THE DELAGOA BAY WORLD

06/09/2022

JOÃO E FREDERICO AYRES AYRES EM LOURENÇO MARQUES

A primeira imagem tem copyright e faz parte do magnífico espólio fotográfico de Manuel Martins Gomes. Para mais detalhes, ver aqui.

A segunda imagem foi publicitada no sítio de leilões de arte Renascimento.

O pintor João Ayres junto a uma das suas obras, em Lourenço Marques, anos 60. Fotografado por Manuel Martins Gomes.

Citando a Câmara Municipal de Sintra e o Centro Português de Serigrafia, um sítio refere assim o percurso de João (após editado por mim):

“João Ayres nasceu em Lisboa em 6 de Fevereiro de 1921 e ali faleceu e, 4 de Fevereiro de 2001. Era filho do Pintor Frederico Ayres. Estudou Arquitectura na Escola de Belas Artes de Lisboa e do Porto. Viveu e trabalhou, durante vinte e cinco anos, no Concelho de Sintra, na casa que projectou e construiu, na Tapada de Vale de Lobos. Em 1946, mudou-se para Lourenço Marques, onde realizou a sua primeira exposição individual em 1949.

Em 1955 expôs na Beira, a convite do Centro de Arte de Manica e Sofala. No mesmo ano expôs também no Brasil, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Salão do Ministério da Educação e Cultura do Rio de Janeiro. Em 1961 expôs individualmente em Pretória, a convite da Associação Sul Africana de Arte, na Voster’s Gallery. Das muitas exposições individuais podemos destacar as seguintes: Centro de Arte de Manica e Sofala (1955), Museu de Arte Moderna de São Paulo (1959; Palácio Foz (Lisboa), 1960); Voster’s Gallery (África do Sul) (1961); Left Bank Gallery (Joanesburgo), (1965); Cooperativa da Casa de Moçambique (1967); Fundação Calouste Gulbenkian (1981); Galeria de São Carlos, Lisboa (1958); Sociedade de Estudos de Moçambique (1971 e 1974); Galeria de São Francisco, Lisboa (1983); Galeria de Arte do Casino do Estoril (1984); Galeria de Arte do Casino do Luso (1985); Galeria de São Bento, Lisboa (1986); Galeria Barata, Lisboa (1989); Galeria Sépia, Braga (1990); Galeria de Santa Justa, Lisboa (1992); Galeria de Arte do Penta Hotel, Lisboa (1994); Eurofitness, Lisboa (1996); Galeria Barata, Lisboa (1998) e Galeria Municipal de Sintra, Fitares Shopping (2000).

Em 1966 foi premiado pela Imprensa Moçambicana como o melhor Artista Plástico. Em 1968 foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. A sua obra encontra-se representada nos Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro (Brasil), nas colecções das Câmaras Municipais de Maputo e da Beira, na antiga colecção da Agência Geral do Ultramar e na Fundação Calouste Gulbenkian. Em Dezembro de 2000, foi homenageado com a Medalha de Prata de Mérito da Câmara Municipal de Sintra e, em Agosto de 2002, foi agraciado, a título póstumo, com a Medalha de Ouro de Mérito da Câmara Municipal de Sintra.”

O PAI – FREDERICO AYRES

João era filho de Frederico Ayres, outro grande pintor, de cuja arte, na realidade gosto tanto ou mais que a do filho e que pelos vistos produziu que fartou pois na internet vejo inúmeros -e belos – trabalhos seus. O sitio de leilões de arte Serralves, citando o Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Michael Tannock, o Catálogo da Grande Exposição dos Artistas Portugueses-1935 e Catálogo da Exposição – Lisboa Século XX nas Artes Plásticas-1991, descreve assim Frederico:

“Frederico Pereira Alves – mais conhecido por Frederico Ayres – Nasceu em Lisboa em 1887 e faleceu em 1963. Frequentou a Escola de Belas Artes de Lisboa. Discípulo de Carlos Reis, e revelando-se um aluno brilhante, venceu os prémios escolares «D. Carlos» e «Anunciação». Concorreu às Exposições do Panamá, Rio de Janeiro, Barcelona e Amesterdão. Classificado com a medalha de ouro na Exposição Regional e duas pela Sociedade Nacional de Belas Artes. As suas obras caracterizam-se pelo excelente uso da cor, criando ambientes suaves e envoltos nas brumas do amanhecer ou do entardecer. Exp. ind.: Lisboa 1962. Exp. Colect.: S.N.B 1910, 1920, 1922, 1925, 1929, 1937, 1939 e 1955; Lisboa 1932, 1935, 1937 e 1962; Porto 1935 e 1963; Estoril 1932, 1936, 1938,1941 e 1948; Lourenço Marques 1937; Santarém 1960; Vila Franca de Xira 1955. Está representado no Museu da Cidade de Lisboa, no Museu Grão Vasco, Museu Soares dos Reis, Caldas da Rainha, Santarém, Vila Nova de Gaia e em diversas colecções particulares.”

A página na Wikipédia que lhe é dedicada, apesar de escandalosamente omissa, adiciona no entanto uns detalhes preciosos (editado po mim):

“Frederico Ayres estudou na Escola de Belas Artes de Lisboa, onde foi aluno de Carlos Reis, que o ajudou a definir a sua integração na produção artística nacional, seguindo a via do tardo-naturalismo. Em 1917 juntou-se ao Grupo Ar-livre, participando activamente nas suas iniciativas. As suas paisagens e marinhas manifestam uma sensibilidade às variações cromáticas e ao estado atmosférico de cada local, o que as aproxima dos valores e das técnicas impressionistas, então internacionalmente divulgados e cada vez mais aceites, como critério de modernidade. Nos anos 1930 afastou-se do meio artístico português ao instalar-se em Lourenço Marques, onde veio a falecer em 1963.”

Resumindo:

Frederico foi viver para Lourenço Marques na década de 1930, o filho João, que estava em Sintra, foi ter com ele a Moçambique, o Pai lá morreu em 1963 e o filho viveu lá (presumo que) até à Debandada, quando foi viver para Portugal. Onde morreu. Ok. Parece que é segredo. E em ambos os casos a estadia moçambicana é quase sumariamente eclipsada.

A Galeria Renascimento pôs à venda um dos quadros de Frederico, que aqui reproduzo:

Um óleo de Frederico Ayres, pintado em Lourenço Marques em 1944. Aqui o nome aparece como Aires. Pois.

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