THE DELAGOA BAY WORLD

01/05/2024

O PARQUE SILVA PEREIRA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagens retocadas.

O Parque Silva Pereira (nome de um ilustre autarca de Lourenço Marques, hoje, penso que, Parque dos Professores) foi edificado na Polana nos anos 50, a partir de parte dos terrenos onde durante décadas funcionou a sede e operações da Eastern Telegraph, a empresa que desde a década de 1870 operou o serviço de telégrafo que ligava Lourenço Marques ao mundo (a linha eventualmente ligava Carcavelos, Londres, Aden, Ilha de Moçambique, Lourenço Marques, Durban e Cidade do Cabo). Para além do Liceu Salazar, o antigo terreno estendia-se até às Barreiras da Maxaquene e ali se fez o Parque, que tinha um dos três miradouros públicos da Cidade (os outros eram o Miradouro de Lisboa e o do Hotel Cardoso).

Uma particularidade da imagem em baixo é que o Parque original era muito maior que hoje, por duas razões. A primeira resultou dos efeitos do Ciclone Claude, em Janeiro de 1966, que literalmente arrasou aquela área. Nas obras de reconstrução e reforço da barreira, a Câmara de então descortinou um plano para eventualmente edificar uma estrada que desceria da rotunda ali ao lado (a que fica em frente ao Museu) para a Baixa, na altura até ao lado do então campo de futebol do Desportivo. Pois havia um problema de acessibilidade entre a Polana e a parte baixa da Cidade. E foi roubar esse espaço ao Parque, fazendo ali uma rampa. Que, com a Libertação em 1975, ficou na gaveta, até hoje. O actual Parque dos Professores é praticamente metade do que eu ainda conheci na década de 1960.

Nesta imagem a preto e branco, vê-se, a colorido, o original Parque Silva Pereira (hoje, dos Professores), podendo-se notar na ponta a Sul o seu Miradouro. Atrás, o Liceu Salazar, hoje Escola Secundária Josina Machel.
O Miradouro do Parque Silva Pereira.
Maputo, o Parque (agora) Jardim dos Professores, numa foto após independência. Já cortado ao meio.

06/08/2019

LOURENÇO MARQUES EM 1969

Imagem retocada.

 

A ponta da Polana, a Maxaquene e o seu Aterro e ainda a Baixa de Lourenço Marques, final da década de 1960.

 

29/07/2019

OS EFEITOS DO CICLONE CLAUDE NA ENCOSTA DA MAXAQUENE EM LOURENÇO MARQUES, 1966

O Ciclone Claude, que se abateu sobre a zona de Lourenço Marques em Janeiro de 1966, teve um considerável impacto sobre a Cidade. Um deles, que me recordo relativamente bem (tinha seis anos de idade) foi que não houve água canalizada em toda a Cidade durante vários dias. Para colmatar a falta de água canalizada, durante dias eu lembro-me de tomarmos banho no quintal com baldes de água, tirada de bidons que o meu Pai tinha colocado nas caleiras de recolha da água da chuva do telhado. Pouco tempo depois, o meu Pai mandara construir um depósito de água com dois mil litros, sobre a varanda de trás da casa onde habitávamos na Rua dos Aviadores (e onde eu, à sucapa, em dias quentes, ia tomar banho às escondidas). De facto, penso que em resultado do Claude, tornou-se mandatório, ou pelo menos habitual, todos os prédios da Cidade terem depósitos de água.

Mas o impacto mais visível,, para mim, que ali passava todos os dias quando ia de casa nadar para a piscina do Desportivo, foi o desabar da Barreira da Maxaquene, situada entre o Hotel Cardoso e a ponta do Liceu Salazar (o agora Josina Machel). Foi uma pequena calamidade. Anteriormente, a Barreira da Maxaquene era mesmo uma barreira – mal se podia passar ali, pois a vegetação ali era mato cerrado. Havia apenas umas duas ou três passagens que permitiam uma pessoa descer até à zona do Sporting e do Desportivo.

E a orla da Barreira ficava situada muito mais à frente do que se vê actualmente e era muito mais íngreme. Tanto assim que o terreno onde está o pequeno jardim em frente ao Liceu era muito maior e ali havia um excelente miradouro sobre a parte Baixa da Cidade e a Baía.

A Barreira da Maxaquene em frente ao Liceu Salazar antes do Ciclone Claude, que aconteceu em Janeiro de 1966. Veja a mesma imagem em baixo, anotada.

O Claude mudou isso tudo e instalou o caos virtual, pois o mato ali cedeu e a barreira desabou para o Aterro da Maxaquene, criando uma situação instável na parte alta da Cidade.

A linha vermelha indica, aproximadamente, os efeitos do Ciclone Claude. O então Parque Silva Pereira ficou praticamente cortado em metade, desaparecendo o seu Miradouro (ver nº6). Outras anotações: 1) Liceus Salazar e Dona Ana da Costa Portugal; 2) Museu Álvaro de Castro; 3) Praça das Descobertas; 4) Hotel Cardoso; 5) Parque Silva Pereira.

Levou uns dois a três anos à Câmara Municipal a encontrar uma solução para o problema, que passou pela criação de uma nova barreira mais inclinada, coberta com um matope barrento cinzento escuro no qual crescia uma erva resistente, com linhas horizontais de captação de água, que iam desembocar em linhas descendentes de cimento, que escoavam as águas pluviais em segurança.

Na parte de cima da Barreira, foi desde logo esboçado um acesso viário, que futuramente deveria descer da Praça das Descobertas para a zona do campo de futebol do Desportivo (e que nunca foi construído). Foi esse acesso que resultou na destruição do miradouro do então Parque Silva Pereira e na sua considerável diminuição.

Assim, em 1968, ao contrário das restantes barreiras na orla da Baixa e da Estrada Marginal, a Barreira da Maxaquene não tinha qualquer vegetação para além do que acima descrevo, o que até deu para ali realizar algo de original: a exibição de uma peça de teatro, penso que um Auto de Natal, na base da Barreira, vista por milhares de residentes da Cidade, penso que em Dezembro de 1968, em que a multidão se sentava na Barreira. Foi durante o primeiro ano do mandato de Baltazar Rebelo de Sousa e se não me engano a iniciativa fora da sua Mulher.

As Barreiras da Maxaquene em obras após o desastre do Ciclone Claude, cerca de 1966-1967. A seguir aos trabalhos de terraplanagem, foi instalado um sistema de irrigação de águas pluviais. Foi neste preciso local que se realizou o tal Auto de Natal de que falo em cima.

09/07/2019

VISTA AÉREA DE LOURENÇO MARQUES, FINAL DA DÉCADA DE 1950

Imagem retocada.

O que se pode ver nesta imagem:

  1. Na Catembe ainda havia pouca construção;
  2. A FACIM ainda não existia e a zona do Aterro de Maxaquene ainda estava praticamente intocada e coberta de eucaliptal;
  3. Ainda havia poucos prédios na Maxaquene e na Polana;
  4. O Hotel Cardoso ainda tinha apenas um andar;
  5. À direita, já se vêm os campos de futebol do Sporting (1933) e do Desportivo (1949)
  6. Mais importante, as Barreiras da Ponta Vermelha e da Maxaquene ainda eram muito maiores e cobertas de mato denso. Isso seria radicalmente alterado pelos efeitos do Ciclone Claude (Janeiro de 1966) e das alterações levadas a cabo na sua sequência. O Parque Silva Pereira, em frente ao Liceu Salazar (1952), por exemplo, será significativamente reduzido e quer à sua frente, quer na Ponta Vermelha, em meados dos anos 60, serão feitos aterros para se segurar as barreiras e abrirem novas vias que ligariam a parte Alta da Cidade (Polana e Ponta Vermelha) com a Baixa. De facto em 1974 seria concluída a actual via (que incluiu a construção de um viaduto) ligava a Estrada Marginal na zona do Clube de Pesca com a Ponta Vermelha. Já a via que ligaria a Praça das Descobertas (em frente ao Museu Álvaro de Castro), responsável pela significativa redução do Parque Silva Pereira, e pela destruição do Miradouro que ali havia (ver em baixo), nunca foi construída até esta data. Mas os aterros feitos ali ainda se podem detectar.

 

Vista da Cidade, segunda metade da década de 1950.

 

O Miradouro do Parque Silva Pereira, em frente ao Liceu Salazar (actual Josina Machel) na primeira metade da década de 1960 mas antes da devastação causada pelo Ciclone Claude (início de Janeiro de 1966), em que desapareceria e o actual jardim é cerca de metado do antigo parque. Em segundo plano, o estádio coberto do Sporting de Lourenço Marques uma grande obra do clube na sequência da ida de Eusébio para…o Benfica de Lisboa.

29/07/2018

A RUA DOS AVIADORES NA POLANA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagens retocadas e pintadas por mim(voltei às pinturas…). Relevante apenas porque vivi ali quase toda a minha infância.

Hoje a artéria dá pelo nome de Rua da Argélia. Ficava situada entre o Liceu Salazar e o Museu Álvaro de Castro, dum lado, e da Avenida António Ennes do outro lado.

Placa da Rua dos Aviadores.

 

A Rua dos Aviadores é a onde as árvores estão pintadas a verde. A casa azul com o telhado a vermelho era a casa onde os BM viveram durante onze anos. Foi demolida ainda antes de 1974. A seguir ficava o Núcleo de Arte. Em primeiro plano vêem-se o Liceu Salazar e a Praça das Descobertas. A foto deve ter sido tirada mesmo no início dos anos 60 pois ainda me lembro de a municipalidade ter arrancado todas estas árvores e plantado árvores novas, pequenas.

 

 

22/07/2018

O LICEU SALAZAR E A PRAÇA DAS DESCOBERTAS EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Grato ao PPT e ao AHM.

 

Foto tirada da Hotel Cardoso para Noroeste, mostrando em frente a Praça das Descobertas e o Liceu Salazar(hoje Liceu Josina Machel). À esquerda o Parque Silva Pereira e as Barreiras da Maxaquene e à direita, fora de vista, o Museu Álvaro de Castro(hoje Museu de História Natural). Finais dos anos 60.

15/09/2012

JORGE NA PRAÇA DAS DESCOBERTAS NA POLANA EM LOURENÇO MARQUES, MARÇO DE 1974

Fotografia do Jorge Alves, restaurada.

O Jorge Alves na então Praça das Descobertas, junto do Liceu Salazar em Lourenço Marques. Atrás dele vê-se a Estação de Serviço da Shell, à direita fica o Hotel Cardosos e à esquerda o Museu Álvaro de Castro. Ao fundo, as Torres Vermelhas. Hoje, tudo menos o hotel e as Torres mudou de nome.

26/02/2012

O HOTEL CARDOSO EM LOURENÇO MARQUES, anos 1960-70

 

O Hotel Cardoso na Polana. Ao lado, A Praça das Descobertas, o Liceu Salazar e o Museu Álvaro de Castro.

 

Um postal do Hotel Cardoso. Antes da Independência, nunca lá entrei.

02/07/2011

A PRAÇA DAS DESCOBERTAS EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Ao fundo, o Museu Álvaro de Castro, hoje Museu de História Natural. Este monumento foi demolido na altura da Independência.

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