THE DELAGOA BAY WORLD

15/07/2022

O HOTEL DA INHACA, INÍCIO DOS ANOS 70

Imagens cortesia do acervo de Manuel Augusto Martins Gomes, com reserva de direitos de autor. Para mais informação, ver aqui.

A Ilha da Inhaca situa-se à entrada da Baía do Espírito Santo, a cerca de 35 quilómetros de Lourenço Marques. Arenosa e selvagem na altura, pouco habitada e com ainda menos desenvolvimento, praticamente ali só havia o hotel, uma pequena pista atrás para aeronaves pequenas e o farol, que ficava quase do outro lado, já em frente ao oceano e alguma população, pobre. Quando eu tinha 14 anos, tive a ideia peregrina de ir acampar na Inhaca por uns dias em Dezembro (ou seja, estava um calor de arrasar) numa tenda miserável. Fiquei junto a uma enorme praia, onde não estava rigorosamente ninguém. Um dia quis comprar ovos e uma senhora local disse-me que os fosse comprar ao faroleiro, um branco de cachimbo com ar de escritor, que “era já ali”. De facto, dali junto ao hotel via-se o farol na distância. Pus-me a caminho e ….levei três horas e meia a pé entre ir e vir. Ia morrendo de calor. O percurso incluia ter que atravessar um enorme pântano com aquelas árvores que crescem no mar na ponta da pista, que ainda por cima no regresso estava inundado pela maré alta e cheio de caranguejos (nessa noite jantei caranguejos grelhados numa fogueira).

Vista aérea do Hotel da Inhaca.

Buffet de domingo, principalmente para os bifes e as bifas.

30/08/2017

ALFREDO AUERBACH, O BARÃO DA INHACA

Filed under: Alfredo Auerbach - Barão da Inhaca, Inhaca — ABM @ 19:53

Imagem gentilmente cedida pelo Paulo Pires Teixeira.

Alfredo Auerbach

 

Pouco está publicado sobre Alfredo Auerbach. As poucas referências indicam que foi um alemão judeu que se naturalizou português e que foi um comerciante na Ilha de Moçambique na década de 1880. Após enriquecer súbita e vastamente na então pequena cidade da costa oriental de África (“fornecimentos ao Estado”….) , na década de 1890 radicou-se na pitoresca Vila de Sintra com a sua mulher (uma inglesa), onde viveram em recatado conforto e com algum destaque social – e onde faleceram. No entretanto, Auerbach fez alguns negócios em Portugal. Em Novembro de 1892, o monarca português, D. Carlos I, fê-lo Barão de Inhaca, por uma vida. Porquê da Inhaca? não sei. Aquilo era um buraco miserável, praticamente sem nada. Mas que se saiba, este foi o único título de nobreza português concedido a alguém que tivesse algo que ver com Moçambique. Penso que ele nunca meteu os pés na pequena ilha à saída da Baía de Lourenço Marques.

 

Umas casotas de pescadores da Inhaca, início do Séc. XX.

Create a free website or blog at WordPress.com.