THE DELAGOA BAY WORLD

19/08/2023

O BRASÃO DA MATOLA, ANOS 50

Imagem retocada.

Brasão da Matola, num sêlo da colecção dos brasões das Cidades e Vilas de Moçambique, anos 50.

Se há uma expressão do futuro que aí vem em Moçambique, é a Matola. Uma urbanização pacata e relativamente deserta na década de 1950, na década seguinte começou a crescer rapidamente e em várias direcções ao mesmo tempo, quer em termos da migração de pessoas de Lourenço Marques, quer do mato, mas também em termos da implantação de estruturas comerciais e industriais. As razões eram simples: proximidade da Capital, localização estratégica e muito, muito espaço, a preços razoáveis. Estes atributos mantiveram-se apesar das dificuldades que o país enfrentou nas décadas que se seguiram ao fim da soberania portuguesa e foram fortemente potenciados a partir do final da década de 1990. Supostamente, em 2023, a Matola já é a maior cidade em Moçambique em termos do número dos que a habitam, sem sinais de esse crescimento diminuir, o que coloca um conjunto variado de desafios, desde a cobertura sanitária, água, electrificação, saneamento, a pavimentação das estradas, escolas, hospitais, etc.

Moçambique, que por altura da independência tinha uma população de 7 milhões de habitantes, hoje já tem mais que 30 milhões e estima-se que dentro de 50 anos terá 100 milhões de habitantes, a maioria dos quais a habitar em ambiente urbano.

Na sua página, a Wikipédia refere o seguinte sobre a Matola (editado por mim), que, recordo-me, a certa altura nos anos 60 foi designada Vila e depois Cidade Salazar (ah ah – ninguém lhe chamava isso lá em casa mas enfim):

A Matola é uma cidade e município moçambicano, capital da província de Maputo; e é também um distrito, uma unidade administrativa local do Estado central moçambicano criada em 2013 e que coincide geograficamente com o município. Tem limite a noroeste e a norte com o distrito de Moamba, a oeste e sudoeste com o distrito de Boane, a sul e a leste com a cidade de Maputo e a nordeste com o distrito de Marracuene. O município tem uma área de 373 km². A sua população é, de acordo com os resultados do censo de 2017, de 1.032.197, tornando-se na segunda maior cidade moçambicana depois de Maputo.

O nome Matola provém de Matsolo, um povo banto que se fixou na região a partir do século II. É também o nome de um pequeno rio que desagua na Baía de Maputo através de um estuário comum a outros dois (o Umbelúzi e o Tembe).

Evolução

Em 1895 a área da Matola foi incluída na 1ª Circunscrição Civil de Marracuene, no então Distrito de Lourenço Marques. A povoação foi criada pela portaria nº 928 de 12 de Outubro de 1918.

Ainda integrado na Circunscrição de Marracuene, o “Posto Administrativo da Matola” foi criado a 17 de Novembro de 1945, abarcando três centros populacionais: Boane, Machava e Matola Rio. Os progressos registados levaram à emancipação municipal, criando-se o “Concelho da Matola” em 5 de Fevereiro de 1955.

Uma portaria de 20 de Abril de 1968 determinou que a então Vila da Matola se passasse a denominar “Vila Salazar”. Eugénio Castro Spranger foi o primeiro presidente da câmara, sucedido por Abel Baptista que impulsionou um processo de urbanização do concelho iniciando, já em 1963, a construção do Cemitério da Matola, a residência oficial do presidente da Câmara Municipal e os Paços do Concelho. Paralelamente, constroem-se a Igreja Paroquial de São Gabriel, o Cinema de São Gabriel, a Escola Primária Paula Isabel, a Escola de Santa Maria, a Escola do Dr. Rui Patrício e a Missão de Liqueleva. Mais tarde, são estabelecidas as Escolas Secundárias da Matola e da Machava, a Escola Industrial da Matola e o Cinema 700. Na zona industrial, estabelecem-se fábricas de cimento, a CIM, o complexo mineiro dos CFM, a Shell Company, a Sonarep, a Fábrica dos Criadores de Gado, fábrica de baterias e a Caltex. O crescimento do fluxo diário de pessoas entre as então Vila Salazar e Lourenço Marques levou à criação da Companhia de Transportes de Moçambique. No início da década dos 70, a indústria expande-se para a Machava e implantam-se novos bairros, como o do Fomento, do Trevo e o da Liberdade.

Em 1967, Abel Baptista retira-se e sucede-lhe Fausto Leite de Matos. Pela Portaria de 5 de Fevereiro de 1972, a vila ascende a cidade, passando a chamar-se “Cidade Salazar”. No ano seguinte, implantam-se novos bairros na Machava e regista-se um significativo aumento da densidade populacional em áreas que até aí tinham características rurais: Khongolote, Bunhiça e Sikwama.

(fim)

Lembro-me que, no final dos anos 60, um qualquer vidente mandou construir uma “auto-estrada” que ligava Lourenço Marques à Matola, cujos acessos prévios eram duas estradas miseráveis. A inauguração foi feita ruidosamente, e aquilo era lindo, com duas vias para cada lado (e sem portagens) ….até que vieram as primeiras chuvas de verão, altura em que todo o troço entre a Sonefe e o Bairro do Trevo simplesmente desfez-se. Foi uma barracada das antigas e teve que se fazer tudo de novo. O terreno ali, diga-se de passagem, era lamentável, quase um pântano que facilmente inundava.

04/03/2017

OS PROFESSORES DA ESCOLA PREPARATÓRIA DA MATOLA, 1972-73

Fotografia cortesia do Eduardo Horta, que aparece na fotografia (Nº8 na grelha). Se faz favor de ver em baixo a mesma foto, indexada, e conhecendo o professor e a matéria que dava, por favor escreva para aqui para se tentar completar a informação.

fb-ed-horta-em-nat-de-lm-corpo-docente-da-escola-preparatoria-da-matola-do-ano-de-1972-73

Os professores da Escola Preparatória da Matola, ano lectivo 1972-1973.

 

Eis a grelha com os nomes dos professores e a matéria que davam: 1 -Pinho (Trabalhos Mauais); 2-?; 3-?, 4-? (História); 5-?; 6-?, 7-Carlos Afflalo (Educação Musical); 8-Eduardo Horta (Educação Física), 9-Mota Bronze (Trabalhos Manuais); 10-?; 11-?;12-João Manuel Pereira dos Santos (?); 13-?, 14-?; 15-?; 16-Fernanda Gouveia ou Campos (Educação Física), 17-?; 18-?, 19-?; 20-?;21-?;22-?; 23-?, 24-?; 25-Maria Leopoldina Rodrigues “Mariazinha (?); 26-?, 27-Antónia (Matemática); 28-?, 29-?; 30-?; 31-Maria Emilia Varela Pereira Tinoco (Trabalhos Manuais); 32-Armanda Fonseca-(?); 33-?, 34-Celeste (Matemática); 35-?; 36-Alboim Inglês (Director), 37-?; 38-?, 39-?; 40-?; 41-?

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