Imagem retocada e colorida, encontrada pela Suzana Abreu Barros durante umas limpezas na arrecadação.
31/03/2024
26/11/2023
VIAJANDO PARA LOURENÇO MARQUES, 1958
Imagens coloridas e retocadas.
Açoreanos de São Miguel, uma das ilhas do Arquipélago situado a um terço do caminho entre Portugal Continental e a costa da América do Norte, os meus pais (por decisão do Pai) cedo saíram para…Macau, onde viveriam durante quase sete anos, após o que retornaram brevemente a São Miguel, para quase logo de seguida (mais uma vez por decisão do Pai), com quatro dos cinco filhos (a filha mais velha nunca sairia dos Açores – long story) viajaram no Moçambique para Lourenço Marques, onde chegariam em meados de 1958, a minha Mãe grávida do meu irmão Fernando, o primeiro a nascer em Moçambique (20 de Setembro desse ano) seguido por mim (30 de Janeiro de 1960) e mais tarde a minha irmã Paula (6 de Abril de 1962).
Em 1958 o meu Pai já conhecia Moçambique, pois passou lá umas semanas em 1950 enquanto a caminho de Macau, para recrutar nativos (na terminologia usada então) que integrariam as Tropas Landins posicionadas no pequeno enclave asiático e que ele, tenente, lideraria. Esta era uma coisa que se fazia então.
Havia muitos poucos açoreanos em Lourenço Marques e acho que se conheciam mutuamente, se bem que conto nos dedos de uma mão os que conheci. Para além do Victor Cruz, que trabalhava no Notícias, haviam as duas amigas da minha Mãe (Maiana e Conceição) que eram açoreanas e que passavam horas a conversar quando se visitavam. A Maiana era viúva e vivia num prédio na Baixa em frente à Cervejaria Nacional e a Conceição viveu primeiro numa casa no Bairro Militar atrás da Somershield e depois na Matola, quando a Matola parecia ser um exílio longínquo no outro lado do Mundo. A Mãe sempre foi uma pessoa reservada, ao contrário do meu Pai que sempre foi um homem do Mundo e dava-se literalmente com toda a gente, de todas as cores e proveniências e culturas – contexto que no tecido urbano moçambicano de então era comum. O meu Pai distinguia-se por aquele sotaque peculiar que se usava em Ponta Delgada, o que contrastava com tudo e todos, incluindo eu, que cresci a falar com o sotaque padrão continental que se falava na Cidade. Curiosamente, eu percebia perfeitamente o que os meus pais diziam, mas metade da Cidade notava esse sotaque e alguns tinham dificuldade em entender o meu Pai, o que tinha a sua piada.
01/08/2021
02/03/2021
JOÃO E AS AMIGAS NA RUA DOS AVIADORES EM LOURENÇO MARQUES, 1965
Imagens retocadas, gentilmente cedidas por MJBNMG.
A primeira imagem tem a particularidade de ser a única fotografia que conheço que mostra a fachada da velha casa onde vivia com a minha Família e onde cresci na Polana. A casa seria demolida no final de 1972, tendo no mesmo local o dono edificado um edifício de 4 andares que foi prontamente nacionalizado quando a Frelimo tomou conta da situação. Mostra ainda as velhas árvores que pouco depois foram cortadas e no seu lugar plantadas novas árvores (que ainda se encontram na rua, agora chamada Rua da Argélia). Naquela altura, o meu mundo era vasto mas não se prolongava muito para além de uns quarteirões em volta desta rua.
28/02/2021
ANIVERSÁRIO DO JOÃO NO RESTAURANTE ZAMBI EM LOURENÇO MARQUES, 1967
Imagens retocadas.
O João foi meu amigo, meu vizinho na Rua dos Aviadores (onde viveu durante alguns anos com os Avós maternos) e meu colega na Escola Primária Rebelo da Silva, em Lourenço Marques. Cinquenta anos depois da Debandada de Moçambique, em que quase toda a gente perdeu o contacto com quase toda a gente, por mero acaso, encontrou-me por causa deste blogue. Em baixo, imagens que ele me enviou de uma festa de aniversário, penso que em Novembro de 1967.
Na foto 4 estão lá mas faltam identificar:
1. A mulher do João Evangelista
2. Maria Teresa Ferreira, mulher do Sr. Ferreira, dono da Livraria Moderna
3. Professora Ernestina de Sousa e Silva, directora da Escola General Machado
08/09/2019
MERGULHANDO NA PISCINA DO HOTEL POLANA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 50
Imagem retocada.
29/07/2018
OS IRMÃOS BOTELHO DE MELO NO DESPORTIVO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60
Imagem colorida e retocada.
11/01/2017
O INTERIOR DO TEATRO VARIETÁ EM LOURENÇO MARQUES, 1913
Fotografia cortesia de Paulo Azevedo.
Até à sua demolição cerca de 1968, o Teatro Varietá manteve este aspecto.
A segunda casa de ópera situada a Sul do Equador, a seguir à Ópera de Port Elizabeth, na África do Sul, o Teatro Varietá foi inaugurado no dia 5 de Outubro de 1912, no segundo aniversário do golpe que derrubou a Monarquia. Ficava situado em Lourenço Marques, no início da Rua Araújo, perto da Praça 7 de Março (actual Praça 25 de Junho). Previamente, aqui houve um Ringue de Patinagem e Cinematógrafo com o mesmo nome, inaugurado a 16 de Julho de 1910 e antes um campo de hockey em patins – o primeiro em todo o espaço português, em que se disputaram jogos de hóquei em patins. O Teatro foi uma iniciativa dos empresários italianos Pietro Buffa Buccellato e Angelo Brussoni. No local onde estava implantado, foram inaugurados cerca de 1970 o Cinema Dicca e o Estúdio 222.
Eu ainda frequentei o Varietá quando era muito miúdo – 5 a 8 anos de idade. Na altura esta sala parecia-me verdadeiramente gigantesca. Como os B. de Melo eram mais que muitos, o Pai Melo comprava um camarote, habitualmente o primeiro no alinhamento de camarotes situados à esquerda na fotografia. Lembro-me nitidamente de aqui ter visto o filme épico Barrabás, sobre o ladrão bíblico que terá sido (no fim) crucificado com Jesus Cristo. Só que a violência era mais que muita, sangue por todos os lados e o raio do filme nunca mais acabava.
Outro problema logístico era que os quartos de banho do Varietá ficavam do lado direito da sala, a seguir às portas que se podem ver aqui à direita (o bar ficava do lado esquerdo). Ora, se eu quisesse fazer ir chichi a meio do filme, tinha que me levantar do primeiro camarote à direita, sair da sala para um corredor escuro como breu pela porta do camarote,que se pode ver na imagem, dar a volta ao teatro todo por fora até aos lavabos, fazer o serviço, e voltar todo o caminho de volta. Qual era a então solução? saía do camarote, descia mais dois camarotes, fazia lá o chichi e voltava, aliviado, para ver se o Barrabás já tinha morrido.
26/10/2013
24/03/2013
CARACÓIS DA BAÍA DE MAPUTO: NERITAS E NASSARIUS
Quando eu era miúdo nos anos 60, apanhava estes caracóis nas margens da Baía de Lourenço Marques, cozinhava-os com água e sal e comia-os com um alfinete.
31/08/2012
DOMINGO NA PISCINA DO DESPORTIVO EM LOURENÇO MARQUES, 1970
Foto gentilmente enviada por Rafaela Silva.
06/06/2012
O PRÉMIO DO CONCURSO DA RÁDIO MOCIDADE EM LOURENÇO MARQUES, 1973
Praticamente, nunca ganhei nada em coisa nenhuma. Excepto em 1973, quando participei num concurso qualquer promovido em Lourenço Marques pela então jovem e quase juvenil (mas distintamente profissional) Rádio Mocidade, que tinha a vantagem adicional de se situar ao fundo da rua de onde eu vivia. O que ganhei foi um disco de 45 rotações. Não me perguntem como, mas após uns quarenta anos e de já ter mudado de casa de país e de continente umas quinze vezes….ainda tenho o disco. É o que está em baixo.
O meu prémio do concurso da Rádio Mocidade em 1973.