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30/03/2024

ANÚNCIO DO BANCO DE CRÉDITO, COMERCIAL E INDUSTRIAL EM MOÇAMBIQUE, 1966

Copiado da revista portuguesa O Século Ilustrado, 3 de Dezembro de 1966.

O BCCI penso que foi uma criação do banco português Borges & Irmão. Ambos os bancos desapareceram em resultado do 25 de Abril de 1974, o primeiro nacionalizado em Moçambique (tudo foi parar ao … banco central) e o segundo nacionalizado depois do 11 de Março de 1975 em Portugal. Posteriormente, em Portugal, o Borges & Irmão foi adquirido pelo, e integrado em, o BPI, em meados da década de 1990.

Contrariamente à tese colonial(ista) do “isto é nosso” (as colónias, isto é), os portugueses em geral mantiveram as coisas separadas. Moçambique tinha a sua própria moeda e ambiente financeiro estanque. E contrariamente ao que se afirma frequentemente sem conhecimento, não era fácil – nem para os empresários portugueses – investir em Moçambique. Que, também contrariamente ao que se afirma, não tinham grande apetência para investir em África, pelos riscos e pelo desconhecimento do terreno. De facto, em 1974, de longe, o maior comércio português era com a EFTA. Sim, havia excepções, como por exemplo o genial Sr. António Champalimaud, que tinha um fascínio peculiar por Moçambique. Mas eram excepções.

Anúnicio do BCCI, Dezembro de 1966.

21/08/2023

CHEQUE DO BCCI – E PERCURSO DO BANCO DE CRÉDITO COMERCIAL E INDUSTRIAL, ANOS 70

Imagem retocada.

Encontrei no sítio do Banco de Portugal o seguinte texto sobre esta instituição, que operou em Moçambique:

“O Banco de Crédito Comercial e Industrial foi constituído em Angola em agosto de 1965, tendo aberto as suas portas a 30 de outubro, na cidade de Luanda, onde detinha a sua sede. O requerimento para a sua constituição tinha dado entrada na Inspeção-Geral de Crédito e Seguros em fevereiro de 1961, por iniciativa do Banco Borges & Irmão que procurava expandir-se nas províncias ultramarinas.
Criado sob uma conjuntura favorável, embora em clima de plena Guerra Colonial, em 6 de novembro de 1965 a instituição abria uma dependência em Lourenço Marques. Segundo os seus estatutos, publicados em Diário do Governo de 22 de junho desse ano, constituiu-se juridicamente como sociedade anónima de responsabilidade limitada. Virado para o mercado colonial, o banco possuía também uma delegação administrativa em Lisboa, na Praça do Município (onde ficava a sede do Banco Borges e Irmão), onde se realizavam as assembleias gerais. Com o capital social autorizado de 200.000 contos, iniciou a atividade com 150.000 contos de capital, sendo 50% detido pelo seu fundador, o Banco Borges & Irmão.
O banco procurou contribuir para uma política de desenvolvimento, incentivando a poupança externa, para as colónias. Realizava todas as operações inerentes à atividade bancária, bem como a elaboração de estudos económicos, regionais e sectoriais, que proporcionavam apoio técnico à sua ação.
Procurou estender o seu raio de influência a todo o território angolano e moçambicano, através da abertura de novas agências. No fim de 1966, o banco contava com seis novos balcões em Angola (Carmona, Benguela, Sá da Bandeira, Lobito, Negage e Porto Alexandre) e quatro em Moçambique (Beira, Nampula, Quelimane e Vila Trigo de Morais). Em 1971, com o aumento dos lucros, possuía 57 dependências em Angola e 42 em Moçambique.
Face ao rápido desenvolvimento da instituição, ao qual o apoio do sócio e fundador Banco Borges & Irmão não era alheio, em 1969 o capital social foi aumentado para 200.000 contos, conforme se encontrava previsto no primitivo pacto social.
O ano de 1970 foi um marco importante para a instituição: o progresso do Banco de Crédito Comercial e Industrial exigia a sua internacionalização e presença noutras paragens, fora das colónias ultramarinas. Assim, recorrendo à colaboração do Banco Borges & Irmão, a instituição instala escritórios e representações em Johannesburgo, Paris e Caracas.
A expansão e o aumento do volume de negócios exigiram uma nova alteração ao pacto social, de modo a permitir aumentar o capital e fortalecer a estrutura e a confiança na instituição. Em 1973 o capital social foi aumentado de 200.000 contos para 300.000 contos.
Com a revolução de abril de 1974, alterou-se a situação política do País. Nesse mesmo ano, registou ainda uma tentativa de aumento de capital, para 420.000 contos, que não se concretizou. Em 1975, com a independência das colónias o banco cessa a atividade.

Outra esboço do percurso do BCCI

O Café Nicola, na Praça 7 de Março, viria a ser encerrado para ali se instalar um balcão do BCCI.

Bibliografia

  1. http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20inaugurado%20no%20sabado%20o%20banco%20de%20credito%20comercial%20e%20industrial
  2. vídeo da RTP datado de 9 de Novembro de 1965, onde, em Lourenço Marques, José Augusto da Costa Almeida, governador-geral de Moçambique, preside à inauguração do novo Banco de Crédito Comercial e Industrial em representação do Ministro do Ultramar.
  3. Dicionário da História Empresarial Portuguesa, Séculos XIX e XX, Vol I – bancos, 2013

24/05/2016

ANÚNCIO DA INAUGURAÇÃO DO BALCÃO DO BCCI EM VILA PERY, 1968

Anúncio publicado no jornal “Notícias” de Lourenço Marques, 1968.

O Banco de Crédito, Comercial e Industrial (BCCI) foi inaugurado em 1965, sendo a maioria do seu capital detido pelo português Banco Borges & Irmão, que também tinha presença em Angola. Após a Independência, o BCCI foi nacionalizado, sendo a sua sede situada na Rua Consiglieri Pedroso na Baixa de Maputo, ainda hoje, utilizado pelos serviços do Banco de Moçambique.

Cerca de 1974, o BCCI estava a edificar uma nova sede, situada numa esquina na Praça Vasco da Gama, junto ao velho Bazar, uma torre com cerca de 20 andares, no preciso local onde anteriormente estava implantado o histórico Kiosk Olímpia. Mercê das alterações decorrentes da Independência, o edifício ficou por concluir durante alguns anos, tendo sido concluído com mão de obra chinesa no final dos anos 80, tendo albergado os serviços comerciais do Banco de Moçambique. Em 1997, na sequência da reestruturação do Banco de Moçambique, ali ficou albergada a sede do nascente Banco Comercial de Moçambique (BCM), adquirido pelo português António Simões, que vendeu a maioria do capital ao Banco Mello, de Portugal. Em Janeiro de 2000, o Banco Mello fundiu-se com o Banco Comercial Português, tendo como impacto a fusão em Moçambique entre o BCM e o Banco Internacional de Moçambique (BIM), que ocorreu entre 2000 e 2002, sendo a entidade sobrevivente o BIM, que ali teve a sua sede até 2015.

Vila Pery mudou de nome e é actualmente a Cidade do Chimoio, situada na Província de Manica.

 

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