THE DELAGOA BAY WORLD

30/05/2021

TURISTA EM DURBAN, ANOS 60

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Turista dando uma volta em Durban num riquexó. A maior parte do turismo de Moçambique nesta altura penso que ia para Nelspruit, Joanesburgo e alguns para outras cidades como Durban.

LOURENÇO MARQUES VISTA DO AR, INÍCIO DA DÉCADA DE 1970

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Vista da Cidade a partir de um avião, início da década de 1970. Em primeiro plano vê-se o Bairro da COOP, seguido pelas instalações militares, a Carreira de Tiro, e ao fundo a Polana e ao lado a Maxaquene

29/05/2021

A VISITA DO MARECHAL ÓSCAR CARMONA À BEIRA, 1939

Em Agosto de 1939, escassas semanas antes do início da II Guerra Mundial, o Marechal Carmona, presidente da república portuguesa (ou do então chamado Estado Novo de Salazar), fez uma visita a algumas colónias portuguesas, entre elas Moçambique. No caso da Beira, Carmona foi de barco à Beira, mas o grande encontro com a população local ocorreu no pequeno aeródromo da Cidade, onde o Presidente falou à população, seguido de um enorme batuque.

Este pequeno edifício era na altura o terminal do aeródromo da Beira, aqui fotografado em 1942.
O terminal do Aeródromo da Beira, Agosto de 1939, engalanado para receber Carmona, que nesta imagem se vê na varanda no topo do terminal, a saudar a população.
Após as exéquias, o Marechal Carmona desce do terminal.

MANUELA ARRAIANO RECITANDO OS LUSÍADAS EM LOURENÇO MARQUES, 1969-70

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Imagem retocada do espólio da Família Benini. Grato a Bárbara Benini e a M J Gomes.

Manuela Arraiano num recital de poesia dedicado a Camões no Teatro do Rádio Clube de Moçambique, 1969-70.

Manuela Arraiano, locutora e diseuse, a recitar trechos de Os Lusí­adas.

A CONSTRUÇÃO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE LOURENÇO MARQUES, 1908-1917

Imagens retocadas e coloridas.

A primeira estação ferroviária de Lourenço Marques era em 1895 um modesto edifício ao lado da Praça Mac-Mahon (hoje dos Trabalhadores, do lado do porto. Só anos mais tarde se construiu a actual estação, em duas fases, que se mostram em baixo.

1. Fase 1, construção da estação nova dos Caminhos de Ferro de Lourenço Marques, 1908.
2. A Fase 1 concluída, 1910.
3. A Fase 1, vista na direcção da Praça Azeredo (depois Mac-Mahon, hoje dos Trabalhadores). Note-se que o edifício “principal” em frente à Praça ainda não existe.
4. 1915. Atrás, vê-se o edifício central que faz frente à Paraça a ser construido. Seria inaugurado em 1917.
5. Parte do interior da estação ferroviária de Lourenço Marques. Em primeiro plano o salão de chá, estando ao fundo o bar da estação, 1910, foto de Louis Hily.

28/05/2021

TRAINEIRAS EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Traineiras atracadas no porto de embarcações ligeiras de Lourenço Marques, situado mais ou menos à frente da Praça 7 de Março (hoje 25 de Junho) e da Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição em Lourenço Marques, anos 60.

FIM DE TARDE PERTO DO UMBELÚZI, ANOS 60

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Fim de tarde na residência dos Benini perto do Umbelúzi com, da esquerda, sentada no chão a jovem Bárbara Benini, a sua Mãe Manuela Arraiano, de pé Maria João Seixas, Maluda, de costas César Seabra e a fadista Amália Rodrigues, primeira metade da década de 1960.

Manuela Arraiano (Benini) foi, entre outras, uma popular locutora do Rádio Clube de Moçambique. – ouvir aqui.

Maria João Seixas – para mais detalhes ler aqui.

Amália Rodrigues foi a Diva do fado português no Século XX – para mais detalhes ler aqui.

César Seabra – marido de Amália Rodrigues.

Bárbara Benini – filha de Manuela Arraiano (Benini) e de Nicky Benini, que operava um negócio de fruticultura e agricultura perto de Lourenço Marques.

27/05/2021

MULHER E CRIANÇA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Mulher e criança em Lourenço Marques, anos 60.

UM DIA NO BAZAR DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagens retocadas, tiradas por Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Uma cena quotidiana na parte traseira do Bazar de Lourenço Marques, anos 60.

Outra imagem.

23/05/2021

MANUEL MARTINS GOMES: SINOPSE DE UMA VIDA

Grato a M J Gomes, filha de Manuel Martins Gomes, pelos dados e imagens que ilustram este esboço biográfico, bem como todas as excelentes imagens que podem ser vistas premindo no seu nome no índice deste blogue.

Manuel Martins Gomes nasceu no dia 4 de Junho de 1920, em Murça, no Norte de Portugal, o quinto de onze irmãos, em que 4 irmãos eram mais velhos e seis meio-irmãos mais novos. Foi um acaso nascer naquela localidade, já que todos os seus irmãos nasceram e nasceriam no Brasil e em Angola. Com apenas um mês de idade, a Família veio viver para Lisboa. Ali morou o jovem Manuel durante a sua infância e adolescência, numa casa na Avenida da República. Por algumas questões familiares, o jovem Manuel não completou o liceu e começou a trabalhar logo a seguir a deixar a escola, o que na altura não era incomum.

Ali assistiu ao fim da I República, à Ditadura e ao nascer do Estado Novo.

Autodidacta notório, aprendeu tudo a fazer. E aprendeu a falar inglês e francês sózinho.

Em 1939, a II Guerra Mundial prestes a eclodir, então com 19 anos de idade, Manuel começou a trabalhar como escriturário na firma Manuel Pereira Júnior, agentes de navegação e transitários, tendo, em meados de 1940 sido colocado nos serviços de Trânsitos Internacionais em ligação directa com os transitários suíços Jacky, Maeder & C.º e H. Ritschard, Lda. para os contactos consulares, licenciamento e obtenção de praças nas Companhias e Agências de Navegação.

Finda a II Guerra Mundial e não se justificando a existência daquele departamento e a representação das firmas citadas, foi transferido para o expediente geral da firma, a qual naquela altura atravessava uma tremenda crise.

Este facto deu origem a ter que procurar trabalho noutra empresa que lhe desse melhores garantias para o futuro. Assim, em Maio de 1946, passou a desempenhar as funções de Inspector de Vendas da fábrica de bolachas e chocolates A Favorita Ltda., em Lisboa.

Nota de despesa do depósito da Favorita no Porto, anos 30-40.

A partir de 1949 iniciou a prospecção e estudo dos mercados de Angola e Moçambique para aquela indústria alimentar, procedendo à nomeação de agentes e nos anos seguintes o seu controlo, apoio e correcções.

Em fins de 1957, já com 37 anos de idade, foi convidado para ir trabalhar em Moçambique como Director da Companhia Vidreira de Moçambique, convite feito pelos membros de Conselho de Administração daquela Companhia que também o eram na Sociedade Central de Cervejas (SCC).

A Praça Mouzinho em Lourenço Marques, à noite.

Já em Lourenço Marques, tomou posse na Companhia Vidreira em Junho de 1958.

No interior da Companhia Vidreira de Moçambique, cerca de 1965 (foto MMG).

Quando em 1960 a Companhia de Iniciativas Económicas de Moçambique, SARL – constituída quase na totalidade por pessoas ou sociedades ligadas à SCC – adquiriu a posição de F. Dicca, Lda. (50%) nas Fábricas de Cerveja Reunidas de Moçambique, Ltd, foi convidado para ser Director da Distribuidora, Lda., sociedade esta que procedia à distribuição e venda dos produtos SCC para todo o território de Moçambique assim como à exportação.

O produto-estrela da Distribuidora, a cerveja Laurentina.

Aceite o convite, desempenhou o cargo durante o primeiro ano em acumulação com o de director da Companhia Vidreira, situação que não se podia prolongar por muito mais tempo devido ao facto de nessa altura estar-se a iniciar a reestruturação da Distribuidora.

Com a constituição em Outubro de 1973 da “holding” SOGERE – Sociedade Geral de Cervejas e Refrigerantes – na realidade a fusão das Fábricas de Cerveja Reunidas e da Companhia de Cervejas e Refrigerantes Mac- Mahon, passou a ser Vogal do Conselho de Administração da Mac-Mahon Comercial, Ltda., cumulativamente com o cargo de Director.

Manuel na sala de visitas da sua casa em Lourenço Marques, segunda metade da década de 1960 (foto MMG).

A Mac-Mahon Comercial tinha funções idênticas às da antiga Distribuidora, com a qual aliás concorre, e da mesma maneira procede à distribuição e venda da gama de produtos que eram engarrafados anteriormente pela Companhia de Cervejas e Refrigerantes Mac-Mahon, para todo o território de Moçambique.

Da esquerda: Manuel, Martins Gomes; o empresário Carlos Martins (que entre outros negócios construiu e liderou a seguradora Nauticus, incluindo a construção do Prédio Nauticus na Baixa de Lourenço Marques e partiipou na criação da Canada Dry em Moçambique), penso que o filho do lendário empresário grego Manuel Cretikos e mais um executivo cujos nome ainda tenho que descobrir (foto MMG).

Tendo Lourenço Marques como sua base, e usufruindo dos frutos do seu sucesso, Manuel viajou por todo o mundo, visitando países nas Américas, na Europa, Ásia, Austrália.

A Baixa de Lisboa, 1970 (foto MMG).
Praia na Cidade do Rio de Janeiro, 1960 (foto MMG) .
Manuel em frente ao Parténon, Atenas, Grécia, meados dos anos 60 (foto MMG) .

A Ilha de Manhattan vista de Brooklynn, Estados Unidos da América (foto MMG) .
Algures entre a Austrália e Timor, anos 60 (foto MMG) . Manuel visitou ambas.

Tendo ainda um refinado gosto pelas artes, as letras e a fotografia, na Cidade, culto, convivial e bom conversador, convivia com muita gente, incluindo alguma da elite económica e cultural da Cidade, que incluiu nomes tais como Maluda, Cargaleiro, João Ayres, Maria João Seixas, João Raposo Magalhães (Jana), as famílias Salema, Rocheta, Noronha, Corsini, Benini, Dieckman, Lynar, Barbosa, Buldini, Cunha, Levi, Palma Sequeira, Claro, Simões de Almeida, etc.

Maluda, fotografada por Manuel, anos 60 (foto MMG) .

Manuel, pintura de Maluda, 1 de 2 (foto MJG) .

Manuel, pintura de Maluda, 2 de 2 (foto MJG) .

Em meados de Janeiro de 1974, casou em Lourenço Marques, com uma jovem de 27 anos que conhecera num cruzeiro no México e por quem se apaixonara.

Entretanto, em final de Abril de 1974, ocorre um golpe de Estado militar em Portugal e, uns meses depois, é assinado na Zâmbia um acordo entre o Estado português e a Frente de Libertação para a independência do então Estado de Moçambique, para dali a nove meses, com a tomada de posse imediata de um governo controlado pela Frente. Entretanto, a sua jovem mulher, já grávida, viajou para Lisboa em Agosto, tendo a sua filha Maria José nascido na capital portuguesa em meados de Outubro desse ano.

Uma das formalidades da nova dispensação política foi despachar a estatuária colonial da Cidade. Definitivamente, a parte mais fácil, seguida pelo desmantelamento da economia herdada.

A esquina da Rua Princesa Patrícia com a Avenida Pinheiro Chagas, início de 1975. Em frente a antiga residência do Director do Hospital Miguel Bombarda e à esquerda o edifício dos Serviços de Saúde. Note o exmo. Leitor a pintura alusiva às Forças Populares de Libertação de Moçambique, que estavam a tomar conta da Cidade. À direita, o jacarandá mais bonito da Pinheiro Chagas.

Em princípio de 1975, ainda em Lourenço Marques, Manuel Gomes foi nomeado administrador da SOGERE, cargo que desempenhou, como os outros, até Outubro daquele ano, altura em que, a Frelimo a entrar em força para tomar de assalto o país, nomeadamente intervencionando todas as empresas, decidiu renunciar aos seus mandatos e deixou Moçambique, viajando para Portugal, efectivamente recomeçando a sua vida aos 55 anos de idade.

Võo Lourenço Marques-Lisboa, one way, 1975, serviço na altura assegurado pelos Boeing 747 da TAP. Bie bie Moçambique.

Como muitos na mesma situação, não se queixou: fez pela vida, num Portugal ainda em fase “revolucionária” que só estabilizaria em 1976.

Já em Lisboa, por despacho do Primeiro Ministro de 31 de Maio de 1977, foi nomeado membro da Comissão Administrativa das Fábricas Cergal, Copeja e Imperial, lugar este preenchido até 31 de Dezembro de 1977, data em que, ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 6.º dos Estatutos da Centralcer – Central de Cervejas E.P., foram nomeados os membros do Conselho de Gerência da referida empresa.

Em 19 de Abril de 1978, tomou posse como vogal do novo Conselho de Gerência da Rodoviária Nacional.

Passou ainda pela Cive – Companhia de Indústria Vidreira, pela Finangeste e pela Cimobim. Na Finangeste administrou o Cinema Império, o Palácio do Correio Mor e a Quinta da Fonte Santa (a quinta de férias da Casa do Pessoal do Banco de Portugal), e na Cimobim, como administrador do Centro Comercial Fonte Nova em Lisboa.

Após o que se reformou.

Terá dito que os 18 anos em que viveu em Lourenço Marques foram dos mais felizes da sua vida.

Faleceu em Lisboa há treze anos, em 11 de Maio de 2008, com 88 anos de idade.

E esta era a sua canção favorita:

22/05/2021

PAIS NO RESTAURANTE OCEÂNIA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada.

Os meus Pais a jantar no Restaurante Oceânia, que então funcionava no Pavilhão de Chá da Polana, junto ao Clube Naval. Penso qe a foto foi tirada por um daqueles fotógrafos que andavam pelos restaurantes a tirar fotos. Com sete filhos era raríssimo os meus pais saírem sozinhos para jantar fora.

OS EDIFÍCIOS SANTA MARIA E ABREU, SANTOS E ROCHA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

A primeira imagem retocada, foi tirada por Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Foto tirada do edifício das Fábricas das Cervejas Reunidas em Lourenço Marques, início dos anos 60. Ocupando a parte do quarteirão entre a Avenida da República e a Praça Mac-Mahon na Avenida General Machado, vêem-se aqui o Edifício Santa Maria (para onde, entre outros, se mudou a Casa Bayly quando se construiu mais abaixo o Hotel Turismo) e a seguir o Prédio Abreu, Santos e Rocha, desenhado por Pancho Guedes e concluído em 1954. No rés-do-chão deste edifício nesta altura ficavam os escritórios da DETA, que se mudaram dez anos depois para o r/c do Hotel Tursimo, e ali depois abriu a Casa Ruca. Na esquina por debaixo deste edifício, havia uma estação de serviço, o que hoje seria proibidérrimo. Nesta correnteza, a meio do Edifício Santa Maria, havia uma loja de quinquilharias dum senhor branco mas que chamavam “monhé branco”, onde em 1972 comprei o Volume 2 dos álbuns de Santos Rufino, começando assim a minha curiosidade com a história e a arquitectura da Cidade.

A fachado do Abreu, Santos e Rocha, vista mais de perto.

JUNTO AO BAZAR DE LOURENÇO MARQUES, SEGUNDA METADE DOS ANOS 60

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Imagem tirada do parque de estacionamento na Praça Vasco da Gama, onde se situava o Bazar de Lourenço Marques (à direita deste ângulo), segunda metade da década de 1960. Os dois grandes edifícios em frente são, à direita, o futuro Hotel Turismo em construção na esquina da Av. da República com a Manuel de Arriaga, e à sua esquerda a delegação do Banco Nacional Ultramarino, ambos situados na Avenida da República (actual 25 de Setembro). O edifício mais baixo à esquerda é o antigo Bazar LM, actualmente um centro cultural brasileiro. Junto ao local de onde o Manuel tirou a fotografia, havia quase sempre um senhor que era fotógrafo de rua, que tirava fotos tipo passe e as revelava nuns baldes. Posteriormente, foi edificado na esquina deste parque e do Kiosk Olímpia o Prédio do BCCI, e o estacionamento ficou para esse prédio. Lamentável mas foi o que aconteceu.

20/05/2021

A PONTE SARMENTO RODRIGUES NA ILHA DE MOÇAMBIQUE, 1967

Imagem retocada.

A Ponte Sarmento Rodrigues, assim designada em honra do antigo Governador Geral Manuel Sarmento Rodrigues (1961-1964 e que penso que a mandou construir), e ligando o Continente à histórica Ilha de Moçambique, foi inaugurada no dia 25 de Junho de 1967, tendo uma extensão de 3.3 quilómetros. Desenhada pelo conhecido engenheiro português Edgar Cardoso – ou seja, indestrutível e baratíssima (na verdade só permite a passagem duma viatura) foi a primeira e permanece a única ligação rodoviária com a Ilha. Penso que o esquema funciona assim: dois carros partem de cada extremo da ponte e cruzam-se a meio da ponte, um dos carros pára no espaço que se vê nesta imagem enquanto o outro passa e o primeiro depois segue caminho.

Sobre Sarmento Rodrigues, diz um resumo da Wikipédia:

Manuel Maria Sarmento Rodrigues (Freixo de Espada à Cinta, 15 de Junho de 1899 — Lisboa, 1 de Agosto de 1979) foi um almirante da Marinha de Guerra Portuguesa, administrador colonial e professor de grande nomeada.

Filho de um funcionário público, frequentou o Liceu em Bragança e a Universidade de Coimbra, ingressou na Escola Naval, concluindo o curso de Marinha em 1922.

Ingressou em 1923 na “Loja Renascença” da Maçonaria Portuguesa.

Como oficial subalterno, embarcou no NRP República (a bordo do qual acompanhou a viagem aérea de Gago Coutinho e Sacadura Cabral através do Atlântico Sul em 1922) e no NRP Lis, foi ajudante-de-campo do governador-geral da Índia e, a bordo do transporte NRP Pêro de Alenquer, prestou assistência às vítimas do terramoto de 1926 que naquele ano abalou o Faial. Viajou extensamente pelas colónias portuguesas do Extremo Oriente e África.

Em 1936 fez parte da Missão Hidrográfica das Ilhas Adjacentes, organismo encarregue de fazer o levantamento dos mares dos Açores e da Madeira. Paralelamente frequentou a Escola Superior Colonial.

Em 1941 assumiu em Ponta Delgada o comando do contratorpedeiro NRP Lima, cargo que manteve até 1945. A bordo do Lima participou em várias operações de salvamento de navios torpedeados nos mares dos Açores no decurso da Segunda Guerra Mundial. Enquanto comandante do contratorpedeiro Lima e durante um dos salvamentos, o seu navio sofreu uma inclinação de 67º, feito único na história da navegação, que está descrito na obra “O Nosso Navio”.

Como oficial superior, iniciou uma fase da sua carreira dedicada à administração colonial, sendo Governador da Guiné Portuguesa entre 25 de Abril de 1945 e Janeiro de 1949. Em 1946 foi promovido a Capitão de fragata.

No início da sua governação da Guiné, destaca-se a “Missão de Estudo e Combate à Doença do Sono na Guiné”, as “Comemorações do V Centenário da Descoberta da Guiné” e o “Diploma dos Cidadãos” (Diploma Legislativo n.º 1364, de 7 de Outubro de 1946) que reformulou o “Diploma dos Assimilados”.

Em 1950 integrou o Governo de Salazar como Ministro das Colónias (a partir de 1951, o nome passou para Ministro do Ultramar), tendo nessas funções implementado uma vasta reforma da administração colonial portuguesa e visitado o Extremo Oriente, o Sueste Asiático e África. Entre 1961 e 1964 foi governador-geral de Moçambique. Em sua homenagem, foi criado pela Academia da Marinha o Prémio Almirante Sarmento Rodrigues.

Publicou extensa obra sobre assuntos navais, de defesa e de administração colonial:

Os maometanos no futuro da Guiné Portuguesa, 1948.
Presença de Moçambique na vida da Nação, Agência Geral do Ultramar, Lisboa, 1964.
Os Ancoradouros das Ilhas dos Açores, Instituto Hidrográfico, Lisboa, 1970.[5]
Alguns aspectos dos nossos problemas do Ultramar, Porto : Centro de Estudos e Formação Imperial, 1952.
Aos Portugueses da Índia : alguns discursos proferidos e mensagens enviados pelo Ministro do Ultramar… Sarmento Rodrigues…, Divisão de Publicações e Biblioteca, Agência Geral do Ultramar, Lisboa, 1954.
O Capitão César Maria de Serpa Rosa (1899-1968): inspector-superior chefe da Administração Ultramarina (1899-1968), Lisboa.
Filipe Gastão de Almeida d’Eça ; apontamentos biográficos., Lisboa, Agência-Geral do Ultramar , 1969.
Description de la côte occidentale d’Afrique : (Senegal au Cap de Monte, Archipels) par Valentin Fernandes (1506-1510) ; préface, Sarmento Rodrigues . – Bissau : [s.n.] , 1951 (Lisboa : Sociedade Industrial de Tipografia)
Esperanças e realidades da vida portuguesa : (discursos, conferências, estudos) : 1950-60, Lisboa : Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1965.
Evolução recente da política africana, Lisboa : [Sociedade Industrial Gráfica] , 1960.
João Rodrigues Cabrilho : Achegas para a sua biografia, pelo Visconde de Lagoa. Prefácio do Comodoro Sarmento Rodrigues . – Lisboa : Agência Geral do Ultramar : [Paulino Ferreira, Filhos] , 1958.
No governo da Guiné : discursos e afirmações, Lisboa : Agência Geral das Colónias , 1949.
Portugal na Índia : discurso proferido na Assembleia Nacional em 1 de março de 1950, Agência Geral do Ultramar, Divisão de Publicações e Biblioteca, Lisboa : [s.n.] , 1954 (Paulino Ferreira, Filhos, imp.)
Nelson’s heroic life, Agência Geral do Ultramar, Lisboa, 1962.

19/05/2021

BARCOS NA PRAIA NA COSTA DO SOL, ANOS 60

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Barcos junto à praia, provavelmente logo a seguir à Costa do Sol, mesmo a Norte de Lourenço Marques, meados dos anos 60.

O EDIFÍCIO DRAGÃO, DE PANCHO GUEDES, EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagens retocadas e pintadas.

1 de 2. O edifício vista da Pinheiro Chagas, no lado da Polana. Passei por aqui dez mil vezes. É impressionante ter sido concebido em 1951.

2 de 2. O dragão no r/c em frente ao estacionamento dos carros.

Segundo escreveram a Ana e a Daniela no sítio HPIP:

Amâncio d’Alpoim Miranda Guedes (aka Pancho Guedes, 1925-2015) desenhou, para uma família amiga, um edifício de habitação com 4 pisos localizado junto da Avenida Pinheiro Chagas (hoje, Eduardo Mondlane), orientado paralelamente à primeira, segundo uma planta rectangular de aproximadamente 35 metros de comprimento por 12 metros de largura, num total de 420m2 de área de implantação. Elevado do solo, sobre pilotis, o espaço exterior coberto desnivelado da rua funciona como um espaço comunitário de convívio em relação directa com a cidade. O átrio de entrada, através do qual se acede à escada principal está por sua vez elevado do solo três degraus, o espaço restante da área exterior coberta era utilizada como estacionamento. Destaca-se ainda o mural no embasamento que representa um dragão concebido em cubos de pedra com 15 metros de extensão (ver imagem 2 de 2).

A circulação vertical é hierarquizada. Além da escadaria principal, existem duas escadas de serviço, localizadas na fachada posterior, dando acesso também à cobertura.

Nos 4 pisos os apartamentos organizados de forma simétrica a partir dos dois núcleos de escadas. São habitações com 2 quartos semelhantes à das habitações do edifício Prometheus (1951-1953), também da autoria de Pancho Guedes, em que a organização interna do edifício é simples e funcional.

A resposta às necessidades de ventilação e protecção solar levam Pancho Guedes a definir um conjunto de sistemas de sombreamento que contribuem para a identidade do edifício.

A fachada principal caracteriza-se por uma sequência entre uma grelha geometrizada composta por elementos de betão e pelas varandas salientes, desenhadas através de uma superfície curva. Na fachada posterior, o volume é encerrado através grelhas de dois tipos: uma quadrícula disposta a meia esquadria, e outra formada por quebra-luzes horizontais em betão.

18/05/2021

ATRAVESSANDO A PASSADEIRA EM LOURENÇO MARQUES, 1961

Imagem retocada.

Pessoas a atravessarem a Avenida da República na Cidade Baixa, na esquina onde na altura estava a Casa Bayly, no lugar da qual posteriormente se construiu o Hotel Turismo, 1961.

VISTA DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 70

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

As três imagens foram tiradas do apartamento em que Manuel Martins Gomes viveu no Nº970 da Avenida António Ennes, no 7º andar.

1 de 3. Vista de parte da Avenida António Ennes (hoje Dr. Julius Nyerere), para Noroeste. Daqui se pode ver parte do Parque José Cabral, o Observatório Campos Rodrigues e, no horizonte, os então novos prédios da COOP. No passeio na Avenida, vêem-se artigos de artesanato para venda. A casa na esquina, então uma residência privada, ainda existe, se bem que hoje seja usada para fins empresariais.

2 de 3. A Avenida António Ennes durante a noite.

3 de 3. Aqui apontando directamente para Poente (Oeste) uma imagem de relâmpagos durante um temporal sobre a Cidade. Os trovões que se ouviam nestas alturas eram medonhos.

16/05/2021

O CAIS DE EMBARCAÇÕES LIGEIRAS DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Pessoas junto ao Cais de Embarcações Ligeiras do porto de Lourenço Marques, atrás, onde estão parados barcos de pesca e traineiras e onde se apanhavam os barcos catembeiros que ligavam a Cidade à Catembe, anos 60. Ao fundo, o Cais Gorjão. Atrás do fotógrafo fica a Praça 7 de Março (agora 25 de Junho).

DANÇARINOS DE BATUQUE EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Dançarinos de batuque em Lourenço Marques, anos 60, em momento de pausa, aparentemente na Estrada Marginal. Penso (eu na altura nunca os vi) que dançavam para os turistas que visitavam a Cidade. Muitos anos depois da independência, encontrei grupos idênticos a dançar em eventos na Cidade.

15/05/2021

EVENTO DAS FÁBRICAS REUNIDAS EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagens retocadas, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Manuel Martins Gomes esteve profissionalmente ligado às Fábricas Reunidas a maior parte dos 27 anos em que viveu em Moçambique. Em baixo, duas imagens de um evento promocional dos seus produtos, nos arredores de Lourenço Marques.

1 de 2

2 de 2. Do lado esquerdo da fotografia, com chapéu, é o Enrico (Nicky) Benini e do lado direito o António Rocheta, que foi casado com a Graça Salema. Se o Exmo. Leitor conhecer mais alguma das pessoas retratadas nas imagens, por favor escreva uma nota para aqui.

Nicky Benini , um engenheiro agrónomo, presumo que de origem italiana, era o que se chamava em Moçambique pré-independência, um “machambeiro rico” da zona entre Boane e a Moamba, sendo os machambeiros e os criadores de gado entre as pessoas com mais sucesso em termos de negócios. Naquela altura, o negócio hortícula e de citrinos na zona entre Boane e a Moamba era tão, senão mais dinâmico, que o que havia do outro lado da fronteira no Transvaal. Entre outras proezas, Nicky criou a toranja cor de rosa, supostamente melhor que a laranja, sendo conhecido em Moçambique como o “Rei das Laranjas“, por causa das suas plantações de citrinos, muito grandes, que exportava para todo o mundo através do porto de Lourenço Marques. As mais conhecidas eram as Plantações Benini. Quem viajava de carro de Lourenço Marques para a África do Sul, perto da zona de Boane (na altura a estrada para Ressano Garcia e a África do Sul passava pela Matola e Boane) , passava sempre ao lado das suas plantações – do outro lado da estrada, perto do rio Umbelúzi.

OS AVENIDA BUILDINGS EM LOURENÇO MARQUES, FINAL DOS ANOS 50

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Os Avenida Buidings, imóvel fulcral da iconografia da anterior e actual capital moçambicana, também é conhecido como Prédio Pott, designação que formalmente nunca teve, sendo que o edifício foi mandado construir e pertenceu a Gerard Pott, uma figura incontornável na vida da Cidade, na última década do Século XIX e nas duas décadas seguintes, não só por si mas também por alguma da sua descendência, nomeadamente, Karel Pott.

Esta é, na minha opinião, a melhor foto que já vi de como era o icónico edifício antes do incêndio que o arruinou no início da década de 1990 e que aguarda projecto para a sua merecida reabilitação, o que teria um impacto brutal na Cidade Baixa.

Os Avenida Buildings na esquina das Avenidas da República e Dom Luiz I, hoje 25 de Setembro com Marechal Samora. Atrás, o Prédio Lusitânia, na altura African Life, em construção.

12/05/2021

EUGÉNIO LISBOA EM CASA, 2021

Filed under: Eugénio Lisboa — ABM @ 22:48

Imagem reproduzida do Expresso, semanário Lisboeta, que publicou uma inesquecível entrevista dada pelo Eugénio, que provou ser um Coca-Cola encartado. Isto e aquele livro sobre a sua juventude em Lourenço Marques. E que por isso, e por outras razões, merece ser mencionado aqui, no ano do seu 91º aniversário, a assinalar no dia 25 de Maio.

Eugénio na casa de São João do Estoril, atulhada de livros e papéis.

O BAZAR DE LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DOS ANOS 1960

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

A fachada frontal do Bazar de Lourenço Marques, início dos anos 60. Ao fundo, a fachada das Fábricas de Cervejas Reunidas.

10/05/2021

O MACHIMBOMBO DE INHAMBANE NO BATELÃO DE JOÃO BELO, ANOS 60

A primeira imagem, retocada, é de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico. A segunda imagem é de um postal do início dos anos 60.

O machimbombo que fazia o percurso entre Lourenço Marques e Inhambane, a atravessar o Rio Limpopo para João Belo, que na altura ainda era conhecida como Xai-Xai, designação que foi recuperada depois de 1975.

Vista geral da travessia do mesmo batelão entre o Sul e João Belo (ou Xai Xai), início dos anos 60. Em meados da década de 60 foi construída uma ponte sobre o Limpopo. Que não resolveu tudo, pois este rio é …quase impossível de gerir.
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