THE DELAGOA BAY WORLD

27/09/2022

LOURENÇO MARQUES SEM CAIS, 1895-1902

Imagens retocadas e coloridas, a primeira da colecção de Alfredo Pereira de Lima.

A baía excepcional, única entre Nacala e o Cabo, e a sua proximidade ao Transvaal, especialmente depois da fundação das repúblicas Boer e a descoberta do enorme filão de ouro no Witwatersrand (num canto do Transvaal), tornaram Lourenço Marques num lugar muito apetecível e previsivelmente lucrativo. Mas os investimentos eram enormes e levou tempo a construir-se uma linha de caminho de ferro para Pretória e ainda mais a construir um cais onde os navios podiam acostar e descarregar e carregar passageiros e mercadoria de forma mais eficiente. O Cais Gorjão só seria inaugurado nos primeiros anos de 1900. Até lá, é o que se vê nas duas primeiras imagens em baixo: os navios paravam na parte da Baía em frente a Lourenço Marques, e literalmente tudo o que havia para carregar e descarregar (mercadoria, pessoas, água, carvão, comida, etc) tinha que ser carregado à mão, e às costas, dos navios para barcaças ou barcos pequenos, e trazido até à praia, onde em seguida tinha tudo que ser acartado à mão para uma linha de terreno mesmo ao lado da Rua Araújo. Mais tarde foram sendo feitos pequenos cais de madeira, onde as barcaças e os barcos pequenos atracavam. Era um pesadelo.

Navios fundeados em frente a Lourenço Marques, 1895. Em primeiro plano, barcaças chatas. Esta foto foi tirada aquando dos ataques a Lourenço Marques, que motivaram os portugueses a enviar uma expedição ao Sul de Moçambique, chefiada por António Ennes e que incluia, entre outros o Major Mouzinho de Albuquerque.
Navios fundeados em frente a Lourenço Marques, 1900. Já havia comboio mas ainda não havia um cais.
Sistema de fabrico de enormes blocos de cimento, destinados à  construção do porto de Lourenço Marques,1901. No meio estava uma linha férrea de bitola pequena onde uma pequena locomotiva com um guindastre que vinha e trazia e levava material. De um lado estavam caixas metálicas desmontáveis onde se trazia o cimento e se faziam os blocos, que, após secos, eram colocados do outro lado para terminar a secagem, e posteriormente eram levados para o local onde foi feito o Cais Gorjão.

18/08/2021

O PORTO DE LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DA DÉCADA DE 1920

Filed under: LM Cais - Porto — ABM @ 19:56

Imagem retocada.

Numa louvável campanha, estes dias a empresa Portos de Maputo está a assinalar o 118º aniversário da inauguração do Porto de Lourenço Marques quando abriu o então chamado Cais Gorjão, um enorme investimento colonial. O porto e o seu movimento são uma sombra do que chegou a ser em 1975. Mas ainda está lá e para ficar.

Vista do Porto de Lourenço Marques, postal da Bayly’s Ltd, início da década de 1920.

07/07/2021

AUTOMOTORAS DOS CAMINHOS DE FERRO EM LOURENÇO MARQUES

Imagens retocadas.

Automotoras dos CFLM no Cais Gorjão, anos 40, fazendo a ligação entre o cais e a estação ferroviária.

Automotora dos Caminhos de Ferro estacionada na estação ferroviária de Lourenço Marques.

28/05/2021

TRAINEIRAS EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Traineiras atracadas no porto de embarcações ligeiras de Lourenço Marques, situado mais ou menos à frente da Praça 7 de Março (hoje 25 de Junho) e da Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição em Lourenço Marques, anos 60.

16/05/2021

O CAIS DE EMBARCAÇÕES LIGEIRAS DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada, de Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Pessoas junto ao Cais de Embarcações Ligeiras do porto de Lourenço Marques, atrás, onde estão parados barcos de pesca e traineiras e onde se apanhavam os barcos catembeiros que ligavam a Cidade à Catembe, anos 60. Ao fundo, o Cais Gorjão. Atrás do fotógrafo fica a Praça 7 de Março (agora 25 de Junho).

29/04/2021

A CAIS GORJÃO EM LOURENÇO MARQUES, 1927

Imagem retocada e colorida.

O Cais Gorjão em Lourenço Marques, 13 de Abril de 1927. Neste caso, os passageiros que prosseguem para a União Sul-Africana e que não permaneciam em Lourenço Marques, podiam desembarcar e entrar para as carruagens da South African Railways (SAR(SAS), estacionadas em frente ao navio, de onde viajavam directamente para a União. Foto de Ignácio Piedade Pó, empregado dos Caminhos de Ferro de Lourenço Marques e uma lenda da fotografia de Moçambique da era.

22/04/2021

PESCANDO NA PRAIA DA POLANA EM LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DO SÉC. XX

Imagem retocada. Grato ao João de Abreu, que identificou o peixe.

Há cem anos, antes de se começar a dragar caminhos para os navios chegarem ao porto e a Cidade de Lourenço Marques começar a crescer, a enorme baía devia ser uma maravilha em termos da fauna e flora marinha. Se nos próximos anos não se prestar atenção à poluição que a Cidade ali despeja, a Baía arrisca transformar-se num esgoto.

Dois pescadores exibem um tubarão-areia na Praia da Polana em Lourenço Marques, enquanto algumas pessoas observam, início do Séc. XX.

07/10/2020

O CAIS GORJÃO, DÉCADA DE 1920

Imagens retocadas.

O porto e a linha de caminho de ferro foram a razão de ser comercial de Lourenço Marques a partir da segunda metade do Século XIX.

O porto de passageiros, mais ou menos em frente à Praça 7 de Março (hoje, 25 de Junho).
O Cais Jordão, concluído cerca de 1903 sobre a Baía e situado na ponta de um enorme aterro feito a partir da praia situada mesmo atrás da Rua Araújo (hoje do Bagamoio) e que passou a permitir o acostamento dos navios directamente, facilitando o embarque e desembarque de passageiros e carga e com ligação directa às linhas de caminho de ferro. Foi uma revolução.
O cais, visto do Capitania Building, mesmo em frente à Praça 7 de Março (hoje, 25 de Junho). Tudo o que se vê daqui foi aterrado, originalmente a praia ficava situada onde estão as árvores à direita em baixo. À esquerda, o relógio eléctrico com a hora oficial, dirigido directamente a partir do Observatório Campos Rodrigues, junto ao Hotel Polana, por um cabo eléctrico.
Aspecto do Cais Gorjão, vendo-se um vaso de guerra atracado..
Mesmo a Poente do Caís Gorjão, fica situada a estação e o complexo ferroviário a que estava directamente ligado pelo espaço à direita, aqui já com a nova gare, concluído cerca de 1917.

 

08/09/2020

PAUL KRUGER – BREVE ESBOÇO BIOGRÁFICO

Imagens retocadas.

Este é um breve esboço da vida de Paul Kruger, baseado num resumo que encontrei, e ilustrativo do impacto dos britânicos e do boers na história do Sul de África, com consequências para o que é, actualmente, Moçambique.

Parte da estátua evocativa de Paul Kruger, no centro da Church Square, uma praça situada no centro de Pretória. Por causa da guerra, a estátua esteve apeada durante anos num armazém no porto de Lourenço Marques, até ser finalmente levada para Pretória, onde por enquanto permanece.

Primeiros anos de vida

Stephanus Johannes Paulus Kruger nasceu em 10 de outubro de 1825 na fazenda do seu avô, Bulhoek Steyn, no distrito de Steynsburg (nomeado a partir do seu apelido), no Cabo Oriental, e cresceu na fazenda Vaalbank. Em toda a sua vida, ele só teria três meses de educação formal, o que não obstou a uma longa carreira política. Vaalbank era uma área agrícola acidentada, onde o jovem Paul aprendeu muito sobre a natureza. Quando a Grande Jornada dos Boers para Norte (o “Great Trek”) começou em 1836, para escaparem à soberania britânica, imposta na Colónia do Cabo desde o início do século XIX, o pai de Kruger, Casper Kruger, juntou-se ao grupo do “pioneiro” boer Hendrik Potgieter e a família Kruger mudou-se para o que mais tarde ficou conhecido como o Transvaal, com o objectivo de ali estabelecer um estado independente.

O pai de Paul Kruger decidiu estabelecer-se numa área hoje conhecida como Rustenburg. Por sua vez, Paul teve o direito de obter uma fazenda para si, tendo escolhido uma propriedade situada na base das montanhas de Magaliesberg onde se estabeleceu em 1841, com 16 anos de idade. Um ano mais tarde, casou-se com Maria du Plessis e o casal mudou-se para o Transvaal Oriental, junto à fronteira com o que é hoje o Sul de Moçambique.
Paul Kruger e sua pequena família voltaram mais tarde para Rustenburg e a esposa de Kruger e seu filho pequeno morreram logo a seguir, presume-se que devido à malária, endémica na região. Paul Kruger casou em seguida com Gezina du Plessis, de quem teve sete filhas e nove filhos e que morreria em 1901. Muitos dos filhos de Kruger morreram na infância.

Kruger surge como líder

Eventualmente, as fortes qualidades de liderança de Paul Kruger começaram a tornarem-se aparentes, primeiro com a sua nomeação para o cargo de Comandante-Geral da então República da África do Sul, mais tarde conhecido como Transvaal e depois quando ele foi nomeado membro de uma comissão do Volksraad, o Parlamento, que tinha a tarefa de redigir uma constituição. Diz-se que mais tarde ele desempenhou um papel importante na resolução de uma disputa entre o líder do Transvaal, Stephanus Schoeman, e Mathinus Wessel Pretorius, o primeiro Presidente do Transvaal.

O Vice-Presidente do Transvaal, 1874

Enquanto a África do Sul atravessava o primeiro período de enriquecimento súbito e migração com a descoberta de um gigantesco filão de diamantes em Kimberley, na fronteira entre o Estado Livre de Orange e o Cabo, com 48 anos de idade, Paul Kruger renunciou ao cargo de Comandante-Geral em 1873 e não assumiu nenhum cargo político durante algum tempo.

O Conselho de Administração da De Beers, 1888. Sentado ao centro, Cecil Rhodes, que, juntamente com um conjunto de magnatas, desempenhou um papel crucial na África do Sul a partir de 1870.

Ele retirou-se para sua fazenda, Boekenhoutfontein. O seu afastamento da política, no entanto, durou apenas um ano, altura em que ele foi eleito para o Conselho Executivo. Pouco depois, tornou-se Vice-Presidente do Transvaal. A vida de Kruger permaneceria centrada na política entre 1877 e 1882. Nessa época, Kruger liderou um movimento de resistência e se tornou-se o líder de uma comissão. A primeira guerra Anglo Boer ocorreu em 1880 e as forças britânicas foram derrotadas em Majuba em 1881. Nessa altura, no âmbito dessa comissão, Kruger foi fundamental nas negociações encetadas com os britânicos, que mais tarde levaram à restauração do Transvaal como um estado independente, ainda sob o domínio britânico.

Presidente Kruger

Em 1882, Paul Kruger, agora com 57 anos de idade, foi eleito Presidente do Transvaal. Ele partiu para a Inglaterra em 1883 para renegociar a Convenção de Pretória de 1881, um acordo que fora alcançado entre os Boers e os Ingleses no final da primeira Guerra Anglo Boer. Nessa altura, adquiriu vários aliados na Europa. Na Alemanha, por exemplo, participou num banquete em que foi apresentado ao então imperador, Guilherme I, e conversou longamente com Bismarck.

A descoberta de Ouro

Em1886, a descoberta no Witwatersrand do que viria a ser considerado o maior filão de ouro jamais descoberto no planeta, mudou radicalmente o clima político no Transvaal e não só, despertando novamente a cobiça britânica. Muitos caçadores de ouro de todo o mundo migraram para a África, bem como investidores e um exército de profissões afins. A República do Transvaal considerava os caçadores de ouro como ‘uitlanders’ (estrangeiros).

Para Leste, a 500 quilómetros em linha recta junto do mar, estava um lugarejo dormente e poeirento ocupado pelos portugueses – Lourenço Marques.

Lingotes de ouro obtidos no Witwatersrand, onde na altura surgiu a metrópole de Johnannesburg, provavelmente escavados por mineiros recrutados em Moçambique através da WENELA (Westerrn Native Labour Association). Durante décadas, os Magaíças constituiriam a base laboral das minas de ouro sul-africanas. Por as principais moedas do mundo industrializado serem baseadas no padrão de ouro, o metal precioso extraído na África do Sul teve um impacto enorme na economia e finanças mundiais.

O Raid Jameson

A liderança de Kruger, que no fim da primeira semana de Julho de 1895 inaugurara solenemente a nova linha férrea entre Lourenço Marques e Pretória, uma velha e grande obsessão sua e muito para desgrado dos imperialistas britânicos, foi posta à prova no final desse ano, quando ocorreu o chamado Jameson Raid, liderado pelo Doutor Starr Jameson, um aliado do político e magnata britânico Cecil Rhodes e cujo objectivo era tornar o Transvaal e o Estado Livre de Orange novamente em colónias britânicas. Tal como Rhodes, Jameson mais tarde tornar-se-ia primeiro-ministro da Colónia do Cabo. Em dezembro de 1896, um grupo resultante do ataque mal sucedido, iniciou um processo deliberado de deterioração das relações entre os britânicos e os bôeres que acabou levando à segunda guerra anglo-boer. No entretanto, Kruger foi eleito Presidente do Transaal e re-eleito três vezes, ocorrendo a sua última reeleição em 1898.

A Segunda Guerra Anglo-Boer, 1899-1902

A segunda Guerra Anglo-Boer, também conhecida como Guerra da África do Sul, começou em 11 de outubro de 1899 com um ataque dos boers às tropas britânicas estacionadas no território.

A residência do Cônsul britânico em Lourenço Marques, 1901. Actualmente a Embaixada britânica em Maputo, foi aqui que, em Dezembro de 1900, o então jovem Winston Churchill veio pedir assistência após a sua “espectacular” fuga de Pretória, escondido numa carruagem de um comboio que se dirigia para a capital da colónia portuguesa. Hoje, existe na fachada do edifício uma placa a assinalar o histórico evento.

Paul Kruger participou na última sessão do Volksraad (o parlamento) e em 29 de Maio do ano seguinte, fugiu de Pretória quando o exército britânico, liderado por Lord Roberts, avançou sobre a capital.

Uma das curiosidades “lusófonas” do Transvaal foi que o Ministro da Guerra do Transvaal durante a Segunda Guerra Anglo-Boer era Louis de Souza, um descendente de portugueses (ver em cima). Outra é a presença do jovem Fernando Pessoa em Durban durante parte do conflito na África do Sul, onde vivia (e que, penso, nunca mencionou). Ou seja, a meio, a família foi de férias a Portugal, durante mais que seis meses. Mais tarde (1910) a sua Mãe e Padrasto iriam viver para Pretória, onde o padrasto foi o cônsul de Portugal local até ali falecer em 5 de Outubro1919. A sua Mãe, que na altura regressou a Portugal, tivera um AVC ali em Dezembro de 1915, ficando, posteriormente, praticamente inválida.

Ele permaneceu na clandestinidade durante semanas e eventualmente, refugiou-se com os seus aliados europeus, enquanto a guerra continuava.

A pequena estção ferroviária de Nelspruit, 1898. Kruger passou por aqui a caminho do seu exílio.

Em 20 de Setembro de 1900 deslocou-se para a pequena e então fervilhante Lourenço Marques neutral no comboio presidencial e, após delicadas negociações, em 20 de Outubro partiu de Lourenco Marques para a Europa a bordo do couraçado militar holandês De Gelderland, enviado pela rainha Guilhermina até à capital da colónia portuguesa para o recolher.

A estação ferroviária de Lourenço Marques, 1900. Fica situada a cerca de 100 metros da actual estação de Maputo, dentro da zona agora reservada aos serviços portuários.

A sua mulher, Gezina Kruger estava muito doente quando o grupo deixou o Transvaal e não pôde acompanhá-lo. Ela morreria em Pretória a 20 de Julho de 1901. Na mesma altura, 5 dos seus 8 filhos sobrevivos (eles tieram 16 filhos) morreram numa questão de dias, quiçá, em parte, pelos mau tratos infligidos pelos invasores britânicos.

Aspecto da zona portuária de Lourenço Marques, tal como era por volta da Segunda Guerra Anglo-Boer. Nessa altura, a marinha britânica bloqueou a Cidade, ninguém entrava ou saía sem autorização dos britânicos.

 

Dois navios da companhia alemã Deustche Ostafrika Linie (DOA), o Kronprinz e o Peters, ancorados ao largo na Baía de Lourenço Marques, 1901. O Cais Gorjão só viria uns anos mais tarde, permitindo a atracagem dos navios.

O grupo de Kruger desembarcou na Cidade francesa de Marselha, recebido apoteoticamente por cerca de 60 mil pessoas. O mundo inteiro seguia a guerra dos boers na África do Sul pelos jornais, dia a dia, alimentado por imagens e relatos do conflito, enviados por telégrafo, uma relativa novidade. De seguida ele viajou pela Europa e até à propriedade Oranjelust, em Utrech, nos Países Baixos, onde permaneceu até ao final da guerra. Foi aqui que ele recebeu a notícia da assinatura do Tratado de Vereeniging, assinado a 31 de Maio de 1902. Depois de passar uns meses na Riviera francesa, Kruger mudou-se para Clarens, na Suíça, onde permaneceu os últimos seis meses da sua vida, falecendo em 14 de julho de 1904 de uma pneumonia. Os seus restos mortais foram transportados de volta para uma África do Sul meio destruída e já unida à força pelo império britânico, o seu país novamente uma colónia britânica. Com a autorização dos britânicos, seria sepultado em 16 de dezembro de 1904, no cemitério da Church Street, em Pretória, rodeado pelos seus apoiantes, o seu caixão envolto na bandeira do país que antes ajudara a criar.

A bandeira da África do Sul, utilizada entre 1928 e 1994, revela bem os resquícios do conflito anglo-boer, A bandeira do Transvaal é a pequena bandeira que se vê à direita, ao centro a bandeira do Estado Livre de Orange. Mesmo na actual bandeira em vigor na África do Sul, supostamente, três das cores ali presentes especificamente evocam as duas antigas repúblicas boer.

27/04/2020

CARREGANDO CARVÃO À MÃO, NO PORTO DE LOURENÇO MARQUES, 1915

Imagem retocada, da autoria de Ignácio Piedade Pó.

 

No Cais Gorjão em Lourenço Marques, um pequeno exército de operários transporta carvão da carruagem à esquerda para dentro do navio à direita, em cestos de palha. Foto de Ignácio Piedade Pó, com data de 6 de Abril de (parece) 1915.

22/04/2020

O CAIS GORJÃO EM LOURENÇO MARQUES, AGOSTO DE 1915

Imagem, retocada, de Ignácio Piedade Pó, que, segundo o António Sopa, era de origem goesa (penso que nasceu em Mapucá), foi funcionário dos Caminhos de Ferro de Moçambique e um notável fotógrafo amador de Lourenço Marques e que faleceu em 1975.

 

O Cais Gorjão, em Lourenço Marques, na tarde do dia 28 de Agosto de 1915, um sábado, em plena I Guerra Mundial.

21/04/2020

O CAIS DE EMBARCAÇÕES LIGEIRAS EM LOURENÇO MARQUES, 1936

Filed under: LM Cais - Porto — ABM @ 01:23

Imagem retocada.

 

O porto de embarcações ligeiras em frente à Praça 7 de Março, 1936. Entre outros usos, aqui se fazia a ligação com a Catembe.

 

 

09/05/2019

O PRESÍDIO DE LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DOS SÉCS. XX E XXI

Imagens retocadas.

 

O Presídio de Lourenço Marques, também conhecido como Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, início do Século XX.

 

A mesma imagem, anotada. Notas: 1) Parte Sul da Praça Mouzinho de Albuquerque, mais tarde Praça 7 de Março e actualmente Praça 25 de Junho; 2) Igreja Paroquial de Lourenço Marques, implantada no mesmo local onde fica a antiga sede do Rádio Clube de Moçambique; 3) a entrada principal do Presídio de Lourenço Marques (ou “Fortaleza” de N.S. da Conceição”); 4) fachada principal do Bank of Africa, que ficava mesmo atrás do Presídio; 5) Parte Sul do Presídio, posteriormente os aterros aqui feitos, que avançaram o terreno para Sul uns 100 metros, enterraram esta muralha e ali fez-se uma muralha “fictícia” na década de 1940 para dar o ar de “forte” que se vê hoje (obra do arquitecto Pancho Guedes); 6) margem Norte da Baía do Espírito Santo.

 

O Presídio fica mesmo à esquerda da casinha que se vê no lado esquerdo desta imagem do início do Séc. XX. Ao fundo, vê-se a Ponta Vermelha.

 

Imagem tirada duma varanda do Capitania Building, cerca do início do Séc.XX, mostrando, à direita, a “nova” ponta Sul da Praça 7 de Março, ajardinada, e, em frente e à esquerda, os novos aterros onde se fizeram as duas ruas em frente, o porto e, ao fundo, a primeira estação ferroviária de Lourenço Marques.

 

Vista aérea da Baixa de Lourenço Marques nos anos 50. Veja-se o antigo Presídio, agora recuado das águas da Baía e já na sua versão “Hollywood”. Para uma melhor contextualização, ver o mapa em baixo.

 

Mapa que copiei (e pintei) dum estudo dum académico sul-africano, sobrepondo o núcleo original do que era a Vila de Lourenço Marques, com o traçado posterior do que veio a ser a capital de Moçambique.  A parte em castanho era a parte “continental” de terra firme. A parte em verde era o anterior pântano (e praia) em redor da “ilha”, posteriormente aterrado. A “ilha” está pintada em amarelo. A parte pintada a azul mostra onde ficava a margem da Baía, a maior parte da qual, nesta zona, foi posteriormente aterrada também. Dentro da “ilha” e a Sul, pode-se ver o quadrado pintado a preto saliente e que indica a localização do Presídio.

29/04/2019

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, 1960

Imagem retocada.

 

Lourenço Marques em 1960, foto em zoom tirada a partir do Prédio Funchal. À esquerda, o Prédio Montepio (onde ficavam os escritórios da TAP). À direita, a torre da Sé Catedral. O telhado de zinco ao lado da torre é o Bazar na Baixa, visto de trás. Ao fundo em cima, a Catembe. Junto à Baía do lado Norte, os guindastres do Cais Gorjão.

21/09/2018

UM DIA NA DOCA E NO PORTO DE LOURENÇO MARQUES, 1961

 

1 de 6

 

2 de 6

 

3 de 6

 

4 de 6

 

5 de 6

 

6 de 6

20/09/2018

CARREGADORES NO PORTO DE LOURENÇO MARQUES, 1961

Filed under: Carregadores no porto de LM 1961, LM Cais - Porto — ABM @ 23:05

 

Carregadores no porto de Lourenço Marques, 1961.

23/08/2018

O PORTO DE LOURENÇO MARQUES, DÉCADA DE 1960

Filed under: LM Cais - Porto — ABM @ 06:36

 

 

O porto de Lourenço Marques, década de 1960.

14/08/2018

O ANTIGO CAIS DE DESEMBARQUE DE LOURENÇO MARQUES, FINAL DOS ANOS 1890

Filed under: LM Cais - Porto — ABM @ 20:46

 

O Cais em 1896. Maré Cheia. Ver o pequeno guindastre a vapor.

 

O cais de Lourenço Marques mais ou menos na mesma altura. Maré vazia. De realçar as barcaças que eram usadas para carregar e descarregar os navios, que tinham que ficar no meio da Baía até se construirem os cais em que os mesmos se podiam encostar.

18/04/2018

DRAGANDO O CAIS DE LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DO SÉC. XX

Filed under: Draga no porto de KM 1900, LM Cais - Porto — ABM @ 20:15

Postal da Casa de A W Bayly.

O cai de Lourenço Marques em construção à direita, enquanto a draga retirava as areias ao lado.

07/04/2018

O CAIS DE PASSAGEIROS DE LOURENÇO MARQUES, 1900, FOTO DOS IRMÃOS LAZARUS

Do álbum Views of Lourenço Marques, de Joseph e Maurice Lazarus.

O cais de passageiros de Lourenço Marques, cerca de 1900.

 

A mesma imagem, mais abrangente.

26/10/2013

A ZONA FERRO-PORTUÁRIA DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

Filed under: LM Cais - Porto, LM Praça Mac-Mahon — ABM @ 22:36

 

 

A zona

A zona ferro-portuária de Lourenço Marques, foto aérea tirada a partir de cima da Estação Ferroviária. Mesmo em frente vê-se o pequeno edifício duplo com os geradores de electricidade do complexo portuário. À direita o Cais Gorjão.  À esquerda pode-se ver uma parte da Praça Mac-Mahon (actualmente Praça dos Trabalhadores).

13/06/2013

NAVIOS ATRACADOS NO CAIS GORJÃO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 20

Filed under: LM Baía, LM Cais - Porto — ABM @ 17:43

Postal ABC, de J. Fernandes Moinhos, Nº213301.

 

O Cais Gorjão em Lourenço Marques, anos 20.

O Cais Gorjão em Lourenço Marques, anos 20.

03/03/2013

A DOCA SECA DO PORTO DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1910

Filed under: LM Cais - Porto, LM Doca — ABM @ 16:44

Para além do mais, foi aqui que se realizaram as primeiras competições de natação em Lourenço Marques – e em Moçambique.

 

A Doca Seca de Lourenço Marques, uma das primeiras obras de engenharia de apoio ao nascente cais que fazia a ligação entre a navegação internacional e o hinterland sul-africano.

A Doca Seca de Lourenço Marques, uma das primeiras obras de engenharia de apoio ao nascente cais que fazia a ligação entre a navegação internacional e o hinterland sul-africano.

27/06/2012

MARIA FLORA E HENRIQUE VIAJAM NO PAQUETE “MOÇAMBIQUE” DE LOURENÇO MARQUES PARA LISBOA, ANOS 1950

Fotografias (e dados) da colecção de Fernanda Simões, descendente da família Sousa e Brito, gentilmente cedidas restauradas por mim.

SAÍDA DE LOURENÇO MARQUES NO PAQUETE MOÇAMBIQUE – Viajaram em 1ª Classe na Cabine 31 – os avós maternos da Fernanda.

NA FILA DE CIMA A 4ª PESSOA  A CONTAR DA ESQUERDA – a avó materna de Fernanda, Maria Flora Henriques de Sousa e Brito Rodrigues, nascida em Lourenço Marques (Conceição) a 11/03/1911 e faleceu em Cascais a 17/06/2000

A SEGUIR, COM O JORNAL NA MÃO – o avô materno de Fernanda, Henrique Augusto da Silva Rodrigues , nascido em Lisboa(Santos-o-Velho) a 16/09/1898 e faleceu em Cascais a 21/04/1985, divorciado de D. Gualdina da Conceição Soremanho Carvalho (divórcio a 12/04/1921), guarda livros no B.N.U. na Ilha de Moçambique e chefe da Contabilidade dos Caminhos de Ferro de Moçambique, filho de Manuel José Rodrigues, nascido em Lisboa e de D. Maria Carolina da Silva, nascida em Lisboa (Santos- o -Velho), divorciado de D. Gualdina da Conceição Soremanho Carvalho (divórcio a 12/04/1921), guarda livros no B.N.U. na Ilha de Moçambique e chefe da Contabilidade dos Caminhos de Ferro de Moçambique, filho de Manuel José Rodrigues, nascido em Lisboa e de D. Maria Carolina da Silva, nascida em Lisboa (Santos- o -Velho)

o Paquete Moçambique, ainda ancorado em Lourenço Marques, antes de partir para Lisboa. Na fila de cima, a 4ª e 5ª pessoas são os avós maternos da Fernanda. Para ver esta fotografia em tamanho original, prima duas vezes na imagem com o rato do seu computador.

26/06/2012

A VISITA DO PRESIDENTE CARMONA A MOÇAMBIQUE, JULHO DE 1939

Fotografias gentilmente cedidas por Fernando Morgado, do seu pai Alberto José Augusto Morgado, que passou uma vida em Moçambique e conhecia o meu pai.

A fotografia do Marechal Carmona foi copiada e referenciada à Fundação Gulbenkian.

A  fotografia do então Ministro das Colónias foi desavergonhadamente copiada do sítio dos antigos colaboradores do BNU, que contém um excelente e revelador esboço biográfico de Francisco José Vieira Machado. A ligação a esse texto está mais abaixo.

Todas as fotos foram restauradas.

A guarda de honra junto do Cais Gorjão na segunda-feira, dia 17 de Julho de 1939, para o desembarque do Presidente e Marechal António Óscar de Fragoso Carmona, no que foi a primeira visita de um presidente da república à então colónia portuguesa. Foto de Fernando Morgado, cujo pai fazia parte da referida guarda.

O Esquadrão de Dragões desfila na Avenida da República em Lourenço Marques (actual Av. 25 de Setembro), aqui na esquina entre a Avenida da República e a Av. Dom Luiz (a actual Av. Samora Machel). Ao funo a Ponta Vermelha e à esquerda o Café Scala (que não se vê na fotografia).

Na viagem às colónias portuguesas e à África do Sul, que durou três meses mas cujo trecho em Moçambique decorreu entre 17 de Julho e 13 de Agosto de 1939, Carmona foi acompanhado pelo então Ministro das Colónias, Dr. Francisco José Vieira Machado, aqui a desembarcar, de cartola, em Lourenço Marques. Vieira Machado é uma figura importante na saga colonial e deve ser estudado.

Para um esboço biográfico do Dr. Francisco José Vieira Machado,sugiro a leitura do sítio do BNU que aborda o assunto (o Dr. Vieira Machado foi uma figura daquele banco e da banca durante décadas).

Quando Carmona desembarca em Lisboa pelo Cais das Colunas na Praça do Comércio, no dia 12 de Setembro de 1939, uma terça-feira, já a Europa se encontrava em guerra, após a invasão, pelo exército da Alemanha, da Polónia, ocorrida na madrugada do dia 1 desse mês. Carmona, normalmente considerado um fantoche do ditador Dr. António Oliveira Salazar, morreu em funções no dia 18 de Abril de 1951, tendo sido substituído pelo “moçambicanófilo” General Higino Craveiro Lopes, cuja mulher, Berta, era de Lourenço Marques, onde ele se casou no início dos anos 1920.

Older Posts »

Site no WordPress.com.