THE DELAGOA BAY WORLD

16/01/2024

A PRAÇA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE E A AVENIDA DOM LUIS I EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada.

Vista parcial da Praça Mouzinho de Albuquerque (hoje, Praça da Independência) e da Avenida Dom Luis I (actual Av. Marechal Samora Machel). À direita, o Prédio do Montepio (ou da TAP).

16/08/2021

O QUARTEL GENERAL DA PONTA VERMELHA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1920

Imagem retocada.

O Quartel General da Ponta Vermelha em Lourenço Marques, inaugurado por Mousinho em 1897. Postal de José Rufino, meados dos anos 20.

15/03/2019

A ESTÁTUA EQUESTRE DE MOUZINHO DE ALBUQUERQUE EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 40

Imagem retocada.

 

A estátua equestre evocativa de Mouzinho de Albuquerque na então praça com o mesmo nome, em frente à futura Câmara Municipal de Lourenço Marques, durante uma cerimónia em que, para um maior efeito visual, todas as restantes luzes foram apagadas, ficando iluminados apenas o monumento e o conjunto de padrões improvisados.

27/09/2018

ANTÓNIO ENNES EM VIAGEM, FINAL DO SÉC. XIX

Imagens retiradas da revista lisboeta Serões, início do Século XX. Do que se pode ler naquela publicação, Ennes aceitou escrever um conjunto de textos sobre algumas das suas experiências e pensamentos, os quais foram acompanhados com fotografias. Neste caso, ilustrando uma das suas viagens à então África Oriental Portuguesa, a que se deslocou de barco, via o Canal do Suez. A meio da publicação da série de artigos, Ennes faleceu, a 6 de Agosto de 1901, em Sintra. Exactamente cinco meses depois, Mouzinho de Albuquerque o seu célebre e improvável companheiro das chamadas “Campanhas de Pacificação” (que consistiram na exterminação selectiva de quem se opusesse à Pax Lusitana) terá posto fim à sua vida numa carruagem em Benfica, um subúrbio de Lisboa.

1 – Ennes em primeiro plano e de monóculo, na cadeira de encosto, com duas pessoas não identificadas.

 

2 – Presumivelmente, o navio em que Ennes viajou na viagem que descreve.

 

3 – no texto de Ennes, a descrição que faz de Porto Said faria corar uma menina de coro.

 

4 – O Canal, então com uma largura navegável de 44 metros. menos que a largura de 190 metros que tem hoje. Foi  Inaugurado em 17 de novembro de 1869, após 10 anos de construção. Permite a um navio que vá da Europa para a Índia poupar semanas de navegação e uma distância de 7 mil quilómetros. Na cerimónia inaugural de 1869  esteve presente como jornalista convidado, o escritor Eça de Queiroz, que fez uma reportagem para o Diário de Notícias de Lisboa

20/07/2018

OS EMISSÁRIOS DE GUNGUNHANA QUE VISITARAM O REINO UNIDO, JUNHO DE 1891

 

Os indunas ngunis Hulunmato, à esquerda, e Umfetintenl, à direita, enviados em Junho de 1891 por Gungunhana a Londres sob os auspícios da British South Africa Company (e acompanhados pelo infatigável Dennis Doyle) para piscar o olho ao governo britânico quanto à possibilidade de este, pela quarta vez no Séc XIX, contrariar a pretensão do governo de Portugal quanto ao seu domínio dos territórios situados na costa oriental de África a Sul do rio Save. A primeira aconteceu na década de 1820, a segunda foi a disputa que terminou com a decisão de Mac-Mahon em 1875 e a terceira foi o chamado Ultimato de Janeiro de 1890 (na sequência do escândalo do confisco da Concessão McMurdo e o incidente de Paiva de Andrada em Mashonaland). A missão em Londres, na sequência do Ultimato que teve como consequência a “perda” portuguesa do que são hoje o Zimbabué e parte da Zâmbia e assim o delírio do Mapa Cor de Rosa, fez parte de um esforço considerável de relações públicas por parte de um grupo de “coloniais” britânicos, liderado por Cecil Rhodes (de quem Boyle era um fiel empregado) mas também de apoios no terreno que incluíam entregas de armas e dinheiro aos Nguni. Só que, entre a forte influência diplomática portuguesa em Londres por via do Marquês de Soveral, o apoio dos boers das Repúblicas do Transvaal e Estado Livre de Orange e as acções da pindérica presença portuguesa no terreno, nem Gungunhana nem Rhodes sucederam em contrariar o entendimento luso-britânico, apesar de um conflito em crescendo que culminaria com as “campanhas de pacificação” iniciadas no final de 1894, no fiasco do “raid” de Jameson no Natal de 1895 (que coincidiu com o improvável aprisionamento de Gungunhana pelo até então obscuro major Mouzinho de Albuquerque) e, anos mais tarde, na Segunda Guerra Anglo-Boer. Nesta última, os interesses britânicos foram acautelados e as repúblicas boer foram eliminadas e incorporadas numa (mais tarde) União Sul-Africana britânica. Em Moçambique, inaugurou-se a fase das companhias majestáticas, que, de qualquer maneira, eram essencialmente britânicas. Mas a tal Gazaland, o Sul do que é hoje Moçambique, onde viriam a nascer Eduardo Mondlane, Samora Machel e Joaquim Chissano, e que incluia Lourenço Marques, permaneceu sob a bandeira portuguesa. Mais ou menos e até 1974. Poucos na altura entenderam que o prémio de consolação dado aos portugueses pelo fim do projecto do Mapa Cor de Rosa foi o “abandono” de Gungunhana. Quanto a Hulunmato e Umfetintenl, regressaram de Londres com umas prendinhas da Rainha Vitória na bagagem.

 

22/01/2018

O MONUMENTO A MOUZINHO DE ALBUQUERQUE EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1940

A implantação de uma praça em frente à então futura sede da Câmara Municipal de Lourenço Marques, incluiu a ideia da colocação ali de uma estátua evocativa de Mouzinho de Albuquerque, o enigmático e previamente obscuro major que em 1895 galvanizou o então pequeno Reino de Portugal ao prender o Régulo Gungunhana e assim eliminar o perigo da fragmentação (pelo Reino Unido e o Império da Alemanha) da nascente colónia que se veio a transformar no que hoje é Moçambique.

 

O monumento a Mouzinho, na Praça com o mesmo nome, em Lourenço Marques, anos 40.

Já em 1916 foi constituída uma comissão para se fazer uma estátua, que pelos vistos fez pouco ou nada durante quase vinte anos. Em 1928, só havia conseguido um terço dos fundos necessários para encomendar uma estátua e o resto dos fundos foi conseguido por uma doação de 45o contos do governo provincial em 1935.

O concurso da obra é ganho pelo projecto “África”, do arquitecto António do Couto e o escultor José Simões de Almeida (sobrinho).

Em 1936, realizou-se a cerimónia do lançamento da Primeira Pedra do monumento, que só viria a ser inaugurado com pompa no dia 28 de Dezembro de 1940, um Domingo e no dia do 45º aniversário da captura de Gungunhana por Mouzinho, em Chaimite.

Cito Gerheij: “A importância investida na Praça Mouzinho, a única praça que recebe a qualificação de “monumental”, é confirmada pela construção dos novos Paços do Concelho, prevista nela desde finais dos anos 20. Em 1931 decide-se levantar também aí a nova Catedral. Só a partir de 1935 os vários projectos vão ser implementados, devido,
porventura, à crise e à reestruturação administrativa das possessões ultramarinas destes anos. O Governo colonial completa o fundo para o monumento, enquanto a Câmara Municipal autoriza as obras da Catedral, concretizadas, com largo apoio estatal, em 1936-1944. O concurso camarário para os Paços do Concelho, em 1937-1939, é ganho pelo projecto de Carlos Santos, arquitecto português que vivera desde 1917 em São Paulo. O edifício é construído em 1940-1947. A praça é urbanizada em 1940, ano da inauguração do monumento, no âmbito do programa das comemorações centenárias deste ano. A Avenida Aguiar [mais tarde Avenida D. Luis e hoje Avenida Marechal Samora Machel] já fora prolongada e rectificada, passando a ligar directamente esta praça com a 7 de Março. Desta forma, monumento e palácio municipal rematavam uma avenida espaçosa que iniciava no Monumento a António Enes, criando um novo espaço público de referência do imaginário urbano que centralizava as sedes administrativa e religiosa à volta da figura equestre.”

Pouco antes da declaração formal da Independência de Moçambique, em Junho de 1975, o monumento foi demolido e a estátua equestre bem como os painéis laterais, foram colocados no núcleo museológico construído no local da antiga Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, na Praça 7 de Março, onde ainda se encontra.

Durante o segundo mandato de Armando Guebuza, terceiro presidente de Moçambique após a Independência, no espaço previamente ocupado pelo monumento, foi colocada uma estátua em homenagem ao primeiro presidente de Moçambique, Samora Machel. A praça passou a designar-se Praça da Independência. Sendo que a declaração formal da independência foi declarada no antigo Estádio Salazar, na Machava, que até esta data nunca foi alvo de qualquer atenção quanto à solenidade do acto histórico ali ocorrido na noite de 24 para 25 de Junho de 1975.

Para mais detalhes, ver esta preciosidade do grande blogue com o nome errado, bem como o trabalho de Gerbert Verheij, a partir da página 34.

02/06/2013

MOUZINHO DE ALBUQUERQUE, 1901

Filed under: Mouzinho de Albuquerque, Mouzinho de Albuquerque — ABM @ 19:05

A última fotografia de Mouzinho de Albuquerque, 1901.

A última fotografia de Mouzinho de Albuquerque, 1901, que restaurei e coloquei umas cores para efeito. Ele falecerá em circunstâncias misteriosas a 8 de Janeiro de 1902. A prisão de Gungunhana e, não menos importante, a sua acção crucial no terreno enquanto o segundo Comissário Régio de Moçambique tornam-no uma figura incontornável da história de Moçambique. Um monárquico convicto, mas brusco, inconstante e irreverente, desprezava sem fim os políticos portugueses da sua época. Para os seus contemporâneos, foi um herói muito inconveniente. O seu famoso prisioneiro ainda viveria em Angra por mais cinco anos após a sua morte.

13/04/2012

MOUZINHO DE ALBUQUERQUE E OS RAPAZES, FINAL DO SÉC. XIX

Filed under: Mouzinho de Albuquerque, PESSOAS — ABM @ 00:03

Mouzinho de Albuquerque.

 

Mouzinho com os rapazes.

22/03/2012

A ESTÁTUA EM HONRA DE MOUZINHO DE ALBUQUERQUE

Em Portugal, os ministros das Colónias e da Educação Nacional, com outras individualidades, visitando a estátua equestre de Mouzinho de Albuquerque, obra do escultor Simões de Almeida.

 

Em Lourenço Marques e montada num pedestal, a estátua equestre adornou a Praça com o nome de Mouzinho, entre os anos 1930 e 1975.

 

Em Maputo, desde 1975, na Fortaleza na baixa e já sem pedestal, a estátua é uma atracção turística. Mouzinho de Albuquerque, que foi uma força viva duma fase crucial do processo colonial em Moçambique, tendo sido quem prendeu o régulo Nguni Gungunhana, suicidou-se em 8 de Janeiro de 1902, aos 46 anos de idade.

27/02/2012

O MONUMENTO A MOUZINHO DE ALBUQUERQUE EM LOURENÇO MARQUES.

A primeira fotografia foi gentilmente disponibilizada pelo Paulo Pires Teixeira. A segunda fotografia, adaptada (era uma foto de uma foto) foi tirada pelo fotógrafo Ricardo Rangel no final de 1974.

A figura da Colónia de Moçambique na parte da frente da estátua equestre de Mouzinho de Albuquerque em Lourenço Marques. Diz na Memória do estatuário Simões de Almeida (sobrinho), autor da escultura, e António do Couto, autor do projecto (todo o seu conjunto)«A alegoria simboliza a Homenagem da Colónia de Moçambique ao Heroi, representada por uma figura feminina, de atitude austera, afagando um pequeno indígena. Esta protecção ao nativo, concretizada no grupo, julgamos ser o preito que mais correspondia ao pensamento de Mouzinho». Simões de Almeida era natural de Figueiró dos Vinhos e é também autor da estátua de Mouzinho, das figuras religiosas na Sé Catedral de LM (Maputo) e ainda das esculturas laterais que encimavam a escadaria principal de acesso ao edifício dos Paços do Concelho de Lourenço Marques. Dada a natureza desta imagem do pretinho infantil a ser educado pela omnisciente mãe branca, Samora deve ter mandado fazer latas de conserva com esta. Confesso que, enquanto lá vivi, nunca reparei nesta segunda estátua.

Ricardo Rangel tirou esta fotografia durante o início do desmantelamento do monumento no final de 1974, com a retirada dos painéis laterais, seguida da retirada da estátua esquestre no final do primeiro semestre de 1975 (mais precisamente em 21 de Maio de 1975, um mès antes da cerimónia da declaração formal da independência). No seu lugar, em 2011, foi instalada uma igualmente paradigmática estátua, agora em homenagem a Samora Machel. Desta vez, sem cavalo e à estilo “querido líder”, o que estragou a praça, que merecia uma coisa digamos que mais imponente.

14/02/2012

A MELHOR FOTOGRAFIA DO RÉGULO GUNGUNHANA, 1891

Levei três horas a restaurar esta, que deve ser agora a melhor e a mais nítida fotografia de Gungunhana na internet.

O Régulo Gungunhana, dos Vátua, ou Nguni, aqui em 1891, na altura em que, com o deliberado apoio e incitamento dos ingleses, ainda constituía uma ameaça real à não existente presença portuguesa no que é hoje o Sul de Moçambique. Após a "entente" com os britânicos em 1892, em que Cecil Rhodes e a BSAC ficaram com as Rodésias e se regularizou a fronteira com a Niassalândia, Gungunhana basicamente tinha os dias contados. Os ataques a Lourenço Marques no final de 1894 forçaram os portugueses, em quase total falência, a agir. O fim veio no Natal de 1895, pela mão de um capitão português pouco conhecido então, já o Comissário Régio e autor da ofensiva, António Enes, se encontrava num barco de regresso a Lisboa. Desobedecendo às instruções recebidas, Mouzinho de Albuquerque dirige-se a Chaimite com uma mão cheia de militares e prende o Régulo, decapitando assim a monarquia Nguni. Mas Gaza voltaria a levantar-se.

24/12/2010

MOUZINHO DE ALBUQUERQUE, 1901

A ÚLTIMA FOTOGRAFIA DE MOUZINHO, 1901

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