Imagens retocadas e coloridas.
Data de 10 de Novembro de 1887 o decreto, assinado pelo rei português D. Luis I, da elevação de Lourenço Marques ao estatuto administrativo e político de cidade, penso que a terceira a seguir a Moçambique (Ilha) e o Ibo.
O resto de Moçambique era mato e umas vilas aqui e ali, a sua população de menos de 5 milhões espalhada pelo território, uma miríade de raças e culturas, tendo como único denominador comum a intenção portuguesa de que aquilo tudo lhe pertencia (duraria 87 anos)
A construção da linha férrea entre Lourenço Marques e Pretória e o início do planeamento dos enormes aterros e um enorme porto, faziam prever uma futura urbe com uma dimensão e sofisticação inexistentes na colónia até então. No entanto, durante os anos iniciais, a Cidade nem teria “cidadãos” nem teria orgãos camarários com um funcionamento regular. Seria governada basicamente por uma sucessão de “ilustres”, administrativamente nomeados. Até hoje, o governo da Cidade, o seu financiamento e gestão, viriam a ser sempre alvo da interferênia do poder político central, seja pelo governo metropolitano, durante a era colonial, seja pelo poder central, após a independência. Mesmo agora em 2023, na mais recente eleição autárquica, a imprensa local relata haverem indícios de que a Frelimo interferiu na contagem dos votos, roubando a eleição e atribuindo a vitória ao seu candidato. Assim, praticamente, com a eventual breve excepção durante a I República, os eleitores da Cidade nunca tiveram a chance de, livremente, escolherem os seus líderes.
Taça de um serviço de jantar que pertenceu a D. Luis I, com a sua inicial, vendida num leilão na Europa recentemente e que penso que foi levada para Itália pela rainha Maria Pia quando regressou à Itália após o assasinato dos seus filho e neto, Carlos e Luis Filipe, e do golpe de estado republicano de 1910.