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10/12/2018

ALMOÇO COMEMORATIVO NA CATEMBE, 1933

Filed under: Almoço na Catembe 1933 — ABM @ 19:35

Publicado no Ilustrado de Lourenço Marques, Nº3, 1 deMaio de 1933, p.49.

O dolce fare niente do velhos tempos coloniais.

Na primeira metade do Século XX, a maior parte dos empresários locais eram de uma diversidade de nacionalidades (alguns portugueses, principalmente tinham negócios de importação e de exportação e a ocasional mercearia), maioritariamente centrados nas minúsculas e muito poucas cidades coloniais, onde residiam também os funcionários públicos e administrativos e das empresas estatais como os Caminhos de Ferro, estes quase todos portugueses. Destes, muitos ficaram a residir em Moçambique, outros trabalhavam uns anos em Moçambique e regressavam a Portugal. O contingente colonial não excedia os 50 mil, o que era uma gota no oceano humano da então colónia. No mato, vivia 99% da população nativa, ou em regime de subsistência ou sujeitos à exploração de um conjunto de projectos agrícolas onde eram usados como mão de obra barata, controlados, ou acompanhados, por um número de funcionários localmente baseados, os chamados administradores de posto. Quase ninguém entre a população nativa sabia ler ou escrever. Quase ninguém entre os chamados colonos tinha mais que a quarta-classe. Não havia processo político constituído localmente (muito menos “democracia”no sentido actual) e o capital era minuto. O avanço civilizacional para enfrentar os desafios que o futuro traria era, na melhor das hipóteses, letárgico. A mudança, quando veio, foi brusca e apoiada de fora e assim mais uma vez, o Mundo entrou por Moçambique dentro para a promover.

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