THE DELAGOA BAY WORLD

02/09/2022

ANÚNCIOS DA DETA, 1948-1951

Imagens retocadas e coloridas, copiadas da Revista dos Caminhos de Ferro da África do Sul.

Estes anúncios focam na rota da DETA entre Joanesburgo e Durban, na África do Sul, e Lourenço Marques. Após algumas perturbações e interrupções durante a II Guerra Mundial, a DETA resumiu os vôos para a África do Sul, o seu principal mercado fora de Moçambique.

Como o Exmo. Leitor poderá ver, nestes anos a DETA voou para os aeroportos de Germiston, Palmietfontein e Rand, os quais serviam Joanesburgo nesta altura, enquanto Jan Smuts (o nome foi posteriormente alterado para Oliver Tambo) estava em construção.

Palmietfontein, a cerca de 30 kms a Sul de Joanesburgo, e que fora uma base aérea militar durante a guerra, foi usada durante alguns anos pela DETA e pela SAA, até Jan Smuts estar pronto, pois o Aeroporto do Rand era pequeno demais. Em 1956 Palmietfontein foi convertida numa pista de corridas de automóveis, onde se realizou o Grand Prémio do Rand e posteriormente ali foi edificada a “township”(urbanizações onde, nos termos das leis do apartheid, só podiam residir negros) de Katlehong, onde, ainda hoje, se se for ver no Google Maps, se podem ver ainda os contornos das antigas pistas de aterragem.

Germiston ficava também a Sul de Joanesburgo e perto de Palmietfontein.

Para além de viajantes em negócios, frequentemente, os passageiros apanhavam estes vôos de e para Lourenço Marques, o porto mais próximo de Joanesburgo, para depois viajarem nos navios que aportavam a Cidade e que a ligavam a destinos variados. Pois a alternativa era viajar de comboio, o que levava, entre Joanesburgo e Lourenço Marques entre 12 e 16 horas. De avião levava cerca de duas horas e picos.

Nesta altura, a publicidade da DETA, que ainda era chamada propaganda, era básica. “Veja o Mar”, ou “sinta o ambiente continental de Lourenço Marques” eram os lemas mais usados, precisamente os mesmos que a publicidade usada nos anúncios da rota ferroviária que ligava as duas cidades.

1 de 3 Anúncio de Fevereiro de 1948. Na imagem, um DC-3 da DETA no Aeroporto de Rand em Joanesburgo. Para além de publicitar as ligações dentro de Moçambique, a DETA referia as ligações, a partir de Lourenço Marques, a outros destinos via a rota da TAP e a da Air France.
2 de 3. Anúncio de Agosto de 1950. Voos de Joanesburgo, Durban e LM-Beira.
3 de 3. Anúncio de Janeiro de 1951.

14/08/2022

A CHEGADA DO BOEING 737 “MOÇAMBIQUE” DA DETA A LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada.

O CR-BAA da DETA “Moçambique”, um Boeing 737-2B1, número de série 20280 penso que o primeiro avião a jacto em Moçambique, entrou ao serviço em Dezembro de 1969. Em 1975 foi re-matriculado como C9-BAA. Voou até 2002.

Se o Exmo. Leitor conhecer as pessoas na imagem, por favor envie os nomes por mensagem para aqui.

18/07/2022

INTERIOR DO AEROPORTO SACADURA CABRAL NA BEIRA, INÍCIO DOS ANOS 70

Imagem retocada.

Sala de embarque do então chamado Aeroporto Sacadura Cabral na Beira.

Expandida a pista e a gare no final dos anos 60, este aeroporto e e o Aeroporto Gago Coutinho, em Lourenço Marques, foram os primeiros aeroportos moçambicanos a poderem receber os então novos aviões Boeing 747 da TAP e processarem simultaneamente as centenas de passageiros, carga e bagagem, transportados pelas novas aeronaves.

O primeiros voos destas aeronaves de grande capacidade (lançadas pela Boeing em Seattle em 1970) para a Beira e para Lourenço Marques ocorreram no dia 4 de Junho de 1973.

Artur Sacadura Cabral (Celorico da Beira, 1881 – Mar do Norte, 1924), que quase momentaneamente deu o seu nome à estrutura modernizada na Beira, foi um cientista e aviador português mais conhecido por, com Gago Coutinho, ter feito a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro, em 1922. Viria a falecer num acidente aéreo no Mar do Norte em 15 de Maio de 1924, quando trazia um novo avião da Holanda para Lisboa. O seu corpo e a aeronave nunca foram encontrados.

Sacadura Cabral conhecia muito bem Moçambique, onde aliás conheceu Gago Coutinho e para onde foi trabalhar em 1901.

Navegou durante dois anos pelas costas de Moçambique e, em 1905, procedeu a um levantamento hidrográfico detalhado da baía de Lourenço Marques, em antecipação da modernização do seu porto. Com Bon de Sousa, Sacadura Cabral foi um dos oficiais escolhidos para este trabalho, em que elaborou uma carta hidrográfica do rio Espírito Santo e de trechos dos rios Tembe, Umbelúzi e Matola. Em 1906 e 1907 trabalhou como topógrafo na rectificação da fronteira entre o Transvaal e Moçambique, serviço que foi feito em colaboração com uma equipa de agrimensores enviados pelo Transvaal. Em 1907, tendo chegado a Moçambique uma missão geodésica de que era chefe Gago Coutinho, os dois trabalharam juntos entre 1907 e 1910 em várias missões geodésicas e geográficas em território moçambicano.

29/06/2022

ANÚNCIO DA DETA, ANOS 40

Imagem retocada.

Inaugurada em 1936, a DETA (sigla da Direcção de Exploração dos Transportes Aéreos dos Caminhos de Ferro de Moçambique) foi a primeira entidade em território português e providenciar serviços regulares de transporte aéreo de passageiros e carga.

Anúncio da DETA.

16/05/2020

FOLHETO DE BORDO DA DETA, VÔO UMTALI-BEIRA, MAIO DE 1968

Grato ao Exmo. Sennhor Joaquim Freire, dono deste blogue, imagens retocadas.

Folheto de Bordo para circulação entre os passageiros, indicando os nomes da tripulação, o percurso e outros detalhes do vôo TM-282 entre o aeródromo da pequena cidade fronteiriça rodesiana de Umtali (hoje Mutare) e a Beira.

Capa, indicando o número do vôo e a data – 6 de Maio de 1968 (uma segunda-feira).

Contracapa, com pedido para os passageiros circularem o folheto.

Interior do folheto, mencionando:  Luis Branco, Comandante; E. Fragoso, Co-Piloto; A.Viegas, Mecânico-Rádio; Maria Adelaide, Hospedeira de Bordo; duração do vôo: 37 minutos, Partida às 15 horas e chegada às 15:40 horas.

Mapa aeronáutico mostrando o percurso entre Umtali e a Beira. Umtali fica a quase 2 mil metros de altitude e a cerca de 250 kms de distância da Beira em linha recta.

O CR-AIC, “Quelimane” fez este võo. Um Fokker-27. Ver mais aqui.

Placa assinalando a entrada na pequena cidade fronteiriça de Umtali.

 

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