Imagens retocadas e coloridas, dos arquivos nacionais portugueses.
Três imagens duma exibição desportiva, levada a cabo no campo de futebol do Ferroviário na Baixa de Lourenço Marques, penso que ocorrida durante a visita do Presidente Óscar Carmona a Moçambique, Agosto de 1939.
Após uma visita a Moçambique, a primeira feita por um presidente da República português à pacata colónia no Índico, Agosto de 1939, Óscar Carmona e a sua comitiva seguiram de Lourenço Marques para Pretória num “comboio presidencial”. Na então capital executiva da União Sul-Africana, Carmona, o primeiro chefe de Estado a visitar a União, foi recebido com todas as honras. De seguida, foram no White Train, o luxuoso comboio para uso exclusivo do Governador-Geral da União, até à Cidade do Cabo, onde o aguardava o navio que o traria de volta a Lisboa, onde chegou poucos dias antes de Adolf Hitler atacar a Polónia, dando início à II Guerra Mundial.
Imagens retocadas e coloridas dos arquivos nacionais portugueses, as duas últimas imagens são de postais.
Literalmente, só reparei que isto existia não porque estava lá no meio da Cidade naquele tempo, mas com a sofreguidão com que a Frelimo do Governo de Transição o mandou demolir antes que a independência se abatesse sobre o território. E só hoje descobri que era um “padrão”. Hum, bem pensado se calhar. Lendo a inscrição, apenas assinala que Óscar Carmona, o presidente dilecto de Salazar, chegou à Cidade em 17 de Julho de 1939, trazendo a reboque o ministro das Colónias, Francisco Vieira Machado, de que pouco reza a história. Ele de seguida deu umas voltas da praxe pela colónia, foi de comboio até Pretória em visita de Estado (foi o primeiro chefe de Estado a visitar a União Sul-Africana desde a sua formação em 1910) e depois regressou a Portugal de barco via Cape Town. Chegando a Lisboa escassos dias antes de Hitler atirar os seus cães contra a Polónia, inaugurando a II Guerra Mundial.
Quando Américo Tomás visitou a Cidade em 1964, os poderes constituídos fizeram o Supositório (perdão: o obelisco evocativo) ali na Mafalala City no início da estrada para o Aeroporto, outro que nunca li. Aliás, quando era miúdo pensava que todos os obeliscos vinham do Egipto.
Curioso que quando o Príncipe D. Luis Filipe visitou em 1907, não fizeram nada a não ser um gigantesco party que durou uns dias.
A entrada principal do Jardim Vasco Gama em Lourenço Marques, virada para a (então) Avenida Dom Luis, década de 1960. Em primeiro plano, o pequeno monumento ali colocado aquando da, e apara assinalar, a visita de Óscar Carmona, a primeira de um chefe do Estado português a Moçambique, em 1939, mesmo antes de começar a II Guerra Mundial. O arco com decorações ao estilo Manuelino foi ali colocado e inaugurado em 1924, quando o nome do jardim, que desde a década de 1890 se chamava simplesmente Jardim Botânico Municipal, se passou a chamar Jardim Vasco de Gama, assinalando o quarto centenário da morte, na Índia, do épico navegador português. A alteração da desigação coincidiu com uma substancial melhoria do jardim, sob a tutela do britânico Thomas Honey.
Em primeiro plano, o arco da entrada principal do Jardim Vasco da Gama. A meio, o monumento erguido para assinalar a visita do Marechal Óscar Carmona a Lourenço Marques em 1939. Ao fundo o Prédio Montepio. Em Lourenço Marques, anos 1960. Antes da Independência, o monumento foi demolido e, anos mais tarde, colocada uma pequena estátua de Samora Machel de braço no ar. No final deste ano, a apenas 100 metros de distância, no local onde outrora estava implantado o monumento a Mouzinho de Albuquerque, foi inaugurada outra (mais uma) estátua à estilo soviético de Samora, desta vez com uns dez metros de altura.