Em, cima, oito dos dezoito cardeais presentes no 36º Congresso Eucarístico Internacional, realizado em Julho de 1955 na cidade do Rio de Janeiro. Da esquerda: Cardeal Dom Teodósio de Gouveia, Arcebispo de Lourenço Marques; Cardeal José M. Caro Rodrigues, Arcebispo de Santiago, Chile; Cardeal Francis Spellman, Arcebispo de Nova Iorque; Cardeal Carlos Carmelo Vasconcellos Motta, Arcebispo de São Paulo; Cardeal Samuel Stritch, Arcebispo de Chicago; Cardeal Gregory Peter XV Aganianian, Patriarca da Gilicia dos Arménios; Cardeal Pierre Gerlier, Arcebispo de Lyon,; e Cardeal Adeodato Piazza, Bispo de Sabina e Poggio Herteto, que era também Secretário da Congregação Sagrada do Consistório. Tudo boa gente. Mas enquanto que na Igreja Católica basicamente chovia-se sobre o molhado (até João XXIII ter dado um breve mas memorável safanão à estrutura convocando um concílio), três meses antes, na terceira semana de Abril, realizou-se uma conferência na até obscura cidadezinha de Bandung, na Indonésia, que reuniu 29 países e na qual foi feito o primeiro aviso sério à navegação quanto ao colonialismo. O mundo em plena bipolarização, os russos e os chineses entraram no negócio da libertação, directamente e através de terceiros, enquanto que a Europa e os EUA vacilavam. Em Portugal, para além duns preparativos militares meio mixurucas, basicamente assobiou-se para o lado. Salazar estava convicto que o arranjo imperial duraria mais 300 anos. Durou mais vinte.