Imagem do blog Barakah.com, pertencente ao espólio da Família Jehangir Merchant, retocada.
Imagem do blog Barakah.com, pertencente ao espólio da Família Jehangir Merchant, retocada.
Foto copiada e retocada, do blog barakah.com, do espólio da Família Jehangir Merchant, que viveu na Cidade.
Sid Hocking foi um conhecido fotógrafo em Lourenço Marques, com um estúdio na Baixa. O próximo livro a ser publicado em breve por Paulo Azevedo trará mais detalhes sobre quem foi. Mas ainda não li.
O original desta fotografia, que retoquei, está guardado nos arquivos da Companhia de Moçambique em Portugal.
Imagem copiada do fascinante, hilariante e inenarrável, se patético, livro “The Key to South Africa: Delagoa Bay”, da autoria de Montague George Jessett, 1899. Ainda assim, e apesar da dedicatória cantante ao magnata Cecil Rhodes logo à entrada, vale a pena ler, para entender algum do pensamento imperial britânico em relação aos portugueses e ao Sul de Moçambique. Na altura em que foi publicado, a Grã-Bretanha preparava-se para mais uma vez atacar as repúblicas Boer (Transvaal e Estado Livre de Orange) e a turma de Rhodes instigava a anexação do que é hoje o Sul de Moçambique, baseado em dois factores: 1) que o porto de Lourenço Marques era mesmo muito muito bom para fazer parte da colónia sul-africana, e 2) que os portugueses enfim, digamos que não estavam à altura do desafio e que só davam chatices e que nem sequer conseguiam nem desenvolver a sua colónia nem controlar os seus nativos. Ah ah ah. Se calhar tinham razão.
Fotografia de Nuno Castelo Branco, dos seus Avós maternos, 1931, retocada.
Imagem de Alfredo Ginja, retocada.
Imagem e texto reproduzidos do Livro de Ouro de Moçambique, 1970.
Grato a Emanuel Borges Coucello a informação sobre a sua Avó.
Segundo a Exma. Esperança Marques, em 1976, Laurentina Borges abandonou Lourenço Marques e Moçambique, tendo ido viver para Portugal. Segundo Emanuel Borges Coucello, Neto de Laurentina, “a minha Avó Laurentina Borges faleceu em Novembro de 1992, no Hospital e viveu até então na Rua de São Bento, Nº 315- 1º Andar em Lisboa, com a filha Rute [Mãe de Emanuel e Filha de Laurentina, actualmente com 80 anos de idade].
Das fotografias mostradas em baixo, destaco três, cruciais para se contar esta história, da fabulosa colecção do grande botanista norte-americano Homer Leroy Shantz, que, fortuitamente, passou de relâmpago por Lourenço Marques no final de Outubro de 1919.
As três grandes obras de aterro que foram estruturais para o crescimento e saneamento da originalmente pequena ilhota fortificada que era Lourenço Marques foram:
–primeiro, o aterro do espaço de terreno, praia e mar, situados entre a antiga Rua Araújo e o espaço onde se construiram, no fim do Século XIX, os primeiros cais marítimos, os terrenos dos armazéns do cais,da primeira estação ferroviária e do enorme estaleiro ferroviário a Oeste;
– segundo, a drenagem e aterro do pântano que se estendia ao longo da antiga Avenida da República, entre a antiga Fábrica Reunidas e onde hoje está o Hotel Tivoli, ligando a anterior ilhota com os terrenos circundantes, nomeadamente a encosta do Maé e que acabaram no início do Séc. XX (mal feito, pois inunda sempre que chove);
– e finalmente, o enorme aterro da enseada pantanosa a nascente da Cidade, que se situava entre esta e a Ponta Vermelha e que foi executada a partir das terras na Encosta da Maxaquene, até a um enorme paredão de cimento construído em linha recta entre a ponta do novo cais de embarcações ligeiras (em frente à Praça 7 de Março) e os terrenos a Oeste da Ponta Vermelha. Estas obras decorreram no final da segunda década e o início da terceira década do Século XX.
Aqui vai-se tentar ilustrar este terceiro projecto, de que resultou, já depois da Independência de Moçambique e após a Guerra Civil, no metro quadrado mais caro e mais cobiçado em todo o país, trazendo fortunas enormes aos seus detentores, a partir de DUATs que à partida foram concedidos quase gratuitamente. Mais uma ironia do destino.
Prepare-se o Exmo. Leitor para a barragem de fotografias que se segue. Este é um trabalho que levou algum tempo a ser completado.
As imagens estão divididas em três grupos: antes, durante e depois de feito o aterro da enseada em frente à Maxaquene.
2. O PLANO DO ATERRO E A OBRA
3. A CIDADE APÓS O ATERRO
O original desta fotografia está guardado na Torre do Tombo em Lisboa, no Arquivo fotográfico da Companhia de Moçambique: Governo do Território de Manica e Sofala: Direcção dos Serviços de Estatistica e Propaganda: Fotografias do concelho da Beira: Fotografias da cidade da Beira: Álbum fotográfico
O Ciclone Claude caiu sobre a Cidade e o Sul de Moçambique em Janeiro de 1966, causando enormes estragos na região.
Fotografia de J. Wexelsen, parte dos arquivos da Missão Suíça.
“O rio Zambeze [….]nasce na Zâmbia a cerca de 1.700 m de altitude. Tem cerca de 2.600 km de comprimento e uma bacia hidrográfica de 1.330.000 km2, dos quais só 3.000 km2 em território moçambicano. Mesmo assim o rio Zambeze deve ser considerado o maior rio que atravessa Moçambique. O Rio parte de uma região bastante pluviosa; depois de atravessar a região árida da parte oriental de Angola, entra novamente na Zâmbia, onde corre, formando rápidos. Em Livingstone, é um rio bastante largo e constitui o seu leito uma paisagem anfíbia. Em Lupata, depois de atravessar o desnível do Songo ele tem os seus últimos rápidos. Dai, até sensivelmente a sua foz, corre em planície, desaguando por um imenso delta.”(texto daqui).
O Estreito de Lupata fica situado no Rio Zambeze a cerca de 80 quilómetros a jusante da represa de Cabora-Bassa (agora, Cahora-Bassa) e 60 quilómetros a Sudeste da Cidade de Tete. Em certos pontos o Rio Zambeze tem uma largura de 200 metros, “encaixado” por estes enormes maciços de pedra.
Em 2014, o governo de Moçambique autorizou a construção de uma central hidroeléctrica neste local, com uma capacidade de produção de 600 MW, que certamente irá estoirar com este monumento natural por completo, mas penso que ainda não foi feita. Enfim.
Curiosidade 1: junto à Ilha de Moçambique há uma “Entrada da Lupata“.
Curiosidade 2: No Diccionario geografico das Colonias Portuguezas, no qual se descrevem todas as ilhas e porções de continentes que Portugal possue no ultramar … por un Flaviense (1842), aparece esta jóia:
(Nota: até meados do Séc.XIX, o planeta estava a sair duma mini-idade do gelo, o que pode explicar a observação de neve no meio da Zambézia, junto ao rio. O ponto mais elevado desta zona é o Monte Dómué, com 723 metros de altura em relação ao nível médio do mar, enquanto que os terrenos circundantes de situam nos cerca da 381 metros acima do mar).
Curiosidade 3: Segundo este texto, a origem das complexas formações rochosas e sedimentares de Lupata é vulcânica, provavelmente resultantes de um vulcão já extinto, activo na época situada entre os Períodos Jurássico e Cretáceo.