Imagem copiada do espólio do sítio dedicado à memória do poeta Alberto de Lacerda e retocada.
Imagem copiada do espólio do sítio dedicado à memória do poeta Alberto de Lacerda e retocada.
Imagem parte do espólio de Alberto de Larcerda, com vénia, retocada.
O original desta foto faz parte do espólio de Alberto de Lacerda e é reproduzido com vénia.
Foto tirada durante a única vez que Lacerda visitou Moçambique depois de sair da colónia em 1946.
O original desta fotografia faz parte do espólio do poeta Alberto de Lacerda.
Imagem copiada, com vénia, e retocada, do espólio pessoal do poeta Alberto de Lacerda, nascido e criado em Moçambique.
Nunca conheci Alberto de Lacerda nem o seu trabalho. Poesia nunca foi o meu forte, se bem que faça o ocasional esforço. Pelo que li, no entanto, cruzámo-nos várias vezes e em várias partes do mundo, incluindo, surpreendentemente, na Universidade de Boston, onde estudei dois anos seguidos no final da década de 1980 e onde ele estava e onde foi professor de poesia durante quase vinte anos.
Lacerda nasceu na Ilha de Moçambique em 1928 (supostamente, nasceu em nada menos que o Palácio dos Governadores) e cresceu um pouco aqui e ali, até “ter” que sair da colónia para continuar os estudos. A partir daí parece que só voltou a Moçambique uma vez, no início dos anos 60. Deixou obra e morreu em Londres, aparentemente o seu local favorito, em Agosto de 2007. Deve ter tido uma vida interessante e as pessoas com quem se relacionava era um who’s who das culturas portuguesa e anglo-saxónica. Entre os portugas, é só para citar alguns, temos José de Almada Negreiros, António Pedro, João Gaspar Simões, Adolfo Casais Monteiro, José Blanc de Portugal, Fernando Lopes Graça, Ruy Cinatti, Sophia de Mello Breyner Andresen, Natércia Freire, Jorge de Sena, Fernando de Azevedo, Mário Cesariny de Vasconcelos, Alexandre O’Neill, David Mourão-Ferreira, José-Augusto França, e Júlio Pomar. Mas a lista não acaba aqui, de forma alguma e inclui o Rui Knopfli e o Reinaldo Ferreira.
O que achei absolutamente fascinante foi o soberbo, monumental e magistralmente simples sítio evocativo dele, da sua vida e da sua obra. Quem o fez merece um Óscar. Até o seu obituário no Times de Londres de 27 de Setembro de 2007 contém – e é leitura obrigatória (ninguém faz obituários como os ingleses- se bem que este foi escrito por Luis Amorim de Sousa, um amigo e herdeiro do seu espólio). Tem apenas o pequeno problema de ser todo em inglês, o que pode ser menos digesto para os lusofónicos.
Igualmente sublime foi o obituário que o Eduardo Pitta redigiu e que foi publicado em Portugal no jornal Público no dia seguinte ao seu falecimento. Este em língua portuguesa (e Pitta também é poeta e é de Moçambique, o que lhe dá um certo toque – e retoque).
Quem quiser conhecer melhor Alberto de Lacerda, que, nascendo na pequena Cidade de Moçambique, se tornou num Cidadão do Mundo, comece por ler este sítio e a partir daí consulte outras fontes e espere que se desembrulhe o problema com o espólio com 16 toneladas de livros, discos, quadros, 12 mil fotografias, etc e tal que deixou atrás e que, como se poderia esperar, não aparece quem queira ou possa tomar conta dele.