THE DELAGOA BAY WORLD

29/04/2024

O VARIETÁ, O CINEMA DICCA E O ESTÚDIO 222 EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 70

Imagens retocadas.

O Dicca/Estúdio 222 foram construídos no mesmo terreno onde duante décadas esteve implantado o Teatro Varietá, que foi demolida cerca de 1967.

A fachada do Varietá na Rua Araújo, anos 60. À esquerda, uma viela que separava o cinema da então Universidade de Lourenço Marques, que passou a ser a Travessa do Varietá, em memória do venerando edifício. Também no lado esquerdo do Varietá funcionou durante alguns anos o Dancing Aquário, que com a demolição mudou de local.
O Dicca a Estúdio 222, cujas fachadas passaram para a Travessa do Varietá, ficando ainda um terreno livre na confrontação com a Rua Araújo, em mais um esquema imobiliário da altura que a Libertação deve ter estragado.
Bilhete de ingresso no Dicca, imagem de Rosália Manuel, retocada.
Bilhete de ingresso no Estúdio 222, imagem de Rosália Manuel, retocada.

12/02/2024

BARRABÁS E A DEMOLIÇÃO DO TEATRO VARIETÁ EM LOURENÇO MARQUES, 1967

Imagem retocada, da colecção de Suzana Abreu Barros, gentilmente cedida.

Esta história nem inventada.

No meu outro blogue, sobre desporto em Moçambique, num serão no passado fim de semana, tinha eu acabado de digitalizar um recorte de 21 de Abril de 1967 àcerca de umas provas de natação em Lourenço Marques, que faziam parte de um espesso maço emprestado pela nadadora Suzana Abreu (que o tinha recuperado há umas semanas dum caixote na sua arrecadação enquanto fazia umas limpezas).

Por mero acaso, virei o velho recorte (de há 57 anos), e, no verso reparei na foto que se vê em baixo, noticiando a demolição do então velho Teatro Varietá, na Rua Araújo (hoje de Bagamoyo).

O Varietá já meio demolido, Abril de 1967, foto tirada do edifício da Estatística ali ao lado. Já sem telhado, ainda se pode ver a parte da frente dos camarotes que ladeavam a sala e as paredes decoradas a Poente. Do lado direito, em frente à Rua Araújo, ficava a fachada frontal do edifício.

Até à sua demolição em meados de 1967, apesar da tenra idade (nasci em 1960), frequentei o venerando Teatro Varietá várias vezes. Na minha memória, era enorme, com uma decoração muito clássica, uma geografia esquisita (para ir ao quarto de banho perdia-me, por exemplo), muito escuro, mesmo quando tinha as luzes acesas, e no verão era um forno, pois não tinha ar-condicionado.

E lembro-me do último filme que ali assisti, por não ter percebido metade da história mas por ter ficado algo traumatizado pela sua considerável violência: o clássico Barrabás (em inglês, Barabbas, 1961, com Anthony Quinn). Na altura não percebi metade da história (ainda por cima o filme dura duas horas e um quarto) mas, para quem andou na catequese e prestou alguma atenção às matérias (que não era o meu caso), Barrabás era um pulha ladrão que por acaso vai dentro numa Jerusalém ocupada pelos romanos, precisamente na mesma altura que decorria a prisão e julgamento de Jesus Cristo. Basicamente ele é solto, enquanto Cristo é condenado, e depois, segue-se toda uma série de peripécias, retiradas não da Bíblia mas de uma novela redigida pelo escritor sueco Par Lagerkvist.

Enfim.

Nunca mais vi o filme, pois nos anos 60 levei com uma overdose de filmes épicos bíblicos que deu para duas vidas.

Entretanto o Varietá vai à vida em 1967 e é substituído pelo Dicca e o Estúdio 222. A seguir a Frelimo de braço no ar toma conta de Moçambique, eu saio de (ainda) Lourenço Marques, passam-se décadas de susto e depois das guerras e da re-distribuição do que havia e que havia antes sido nacionalizado, veio o empresário/político/artista Gilberto Mendes que, não sei bem como, ficou com aquilo e hoje está lá o que resta do Dicca que se chama Teatro Gilberto Mendes e que faz algum teatro (hoje só com a venda o terreno o Gilberto não tem que trabalhar outro dia na vida e penso que é o que vai acabar por acontecer). Enfim, digamos que é o progresso. Estas coisas acontecem.

Voltando à actualidade, depois de digitalizar a foto do recorte da Suzana em cima, fui para a cama, onde queria ver uns documentários no Youtube sobre as perpétuas peripécias do Trump, que são tantas que eu tenho que as seguir atentamente para não me perder. No computador portátil, ligo o Youtube, que me leva a uma página com os canais que costumo ver e com “sugestões”.

E o que é que me aparece na primera página? Um vídeo completo de “Barrabás”, o filme que eu vira no Varietá.

Totalmente inacreditável.

E que coloco aqui se o exmo. Leitor quiser ver.

21/08/2023

AÇUCAREIRO DO TEATRO VARIETÁ EM LOURENÇO MARQUES

Imagem de Sandra Masto, que acho que vive na Austrália, do que parece um açucareiro do Café do Teatro Varietá que recebeu do pai em 1958.

A relíquia do Varietá da Sandra.

27/08/2022

O PRIMEIRO TEATRO GIL VICENTE EM LOURENÇO MARQUES, CERCA DE 1926

Imagens retocadas e coloridas.

A fachada do primeiro Teatro Gil Vicente, cerca de 1926. Ardeu no final dos anos 1920 e depois disso construiu-se o segundo, na Avenida Aguiar, mais tarde a D. Luis I e hoje a Marechal Samora Machel.
Imagem ampliada de uma fotografia dos álbuns de Santos Rufino, cerca de 1926, onde se pode ver o primeiro Teatro Gil Vicente na esquina na Praça 7 de Março (hoje 25 de Junho) e a entrada da Rua Joaquim José Lapa (actual Joe Slovo) onde mais tarde se construiu o prédio Fonte Azul e mais ou menos onde ficava a Papelaria Académica. Curiosamente, directamente por cima do edifício do Teatro Gil Vicente, um pouco à direita, pode-se ver a parte de trás do …. Teatro Varietá. No meio, fora de vista, está a Praça 7 de Março.

07/04/2021

O CINEMA DICCA E O ESTÚDIO 222 EM LOURENÇO MARQUES

Imagens retocadas.

Primeiro, mesmo ali ao lado da Praça Mouzinho de Albuquerque (depois 7 de Março e hoje 25 de Junho), em 1910, junto à praia a partir da qual se fizeram os enormes aterros iniciais para se criar o porto da Cidade, dois italianos, Pietro Buffa Buccellatto e Angelo Brussoni, edificaram um ringue de patinagem, inaugurado em 16 de Julho de 1910. Depois de arder o telhado, no mesmo local construiram logo de seguida um dos primeiros teatros de ópera em África, o Varietá, inaugurado em 5 de Outubro de 1912, data do segundo aniversário do golpe militar que derrubou a monarquia portuguesa. Tinha 1803 lugares. O teatro durou 56 anos, até princípios de 1967, quando foi demolido.

O Varietá perto do fim.

Conforme previamente anunciado na altura, em parte do terreno onde outrora estava o Varietá, a empresa F. Dicca (fundada pelo empresário Albanês, Filipe Dicca, uma referência na Cidade) mandou edificar novos dois espaços de espectáculos, o Cinema Dicca e, ao lado, o Estúdio 222, uma sala mais pequena (o nome diz o número de lugares sentados). No lugar onde outrora ficava a soberba fachada do Varietá, virada para a Rua Araújo, sobrou um espaço que suponho fosse para fazer mais um prédio.

A Baixa Velha de Lourenço Marques, 1968. Em cima em azul, o Dicca e o Estúdio 222, quase concluídos.
O Dicca e o Estúdio 222, prestes a serem inaugurados. À direita, o murinho do tal terreno para o tal de prédio que nunca veio, com o aviso da obra do “Prédio Dicca”.
O Dicca já em funcionamento, hiper-moderno e sofisticado.

Há alguma ironia no facto que, enquanto que o Varietá ficava na Rua Araújo, o Dicca e o Estúdio 222 ficavam na…Travessa do Varietá. Designação que, estranho, se manteve até hoje, e que quase ninguém na Cidade sabe o que significa.

Mas entretanto veio o golpe de Estado do Otelo e a Libertação de Nós Todos. A breve trecho, em Lourenço Marques, tudo foi mais ou menos confiscado ou “abandonado” e quase todos os cinéfilos literalmene mudaram de país. Ali ficou um parque de estacionamento abandonado e as salas foram sumariamente adjudicadas ao novo Instituto Nacional do Cinema, que as usou enquanto elas funcionaram. O que não durou muito.

Mas durou o suficiente para, obedecendo ao ímpeto de mudar o nome a tudo o que recordasse os tempos ímpios dos portugueses, apeassem o nome do Senhor Dicca da sala maior e chamarem-lhe o mais africano e revolucionário nome de Matchedge, o nome dum buraco qualquer perdido no meio de Niassa, onde os membros da Frente de Libertação realizaram o seu Segundo Concílio em Julho de 1968 – ou seja, por coincidência, enquanto a Frelimo reunia no mato, em Lourenço Marques inaugurava-se o Dicca – ali lavando muita roupa suja como era costume mas reelegendo o líder fundacional, Eduardo Mondlane, que, apesar de ser “muito impopular com muitos militantes, tanto na guerrilla como fora dela“, surpreendentemente, duraria mais seis meses no cargo.

A seguir veio a guerra de Samora para libertar Moçambique de todos os reaccionários, colonialistas, vigaristas, vagabundos, ladrões, putas, chiconhocas e preguiçosos, entregar a Rodésia ao Sr. Mugabe e ainda libertar a África do Sul dos brancos. Em 1977, começou oficialmente o comunismo, seguido pela Época do Repolho e do Carapau e pela Guerra Civil, que essencialmente começou porque os rodesianos e depois os sul-africanos tinham alguns diferendos menores em relação à forma como o novo regime parecia encarar as suas relações bilaterais.

Pelo meio, claro, não havia dinheiro nem negócios nem comida e muito pouca arte na agora ex-Lourenço Marques. Como quase toda a Cidade, o Dicca – perdão, o Matchedge – minguava.

O Match Edge (como lhe chama o Google) e o Estúdio 222, final dos anos 80. Na altura Maputo não tinha carros, que presumivelmente terão sido todos roubados pelos antigos residentes.

Eis que surge, no início dos anos 90, jovem um empresário/artista/político local que queria ter a iniciativa de criar a sua própria companhia de teatro: Carlos Gilberto Mendes.

Encantador como um domador de serpentes e muito bem relacionado, Mendes foi ter então com o Instituto do Cinema e pediu um espaço para a sua nova companhia. Generoso, o Instituto deu-lhe três opções, em que, do que depreendi, a menos péssima era o antigo Dicca e o seu apêndice, o (ainda) Estúdio 222.

Numa entrevista, Mendes descreve o que aquilo era no princípio dos anos 90: “estava completamente partido, sem cadeiras, luz e vidros nas janelas. Era um sítio abandonado e um armazém de produtos roubados do Porto de Maputo. No local vendia-se clandestinamente arroz, açúcar e feijão. Na calada da noite, os guardas cediam a sala, a título de aluguer, para a prática de prostituição. Isto estava tudo cheio de preservativos usados. A zona era frequentada por muitos marginais, e à noite, com tudo escuro, metia medo vir ao teatro.” Com umas cadeiras que trouxe de casa e iluminação improvisada, a 2 de Setembro de 1992, a Companhia de Teatro Gungu encenou a sua primeira peça de teatro no palco do agora já velho Dicca.

Logotipo da Companhia de Teatro Gungu.

A Companhia ainda existe e opera a partir do velho Dicca, recentemente rebaptizado mais uma vez. Não sei se com a Pandemia aquilo se está a aguentar. Em vez de Matchedge, agora tem o nome do dono – Teatro Gilberto Mendes. E, depreendo, quer a companhia, quer o imóvel na Travessa do Varietá, meio quarteirão da Baixa, pertencem a Carlos Gilberto – pessoalmente. Ou seja, bom para ele um dia vender aquilo tudo por uns milhões de dólares, para mais uma vez ir tudo abaixo e ali se fazer mais um prédio (se o Desportivo pôde vender o seu campo de futebol, tudo é possível). O que não falta na cidade é teatros fantasmaglóricos fechados e a apodrecer. De momento, Carlos Gilberto, com 55 anos e que em jovem terá sido campeão de natação de Moçambique, e que foi presidente da Federação deste desporto entre 2010 e 2014, é o Secretário de Estado dos Desportos do actual governo.

No fim, com sorte, um dia, ficará aquele nome estranho na pequena Travessa, a recordar à Cidade um pouco do seu passado.

Que teve.

02/03/2021

O DANCING AQUÁRIO NA RUA ARAÚJO EM LOURENÇO MARQUES

Imagens retocadas.

O Aquário era um dos antros da Rua Araújo e que serviam uma certa população da Cidade e alguns visitantes. Foi notória e ostensivamente encerrado pelos Libertadores da Frelimo, puritanos activistas, intentos em limpar a terra das influências corruptas do capitalismo e do colonialismo.

1 de 4. Primeiro ao lado (ou dentro?) ao Varietá. Ou melhor, no antigo bar-restaurante do Varietá.

 

2 de 4. Esta a côres.

 

3 de 4. Depois do Varietá ter sido demolido, o Aquário andou cem metros para Poente e ficou a funcionar a meio da Rua Araújo, onde antes esteve o famoso Casino Costa.

 

4 de 4. Copo do Dancing Aquário.

20/02/2021

O TEATRO VARIETÁ EM LOURENÇO MARQUES, 1917

Filed under: LM Cinema Varietá, LM Rua Araújo, O Varietá em 1917 — ABM @ 16:05

Imagens retocadas.

 

Fachada exterior.

 

O interior, em branco, cheio de dourados e vermelhos..

02/04/2020

O CINEMA DICCA E O ESTÚDIO 222 EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1970

Filed under: LM Cinema Dicca, LM Cinema Varietá, LM Estúdio 222 — ABM @ 20:48

Imagem de F Pinho, retocada.

Os cinemas Diccca e, ao fundo, o Estúdio 222 em Lourenço Marques. Foram edificados no local onde dantes estava implantado o Teatro Varietá.

01/04/2020

O TEATRO VARIETÁ EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1930

Filed under: LM Cinema Varietá — ABM @ 17:19

Imagem retocada e colorida.

 

O Varietá, aí para os anos 30, quando o teatro já era “velho”. Foi demolido no final dos anos 60 e no seu lugar edificaram-se o Dicca e o Estúdio 222.

12/05/2018

O MIRADOURO DE LISBOA E A PRAÇA 7 DE MARÇO EM lOURENÇO MARQUES, 1950

Grato ao Paulo Azevedo.

O Miradouro de Lisboa na Avenida dos Duques de Connaught em Lourenço Marques (actualmente Avenida Friedrich Engels, memorializando o pouco nefático inglês amigo e patrocinador de Karl Marx).

O longo processo de “monumentalização” da Baixa de Lourenço Marques na sua zona fundacional em redor da Praça 7 de Março (actualmente, designada como Praça 25 de Junho, memorializando a data que a Frelimo escolheu para formalizar a independência da colónia em relação a Portugal em 1975) a partir dos anos 40, e que arrancou com o projecto do Arquitecto Pancho Guedes para a criação dum núcleo museológico a partir das ruínas do antigo Presídio de Lourenço Marques, teve como consequência directa uma reconfiguração a meu ver algo infeliz no tecido social e comercial de então, pela gradual retirada do local de quase todos os restaurantes e kiosks que ali existiam e onde a população da cidade e visitantes conviviam. Mas as sucessivas vereações camarárias caminharam inexoravelmente nesse sentido, provocando, entre outras, a reacção que se pode ler em baixo, assinada por “Sócrates” e publicada no Lourenço Marques Guardian em 12 de Janeiro de 1950.

 

A Praça 7 de Março, durante a segunda década do Século XX, quando ainda se chamava Praça Mouzinho de Albuquerque. Era uma espécie de feira popular, cheia de restaurantes e kiosks, um coreto onde tocavam bandas aos sábados, dum lado o velho Teatro Gil Vicente, do outro o Varietá, hotéis, casinos, o porto e a estação de caminhos de ferro, uma considerável praça de táxis e quase todas as lojas da Cidade, tudo a menos de cinco minutos de distância a pé.

 

A Praça no início dos anos 1960, depois da Fase 1 da espectacular vassourada municipal. A seguir ainda viriam a descaracterização do edifício ainda chamado Casa Amarela, a alteração do que veio depois a ser a chancelaria da futura Universidade de Lourenço Marques, a demolição do Capitania Building (expondo a obra evocativa de Pancho Guedes) e, ao lado, a demolição do Varietá e da velha filial do Banco Nacional Ultramarino. Enfim.

 

O artigo de opinião publicado a 12 de Janeiro de 1950, reclamando a falta do convívio da antiga Praça 7 de Março e a necessidade de espaços alternativos para a Cidade. Numa profecia malograda, antecipava que, à falta de acomodação administrativa no Jardim Vasco da Gama (hoje Tunduru) o Miradouro de Lisboa seria uma alternativa para esse convívio, o que só parcialmente se concretizou. Muitas destas questões confrontam os actuais residentes, sendo que as actuais vereações em Maputo se têm entretido a “povoar” alegremente quase todos os espaços públicos de lazer da Cidade com restaurantes e lojas e lojinhas (para não mencionar a insólita implantação de nada menos que um balcão do Banco Standard em pleno Parque José Cabral, hoje designado “Parque dos Continuadores”, referindo-se não sei bem a quem) a meu ver destruindo quase por completo o seu propósito. 

15/04/2018

O ESPECTÁCULO DE WALTER DEAVES NO VARIETÁ EM LOURENÇO MARQUES, ABRIL DE 1910

Grato ao Paulo Azevedo.

 

Anúncio de um espectáculo de marionetes no Varietá pelo então mundialmente conhecido o americano Walter Deaves, no Lourenço Marques Guardian, Abril de 1910 (creio). Aproveitando o Varietá para badalar a patinagem e ainda um jogo de futebol.

 

Imagem de alguns dos artefactos usados pela equipa do norte-americano Walter E Deaves, actualmente depositados no Detroit Institute of Arts, 2000. Foto de Dirk Bakker e de Robert Hensleigh.

Palhaço.

 

Palhaço com bolas.

13/02/2018

O BALLET RUSSO DANDRÉ-LEVITOFF NO VARIETÁ EM LOURENÇO MARQUES, 1934

A Companhia de Ballet Russo de Dandré-Levitoff fez uma exibição no Teatro Varietá em Lourenço Marques na noite de Sexta-Feira, dia 3 de Agosto de 1934.

Sobre a Companhia, que estava numa digressão mundial, ler o artigo de Michelle Potter, aqui.

O programa foi: La Fille mal gardéeLes SylphidesPromenade (Old Vienna), e Divertissements.

A troupe do Ballet Russo de Dandré-Levitoff em Lourenço Marques.

 

20/10/2017

AS MENINAS DA REVISTA TÁ-TÁ EM LOURENÇO MARQUES, 1946

Foto gentilmente cedida pela Olinda Cavadinha e retocada por mim.

 

As Meninas da Revista Tá-Tá, que se publicou na segunda metade da década de 1940 em Lourenço Marques, posam antes de um evento, nas traseiras do Teatro Varietá na Baixa da Cidade.

23/08/2017

A INAUGURAÇÃO DO RINGUE DE PATINAGEM E CINEMATÓGRAFO VARIETÁ EM LOURENÇO MARQUES, 1910

Filed under: LM Cinema Varietá — ABM @ 17:48

Recorte generosamente pesquisado, recolhido e facultado por Paulo Azevedo.

Imagem é um detalhe de uma das fotos de um dos álbuns de Santos Rufino.

 

Recorte do Lourenço Marques Herald, de 18 de Julho de 1910, anunciando a abertura, dois dias antes, do ringue de patinagem e animatógrafo Varietá, na Baixa de Lourenço Marques, num canto da Rua Araújo, perto da Praça 7 de Março.

 

Pessoas em frente ao Teatro Varietá, meados da década de 1920.

11/01/2017

O INTERIOR DO TEATRO VARIETÁ EM LOURENÇO MARQUES, 1913

Fotografia cortesia de Paulo Azevedo.

Até à sua demolição cerca de 1968, o Teatro Varietá manteve este aspecto.

 

varieta-lm-1913-abm

O interior do Teatro Varietá em 1913.  Clique na imagem para ver em tamanho maior.

A segunda casa de ópera situada a Sul do Equador, a seguir à Ópera de Port Elizabeth, na África do Sul, o Teatro Varietá foi inaugurado no dia 5 de Outubro de 1912, no segundo aniversário do golpe que derrubou a Monarquia. Ficava situado em Lourenço Marques, no início da Rua Araújo, perto da Praça 7 de Março (actual Praça 25 de Junho). Previamente, aqui houve um Ringue de Patinagem e Cinematógrafo com o mesmo nome, inaugurado a 16 de Julho de 1910 e antes um campo de hockey em patins – o primeiro em todo o espaço português, em que se disputaram jogos de hóquei em patins. O Teatro foi uma iniciativa dos empresários italianos Pietro Buffa Buccellato e Angelo Brussoni. No local onde estava implantado, foram inaugurados cerca de 1970 o Cinema Dicca e o Estúdio 222.

Eu ainda frequentei o Varietá quando era muito miúdo – 5 a 8 anos de idade. Na altura esta sala parecia-me verdadeiramente gigantesca. Como os B. de Melo eram mais que muitos, o Pai Melo comprava um camarote, habitualmente o primeiro no alinhamento de camarotes situados à esquerda na fotografia. Lembro-me nitidamente de aqui ter visto o filme épico Barrabás, sobre o ladrão bíblico que terá sido (no fim) crucificado com Jesus Cristo. Só que a violência era mais que muita, sangue por todos os lados e o raio do filme nunca mais acabava.

Outro problema logístico era que os quartos de banho do Varietá ficavam do lado direito da sala, a seguir às portas que se podem ver aqui à direita (o bar ficava do lado esquerdo). Ora, se eu quisesse fazer ir chichi a meio do filme, tinha que me levantar do primeiro camarote à direita, sair da sala para um corredor escuro como breu pela porta do camarote,que se pode ver na imagem, dar a volta ao teatro todo por fora até aos lavabos, fazer o serviço, e voltar todo o caminho de volta. Qual era a então solução? saía do camarote, descia mais dois camarotes, fazia lá o chichi e voltava, aliviado, para ver se o Barrabás já tinha morrido.

07/01/2017

A FACHADA DO TEATRO VARIETÁ NA RUA ARAÚJO EM LOURENÇO MARQUES, 1913

Fotografia cortesia do grande Paulo Azevedo, tratada por mim.

 

O Teatro Varietá foi inaugurado em Lourenço Marques em finais de 1912, no início da Rua Araújo (actual Rua do Bagamoyo) na altura a principal artéria da Cidade, que ligava a Praça 7 de Março (actual Praça 25 de Junho) com a Praça Azeredo, na qual se situava a então também nova estação ferroviária. Propriedade do empresário italiano Pietro Buffa Buccelatto, foi a primeira casa de ópera a funcionar, a Sul do Equador. Anteriormente naquele espaço operara também um espaço multiusos que era simultaneamente um ringue de patinagem – o primeiro em todo o espaço imperial português – um cinematógrafo, sala de espectáculos, sala de danças e sala para reuniões.

O Varietá operou sem interrupções durante mais que cinquenta anos, como casa de ópera, de teatro, reuniões e cerimónias e ainda como um cinema, tendo sido demolido na segunda metade dos anos 60, para ser ali implantado, em parte do terreno, o Cinema Dicca e o Estúdio 222.

 

A fachada do Varietá em Lourenço Marques, 1913.

A fachada do Varietá em Lourenço Marques, 1913.

 

24/05/2016

FACHADA DO TEATRO VARIETÁ EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 20

Filed under: LM Cinema Varietá — ABM @ 18:53

Situado na Rua Araújo na Baixa de Lourenço Marques, o Teatro Varietá foi a primeira casa de ópera no sul de África. Foi demolido em 1968 para dar lugar aos cinemas Dicca e Estúdio 222. Nos anos 60 funcionava essencialmente como um cinema.

 

Parte da fachada do Varietá em Lourenço Marques.

Parte da fachada do Varietá em Lourenço Marques.

20/07/2013

O TEATRO VARIETÁ EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60: AS FOTOGRAFIAS

Filed under: LM Cinema Varietá, LM Rua Araújo — ABM @ 22:08

Fotografia de Adriano Soares, restaurada por mim.

A entrada do Teatro, vista de frente.

A entrada do Teatro, vista de frente.

 

A fachada do Teatro Varietá, vista de frente da Livraria da Coop, na Rua Major Araújo.

A fachada do Teatro Varietá, vista de frente da Livraria da Coop, na Rua Major Araújo.

 

 

21/04/2012

O TEATRO VARIETÁ EM LOURENÇO MARQUES, 1913-1967

Filed under: Casa Zuid LM, LM Cinema Varietá — ABM @ 10:35

A fachada do Varietá, na Rua Araújo, junto à Praça 7 de Março em Lourenço Marques. Do outro lado da rua ficava a Casa Zuid e a Livraria da Coop, que eu visitava sempre que podia com a mãe Melo para ver os livros do Tintim e do Astérix. Nesta altura, funcionava essencialmente como um cinema.

A fachada do Teatro Varietá, vista do outro lado da Rua Araújo. Inaugurado em 1913, foi um sonho dos irmãos Buccellato, uma família de origem italiana que foi uma força viva da cidade. Era a única casa de ópera em África a Sul do Cairo. Ao lado do teatro, num terreno à direita, fez-se o primeiro campo de hóquei em patins em Portugal, pois Bucelatto gostava desse desporto.

Um recorte de imprensa referindo a inauguração do Varietá, 2ª feira, 5 de Outubro de 1913. Graças à 1ª república, era dia de feriado.

Cartaz de um dos espectáculos no Varietá, aqui de 1934. Havia uma relação algo estranha mas simbiótica entre os artistas de Portugal e as audiências em África, que é retratado num interessante artigo publicado há algum tempo pelo José Carlos Alvarez, chamado "Rumo a África". Junto com os hóteis, casinos e bares na Rua Araújo, o Varietá fazia parte do fascínio de Lourenço Marques, passagem obrigatória dos anglo-saxónicos que por ali tinham que passar de e para Joanesburgo e Pretória, pois Lourenço Marques era a ligação marítima e ferroviária para o Transvaal.

19/12/2010

O TEATRO VARIETÁ EM LOURENÇO MARQUES

Filed under: LM Cinema Varietá, LUGARES — ABM @ 17:17

Uma conhecida fotografia da colecção de Santos Rufino. Cerca dos anos 20. O teatro foi demolido no final dos anos 60 e no seu lugar foram edificados o Dicca e o Estúdio 222.

Create a free website or blog at WordPress.com.