Imagens retocadas.
12/04/2024
20/08/2021
22/05/2021
JUNTO AO BAZAR DE LOURENÇO MARQUES, SEGUNDA METADE DOS ANOS 60
Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.
02/05/2021
A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, SEGUNDA METADE DOS ANOS 60
Imagem retocada, tirada por Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico. Do pouco que vi, é espantoso.
24/03/2021
A AVENIDA DA REPÚBLICA EM LOURENÇO MARQUES, 3 MOMENTOS, 1950s-1960s
Imagens retocadas.
08/09/2019
A SEDE DO BNU EM LOURENÇO MARQUES E O BANCO DE MOÇAMBIQUE
A primeira imagem foi retocada.
Foi uma loucura do início do fim da era colonial portuguesa em Moçambique, uma espécie de afirmação de fé do Portugal Uber Alles, numa altura em que a maior parte do mundo estava a acabar os arranjos coloniais e em Lisboa se insistia que nada se passava de mais cá dentro. Pelo contrário – o futuro era róseo (e foi enquanto durou).
O centenário Banco Nacional Ultramarino, que, para além de banco comercial, era uma espécie de banco do Estado e, melhor ainda, era o banco que emitia a moeda em Moçambique (posteriormente a Abril de 1974, também chamado “dinheiro macaco”, desvalorizado e completamente inconvertível), precisava de uma delegação maior em Moçambique e festejava o seu centenário.
E o que fizeram? mandaram construir o maior mastodonte de luxúria alguma vez edificado em Moçambique até à altura, mais luxuoso que o Palácio da Ponta Vermelha ou até aquele outro elefante branco concluído uns anos antes na Beira, o Grande Hotel. Aquilo, que milagrosamente se manteve até hoje, é praticamente um palácio, um museu de arte contemporânea e um escritório, tudo ao mesmo tempo.
Foi quase caricato, após Junho de 1975, ver primeiro uma espécie de prolongamento do chamado Governo de Transição com Carlos Cassimo e o bem-intencionado Carlos Adrião Rodrigues (dos lendários Democratas de Moçambique), expeditamente sucedido, após o famoso Terceiro Congresso de 1977, pelo Dr. Sérgio Vieira, frelo, comuna rábido, e anti-português como nunca, 37 anos de idade, cheio de sangue na guelra e que via um colono traidor em cada esquina, vestindo a farda verde escura da guerrilha, rodeado de (então inventados) “cooperantes” portugueses, sentado naquele deslumbre de luxos, presidindo à destruição quase completa da economia, enquanto forma de “criar o novo homem moçambicano” e acabar com os males do Mundo, nomeadamente aquela obscenidade nos dois países ao lado que a nascente oligarquia moçambicana achou por bem chamar a si resolver – ao tiro, nada menos.
Depois veio o Prakash (o mesmo que faliu o Moza), o Dr. Eneias Comiche, culto, que hoje, com 80 e tal anos, é o insigne presidente da Câmara de Maputo, depois o Dr. Adriano Maleiane (o actual ministro das Finanças de Moçambique, coitado), afável e simpático, institucional e discreto e que, a partir de 1990, basicamente faziam o que o FMI mandava fazer. Mais ou menos.
E a seguir (2006-2016) veio Ernesto Gove, nomeado pelo Presidente Armando Guebuza, Inc., que interessa para aqui.
Durante a Era Gove, fez-se algum progresso na economia local, mas principalmente, fizeram-se grandes negociatas, desde a “reversão” de Cabora bassa, aos esquemas do Aeroporto de Nacala, da Vale, das privatizações dos portos, linhas dos caminhos de ferro, das concessões mineiras, etc etc etc. E foi o início da grande entrada de Moçambique na Era da economia global dos recursos: alumínio, carvão, rubis e gás. Muito, muito gás.
Os bancos locais, apesar de um pouco à margem disto tudo, com margens de lucro quase obscenas (e com custos e alguns riscos correspondentes), cresceram e multiplicaram-se, destacando-se a entrada, algo tardia, dos grandes bancos sul-africanos. O novo negócio era muito rentável. Especialmente para o banco central.
E portanto, para gerir o crescente sistema, preferencialmente em algum conforto, alguém achou que o palácio do BNU já não servia e que era preciso mais alguma coisa.
Esssa “alguma coisa” materializou-se numa nova, enorme, sede para o banco central, construída à sua direita em 2013-2017 e ocupando um espaço gigantesco, que incluiu comprar e mandar abaixo a Casa Coimbra e ocupar o espaço histórico na esquina oposta ao Continental. Pelo meio, a velha Casa Marta da Cruz e Tavares, do outro lado da rua, foi também abaixo e o espaço serviu de estaleiro para a obra. O mastodonte, construído pela então incontornável e pré-falida Teixeira Duarte, custou centenas de milhões de dólares (penso que nunca disseram, mas as más línguas de idoneidade incerta referem entre 300 e 500 milhões de USD) e tem os seus próprios parque de estaconamento e …heliporto (aparentemente não homologado).
Portanto, duas obras faraónicas, no espaço de cinquenta anos, uma ao lado da outra.
Não sei bem o que irão fazer com a velha sede do BNU. Penso que o melhor negócio seria converter aquilo num museu de arte contemporânea, mudar para ali o Museu da Moeda e ali fazer uma sala de exposições. Moçambique precisa de apostar no turismo, pois não é nem o gás nem o carvão que vão criar os empregos que faltam em Maputo.
No fim, caído em algum desfavor, Ernesto Gove foi substituído pelo Dr. Rogério Zandamela, que acabou por ser o seu primeiro e o actual ocupante.
24/05/2019
VELHOS COLONOS NA BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, 1963
Imagens retocadas, a partir de um original, colhido por Ricardo Rangel.
06/01/2019
O BANCO STANDARD TOTTA DE MOÇAMBIQUE EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60
Imagem retocda e colorida por mim, a partir de um desenho de (creio) Dana Michahelles.
20/09/2018
14/09/2018
12/09/2018
26/08/2018
SOBRE A SEDE DO BANCO NACIONAL ULTRAMARINO EM LOURENÇO MARQUES, INAUGURADA EM 1964
Sobre a filial do BNU em Lourenço Marques, mais tarde a sede do Banco de Moçambique, apresento este texto, copiado, com profunda vénia, deste valiosíssimo trabalho de Nuno Fernandes de Carvalho (do Gabinete do Património Histórico da Caixa Geral de Depósitos, entidade que absorveu o BNU e publicado em Junho de 2015).
As fotos foram inseridas por mim.
O texto de NFC:
“Nas décadas de 1950-60, a modernização e alargamento do edifício da filial de Lourenço Marques tinha-se tornado cada vez mais urgente para a administração do BNU, tendo em conta o volume de negócios que esta filial tinha vindo a dar ao banco. Este progresso era incompatível com um edifício de filial que, apesar de esteticamente apelativo, não possuía a totalidade das funcionalidades necessárias. Efetivamente, parte dos serviços que inicialmente operavam no rés-do-chão tiveram de ser transferidos para o 1º andar e, inclusive, ocupar um outro edifício exterior à filial na Avenida da República. A secção comercial, nos armazéns nas traseiras da filial, tinha sido extinta e substituída pelo arquivo do banco.
Para um futuro edifício, o projeto foi atribuído ao arquiteto José Gomes Bastos. Este inseria-se na denominada ‘2ª geração de arquitetos modernistas portugueses’. Por este motivo, a visão que apresentou para o novo edifício
seria para imprimir precisamente essa modernidade, que constatou que estava ausente no urbanismo e arquitetura de Lourenço Marques de então.
Este primeiro anteprojeto foi apresentado aos serviços do banco em 1954. Um ano depois, uma versão ampliada deste anteprojeto foi aprovada – esta tinha em consideração a ampliação e regularização dos limites do
terreno da intervenção, através de expropriações e demolições de construções existentes, de modo a ampliar a propriedade onde se situava a filial. Em meados de 1957, foi assinado o contrato para construção e acabamentos da filial do BNU em Lourenço Marques.
Para garantir o funcionamento da filial durante o período de construção, o BNU alugou as antigas instalações dos Serviços de Fazenda na cidade [actualmente, a sede da Biblioteca Nacional de Moçambique, sitos na Avenida da República], para onde transferiu os serviços da filial. Estas instalações eram insuficientes para o volume de trabalho e espaço necessário que o BNU Lourenço Marques necessitava, mas foi a solução disponível de modo a que os trabalhos de edificação não se atrasassem. Assim sendo, a 17 de abril de 1958, iniciou-se o processo de transferência dos serviços para as instalações provisórias, sendo este concluído no dia 28.
Em 1958, as demolições necessárias estavam concluídas e o início dos trabalhos de construção ocorreu nos finais desse ano, inícios de 1959. Foi também no mês de março de 1959 que a filial do BNU de Lourenço Marques foi elevada à condição de diretoria.
O projeto e a decoração do edifício ficaram a cargo, como se mencionou, do arquiteto José Gomes Bastos. Este teve a colaboração na fiscalização do eng. João Chaby e o apoio do agente técnico de engenharia civil Perdigão Silva – ambos dos quadros do banco.
A consolidação dos alicerces onde se iria construir o imóvel ficou a cargo da firma Christien & Nilsen, sendo que foi executada num ano e meio. A elevação do edifício foi atribuída à Sofil – Sociedade de Fomento Imperial, S.A.R.L., com sede naquela cidade. Estes trabalhos, incluindo os de decoração, foram executados em cinco anos e meio.
Em correspondência presente no arquivo histórico do BNU, deteta-se uma orientação, ou pelo menos, uma intenção da parte dos promotores da obra (o BNU) em recorrer essencialmente ao trabalho e ao contributo empresarial de trabalhadores e empresas moçambicanas. Mesmo ao nível das contribuições artísticas, estas foram promovidas via concurso do próprio banco, fiscalizado pelo arquiteto da obra (José Gomes Bastos), privilegiando artistas sediados localmente. Esta intenção seguia a filosofia do banco, que alinhava com o discurso dominante de então do Estado Novo, de uma valorização do Portugal como nação transcontinental e, para tal, utilizando os recursos das suas
colónias ultramarinas como forma de enriquecer e glorificar a nação. Apesar disso, constata-se que nas contratações finais, apesar de existirem muitas empresas locais e outras sediadas em Portugal continental, verificam-se também contratos com empresas britânicas e sul-africanas.
No ano do centenário do BNU (1964), foi inaugurado este edifício moderno e imponente (11.530 m²) situado na baixa da cidade, que ocupava a quase totalidade do quarteirão entre a Avenida da República e a Rua Consiglieri Pedroso.
Este edifício tinha a forma de anel retangular com 3 frentes urbanas – a terceira dava para a Travessa das Laranjeiras [após a inauguração em 1964, esta mudou o seu topónimo para Rua do Banco Nacional Ultramarino]. Tinha 7 pisos no volume que dava para a Avenida da República –sendo, por isso, o de maior altitude. No volume para a Rua Consiglieri Pedroso, tinha 2 pisos à face da rua e 6 pisos recuados, de modo à sua dimensão se comportar com a largura mais estreita desta via. O prédio era servido por nove elevadores e, à data da sua inauguração, os pisos do edifício da filial eram distribuídos da seguinte forma:
Piso da cave
A entrada para o piso era realizada pela travessa lateral pedonal (Travessa das Laranjeiras), onde se situava, primeiramente, o centro de segurança e controle. Esta era a entrada utilizada pelos funcionários do banco para o acesso às quatro habitações do pessoal técnico permanente para o centro lúdico e para a receção da administração. Esta dava também acesso ao piso de cave, a partir da qual os funcionários tinham ligação vertical reservada com os pisos superiores e onde tinham o seu local de trabalho. Neste piso, encontravam-se também os vestiários, as instalações técnicas (centrais de emergência, pneumática e elétrica), o economato, o arquivo histórico e as casas fortes do banco – estas tinham ligação de escada e ascensores privativos para o tesoureiro da filial. Numa outra secção, pública e sem conexão livre com as áreas atrás descritas, estava a sala dos cofres de aluguer e o seu balcão de atendimento. Tanto as casas fortes, como os cofres de aluguer foram fornecidos pela empresa Chubb’s.
Piso térreo
O atendimento ao público era efetuado pelo piso térreo com entradas nas frentes opostas que davam para as artérias principais, atrás mencionadas. Este piso era ocupado pela sala do público, que aí tinha contacto com o balcão de atendimento, onde se encontravam as caixas, o expediente e a secção de letras.
As duas entradas eram unidas por uma parede contínua de 80 x 4,5 m com um mural gravado em mármore, alusivo à tomada de Tânger da autoria de Francisco Relógio. A zona central do piso, onde se encontrava o balcão, estava coberta e iluminada por uma abóboda translúcida – duas pinturas de 30 m², da autoria de Garizo do Carmo, decoravam os tímpanos laterais dessa cúpula. Num dos átrios, encontravam-se expostas, na parede de fundo, três esculturas em bronze da autoria de Maria Manuela Madureira.
Primeiro andar
Este piso apresentava-se num largo saguão ladeado com vários balcões de atendimento ao público: as secções de saques, transferências, créditos, informações e caixas do estado. A ocupar o topo sudeste do piso, encontrava-se uma pintura a óleo de grandes dimensões (13×2 m) da autoria de José Freire. Existia também uma zona reservada a funcionários, onde operavam serviços internos do banco: secretariado do economato, contencioso e sua secretaria, arquivo corrente e contabilidade.
Segundo andar
O piso da administração tinha no seu centro um grande vestíbulo de representação. Na parede sudeste deste, estava afixado um painel decorativo (13×2 m) a óleo, da autoria de Garizo do Carmo. Em torno daquele vestíbulo, encontravam-se as áreas de trabalho da administração, da direção, da ‘Inspeção Local’, da contabilidade e a sala do Conselho. Esta última tinha um painel de azulejo que reproduzia uma das tapeçarias de Pastrana. A ligar a cave, onde se encontravam os cofres para aluguer, passando pelos pisos intermédios, até ao segundo piso, onde se encontrava a administração, existia uma monumental escadaria helicoidal. Uma das paredes que acompanhava essa escadaria estava ocupada por um painel de 300 m², em mosaico de vidro de Murano tipo Bizantino, reproduzindo um cartão da autoria de Estrela Faria.
Terceiro andar
Este piso continha a secretaria dos serviços de pessoal, de obras, os Serviços Clínicos e o Centro Lúdico – sendo estes dois últimos, os que ocupavam a maior parte da área deste piso. Os Serviços Clínicos constituíam-se de uma policlínica com salas de consultas, de exames (incluindo imagiologia) e de tratamentos. Com o objetivo de proporcionar uma maior valência e bem-estar aos seus trabalhadores, o BNU disponibilizava nestes serviços uma grande variedade de especialidades médicas, que incluíam ginecologia, otorrinolaringologia, estomatologia, entre outras. Existiam também uma secretaria, uma farmácia e um arquivo corrente. O Centro Lúdico continha várias divisões destinadas ao lazer dos funcionários do banco, com áreas de interesse na cultura e no desporto. Para tal, tinham: sala de ténis de mesa, de bilhares, de jogos de mesa, de conferências/festas, de projeção audiovisual, uma biblioteca, dois bares e um terraço de convívio. Nesta área ficava também a direção do Centro. Uma das paredes do salão de festas era ocupada por um painel a óleo, da autoria de Malangatana Valente Ngwenya. O painel de 2×4 m, exposto na biblioteca, era da autoria de Bertina Lopes.
Quarto andar
Este piso apresentava duas áreas distintas. Uma área albergava as residências pessoais para os funcionários técnicos do banco – eletricista, mecânico, chefe de conservação e chefe de segurança – voltada para a frente da Avenida da República. A segunda área comportava os serviços mecanográficos do banco, voltada para a Rua Consiglieri Pedroso.
Quinto andar
À semelhança do piso anterior, este também se encontrava dividido nas duas áreas distintas mencionadas. No entanto, os serviços internos do banco que funcionavam neste piso eram os de relacionamento e inutilização de notas, conservação do edifício e os serviços de assistência social.
Sexto andar
Este piso era composto por um volume recuado sobre a frente da Avenida da República e que continha a zona de receção da administração, com vestíbulo, salão e sala de jantar. Neste também se situava a cozinha e os seus anexos de apoio. Este piso possuía, num dos seus frontispícios, um vasto terraço com vista nordeste da cidade.
A descrição dos interiores da filial do BNU em Lourenço Marques revela uma tendência que na década de 1960-70 era observada pelos responsáveis do banco: a de enriquecer e decorar os edifícios do banco com exemplares de arte moderna, ao mesmo tempo que mantinham presentes decorações alusivas ao período dos Descobrimentos quinhentistas, como era o caso do mencionado painel das tapeçarias de Pastrana. Esta opção ia de encontro com o desígnios e a função mercantil, ultramarina que serviu de motor fundador do banco e que se manteve durante a sua existência, como principal e único banco emissor para as então colónias portuguesas.
Existiam outros exemplares de obras de arte presentes na decoração do edifício da filial e da autoria de outros artistas. No exterior da entrada principal, encontrava-se um painel com 8×5 m em cerâmica policromada em baixo-relevo, da autoria de Querubim Lapa (Pintor e ceramista português (1925-). Outros artistas expostos nas paredes e salas da filial foram: Rolando Sá Nogueira, João Ayres, Dana Michahelles (Pintora italiana (1933-2002), Araújo Soares (Autor de pintura a óleo sobre folha de ouro de 3×2 m, que ficou exposta na biblioteca da direção), João Paulo, José Pádua, entre outros.
De salientar, como atrás se referiu, que a quase totalidade destes artistas foram selecionados, tendo em consideração o facto de estarem sediados em Lourenço Marques – apesar de serem quase todos de origem europeia. Esta evidência traduz também a forma como o discurso oficial do regime se contradizia face à vivência quotidiana na sociedade colonial de Moçambique, onde a realidade étnica e das oportunidades concedidas, a maioria das vezes, não era em conformidade com o lema da “nação una e indivisível”.
Este edifício da filial de Lourenço Marques foi inaugurado no dia 25 de julho de 1964. A cerimónia de inauguração contou com a presença de Francisco Vieira Machado, governador do BNU, do almirante Américo Tomás, Presidente da República, do comandante Peixoto Correia, ministro do Ultramar, do general Costa e Almeida, governador-geral de Moçambique, e de D. Custódio Alvim Pereira, arcebispo de Lourenço Marques, entre outros convidados representantes da sociedade civil, militar, eclesiástica e empresarial de Moçambique colonial de então – o que atestava a importância desta efemeridade para a economia local.
Na altura da inauguração, trabalhavam na filial do BNU em Lourenço Marques 466 funcionários.
Este edifício foi o último no qual o BNU centralizou os seus serviços na cidade de Lourenço Marques. Os Acordos de Lusaka, assinados no dia 7 de setembro de 1974, entre Portugal e o movimento de libertação de Moçambique, FRELIMO, determinaram a independência de Moçambique a ocorrer a 25 de junho de 1975. Estes Acordos estabeleciam também a criação de um banco central para o novo país, para o qual foram transferidos os ativos e passivos do departamento moçambicano do BNU. O edifício da filial do BNU em Lourenço Marques também foi transferido e passou a ser a sede do Banco de Moçambique – o novo banco central para Moçambique. O nome da capital moçambicana também foi mudado e passou a denominar-se Maputo, a partir do dia 13 de março de 1976.”
Em meados da década de 2010, o Banco de Moçambique, o sucedâneo do BNU em Moçambique, construiu o que foi descrito como o sua nova sede, construindo um edifício que ocupou o terreno onde estava implantada a Casa Coimbra, que foi demolida, e o terreno que se situa nas esquinas da Avenida da República , Av Dom Luis e Praça 7 de Março (hoje 25 de Setembro com Marechal Samora e Praça 25 de Junho). Não conheço os interiores, apenas que terá custado uma obscenidade e que, entre outras preciosidades como um enorme estacionamento privado, tem um heliporto no telhado.
22/07/2018
08/10/2017
A AVENIDA DA REPÚBLICA EM LOURENÇO MARQUES, EM 1900, 1960, 1966 E 1972
Grato ao grande Magno Antunes e ao Fernando Pinho.
O interessante neste caso é que as quatro imagens foram tiradas praticamente do mesmo local e ângulo mas com um intervalo de cerca de 50 a 70 anos: da esquina da Praça onde fica situado o Bazar de Lourenço Marques, na direcção Nascente.
Se algum exmo. Leitor em Maputo fizer o favor de tirar e me enviar uma imagem do mesmo ângulo, mas actual, eu colocaria aqui, com agradecimentos profundos.
05/05/2013
A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960
Fotografia da colecção de Jorge Henriques Borges, restaurada.
22/06/2012
31/03/2012
22/03/2012
A AVENIDA DOM CARLOS EM LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DO SÉCULO XX
A Avenida Dom Carlos, depois Avenida da República, é actualmente a Avenida 25 de Setembro e considerada a artéria principal da capital de Moçambique.