Imagens retocadas.
Não sendo grande militarista (basicamente considero forças militares um mal muito caro e necessário- mas muito necessário quando é necessário) acho que só vi uma parada militar em Lourenço Marques, aquela em que apareceu o Rôxo, que era considerado uma espécie de Rambo português. Mas gosto de ver desfiles, especialmente com bandas miltares e tenho pena de estarem fora de moda. Para além do desfile na abertura dos Jogos Olímpicos em 1976, desfilei uma vez, como convidado de honra, no desfile mais antigo que celebra a independência dos Estados Unidos. Foi divertido.
Lourenço Marques tinha uma longa tradição de festas e de desfiles. Desde o início, quase tudo servia como desculpa para um desfile e uma festa rija. As visitas do Príncipe Filipe em 1907, do Marechal Carmona em 1939 e do General Craveiro Lopes, ficaram para a História. Mas muitos outros houve.
Aliás, até os tipos lá na Câmara escaqueirarem aquilo tudo a começar nos anos 40, a Praça 7 de Março e a Rua Araújo eram uma espécie de Feira Popular da Cidade.
Depois de 75 a Frelimo ainda se meteu nisso mas durou pouco. Alguém se lembra do desfile na 25 de Setembro (a previamente Av da República) quando os chefes da Frelimo se lembraram de meter no desfile aqueles tanques de guerra obsoletos e pesados(mas lindos, se bem que não serviam para nada) que os amigos comunas lhes deram, e as lagartas do tanques destruiram completamente o piso de alcatrão, e a Avenida durante séculos ficou uma lástima? pois. Os portugueses não tinham tanques em Lourenço Marques e os desfiles militares eram a pé. Era mais barato e sapato não estraga o alcatrão.
Sendo a guerra no Norte (onde voltou com requintes de malvadez estes dias), presumo que estas tropas, compostas por valentes desgraçados arrancados às suas famílias lá em Portugal. estavam de passagem. Maioritariamente pobres e mal alfabetizados, ficavam positivamente deslumbrados com a Cidade e percebiam que aquilo não era bem o Portugal que conheciam. A seguir, iam para o Norte, onde a coisa era mais primária.