THE DELAGOA BAY WORLD

26/04/2021

O SCALA E O CONTINENTAL EM LOURENÇO MARQUES, 1970

Imagens retocadas.

Eram talvez os dois cafés (e pastelarias, e restaurantes) mais paradigmáticos de Lourenço Marques entre a década de 50 e 70. Certamente os mais centrais do centro da Cidade. Sobre eles se diz que eram pontos de encontro de tudo e todos, entre intelectuais diletantes, reaccionários em conspirações, turistas encantados, transeuntes anónimos, adeptos do Benfica dum lado, do Sporting do outro, burocratas no dolce fare niente, etc. Ficavam lá todos o que me pareciam ser eternidades, a ler jornais, a falar, a beber cafés e Laurentinas com camarões e tremoços, a verem as pessoas a passar. Pessoalmente, nos anos em que vivi na Cidade (até aos 15 anos de idade acabados de fazer), tirando a ocasional Tombazana e uma arrufadinha, nunca lá comi nem sequer me sentei.

Na verdade, os pecados do sistema colonial (etc e tal, com os habituais revisionismos em curso estes dias) aparte, Lourenço Marques devia ter entre as melhores pastelarias do mundo. A Pigalle, a Princesa, a Teresinha, a Mimosa (cujo letreiro estava estragado no “r” e que dizia “Pastelapia”), a Cristal, os Criadores de Gado, vêem-me à mente. Mas havia muito mais. As melhores arrufadas do mundo eram vendidas por uma lojinha mesmo abaixo do Liceu António Ennes no único ano em que lá andei (1973-4, levei com o 25 de Abril nos cornos no fim desse ano escolar) e nem sequer me lembro do nome do sítio. Custavam uma quinhenta ($50) e quando havia dinheiro (não era frequente), lá marchavam duas ou três no intervalo das aulas.

Para além disso, fora de casa. quando sózinho, comia raramente no bar do Desportivo, onde eu passava muito do meu tempo livre, que, por sete e quinhentos (7$50) fazia o melhor bitoque do Planeta – bife, batatas fritas, ovo, uma rodela de limão, uns picles ao lado e um molho indescritível. O que surpreendia, pois uma vez cometi o acto audaz de entrar pela cozinha do bar dentro, e o que vi era que aquilo era o maior pardieiro, a maior imundice, a maior desorganização que eu já vira. Era um milagre que sempre me mistificou, como é que num sítio daqueles os empregados (que eu conhecia todos por nome) confeccionavam uma iguaria tão divina.

Ocasionalmente, os Pais Melo levavam a família a comer fora, invariavelmente num sábado à noite. Os lugares eram habitualmente o Restaurante Hong Kong a seguir ao Bazar, e o Restaurante Nacional (acho que era esse o nome) que ficava nos Avenida Buildings (ou Prédio Pott, como alguns lhes chamam agora). Os meus pais viveram quase dez anos em Macau (tendo três irmãos meus nascido lá) e a presença da comida e cultura chinesas lá em casa era digamos que muito mais familiar que no casa da maioria das famílias em Lourenço Marques. O hábito ficou comigo até hoje, se bem que, por causa desta coisa da Pandemia, já nem me lembro quando é que foi a última vez que comi fora de casa.

Depois do jantar, íamos ver as montras na Baixa.

O Scala, visto do lado dos Avenida Buildings, no meio a Avenida D. Luiz.

O Continental, visto do… Scala.

O centro da Baixa durante os anos 60, Scala à esquerda, Continental à direita.

28/03/2021

O PRÉDIO SANTOS GIL EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada.

O Prédio Santos Gil na Baixa de Lourenço Marques, parcialmente iluminado pelos anúncios em néon. Na esquina, o Café Continental. Mais à esquerda pode-se ver o anúncio da loja John Orr’s. E acima, um anúncio da DETA.

10/07/2018

A ESQUINA DAS AVENIDAS DA REPÚBLICA E D. LUIS EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 50

 

Na Baixa de Lourenço Marques, a esquina das Avenidas da República e Dom Luis I, anos 1950. Na altura a Avenida Dom Luis ainda era designada Avenida Aguiar. Actualmente, é designada Avenida Marechal Samora Moisés Machel.

01/01/2014

A AVENIDA DOM LUIZ EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

Fotografia de Artur Monteiro de Magalhães, gentilmente cedida pelo seu filho Artur Magalhães e restaurada por mim. Para ver a foto devidamente, abra com a máxima resolução.

Esta é a minha primeira inserção de 2014. Aos visitantes que têm acompanhado este pequeno blogue, desejo um ano de sucessos e saúde.

A Avenida Dom Luiz (actualmente, Avenida Marechal Samora Machel) em Lourenço Marques, anos 60. À direita, o

A Avenida Dom Luiz (actualmente, Avenida Marechal Samora Machel) em Lourenço Marques, anos 60. À direita, o Continental e o Scala. À esquerda ao fundo, o Prédio Montepio. Ao fundo, a Câmara Municipal.

25/12/2013

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, MEADOS DOS ANOS 1960

Fotografia de Artur Monteiro de Magalhães, gentilmente cedida pelo seu filho Artur Magalhães e restaurada por mim. Para ver a foto devidamente, abra com a máxima resolução.

 

Vista da zona da Baixa de Lourenço Marques que inclui a esquina do Continental e do Scala, o prolongamento da Avenida D. Luiz até à Praça 7 de Março (actual 25 de Junho)

Vista da zona da Baixa de Lourenço Marques que inclui a esquina do Continental e do Scala, o prolongamento da Avenida D. Luiz até à Praça 7 de Março (actual 25 de Junho), a fachada dos Prédios Fonte Azul e Rúbi e o jardim em frente ao Museu Militar da Fortaleza de Lourenço Marques. Do lado direito, por detrás do Prédio da Seguros Lusitânia, pode-se ver parte do Edifício Pott. Ao fundo, o porto onde está atracado um navio de guerra e a Catembe. Meados dos anos 60.

O CAFÉ CONTINENTAL NA BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

Fotografia de Artur Monteiro de Magalhães, gentilmente cedida pelo seu filho Artur Magalhães e restaurada por mim. Para ver a foto devidamente, abra com a máxima resolução.

 

A esquina do Café Continental

A esquina do Café Continental, no cruzamento entre as Avenidas da República e Dom Luiz, actualmente as Avenidas 25 de Setembro e Marechal Samora Machel.

26/10/2013

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES NOS ANOS 1970, POR DANA MICHAHELLES

 

 

A Baixa de Lourenço Marques, desenho de Dana Michaelis, início dos anos 70.

A Baixa de Lourenço Marques, desenho de Dana Michahelles, início dos anos 70. À esquerda, o Scala e o Continental, o Avenida Building (ou Prédio Pott), ao fundo a Praça 7 de Março (hoje 25 de Junho) e a Catembe. À direita a Casa Coimbra.

20/07/2013

A ESQUINA DO CAFÉ CONTINENTAL EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 70

Foto do Adriano Soares, restaurada.

A esquina do Continental na Avenida da República em Lourenço Marques, anos 70.

A esquina do Continental na Avenida da República em Lourenço Marques, anos 70. Do outro lado da passadeira ficava o Café Scala. Atrás das árvores, mais para o lado esquerdo, ficava o John Orr’s.

28/06/2012

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

 

A baixa de Lourenço Marques, anos 1960. Da esquerda, na Avenida da República (hoje 25 de Setembro) veêm-se o Hotel Tivoli, o Prédio Nauticus, o John Orr’s e o Prédio onde fica o Café Continental. Em frente ao John Orr’s, a estação central dos CTT. Em cima, vê-se a Praça 7 de Março (hoje 25 de Junho) e o Largo António Enes. Em cima à esquerda a Fortaleza, o porto de embarcações ligeiras e o edifício do Anjo Azul (ou Blue Angel)

22/06/2012

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

A Baixa de Lourenço Marques, anos 1960. No topo a Fazenda. À direita, pode-se ver parte da Fortaleza. Em primeiro plano a sede do BNU e ao lado a Casa Coimbra. Mais acima a esquina entre as Avenidas da República (agora 25 de Setembro) e Dom Luiz (agora Samora Machel).

07/06/2012

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES À NOITE, ANOS 1960

A Baixa de Lourenço Marques à noite, esquina das Avenidas da República (hoje 25 de Setembro) com a Dom Luiz (hoje Samora Machel).

27/02/2012

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES À NOITE, ANOS 1960

A baixa de Lourenço Marques à noite, anos 1960.

23/02/2012

UMA TARDE NA ESPLANADA DO CAFÉ CONTINENTAL EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

 

 

A esplanada do Café Continental. Foi inaugurada nos anos 1950.

22/02/2012

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES NA AVENIDA DA REPÚBLICA, ANOS 1960

A Avenida da República, quarteirões entre o Hotel Tivoli e o Café Continental.

A Avenida da República, entre o Café Continental e a sede do BNU.

19/02/2012

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1950

A baixa de Lourenço Marques, anos 1950, no cruzamento da Av. Dom Luiz com a Avenida da República.

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, FINAIS DOS ANOS 1950

A baixa de Lourenço Marques, no cruzamento das Avenidas Dom Luiz e da República.

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