THE DELAGOA BAY WORLD

28/05/2019

“O CATOLICISMO E A POLÍTICA NO CENTRO DE MOÇAMBIQUE, 1940-1986” DE ERIC MORIER GENOUD

Vai ser lançada no mercado dentro de duas semanas uma obra nova e fascinante da autoria do Professor Eric Morier-Genoud (Professor de História de África na Queen’s University em Belfast, no Reino Unido ) um dos académicos de referência da actual geração relativamente a Moçambique.

Intitulada ” O Catolicismo e a Política no Centro de Moçambique, 1940-1986″ (no original, Catholicism and the Making of Politics in Central Mozambique, 1940-1986) o trabalho analisa um tema de eminentíssimo interesse e importância para um melhor entendimento da história recente de Portugal, de Moçambique e da Igreja Católica, relacionado com os eventos na Beira e no Centro de Moçambique, no periodo decorrido entre 1940, ano da Concordata e do Acordo Missionário, e 1986, .

O livro será publicado em língua inglesa, seguindo-se posteriormente, espera-se, uma edição em língua portuguesa.

Capa da nova obra de Eric Morier-Genoud.

Com 264 páginas, o livro tem a seguinte estrutura:

Introdução
A construção da diocese da Beira
Diversidade e Dinâmica da Igreja Imperial
A formação de uma igreja africana
O Surgir da Tempestade: o Vaticano II encontra o nacionalismo africano
Descolonização? Guerra, Implosão e o Vaticano
Independência: entre a revolução e a contra-revolução
Epílogo, Notas e Bibliografia

Para além de escritinar o complexo panorama católico moçambicano nas décadas antes e depois da Independência, a obra debruça-se sobre, entre algumas figuras paradigmáticas do catolicismo português daquela era e referidos neste blog, tais como os Cardeais Manuel Cerejeira e Teodósio Clemente de Gouveia, e os Bispos Dom Custódio Alvim Pereira e Dom Sebastião Soares de Resende, o primeiro bispo da Beira.

O Professor Eric Morier-Genoud.

Uma nota do editor descreve assim a obra:

Este livro foca-se na diversidade interna e complexidade da Igreja Católica. Destina-se a explorar, decifrar e explicar como funciona a instituição católica, como as suas políticas são feitas e como estas impactaram o contexto em que operava. Usando a diocese da Beira no centro de Moçambique como estudo de caso, e seguindo os pensamentos de Max Weber, o autor, Eric Morier-Genoud, adoptou uma nova abordagem “horizontal” de olhar as congregações dentro da Igreja como uma série de entidades autónomas, em vez de se concentrar na estrutura hierárquica da Instituição.

Entre 1940 e 1980, haviam na diocese da Beira cerca de quinze congregações diferentes, desde jesuítas a franciscanos, de burgos a padres Picpus. Como aconteceu em muitas outras áreas do mundo, a década de 1960 trouxe conflito às congregações católicas no centro de Moçambique, com o nacionalismo africano e as reformas do Vaticano II desempenhando um papel de relevo. O conflito manifestou-se de muitas maneiras: a fuga de um bispo da sua diocese, uma congregação abandonando o território em protesto contra o conluio entre igreja e estado e uma declaração de luta de classes na igreja. Todos estes eventos, ocorridos no contexto da guerra pela independência de Moçambique, tornam a região um local especialmente frutífero para a análise pioneira oferecida neste importante estudo.

A publicação tem a chancela da Imprensa da Universidade de Rochester. Para mais informação sobre o lançamento, ler aqui.

27/04/2019

MARCELO CAETANO VISITA LOURENÇO MARQUES, 1969

Imagem retocada.

Foi a maior recepção na história de Lourenço Marques, talvez só comparável à visita do herdeiro da coroa portuguesa, o Príncipe Real, SAR D. Luiz Filipe de Órléans e Bragança, em Julho de 1907 (e de que já ninguém se lembrava na altura).

 

Marcelo Caetano desfila em Lourenço Marques após a sua chegada à capital de Moçambique naquela que foi a primeira visita de um Presidente do Conselho português à colónia, 19 de Abril de 1969. Foi recebido pelo Governador-Geral, Baltazar Rebelo de Sousa, que não se vê esta imagem mas que está sentado ao seu lado.

 

Interessantes excertos da chegada de Marcelo Caetano à capital moçambicana naquele cair da noite de um sábado, 19 de Abril de 1969 – há exactamente 50 anos –  podem (e devem) ser vistos aqui, num vídeo não editado de 32 minutos da biblioteca da Rádio Televisão Portuguesa.

Note-se a “curiosidade” de, a 30.04 minutos do vídeo se ver o Ricardo Rangel, o futuro suposto alegado “pai da fotografia moçambicana” a tirar fotografias do cortejo à saída de uma visita ao Liceu Salazar onde Caetano fora discursar.

A cerimónia da chegada e toda a visita do sucessor de Salazar, nomeado escassos meses antes por Américo Tomás, fora cuidadosamente preparada pelo seu grannde amigo e o então Governador-Geral, Baltazar Rebelo de Sousa, que, para além do lado protocolar, incluindo figuras como o Arcebispo católico Dom Custódio Alvim Pereira, assegurou um vasto banho de multidão e ainda um conjunto de manifestações “espontâneas” de apoio ao regime, que aliás eram mais ou menos habituais e que aliás foram fortemente reforçadas sob o regime sucedâneo da Frelimo.

Caetano já tinha visitado Moçambique uma vez, mas foi a primeira visita enquanto chefe do governo português à província ultramarina.

Ao contrário de Charles de Gaulle em relação à Argélia, Marcelo Caetano ficou verdadeiramente impressionado com o que viu e ouviu e nunca se esqueceu da experiência apoteótica de “apoio” desta visita, tirando, em parte dali, todas as ilacções erradas, ajudado pelo facto de que, no regime, quase ninguém, a começar por Américo Tomás, o presidente da República portuguesa, que passou a agir como uma espécie de memória residual de Salazar, sequer queria ouvir falar de independências.

A lição desta visita, para Caetano, foi, nomeadamente, a de que tinha o suporte dos moçambicanos, dos portugueses e dos negros de Moçambique (ah ah ah) e que ainda tinha tempo para engendrar um sucedâneo para o regime colonial, que se vislumbra no que disse e fez nos anos seguintes, que se caminhava para autonomia quase completa até 1980.

Mas não havia nem tempo nem grande margem de manobra. Não havia qualquer diálogo com a “oposição.  A Frelimo (a que o regime chamava “subversão”), dirigida pelos seus apoiantes e patrocinadores e reforçada pelo “golpe de estado” que eliminara o paradigma do Dr. Eduardo Mondlane e Uria Simango e inaugurou a era radical comunista de Samora, Marcelino, Chissano e Guebuza, etc, não parou a guerrilha e exactamente cinco anos mais tarde, de dentro do exército português, surgiria um golpe militar, orquestrado por Otelo Carvalho, um obscuro major que nascera e crescera em Lourenço Marques, que pôs um fim abrupto (mas esperado) ao regime e, que no espaço de quatro meses e meio, entregaria a soberania do território à Frelimo.

17/12/2012

DOM CUSTÓDIO ALVIM PEREIRA, ARCEBISPO EMÉRITO DE LOURENÇO MARQUES, 1962-1974

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Dom Custódio Alvim Pereira, Arcebispo de Lourenço Marques, 1962-1974

Dom Custódio Alvim Pereira, Arcebispo Emérito de Lourenço Marques, 1962-1974. Sucedeu a D. Teodósio Clemente de Gouveia, que foi Cardeal Arcebispo. Se me recordo, D. Custódio politica e socialmente era mais à direita que a extrema direita portuguesa, mas se calhar é só uma impressão minha. Como prenda de despedida após a sua demissão a pedido de Paulo VI a 26 de Agosto de 1974 , a Frelimo arrasou o catolicismo em Moçambique com requintes de malvadez. Morreu em Roma, onde viveu desde 1974, a 12 de Novembro de 2006. A Agência Ecclesia diz o que está em baixo sobre ele.

Último adeus a D. Custódio Alvim Pereira

No altar da Cátedra da Basílica de S. Pedro em Roma, pelas 9 horas do dia 14 de Novembro de 2006, celebrou-se a Liturgia do Funeral do Arcebispo Emérito de Lourenço Marques D. Custódio Alvim Pereira.

A celebração foi presidida pelo Arcipreste da Basílica Vaticana, o Arcebispo D. Ângelo Comastri. Concelebraram três Bispos, entre os quais D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu, Diocese natal de D. Alvim. Concelebraram, ainda, quarenta presbíteros do Cabido de S. Pedro, do Pontifício Colégio Português e outros sacerdotes.

Participaram nesta celebração as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, que acompanharam D. Alvim desde 1974, o Embaixador de Portugal junto da Santa Sé, familiares, religiosos, e outras pessoas amigas.

Toda a Liturgia Exequial foi marcada pelo Mistério Pascal salientando-se a dimensão da esperança da qual D. Alvim foi testemunho.

A seguir à celebração o corpo foi sepultado na Capela-jazigo do Colégio Português, sita no Cemitério do Campo Verano em Roma. Foi acompanhado pelo Bispo de Viseu, pela Direcção do Colégio Português, pelo Reitor do Seminário Maior de Viseu, pelas irmãs Franciscanas, pelos familiares e outros padres e amigos.

D. Custódio Alvim Pereira licenciou-se em Estudos Bíblicos no Pontifício Instituto Bíblico e em Direito Canónico na Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma. Serviu o Pontifício Colégio Português de 1946 a 1958, ano em que foi nomeado Bispo Auxiliar de Lourenço Marques. Mais tarde foi Arcebispo da mesma Arquidiocese e em 1974 voltou a Roma. Desta vez, viveu na Casa Madonna di Fátima, sendo membro do Cabido da Basílica de S. Pedro.

Quem conheceu D. Alvim sabe que era um homem de Deus. O seu temperamento determinado, “bebido” das fontes graníticas do Caramulo-Viseu, caracterizaram-no, fazendo dele um virtuoso padre da “velha-guarda”, no sentido do seu carácter de firmeza e fidelidade à Tradição da Igreja.

Era-lhe reconhecida a grande devoção a Nossa Senhora e aos Anjos Custódios de Portugal. Como Padre Conciliar, participou na abertura da Igreja ao mundo. O seu espírito crítico em relação a muitas mudanças operadas pelo Concílio Vaticano II nunca o afastaram da comunhão eclesial.

À luz do Mistério Pascal de Cristo e na comunhão dos Santos, a sua memória continua presente em todos aqueles que, de longe ou de perto, tiveram a graça de o conhecer.

Pontifício Colégio Português

Mas para um breve mas mais abrangente contexto leia-se esta interessante peça escrita pelo Sr A Afonso, dono do blogue do fio da história:

Igreja Católica, Uma audiência de rotura…

No dia 1 de Julho de 1970, faz hoje 42 anos, o Papa Paulo VI recebeu em audiência os dirigentes dos movimentos de libertação das colónias portuguesas, Agostinho Neto, Amílcar Cabral e Marcelino dos Santos.

A atitude do Papa Paulo VI ao receber em audiência os representantes dos movimentos de libertação das colónias portuguesas incentivou aqueles católicos que duvidavam da justeza das posições do governo a contestarem a hierarquia da igreja católica portuguesa, em geral colaborante com o regime e a sua política de continuidade da guerra. Foram poucos os casos de resistência pública, como aconteceu com as dissensões dos padres José da Felicidade Alves e Mário de Oliveira.

A condenação da guerra foi feita, entre outros momentos, nas celebrações do Dia Mundial da Paz de 1969, nos acontecimentos da capela do Rato de 1972, nos debates que tiveram lugar em 1973 na igreja paroquial de Olivais-Sul, na Assembleia Comunitária de Almada e em outros locais.

A Igreja Católica teve um papel decisivo na ascensão e na queda do colonialismo português durante o Estado Novo (1926-1974), pois eram confluentes os seus objectivos. De facto a defesa das colónias pelo Estado Português estava associada a um modelo civilizacional proposto e garantido pela Igreja Católica através da sua evangelização. O símbolo mais claro da aliança entre o Estado Novo e a Igreja Católica foi o Acordo Missionário estabelecido entre Portugal e a Santa Sé, assinado no mesmo dia da Concordata, a 7 de Maio de 1940 e que vigorou enquanto se manteve a soberania portuguesa em África.

O colonialismo português necessitava das missões católicas para contrariar a acção das missões protestantes, quase exclusivamente estrangeiras e que, embora fossem vistas como uma ameaça “desnacionalizadora”, não podiam ser impedidas de se estabelecerem por força do Acto da Conferência de Berlim que garantia, desde 1884-85, a liberdade de instalação de missionários. Por este conjunto de razões, as missões católicas foram, até ao começo dos anos 60 do século XX, a presença mais visível da soberania portuguesa em grande parte de vastos territórios coloniais, ignorados pela administração pública e pelas empresas portuguesas. A Igreja cobrava ao Estado o serviço missionário, fazendo-o porque, no fundo, também se entendia ela própria como elemento fundador e estruturante do Estado.

O começo das independências das colónias europeias, após a Segunda Guerra Mundial, não alterou a posição de apoio da Igreja Católica em Portugal à continuação da soberania portuguesa sobre os territórios ultramarinos. A 13 de Janeiro de 1961, dois meses antes da eclosão do conflito em Angola, uma nota do Episcopado da Metrópole, redigida como habitualmente pelo Cardeal Cerejeira, afirmava: “a guarda e conservação e desenvolvimento da herança, que todo o Portugal considera ter-lhe sido confiada pela Providência, está no ‘sentido’ da sua história, tem a significação e valor de serviço ao homem, à família, à sociedade, à ordem, à civilização, ao mundo”.

O episcopado português deixou claro, desde o início da guerra, que não aceitaria qualquer contestação católica à política africana do Governo.

Apesar da posição oficial da hierarquia, a questão colonial despertou cedo alguma sensibilidade particular nas minoritárias correntes católicas oposicionistas.

Quando, a 18 de Outubro de 1964, o Papa Paulo VI anunciou que iria presidir a um congresso eucarístico em Bombaim, Franco Nogueira, então chefe da diplomacia portuguesa, declarou a visita um “agravo gratuito” com argumentos religiosos, pois a razão da ofensa de Portugal era devida ao facto de Bombaim se situar na Índia que, anos antes, tinha invadido a cristianíssima Goa onde se encontravam as relíquias de S. Francisco Xavier. A Igreja Católica, através da sua hierarquia e dos seus órgãos de comunicação, como os jornais Novidades e Ordem, subscreveu este argumento.

O desenvolvimento de acções anticoloniais católicas em Portugal acentuou-se depois da conclusão do Concílio Vaticano II.
O começo das hostilidades em Angola, em Março de 1961, foi seguido de perseguições a Igrejas protestantes – consideradas aliadas dos “terroristas” – e da repressão do clero africano da Arquidiocese de Luanda. O vigário geral, Manuel Mendes das Neves, foi preso (e morrerá, exilado em Portugal, a 11 de Dezembro de 1966). Os restantes padres foram desterrados para Portugal, entre eles os padres Alexandre do Nascimento (que foi cardeal de Luanda após a independência) e Joaquim Pinto de Andrade.

A evolução em Moçambique foi diferente da de Angola. Os conflitos no interior da Igreja foram mais agudos pois foi mais violenta a guerra, principalmente a partir de 1970. Por outro lado, era mais fraca a presença portuguesa tanto na sociedade como na Igreja e eram em maior número os missionários estrangeiros, predispostos para sentirem os pontos fracos do nacionalismo missionário português.

Moçambique foi o único episcopado de matriz portuguesa que não manteve a regra da unidade pública. Uma facção chefiada pelo arcebispo de Lourenço Marques, D. Custódio Alvim Pereira, defendia expressamente a soberania portuguesa. Uma outra, mais numerosa e sobretudo mais activa, cujo expoente era o bispo de Nampula, D. Manuel Vieira Pinto, atacava abertamente a identificação da Igreja com Portugal e preparava-se para defender o direito à independência. D. Manuel Vieira Pinto herdara a defesa das posições autonomistas e contestatárias do bispo da Beira, D. Sebastião Soares de Resende, falecido em 1967. O Dia Mundial da Paz de 1972 foi comemorado em Moçambique com manifestações de contestação por parte do clero. Do púlpito da catedral de Nampula, o bispo D. Manuel Vieira Pinto criticou o governo. Nas celebrações no Macúti, uma paróquia da Beira, o padre Joaquim Teles de Sampaio denunciou o massacre de Mucumbura, um povoado próximo de Tete (Novembro de 1971). Será preso a 14 de Janeiro, bem como o seu coadjutor, padre Fernando Mendes. Neste mesmo mês, foram presos os Padres de Burgos, espanhóis, devido à denúncia do referido massacre. Os excessos da guerra feriram fundo a consciência católica em Moçambique. Foi a Igreja Católica quem tomou a iniciativa de denunciar os comportamentos condenáveis das Forças Armadas portuguesas. O massacre de Wiryamu, ocorrido na zona de Tete, em Dezembro de 1972, foi divulgado por um sacerdote inglês, o jesuíta Adrian Hastings, em artigo publicado no The Times, a 10 de Julho de 1973, uma denúncia que ensombrou completamente a visita oficial que Marcelo Caetano fazia então à capital britânica.

O colonialismo português esteve também no centro do agravamento das relações entre o governo de Lisboa e a Santa Sé. A 5 de Julho de 1969, a Frelimo (Uria Simango), o MPLA (Agostinho Neto) e o PAIGC (Amílcar Cabral), tinham dirigido uma carta aberta ao Simpósio dos Bispos Africanos: acusavam a Igreja Católica romana de “apoiar explicitamente” a guerra feita por Portugal e condicionavam a “atitude futura” dos seus povos face à Igreja à “posição que a Igreja hoje tomar”. Era difícil falar mais alto e ser mais claro.

A audiência de 1 de Julho de Paulo VI provocou uma tempestade nas relações entre Lisboa e a Santa Sé. A ruptura esteve iminente e só não ocorreu porque o Vaticano declarou que aqueles dirigentes foram recebidos na qualidade de cristãos e o governo português preferiu aceitar esta pia justificação.

O colonialismo contribuiu decisivamente para quebrar a aliança institucional entre a Administração Pública, as Forças Armadas e a Igreja Católica que permitira séculos de relações desiguais, baseadas na exploração, mas, apesar dessa cumplicidade, a obra das missões foi assinalável nos campos do ensino, da saúde e da assistência.

Ver: Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes, Os Anos da Guerra Colonial. Porto: Quidnovi, 2010, pp. 559-563.

(fim)

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