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Assinalo o 125º aniversário da viagem inaugural, por via férrea, entre Lourenço Marques e Pretória, ocorrida na segunda feira, dia 8 de Julho de 1895, considerado o início do que veio a ser uma organização quase dominante em Moçambique. Na altura Lourenço Marques-Pretória (e Joanesburgo) era considerada a ligação ferroviária mais estratégica e valiosa no mundo e uma verdadeira dor de cabeça para a diplomacia britânica, empenhada há décadas a tentar isolar o Transvaal de um acesso directo aos oceanos, o que incluiu de tudo um pouco, nomeadamente a reiterada tentativa de (literalmente) comprar Lourenço Marques e ficar com o Sul do que é hoje Moçambique. Se Moçambique tem hoje um Sul, deve-o em boa parte às circunstâncias de que resultou a atribulada criação deste troço. Contra tudo e todos, se em tanta coisa mais cederam, os portugueses de então simplesmente nunca cederam neste aspecto.
Seria no entanto parcial, e porventura indecente, não mencionar que, por volta da mesma altura, por imposição britânica e de Cecil Rhodes (que essencialmente eram quase a mesma coisa) se construiu uma linha de caminho de ferro entre a Beira e a Rodésia, mais curta mas se calhar mais complicada, agravado pelo factor “o barato sai caro”, pois primeiro fizeram uma linha de bitola pequena e imediatamente após a conclusão tiveram que alargar a bitola e assim refazer tudo.