria décadas a começar a desembrulhar.

23/07/2022

PUBLICIDADE DE LOURENÇO MARQUES, 1934

Imagem retocada, dos arquivos ferroviários sul-africanos.

O anúncio de 1934, em estilo Art Deco, diz, traduzido aproximadamente: “Dê um mergulho até Lourenço Marques”. Nos anos 20 o mercado turístico branco sul-africano (ingleses para os hotéis, boers para o Parque de Campismo) era já significativo e uma importante fonte de receita para a Cidade. No fundo da imagem, estilizado, vê-se o Pavilhão de Chá da Praia da Polana.

CHÁ DAS CINCO NO HOTEL POLANA EM LOURENÇO MARQUES, DÉCADA DE 1920

Imagem retocada.

Visitantes, presumivelmente sul-africanos, sentados na esplanada traseira do Hotel Polana em Lourenço Marques, década de 1920. O hotel foi inaugurado há precisamente cem anos, no dia 1 de Julho de 1922.

22/07/2022

O CAFÉ CAPRI NA BEIRA, ANOS 70

Filed under: Beira - Café Capri — ABM @ 13:01

Imagem retocada e colorida.

O Café Capri na Beira, anos 70

PEGA DE TOUROS EM LOURENÇO MARQUES, 1950

Imagem retocada e colorida.

Pega de touros na então Praça de Touros Tomás da Rocha em Lourenço Marques, 30 de Abril de 1950, antes de existir a Praça Mounumental a caminho do aeroporto. Uma outra particularidade é que praticamente toda a audiência nesta imagem é africana, o que contraria a minha impressão prévia que somente portugueses frequentavam estes eventos.

21/07/2022

A SAPATARIA DIAS EM NAMPULA, INÍCIO DOS ANOS 60

Filed under: Sapataria Dias - Nampula — ABM @ 13:53

Imagem retocada.

Interior da Sapataria Dias em Nampula

A CASA SPANOS EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 70

Imagem retocada.

A Casa Spanos, na esquina das ruas Consiglieri Pedroso e Rua da Mesquita (que já teve o nome de Salazar e outro nome) era uma papelaria que vendia materiais de esritório e revistas. Terá sido fundada por Dimitri Spanos, O apelido Spanos surge também em muitos postais da cidade no início do Século, quer por si só ou conjuntamente com Tsitsias. Que presumo seriam de origem grega.

19/07/2022

O DANCING AQUÁRIO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagens retocadas.

O Dancing Aquário na Rua Araújo em Lourenço Marques, anos 60. À esquerda, o Hotel Central. Ao fundo, o novo edifício da Estatística, que faz frente para a Praça 7 de Março.
Cartão do Aquário. O Aquário começou na esquina do edifício do Teatro Varietá, que eventualmente se passou a chamar Travessa do Varietá (e onde mais tarde, após a sua demolição, se fizeram o Dicca e o Estúdio 222). Mas antes essa travessa chama-se Travessa da Alfândega Velha, pois durante anos e anos ali ao lado ficava o edifício da alfândega de Lourenço Marques. Mais tarde (ver imagem em cima) o Aquário mudou-se para as instalações na Rua Araújo onde muitos anos antes funcionaram o Casino Bello e depois o Casino Costa.

PRAIA DO XAI-XAI, ANOS 60

A primeira imagem cortesia do acervo de Manuel Augusto Martins Gomes, com reserva de direitos de autor. Para mais informação, ver aqui. A segunda imagem é de um postal da Casa Focus.

Visitantes na Praia do Xai- Xai.

Hotel Xai-Xai, na Praia do Xai-Xai.

18/07/2022

INTERIOR DO AEROPORTO SACADURA CABRAL NA BEIRA, INÍCIO DOS ANOS 70

Imagem retocada.

Sala de embarque do então chamado Aeroporto Sacadura Cabral na Beira.

Expandida a pista e a gare no final dos anos 60, este aeroporto e e o Aeroporto Gago Coutinho, em Lourenço Marques, foram os primeiros aeroportos moçambicanos a poderem receber os então novos aviões Boeing 747 da TAP e processarem simultaneamente as centenas de passageiros, carga e bagagem, transportados pelas novas aeronaves.

O primeiros voos destas aeronaves de grande capacidade (lançadas pela Boeing em Seattle em 1970) para a Beira e para Lourenço Marques ocorreram no dia 4 de Junho de 1973.

Artur Sacadura Cabral (Celorico da Beira, 1881 – Mar do Norte, 1924), que quase momentaneamente deu o seu nome à estrutura modernizada na Beira, foi um cientista e aviador português mais conhecido por, com Gago Coutinho, ter feito a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro, em 1922. Viria a falecer num acidente aéreo no Mar do Norte em 15 de Maio de 1924, quando trazia um novo avião da Holanda para Lisboa. O seu corpo e a aeronave nunca foram encontrados.

Sacadura Cabral conhecia muito bem Moçambique, onde aliás conheceu Gago Coutinho e para onde foi trabalhar em 1901.

Navegou durante dois anos pelas costas de Moçambique e, em 1905, procedeu a um levantamento hidrográfico detalhado da baía de Lourenço Marques, em antecipação da modernização do seu porto. Com Bon de Sousa, Sacadura Cabral foi um dos oficiais escolhidos para este trabalho, em que elaborou uma carta hidrográfica do rio Espírito Santo e de trechos dos rios Tembe, Umbelúzi e Matola. Em 1906 e 1907 trabalhou como topógrafo na rectificação da fronteira entre o Transvaal e Moçambique, serviço que foi feito em colaboração com uma equipa de agrimensores enviados pelo Transvaal. Em 1907, tendo chegado a Moçambique uma missão geodésica de que era chefe Gago Coutinho, os dois trabalharam juntos entre 1907 e 1910 em várias missões geodésicas e geográficas em território moçambicano.

INAUGURAÇÃO DO AEROPORTO DE VILA CABRAL POR AMÉRICO TOMÁS, AGOSTO DE 1964

Imagem de Helder Martins, retocada.

O Aeroporto de Vila Cabral (creio que hoje, Lichinga) foi inaugurado durante a visita presidencial de Américo Tomás, o presidente português na altura, a Moçambique.

Américo Tomás, de farda branca, ao centro, é cumprimentado por uma guarda de honra militar à sua chegada a Vila Cabral para inaugurar o novo terminal aéreo.

17/07/2022

LOGOTIPO DO PARQUE FLORES NO BILENE, ANOS 70

Imagens retocadas.

Logotipo do Parque Flores.
A enorme Lagoa de São Martinho do Bilene, vista do ar. Atrás, os terrenos têm a melhor água doce de Moçambique exceptuando talvez a àgua da Serra de Vumba. Se ainda não deram cabo dos lençóis freáticos, claro.

MARIA JOÃO SEIXAS NAS CORRIDAS EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagens cortesia do acervo de Manuel Augusto Martins Gomes, com reserva de direitos de autor. Para mais informação, ver aqui

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Maria João Seixas no Autódromo de Lourenço Marques, década de 1960.

MODELOS NA BEIRA, ANOS 70

Imagens retocadas e coloridas, autoria de Hélder Martins. Se o Exmo. Leitor conhecer alguém nas imagens, por favor deixe aqui uma nota.

Posando junto do ATCM da Beira.

Bebendo ice coffee na esplanada do Café Capri.

15/07/2022

O HOTEL DA INHACA, INÍCIO DOS ANOS 70

Imagens cortesia do acervo de Manuel Augusto Martins Gomes, com reserva de direitos de autor. Para mais informação, ver aqui.

A Ilha da Inhaca situa-se à entrada da Baía do Espírito Santo, a cerca de 35 quilómetros de Lourenço Marques. Arenosa e selvagem na altura, pouco habitada e com ainda menos desenvolvimento, praticamente ali só havia o hotel, uma pequena pista atrás para aeronaves pequenas e o farol, que ficava quase do outro lado, já em frente ao oceano e alguma população, pobre. Quando eu tinha 14 anos, tive a ideia peregrina de ir acampar na Inhaca por uns dias em Dezembro (ou seja, estava um calor de arrasar) numa tenda miserável. Fiquei junto a uma enorme praia, onde não estava rigorosamente ninguém. Um dia quis comprar ovos e uma senhora local disse-me que os fosse comprar ao faroleiro, um branco de cachimbo com ar de escritor, que “era já ali”. De facto, dali junto ao hotel via-se o farol na distância. Pus-me a caminho e ….levei três horas e meia a pé entre ir e vir. Ia morrendo de calor. O percurso incluia ter que atravessar um enorme pântano com aquelas árvores que crescem no mar na ponta da pista, que ainda por cima no regresso estava inundado pela maré alta e cheio de caranguejos (nessa noite jantei caranguejos grelhados numa fogueira).

Vista aérea do Hotel da Inhaca.

Buffet de domingo, principalmente para os bifes e as bifas.

O AVIÃO”QUELIMANE” DA DETA, ANOS 1940

Imagens retocadas e uma colorida.

O CR-AAK Quelimane estacionado em frente à estação aérea de Lourenço Marques em Mavalane, 1945. Imagem dos arquivos ferroviários da África do Sul.

O mesmo avião, não sei bem onde.

13/07/2022

O RESTAURANTE MIRAMAR EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagens retocadas.

O Miramar dava o nome informal à praia situada à sua frente e ficava praticamente à porta do Parque de Campismo da Cidade. Isto queria dizer que era a praia mais frequentada pelos campistas, quase todos sul-africanos. O que significava que esta praia também era conhecida como Praia das Bifas.

Vista para Sul.
Vista para Norte.
Banhistas na Praia do Miramar em1961. Imagem de harrison foreman.
Um dia à tarde.

A PISCINA DO GRÉMIO DE LOURENÇO MARQUES, FINAL DOS ANOS 60

Imagem cortesia do acervo de Manuel Augusto Martins Gomes, com reserva de direitos de autor. Para mais informação, ver aqui.

A piscina do Grémio de Lourenço Marques na sua sede na Avenida António Ennes, final dos anos 60.

A NEGOCIAÇÃO DA NOVA FRONTEIRA ENTRE MOÇAMBIQUE E O MALAWI, 1954

Filed under: A negociação da fronteira com o Malawi 1954 — ABM @ 13:59

Imagens retocadas.

Capa de um documento sobre a fronteira entre Moçambique e actual Malawi, negociado entre Portugal, o Reino Unido e a Federação das Rodésias e a Niassalândia, mediante um acordo firmado em 18 de Novembro de 1954.

Eis uma peça de informação curiosa que não se aprendia no tempo colonial na escola: o território de Moçambique tem cerca de 4.212 quilómetros de fronteiras, em que 2.685 quilómetros são terrestres, 1.203 quilómetros são de fronteira fluvial e 322 quilómetros de fronteira lacustre. Possui ainda uma costa marítima com cerca de 2.700 quilómetros, onde, no mar, partilha fronteiras com a Tanzânia, as Ilhas Comores (em frente a Pemba), a França (no caso da minúscula Ilha Europa e o Baixo Bassas da Índia, mais ou menos em frente a Vilanculos), o Reino da Suazilândia (agora Eswatini) e a África do Sul.

A isto acresce o imenso território da chamada plataforma continental, sob o mar em frente à costa marítima, onde, por exemplo, se encontram as supostamente fabulosas reservas de gás natural que por estes dias estão a começar a serem extraídas.

Quase todo este território ficou definido entre meados e o final do Século XIX, entre os tratados feitos com os boers com o Transvaal, os alemães com a actual Tanzânia e com o Reino Unido para o resto, incluindo a arbitragem de Mac-Mahon em 1875. Houve depois uns acertos aqui e ali, feitos avulsamente.

Mas houve um acerto excepcional: o Acordo de Fronteiras visando o actual Malawi, assinado a 18 de Novembro de 1954.

Porquê?

Por duas razões: 1. porque o anterior statu quo era considerado inadequado pelos portugueses; 2. pela sua dimensão e impacto futuro no Moçambique independente.

Antes um pouco de história.

No seu trabalho sobre o assunto, Emílio Zeca explica tudo muito bem, infelizmente é um trabalho académico, o que significa que ler aquilo é uma seca. Portanto destilo.

Resumindo, juntamente com a parte Sul do actual Zimbabué (Machonalândia), o actual Malawi faziam parte daquela faixa cor de rosa, situada entre Angola e Moçambique, que os portugueses dos meados do Séc- XIX achavam que era, e teria que ser, sua, de forma a formarem o seu segundo Brasil. A Alemanha, o Reino Unido, Cecil Rhodes (que era uma espécie de Elon Musk britânico) e o infame Rei Leopoldo dos belgas, trocaram-lhes a voltas. Primeiro começaram por dizer que não bastava os portugueses terem estado lá há 300 anos, ou dizerem que quem descobriu primeiro era dono. Tinham que ter as pessoas e os recursos. Tinha que haver ocupação.

Mas isso era impossível. Em 1890 devia haver menos que mil portugueses em Moçambique inteiro e quase todos estavam em Lourenço Marques, na Ilha de Moçambique e um punhado no Ibo. Neste sentido, o tão apregoado “colonialismo” centenário dos portugueses em África era – sempre foi – pura ficção científica.

A seguir, deram o golpe do baú. Rhodes formou uma empresa (a British South Africa) e reclamou para ele o território que consiste essencialmente no actual Zimbabué. Mais a Nordeste, uma sociedade missionária escocesa – que também tinha a sua empresa de fretes e afins (a African Lakes), abriu umas missões protestantes e uns serviços algures no que é hoje o Malawi. Coisa pouca, mas mais do que os portugueses tinham.

Perante a inconstância e a indefinição, os intrépidos portugas, que tinham andado em manobras com os franceses e os alemães, não estiveram com meias medidas e avançaram. Paiva de Andrade (há quem escreva Andrada) um belo dia marcha para território adentro, com uma pequena guarnição, bandeira da monarquia em riste. Não só foram todos presos e levados para o Cabo (a bandeira foi confiscada e posteriormente devolvida a um algo surpreso Marechal Carmona, então Presidente da República de Salazar, quando este visitou Moçambique e a União Sul-Africana em Agosto de 1939), como Cecil Rhodes aperta com o Foreign Office em Londres, que a 14 de Janeiro manda um telegrama para Lisboa a dizer que ou os portugueses paravam com aquilo ou havia guerra. Antes do final desse dia, os portugueses capitularam. No ano seguinte, apesar de muito ofendidos e cantando A Portuguesa em comícios patrióticos, andaram às voltas e em 1891 fixaram as fronteiras do que é, mais ou menos, Moçambique. A Rodésia do Sul ficou para Rhodes, e os padres da associação missionária escocesa ficaram com o Malawi, a que chamavam Niassalândia. formalmente um Protectorado britânico.

Mesmo com o que sobrou – Moçambique – os portugueses não tinham nem gente nem dinheiro para fazer nada. Espertos, alugaram quase metade da sua nova colónia…a ingleses, franceses, belgas e alemães via as Companhias do Niassa, da Zambézia e de Moçambique.

Nas décadas seguintes. portugueses e ingleses andaram ocupados a tentar fixar a fronteira entre Moçambique e a Niassalândia.

Mas uma alteração significativa ocorreu com o Acordo de 18 de Novembro de 1954 – que só seria fechado em 29 de Novembro de 1963, uns escassos seis meses antes da colónia ser entregue ao Dr. Hastings Banda, a 6 de Julho de 1964.

Essa alteração seria o ajuste da fronteira junto do Lago Niassa.

a fronteira entre Moçambique e o Malawi.

A fronteira entre o Malawi e Moçambique tem uma extensão de 1569 quilómetros e começa no ponto da
fronteira Moçambique-Malawi-Zâmbia, no Planalto de Angónia, (ponta de cima do lado esquerdo de Tete no mapa em cima) seguindo irregularmente para sul e sudeste, passando por Dedza e perto de Vila Nova da Fronteira, onde inflecte para norte, passando por Milange, junto dos Lagos Chilwa e Chinta, terminando na margem oriental do Lago Niassa.

O Lago Niassa possui uma área de cerca de 31 mil quilómetros quadrados. Nos termos do Acordo assinado em 18 de Novembro de 1954, entre Portugal, o Reino Unido e a então Federação das Rodésias e Niassalândia, 6.400 quilómetros quadrados passaram a fazer parte do território moçambicano,

Após o Acordo de 1954, a fronteira moçambicana no Lago Niassa passou a ser uma linha a meio da parte central do lago, adicionado 6.400 quilómetros de superfície ao território de Moçambique. Anteriormente, a fronteira situava-se na …margem do lago junto a Moçambique. Ou seja, se um moçambicano fosse tomar banho no lago a partir de território moçambicano, estaria a nadar em território do Malawi.
Nos termos do Acordo de 1954, as Ilhas de Likoma e Chizumulu, que “sempre” foram da Niassalândia, permaneceram parte do Malawi mas passaram a ficar bem dentro do território moçambicano e mais perto da costa moçambicana que da malawiana.

No cômputo final, o parecer da Câmara Corporativa portuguesa quanto ao Acordo foi o seguinte:

“Apreciado quanto a extensão dos territórios que, por seu efeito, mudam de soberania, o balanço do acordo é o seguinte: Portugal adquire uma área de 6400 km2 no lago Niassa, mais 60 km2 no lago Chiuta, mais 4,7 km2 na região de Mutarara. As permutas de terrenos na região da Angónia saldam-se por uma diferença de 20 km2 favor da Niassalândia.”

O Aviso, publicado no Diário do Governo de Portugal, 1955.

Uma nota final. Por uma variedade de passos mal dados e incapacidades ocorridas entre alemães e britânicos durante décadas seguidas, relativas às fronteiras da actual Tanzânia, que foi administrada por mandato pelo Reino Unido entre o final da Primeira Guerra Mundial e a sua independência sob o Dr. Julius Nyerere (que tinha, para variar, vários ódios de estimação pelo Dr. Banda), acontece que, chegadas as independências, a fronteira entre a Tanzânia e o Malawi era…..a margem do Lago Niassa.

Ou seja, ainda hoje, se um tanzaniano for nadar no Lago a partir do seu território, está a entrar no Malawi.

Enquanto se achava um grande líder africano e apoiava os movimentos independentistas, tornando Dar-es-Salaam num corredor de movimentos de libertação que incluíam a Frelimo, Nyerere literalmente fez o pino para tentar resolver esta questão com o Malawi, sem nunca o conseguir, o mesmo sucedendo com os seus sucessores. No seu texto, o Emílio Zeca lista aturadamente todo esse percurso.

Até hoje.

Do lado moçambicano, tudo resolvido. Quando se nada no Lago, ainda se está em Moçambique.

Fontes:

Elíseo Amine – Delimitation of the Mozambique Maritime Boundaries with Neighboring
States (Including the Extended Continental Shelf) and the Management of Ocean Issues.
United Nation Nippon Fellowship Programmed 2006-2007. Division for Ocean Affairs and
Law of the Sea. United Nations: New York, 2007.

Emílio Jovando Zeca – Limites e Fronteiras na África Austral: Moçambique e o processo de delimitação e Desafios da Reafirmação Fronteiríça na Região – Monções: Revista de Relações Internacionais da UFGD, Dourados, v.6. n.12, jul./dez. – pp 231-232.

https://debates.parlamento.pt/catalogo/r2/acc/01/06/02/037/1955-02-26?sft=true#p371

https://dre.tretas.org/dre/2461212/aviso-de-21-de-novembro

12/07/2022

O REPUXO DO JARDIM VASCO DA GAMA EM LOURENÇO MARQUES

Imagens retocadas.

Década de 1940.
Imagem recente.

HÁ CEM ANOS O HOTEL POLANA ABRIU EM LOURENÇO MARQUES

Imagens retocadas.

O Hotel Polana abriu em Lourenço Marques no dia 1 de Julho de 1922, na altura num promontório isolado distante da Baixa da Cidade e da Ponta Vermelha, defronte da Baía e da Praia da Polana e no extremo Sul da Concessão Somershield. Era dos melhores hotéis no continente africano, servindo principalmente viajantes, turistas sul-africanos endinheirados e homens de negócios.

Nos cem anos da sua existência, foi sendo repetidamente expandido e alterado e teve vários proprietários, individuais e corporativos. Em 1975, a propriedade foi nacionalizada pelo Estado moçambicano e desde então tem sido concessionada a privados, mais recentemente a uma organização ligada à comunidade ismaelita.

Surpreendentemente, parece que ninguém assinalou esta efeméride em Moçambique.

No topo desta inserção, o Exmo. Leitor encontra ligações a vários artigos e imagens relacionadas com o hotel.

1- anos 20
2 – anos 30
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5 –
6 – final dos anos 40
7 – anúncio do Hotel
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10- o antigo campo de bowling na relva.
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11/07/2022

DC-3 DA DETA NA GORONGOSA, ANOS 60

Imagens retocadas e coloridas do CR-AGO.

Parte da frente.
Parte de trás.

BERTINA LOPES, 1924-2012, UMA EVOCAÇÃO

Imagens retocadas.

Bertina Lopes (n. Lourenço Marques 11 de Julho de 1924, m. Roma 12 de Fevereiro de 2012) foi uma pintora de Moçambique. Viveu uma parte considerável da sua vida em Roma, onde faleceu, sendo que há quem a considere uma pintora italiana originária de Moçambique (ah ah ah). Segundo o sítio da Fundação Calouste Gulbenkian, editado, “natural de Lourenço Marques, a versão biográfica curta e sanitizada é que Bertina Lopes estudou na Escola Superior de Belas-Artes, em Lisboa, onde conviveu com diversos pintores portugueses, entre os quais Carlos Botelho e Marcelino Vespeira. Regressada a Lourenço Marques em 1953, ali residiu durante nove anos lecionando a disciplina de desenho, recebendo, em 1962, a primeira bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, que lhe permitiu estudar cerâmica em Lisboa, com o artista português Querubim Lapa. Dois anos depois, partiu para Roma, com nova bolsa da Fundação, para dar continuidade à sua formação artística. Aí fixou residência, realizando posteriormente exposições em Itália, Portugal, Luxemburgo, Espanha, Moçambique e Cabo Verde”

Mas a página dedicada à nossa conterrânea na Wikipédia, cujo texto original é quase lixo e que editei em baixo, é, mais detalhada e acutilante:

“Lopes nasceu em Lourenço Marques a 11 de julho de 1924. Filha de mãe africana, cuja família era conhecida localmente, e de pai português, que trabalhava no campo. O seu nome próprio uma adaptação do nome da mulher do médico que assistiu no seu nascimento em Lourenço Marques, Bertine.

Estudou em Lourenço Marques, mas após o segundo ano do ensino secundário, mudou-se para Lisboa para concluir o liceu, onde estudou pintura e desenhou com Lino António e Celestino Alves e se formou em pintura e escultura. Nessa altura, conheceu artistas como Marcelino Vespeira, Carlos Botelho, Albertina Mantua, Costa Pinheiro, Júlio Pomar e Nuno de Sampayo.

Em 1943, Lopes voltou a Moçambique, onde se casou com o poeta Diogo Virgílio de Lemos, com quem teve filhos gémeos. Durante nove anos, Lopes deu aulas de Desenho Artístico na Secção Feminina da Escola Técnica General Joaquim José Machado. Ali, Lopes era reconhecida pelo seu método de ensino inovador, todavia por diversas vezes entrou em conflito com a direção da escola.

Em 1955, o seu marido Virgílio publicou um poema anticolonial e como resultado foi levado a julgamento por profanação da bandeira portuguesa. Mais tarde, Lemos junta-se à Resistência Moçambicana (1954-61) e no âmbito das atividades deste grupo é preso por subversão. Todos estes eventos que aconteceram ao seu marido e que Lopes acompanhou acabaram por reforçar a sua simpatia pelas franjas mais fracas e oprimidas da população, algo que também ficou patente, por diversas vezes, na sua arte.

Em 1956, Lopes pintou um mural chamado “Pavilhão da Evocação Histórica”, que foi inaugurado por ocasião de uma visita oficial do General Craveiro Lopes, então Presidente da República Portuguesa, a Lourenço Marques[nota: a Wikipédia diz que quem visitou Moçambique foi Salazar, o que dispensa mais comentários]. Três anos depois, Lopes foi eleita vice-presidente da Direcção do Núcleo de Arte. Dada a sua proximidade com Virgilio Lemos e a eminente eclosão da guerra colonial, Lopes foi forçada a deixar Moçambique em 1961. Lopes viveu por um curto período de tempo em Lisboa, mudando-se mais tarde para Roma.

Pelo meio, divorciou Virgílio de Lemos, que foi viver para Paris e em 1964, com 40 anos de idade, casou-se com Francesco Confaloni, um engenheiro italiano de computação e um amante da arte. Ficaria a viver em Roma o resto da sua vida. Durante esses tempos, fez amizade com alguns dos protagonistas da cena artística italiana, como eram Marino Marini, Renato Guttuso, Carlo Levi e Antonio Scordia. Em 1965, Lopes adquire a nacionalidade italiana (perdendo automaticamente a nacionalidade portuguesa, como era a lei na altura). Em 1979, Lopes visitou Moçambique pela primeira vez desde a sua partida e, em 1982, a sua arte fez parte de uma grande exposição no Museu Nacional de Arte Moderna de Maputo. Em 1986, fez a sua primeira exposição retrospectiva no Palazzo Venezia, em Roma. Em 1993, recebeu o título de Comendadora de Arte pelo então Presidente da República de Portugal, o mercurial Mário Soares, em Lisboa. Em 1995, foi vencedora do Prémio Gabriele D’Annunzio em Roma e em 2002 foi homenageada pelo presidente italiano Carlo Azeglio Ciampi como reconhecimento das suas contribuições à arte.

A última aparição pública de Lopes foi na Bienal de Veneza em 2011 e em 2012, morreu em Roma, aos 86 anos.”

Folheto de Bertina, com um poema do Sr. José Craveirinha.
Exposição de Bertina Lopes na Galeria das Exposições Temporárias da sede da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, 27 de Outubro de 1972.
Adelina Lopes, irmã de Bertina, 1958.
Adelina, retratada por Bertina.
óleo de Bertina.
“Aqui enterrei a minha raiva”, 1998.
Verso de “aqui enterrei a minha raiva”, 1998.
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