THE DELAGOA BAY WORLD

26/11/2023

VIAJANDO PARA LOURENÇO MARQUES, 1958

Imagens coloridas e retocadas.

Açoreanos de São Miguel, uma das ilhas do Arquipélago situado a um terço do caminho entre Portugal Continental e a costa da América do Norte, os meus pais (por decisão do Pai) cedo saíram para…Macau, onde viveriam durante quase sete anos, após o que retornaram brevemente a São Miguel, para quase logo de seguida (mais uma vez por decisão do Pai), com quatro dos cinco filhos (a filha mais velha nunca sairia dos Açores – long story) viajaram no Moçambique para Lourenço Marques, onde chegariam em meados de 1958, a minha Mãe grávida do meu irmão Fernando, o primeiro a nascer em Moçambique (20 de Setembro desse ano) seguido por mim (30 de Janeiro de 1960) e mais tarde a minha irmã Paula (6 de Abril de 1962).

Em 1958 o meu Pai já conhecia Moçambique, pois passou lá umas semanas em 1950 enquanto a caminho de Macau, para recrutar nativos (na terminologia usada então) que integrariam as Tropas Landins posicionadas no pequeno enclave asiático e que ele, tenente, lideraria. Esta era uma coisa que se fazia então.

Havia muitos poucos açoreanos em Lourenço Marques e acho que se conheciam mutuamente, se bem que conto nos dedos de uma mão os que conheci. Para além do Victor Cruz, que trabalhava no Notícias, haviam as duas amigas da minha Mãe (Maiana e Conceição) que eram açoreanas e que passavam horas a conversar quando se visitavam. A Maiana era viúva e vivia num prédio na Baixa em frente à Cervejaria Nacional e a Conceição viveu primeiro numa casa no Bairro Militar atrás da Somershield e depois na Matola, quando a Matola parecia ser um exílio longínquo no outro lado do Mundo. A Mãe sempre foi uma pessoa reservada, ao contrário do meu Pai que sempre foi um homem do Mundo e dava-se literalmente com toda a gente, de todas as cores e proveniências e culturas – contexto que no tecido urbano moçambicano de então era comum. O meu Pai distinguia-se por aquele sotaque peculiar que se usava em Ponta Delgada, o que contrastava com tudo e todos, incluindo eu, que cresci a falar com o sotaque padrão continental que se falava na Cidade. Curiosamente, eu percebia perfeitamente o que os meus pais diziam, mas metade da Cidade notava esse sotaque e alguns tinham dificuldade em entender o meu Pai, o que tinha a sua piada.

Esta não era uma foto da minha família, que se pode ver do lado direito (a minha irmâ Lelé ao centro, a seguir o meu irmão Mesquita, atrás dele a minha Mãe, a seguir a Cló, e o Chico a dar a mão ao meu Pai). Na realidade, a foto foi-me enviada há pouco tempo por um membro da Família do lado esquerdo, que viajaram no Moçambique para Lourenço Marques (e pela qual estou grato) e cujo apelido perdi. Aqui, durante um exercício de segurança, vestindo coletes de salvação.
O Paquete Moçambique, em que viajaram em 1958. Até meados dos anos 60, a esmagadora maioria das pessoas e bens circulavam entre Portugal (ou a “Metrópole”) e Moçambique em navios como este. A viagem durava entre 3 e 4 semanas e dizem-me que até era agradável.

14/10/2023

STANLEY RYGOR, UM JUDEU EM LOURENÇO MARQUES

Até eu ter ido viver para os Estados Unidos após sair de Moçambique em 1975 (e não poder voltar) e rapidamente me ter convencido que Portugal, para onde tinha ido estudar, com a sua miséria perene e agora as fantasias do socialismo, nunca ofereceria as condições para reunir a família (tinha razão. 50 anos depois do 1974, Portugal permanece na cauda da Europa em termos de nível de vida), o único judeu que conheci era o Senhor Stanley Rygor, sobre quem só sabia que tinha uma lojinha na velha Baixa de Lourenço Marques.

Ele ia às piscinas ver as provas de natação e quem o conhecia era a minha irmã Cló, na altura reconhecida como campeã nacional de natação (era comum, quando me apresentava a alguém, dizer que ou era irmão da Cló ou filho do Sr. Comandante Botelho de Melo).

Foi a Cló que o conheceu primeiro, quando um dia foi à loja do Sr. Rygor na Rua Consiglieri Pedroso para emoldurar um poster do lendário nadador norte-americano (e judeu) Mark Spitz, que faria história nos jogos olímpicos de Munique no verão 1972 – interrompidos por (mais) um inenarrável ataque terrorista de palestinianos na vila olímpica e o subsequente massacre de vários atletas e dirigentes da delegação israelita.

Cló no seu quarto, 1973. Aquilo atrás é uma bandeira de Israel (?)

Algum tempo mais tarde ela apresentou-me o Sr. Rygor, sem eu saber nada sobre a sua religião. Só muito mais tarde é que soube, mais como curiosidade. Eu na altura nada sabia sobre o judaísmo, o Holocausto perpetrado pelos Nazis durante a II Guerra Mundial, os séculos e séculos de perseguição, principalmente na Europa. Apenas tinha a noção, transmitida muito en passant nas aulas de catequese na Rebelo da Silva e na Igreja de Santo António da Polana (pois….) que Jesus Cristo fora judeu e depois aquela confusão toda com os romanos há dois mil anos. Os padres vagamente rosnavam que não eram de confiança e as mensagens subliminares dos filmes de Hollywood (como o Barrabás, que vi no Varietá) escapavam-me.

Ele, era simpático, alto, culto, com um bigodinho fino e tinha um sotaque esquisito, dando um ar de estrangeiro.

Stanley Rygor.

Lourenço Marques, e penso que uma boa parte de Moçambique, era – parecia então -um rico mosaico de diversidade cultural, étnica e religiosa e, apesar de eu não ser religioso, eu tinha noção de ali conviverem pessoas das mais diversas origens e persuasões. De cabeça, lembro-me de, para além dos católicos, de existirem várias denominações cristãs protestantes, muçulmanos (agora sei que sunnis), os ismaelitas, os hindús, ortodoxos gregos e as Testemunhas de Jeová.

E depois havia o Stanley Rygor.

Por um dos álbuns do Santos Rufino, que tinha comprado em 1972 por 10 escudos na loja do Monhé Branco junto à Praça Mac-Mahon, descobri por uma fotografia que em 1927 havia uma pequena sinagoga em Lourenço Marques mas só em 1998, quando, circunstancialente “regressei a casa” e fui trabalhar por uns anos em Maputo, é que descobri que o edifício ainda existia (mais ou menos abandonado então) que ficava recatado num terreno entre a Pastelaria Cristal e o antigo Liceu Salazar, na antiga Rua General Botha.

Entretanto em Setembro de 1974 veio a Frelimo com a sua limpeza étnica encapotada e credo revolucionário comunista, ainda por cima raivosa por aquilo do 7 de Setembro e quase todos os habitantes de Lourenço Marques simplesmente fizeram as malas e saíram de Moçambique, prenunciando os 50 anos que entretanto passaram e que basicamente têm sido uma longa, infindável, e quase impenitente desgraça. Anos mais tarde, alguém disse a alguém que disse a alguém (na altura não havia internet nem redes sociais, as pessoas simplesmente desapareciam da Cidade e levava anos a perceber o que lhes tinha acontecido) que me disse que o Stanley Rygor fechara a loja e tinha ido com uma irmã para a antiga Rodésia. Imagino que já tenha falecido mas não sei nada sobre o que lhe aconteceu.

Mas hoje temos a internet, com todos os seus defeitos e oportunidades.

E o que fui descobrindo é interessante.

Stanley era filho de Louis e Marie Rygor e tinha um irmão – Harry – e duas irmãs – Esther (ou Gertie) e Rosie. Todos os irmãos nasceram em Lourenço Marques.

Os pais, Louis e Marie Rygor, vieram da cidade de Odessa, ao Sul do que hoje é a Ucrânia, que conheço melhor desde que Putin anda entretido a desmantelar e a matar gente ali, mas que no tempo em que lá viveram ainda fazia parte do império russo, e onde havia uma expressiva comunidade judaica. Um texto refere que eles haviam “fugido” de Odessa no ano de 1905.

Curiosamente, na altura o cônsul do Império da Rússia em Lourenço Marques (e da Áustria-Hungria, e da China imperial) era um alemão genial, Fritz Wirth – o Wirth da Breyner & Wirth, que tinha vários negócios, alguns com Francisco de Mello Breyner.

Por alguma razão, em 1913, um ano antes do início da I Guerra Mundial, o casal Rygor, que entretanto passara alguns anos no Reino Unido, acabou por se radicar na pindérica Lourenço Marques, onde havia de facto uma pequena mas muito influente comunidade empresarial judaica. E abriram na Rua Consiglieri Pedroso uma lojinha de emoldurar quadros e vender vidros, etc. Louis dizia nos seus anúncios que era o único em toda a província. Esta era uma das três principais ruas de comércio da pequena cidade, sendo as outras a fundacional Rua Araújo e a então relativamente recente Avenida da República (hoje 25 de Setembro). Claro que havia ainda a Rua da Gávea, o bairro “indiano”, diz-se que povoado com gente de Diu, muçulmanos, com a sua Mesquita na esquina, onde iam rezar cinco vezes ao dia.

Anúncio da loja de Louis Rygor, no Anuário de Moçambique, a edição de 1917 mas que por causa da Guerra só saíu em meados de 1918 (se calhar não arranjavam papel). A fachada da loja manteve o mesmo aspecto até 1975.
Trecho da Rua Consiglieri Pedroso em 1968. A loja Rygor ficava do lado esquerdo nesta imagem de Fernando Sousa. A mesquita ficava uns metros à frente, à direita, na então (1913) Rua Francisco Ferrer, nome de um radical obviamente dos afectos dos radicais da I República e que os radicais do Estado Novo viriam a chamar…Rua Salazar.

O casal Rygor viveria em Lourenço Marques o resto da sua vida. Marie Rygor faleceria em 22 de Julho de 1935 com 64 anos de idade e Louis em 17 de Dezembro de 1948 com 74 anos de idade.

Ambos foram sepultados no talhão judaico junto do Cemitério de São Francisco Xavier, a caminho do Alto-Maé, onde ainda hoje se podem ver as suas lápides.

Dando sequência a uma aspiração da pequena comunidade judaica da cidade, em 23 de Agosto de 1926 foi inaugurada a sua (até hoje) única sinagoga. Na comissão constituída para o efeito, que incluia Ernest Salm (da Jacques Salm & co.) como presidente, Jules H. Muller, J. Barnett, C. Mosiff, Glazer e Joseph Levy, Louis Rygor era o Tesoureiro (nota: a lista apresentada aqui difere).

A sede da Jacques Salm na esquina da Praça Mac-Mahon (actual Praça dos Trabalhadores) e a Rua Consiglieri Pedroso, em Lourenço Marques, anos 60. No final dessa década, o edifício seria demolido e ali seria construído um prédio, também da Salm.

Segundo vários relatos, entre os quais este, a comunidade judaica de Lourenço Marques organizou-se mais ou menos por acaso, quando, no início da II Guerra Anglo Boer (11 de Outubro de 1899), o Presidente do Transvaal, Paul Kruger, subitamente expulsou do seu território o Rabbi Joseph Herman Hertz, que acusava de ser pró-britânico e que saiu do Transvaal pela linha ferroviária entre Pretória e Lourenço Marques, onde ele passou uns dias antes de apanhar um barco para Durban, sob controlo britânico. Nessa curta estadia, Hertz, que era obviamente firme, voluntarioso e uma força da natureza, pediu a Leon Cohen, um empresário e figura de topo na pequena urbe, que organizasse uma reunião na segunda-feira, dia 18 de Dezembro de 1899, com os fiéis locais, onde estabeleceu três prioridades: 1) criar-se um cemitério judaico na Cidade; 2) formalizar uma comunidade organizada; e 3) criar um sub-comité para coordenar actividades com o Comité de Vigilância Judaica de Johannesburgo e a Sociedade Judaica para a Protecção de Mulheres e Raparigas de Londres.

Cerca de vinte anos mais tarde, em 1921, os judeus locais formaram uma organização chamada Associação de Benevolência Israelita Honen Dalim (que quer dizer “ajudar os pobres”), que organizou o esforço para comprar um terreno (na Rua General Botha, adquirido à Delagoa Bay Lands Syndicate, uma das Delagoa Bays que eram quase donas daquilo tudo) e ali construir uma sinagoga, que seria consagrada pelo Rabbi Chefe Prof. Doutor J. L. Landau, que veio expressamente de Johannesburgo. Formalmente, a sinagoga de (hoje) Maputo chama-se Sinagoga Honen Dalim.

A Sinagoga Honen Dalim, foto recente.

Segundo um artigo interessantíssimo de Hyman Jocum, que reproduzo na íntegra mais abaixo, em que ele entrevistou ambos Stanley Rygor e a sua irmã Gertie no início de 1976, quando ainda estavam em Moçambique, já independente, a altura em que estiveram mais judeus em Lourenço Marques foi em 1942, no pico da II Guerra Mundial, Hitler em pleno e a matar judeus a uma escala industrial, sendo a maioria refugiados em “trânsito” (ou seja tecnicamente nem podiam ficar porque Salazar não deixava, nem podiam ir para lado nenhum porque praticamente ninguém os aceitava). Após o fim da guerra, segundo a entrevista, a maior parte destes rumou o Brasil e a Alemanha Ocidental. Imagino que alguns acabaram também em Israel e…ficaram em Moçambique.

Penso que após a morte do pai em 1948, Stanley passou a tomar conta da loja de vidros e molduras na Rua Consiglieri Pedroso.

Numa crónica, o já falecido João de Sousa recorda quando Stanley foi seccionista do Clube Ferroviário de Lourenço Marques, pelo hóquei em patins, numa altura em que o hóquei em patins da Cidade se revelou ser o melhor do…mundo, a partir dessa altura. No seu magnífico blog, o inigualável e também já falecido Francisco Velasco, uma peça-chave do milagre do mundial “moçambicano” no hóquei em patins, fez uma “lista de pessoas VIP” que ajudaram no processo de criar uma equipa campeã do Mundo. Stanley Rygor é mencionado, como seccionista. (ele também menciona o meu Pai, o que é simpático mas não percebo).

Com a chegada da Frelimo a Lourenço Marques no final de 1974, pelos vistos quase todos os judeus de Lourenço Marques se juntaram à Debandada Geral, pois percebia-se claramente que iriam destruir a economia e passar Moçambique duma ditadura colonial de partido único para uma ditadura comunista belicista e de partido único. Na peça em baixo, escrita no início de 1976, já só se fazia referência a Stanley (que agia como chefe oficioso da comunidade judaica local) e à sua irmã Gertie e a mais um ou dois residindo na agora nova capital do nascente país.

Entrevista de Hyman Jocum a Stanley Rygor e Gertie Rygor, 1976

Neste artigo que é essencialmente uma entrevista, para além da descrição de Lourenço Marques em 1942, e de outras informações, é deveras interessante a referência à proveniência e o percurso dum Sidur (um livro de rezas) durante a II Guerra Mundial, que fora parar a Lourenço Marques. O documento, que era duma menina com 10 anos de idade, foi contrabandeado pelo pai da menina, de Varsóvia, na Polónia, onde viviam, para a cidade russa de Vladivostock, no Extremo Oriente, via o comboio transiberiano, de onde seguiu para Shangai, onde se lhe juntou a mulher, que foi de seguida com ele para Macau. A menina ficou atrás. Em Macau, apanharam um barco que rumou a Lourenço Marques – em “trânsito”. Entretanto, poucos dias antes de a Alemanha nazi invadir a União Soviética, em 22 de Junho de 1941(um domingo), a Cruz Vermelha Internacional conseguiu resgatar de Varsóvia a filha do casal, que conseguiu fazer chegar a Lourenço Marques. As autoridades da África do Sul permitiram que ela frequentasse uma escola local até ao fim da guerra. Os pais ficaram em Lourenço Marques. Aparentemente, depois foram por uns anos para Shangai e, em 1949, quando os exércitos comunistas de Mao tomaram aquela metrópole chinesa, mudaram-se para a então nova nação de Israel, que havia declarado a sua independência em 14 de Maio de 1948.

Capa da revista Tribuna Israelita, Julho-Agosto de 1976.
Artigo, 1 de 4. Penso que os “motins” em Lourenço Marques a que Hyman faz referência no início do seu texto foram uma rebelião de elementos da Frelimo na Cidade no fim de 1975/início de 1976. Soube destes distúrbios pela minha Mãe, que ainda se encontrava na Cidade e que passou dias de terror, mas nunca encontrei nada escrito sobre esse episódio. A Frelimo abafou tudo, até hoje.
Artigo, 2 de 4.
Artigo, 3 de 4.
Artigo, 4 de 4.

22/07/2018

A EQUIPA DE NATAÇÃO DE LOURENÇO MARQUES ANTES DE TORNEIO EM UMTALI, 1969

Grato ao PPT e ao AHM.

Em baixo, os nadadores de Lourenço Marques, que integraram a equipa que se deslocou a um torneio de natação na pequena Cidade de Umtali, perto da fronteira entre Moçambique e a então Rodésia, posam nas escadarias da Câmara Municipal de Lourenço Marques, durante uma cerimónia protocolar de apresentação de cumprimentos, antes da viagem, 17 de Janeiro de 1969.

 

A equipa de nadadores, treinadores, seccionistas, etc.

 

1- Leonel Gomes, treinador do Desportivo; 2- Victor Cerqueira(Desportivo); 3- ?, dirigente; 4- ?; 5- Francisco Matos Lopes, treinador dos Velhos Colonos; 6- Carlos Oliveira (Desportivo); 7- Júlio Ribeiro(Desportivo); 8- Eduardo Murinello (Velhos Colonos); 9- Henrique Sampaio (Velhos Colonos); 10- João Rocha (Velhos Colonos); 11- ?; 12- Dulce Gouveia(Desportivo); 13- Isabel Sá Chaves, dirigente; 14-Anabela Rosado Lopes(Velhos Colonos); 15- Clotilde Botelho de Melo(Desportivo); 16- Lídia Gouveia(Desportivo); 17- Anabela Gouveia.(Desportivo) Peço ajuda com os nomes que faltam, bastando para tal escrever uma nota para aqui.

 

A mesma imagem, aqui mostrando as meias longas….

 

O Engº António Duque Martinho, então o Presidente da Câmara Municipal de Lourenço Marques cumprimenta um nadador dos Velhos Colonos. Ao meio, o nadador do Desportivo, Júlio Ribeiro.

12/05/2018

A EQUIPA DE NATAÇÃO DO DESPORTIVO LOURENÇO MARQUES, 1973 E 2018

Se conhecer os nomes que faltam, por favor envie uma nota para aqui.

 

Parte da equipa de natação do Desportivo Lourenço Marques, 1973.

 

1 – Paula Botelho de Melo; 2- Helena Ramos dos Santos, 3- ?(irmão do Licínio), 4-?, 5-?(irmão da Helena Ramos dos Santos), 6-? 7-?, 8-?, 9-Paula Roque, 10-Sandra Baptista, 11-Anabela Gouveia, 12-Lídia Gouveia, 13-João Rodrigues, 14-José Rodrigues, 15-Eurico Perdigão (Treinador), 16-Dulce Gouveia, 17-Clotilde Botelho de Melo, 18-Carlos Oliveira, 19- Pierre Yves Jeanrenaud.

O QUE ACONTECEU NOS 45 ANOS DECORRIDOS ENTRE 1973 E 2018

1 – Paula Botelho de Melo – Saiu de LM no dia 19 de Fevereiro de 1975 esteve num liceu em Lisboa entre 1975 e 1977, quando foi viver para os EUA, onde ainda se encontra. É especialista em processos de logística aérea para a Boeing. Já viveu em mais sítios que o resto da família junta. O português dela está-se a tornar críptico. Tem 56 anos de idade.

2- Helena Ramos dos Santos – reside em Portugal desde 1975, com base na área de Torres Vedras, a meia hora de Lisboa. É hospedeira sénior nos Transportes Aéreos Portugueses há muitos anos, pelo que já deve ter dado o equivalente a vinte voltas ao mundo- para cada lado. Uma vez há 3 anos acordou-me às 5 da manhã num vôo entre Lisboa e Luanda. Eu estava a dormir e quase dei um salto. Tem 58 anos de idade.

3- ? (irmão do Licínio)

4- ?

5- ? (irmão da Helena Ramos dos Santos) penso que trabalha na área da restauração e hotelaria. Há uns anos estava a trabalhar no Norte de Angola.

6- ?

7- ?

8- ?

9-Paula Roque – Saíu de Moçambique em 1975, seguindo a família para o Brasil e daí depois para os EUA, onde ainda reside, no Sul do Estado da Flórida. Já fala um português macarrónico, meio brasileiro, meio americano.

10-Sandra Baptista – Foi viver para a África do Sul em 1975. Penso que viveu em Durban e Joanesburgo. Hoje é especialista em vendas de imobiliário em Cape Town.

11-Anabela Gouveia – Foi viver para Portugal em 1975, onde ainda vive, numa casa em Cascais com uma vista espectacular, agora reformada, depois de uma carreira com os Correios portugueses. Tem uma filha (Ágata) e um neto e um gato.

12-Lídia Gouveia – De LM foi viver para Setúbal, em Portugal, durante uns anos, tendo em seguida emigrado para a Austrália, onde ainda vive (em Sidney) com o namorado de sempre de LM Jack, agora ambos reformados, ela dos …correios australianos. Têm um filho que já é australiano e que creio que nunca conheceu Moçambique.

13-João Rodrigues – Foi viver para a África do Sul em 1975, onde ainda reside. Tirou um doutoramento na Brown University em Providence, nos EUA e é professor catedrático (ensina Theoretical High Energy Physics) e chefia a Faculdade de Física da Universidade de Witwatersrand em Joanesburgo, onde vive com a família.

14-José Rodrigues– Foi viver para a África do Sul em 1975, onde se formou em finanças e trabalhou vários anos no sector financeiro. Nos anos 90 mudou-se para Portugal, onde ainda vive, aí para os lados da belíssima região de Tomar, a uma hora a Norte de Lisboa.

15-Eurico Jorge Mendonça Perdigão (Treinador) – Logo em 1974 saiu do Desportivo LM, onde formou uma geração de campeões nacionais, e foi treinar o Sport Algés e Dafundo em Portugal, a sua alma mater original e então o melhor clube de natação português, de onde se reformou após uma carreira brilhante. Vive com a mulher perto de Lisboa em Linda a Velha, com a mulher, perto da filha Marcela.

16-Dulce Gouveia – Saiu de Moçambique para um torneio de natação no Reino Unido em Abril de 1974 quando ocorreu o golpe militar em Lisboa. Voltou brevemente a LM para buscar os seus tarecos (e já foi um filme tirá-los de lá) e radicou-se primeiro em Coimbra, depois na linha do Estoril, como professora de educação física. Já está reformada e vive em Cascais com uma perigosa alcateia de gatos.

17-Clotilde Botelho de Melo – Saiu de LM em 1975 (ainda assistiu às cerimónias da independência no Estádio Salazar) para concluir o curso de educação física no INEF na Cruz Quebrada em Portugal. Viveu algum tempo nos Açores e no início dos anos 80 mudou-se para os EUA, onde ainda vive. Nos EUA, formou-se em contabilidade (em LM ela tinha estudado na Escola Comercial) e é directora financeira duma empresa perto de onde vive na região de Boston. Tem 62 anos de idade.

18-Carlos Oliveira – Saiu de Moçambique e viveu uns anos em Almada, tendo depois mudado para a área de Loures. Pratica contabilidade e tem feito carreira na futura empresa chinesa de electricidade chamada EDP. Durante uns anos praticou natação para masters e foi director na Federação Portuguesa de Natação onde teve um desempenho ímpar, lançando, efectivamente, a natação de masters em Portugal.

19- Pierre Yves Jeanrenaud – Saiu de Moçambique em 1975, esteve uns tempos a estudar e a nadar em Coimbra e depois foi viver para a África do Sul, onde ainda vive, na região de Port Elizabeth e onde trabalha na área dos seguros, quando não faz desportos radicais (é daqueles triatletas que correm 10 kms, andam 100kms de bicicleta e a seguir nadam 3 kms).

09/10/2013

AS NADADORAS DE MOÇAMBIQUE NA CRUZ QUEBRADA, PORTUGAL, AGOSTO DE 1969

Foto de Ana Paula Pinto Ferreira, restaurada.

 

As nadadoras de Moçambique durante uma digressão a Portugal, Agosto de 1969. Da esquerda para a direita:

As nadadoras de Moçambique durante uma digressão a Portugal, Agosto de 1969. Da esquerda para a direita: Ana Paula Pinto, Lídia Gouveia, Cló Botelho de Melo (atrás), Anabela Gouveia, Lucília Vieira e Dulce Gouveia.

12/09/2012

A NADADORA CLOTILDE BOTELHO DE MELO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

Foto restaurada.

A então jovem nadadora Clotilde Botelho de Melo, no aeroporto de Lourenço Marques, posando para a máquina com o que parece ser o seu treinador Eurico Perdigão (Desportivo) atrás dela, anos 1960.

11/09/2012

UMA EQUIPA DE NATAÇÃO DE MOÇAMBIQUE, ANOS 1970: DULCE GOUVEIA, JOÃO ROCHA, CARLOS OLIVEIRA, PROF. SACADURA, CLOTILDE BOTELHO DE MELO, GRAÇA MAIA E SUZANA ABREU

Fotografia de Clotilde Botelho de Melo, parcialmente restaurada.

 

Uma equipa de natação de Moçambique, início dos anos 1970. De pé: Dulce Gouveia, João Rocha, Carlos Oliveira, o Prof. José Sacadura. De joelhos: Clotilde Botelho de Melo, Graça Maia, Suzana Abreu.

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