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12/11/2023

LOURENÇO MARQUES ELEVADA A CIDADE HÁ 136 ANOS

Filed under: Lourenço Marques 1887-2023 — ABM @ 15:27

Imagens retocadas e coloridas.

Data de 10 de Novembro de 1887 o decreto, assinado pelo rei português D. Luis I, da elevação de Lourenço Marques ao estatuto administrativo e político de cidade, penso que a terceira a seguir a Moçambique (Ilha) e o Ibo.

O resto de Moçambique era mato e umas vilas aqui e ali, a sua população de menos de 5 milhões espalhada pelo território, uma miríade de raças e culturas, tendo como único denominador comum a intenção portuguesa de que aquilo tudo lhe pertencia (duraria 87 anos)

A construção da linha férrea entre Lourenço Marques e Pretória e o início do planeamento dos enormes aterros e um enorme porto, faziam prever uma futura urbe com uma dimensão e sofisticação inexistentes na colónia até então. No entanto, durante os anos iniciais, a Cidade nem teria “cidadãos” nem teria orgãos camarários com um funcionamento regular. Seria governada basicamente por uma sucessão de “ilustres”, administrativamente nomeados. Até hoje, o governo da Cidade, o seu financiamento e gestão, viriam a ser sempre alvo da interferênia do poder político central, seja pelo governo metropolitano, durante a era colonial, seja pelo poder central, após a independência. Mesmo agora em 2023, na mais recente eleição autárquica, a imprensa local relata haverem indícios de que a Frelimo interferiu na contagem dos votos, roubando a eleição e atribuindo a vitória ao seu candidato. Assim, praticamente, com a eventual breve excepção durante a I República, os eleitores da Cidade nunca tiveram a chance de, livremente, escolherem os seus líderes.

Envelope da Casa Filatélica de 10 de Novembro de 1962, assinalando o 75º aniversário da elevação de Lourenço Marques, então basicamente uma ilhota, ao estatuto de Cidade. Que não era oficialmente assinalado nem era o feriado da Cidade, que, não sei por quem, foi decidido ser celebrado a 24 de Julho, referente à decisão de Mac-Mahon de 1875 numa disputa entre Portugal e o Reino Unido da Grã-Bretanha, que manteve portuguesa a região vizinha à Cidade, situada entre a Catembe, Ponta do Ouro, Namaacha e Ressano Garcia.
Mapa de Lourenço Marques em 1929. A ilhota passou a ser uma cidade colonial agradável e a futura metrópole que seria em 1975 uma das mais belas capitais de África.
Mapa ilustrativo do Plano Director de Lourenço Marques, 1974. Com a independência nesse ano tudo ficou congelado e subsequentemente tem sido basicamente uma bandalheira pegada, em que o crescimento rápido e selvagem tem sido acompanhado de problemas crescentes, cujas soluções não têm sido acauteladas, fazendo prever que os próximos 50 anos vão ser absolutamente dramáticos.
Gravura de D. Luis de Bragança, filho de D. Maria II e de D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha (este o seu segundo marido, depois da morte de Augusto de Beauharnais). Reinou entre 1861, após a morte prematura do seu irmão mais velho, Pedro V, e Novembro de 1889, quando faleceu e foi sucedido pelo filho mais velho, Carlos.
Retrato do Rei D. Luis I, aqui mais velho. Casou com Maria Pia, filha do então rei da Itália, com quem teve dois filhos, Carlos e Afonso
Imagem do Salão Nobre da Câmara Municipal de Lourenço Marques, anos 60, em que se podem ver pinturas de D. Luis I à direita, e de D. Carlos ao fundo. Ambas ficaram em Moçambique e creio que estão hoje num estado absolutamente lastimável, nem sei bem onde.

Taça de um serviço de jantar que pertenceu a D. Luis I, com a sua inicial, vendida num leilão na Europa recentemente e que penso que foi levada para Itália pela rainha Maria Pia quando regressou à Itália após o assasinato dos seus filho e neto, Carlos e Luis Filipe, e do golpe de estado republicano de 1910.

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