Alguns meses após Américo Tomás o ter nomeado Presidente do Conselho de Ministros de Portugal, após o AVC que vitimou Oliveira Salazar, Marcelo Caetano fez uma visita a Moçambique, sendo recebido pelo seu amigo de longa data, o médico de clínica geral Baltasar Rebelo de Sousa, que fora nomeado Governador-Geral pouco antes. Vivia-se a Primavera Marcelista, que se revelou um logro.
Imagem retocada, do espólio de Alfredo Pereira de Lima.
Não foi a primeira visita de Marcelo Caetano a Lourenço Marques. Mas foi a primeira visita de um Presidente do Conselho português a Moçambique, cargo que despenhava pouco depois do AVC que invalidou Salazar. Engendrada por Baltazar Rebelo de Sousa, que na altura (e por cerca de dois anos) Governador-Geral da Província, a visita foi talvez demasiadamente apoteótica e enganou quase toda a gente, especialmente os brancos, que erroneamente pensaram que estava tudo bem e que havia tempo e futuro – o que depois se provou não ser correcto. Acima de todos enganou o próprio Marcelo.
Marcelo Caetano sucedeu a Salazar como Presidente do Conselho de Ministros de Portugal, em 1968. Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, 12 anos tarde demais. Whatever. A biografia em baixo, contada por quem lhe era próximo, em três segmentos, que apanhei por acaso.