Imagens dos arquivos nacionais portugueses, retocadas e coloridas. Não sei quem são os jovens contemplados.
Gabrial Maurício Teixeira foi Governador-Geral de Moçambique entre o final de 1948 e 1958.
Imagens dos arquivos nacionais portugueses, retocadas e coloridas. Não sei quem são os jovens contemplados.
Gabrial Maurício Teixeira foi Governador-Geral de Moçambique entre o final de 1948 e 1958.
Imagem retocada dos arquivos nacionais de Moçambique.
Oficial da Armada portuguesa, Gabriel Maurício Teixeira (1897-1973) foi Governador-Geral de Moçambique entre o final de 1948 e 1958, o segundo mandato mais longo no Século XX a seguir a José Cabral (fora Governador do Distrito de Cabo Delgado, 1932-33). Antes disso, teve um mandato alucinante de sete anos em Macau, onde que teve que negociar a neutralidade portuguesa em toda a II Guerra Mundial, num palco que envolvia os britânicos em Hong Kong, os chineses e os agressores japoneses. Por comparação, a sua estadia em Moçambique deveria ter sido umas férias para ele. Não seria totalmente.
Grato ao PPT e ao AHM.
Apesar de praticamente ter crescido no Desportivo, e me lembrar vividamente deste busto, especado por cima de um pedestal à entrada do Clube, só hoje, uns 50 anos depois, é que percebi de quem era. Na altura, bem podia ser uma estátua do Napoleão que para mim era a mesma coisa.
Mas era, afinal, Gabriel Maurício Teixeira, um insigne madeirense que foi Governador-Geral da Província entre 1946 e 1958.
O busto era metálico e oco por dentro, estando apenas colocado por cima da base, revestida a mármore. Era pesado e grande.
A “gratidão” evocada no pequeno monumento proeminentemente colocado penso que deriva da “revolução” ocorrida no Desportivo durante o seu longo mandato: a demolição do velho campo de futebol, a construção da nova sede e piscinas (1949), campos de basquet e de hóquei e ainda a inauguração do novo campo de futebol, no início da década de 1950 e sobre o qual escreverei um dia destes. Não sei bem o que Gabriel teve a ver com estas iniciativas do clube, mas pelos vistos alguma coisa fez.
Uma história final sobre o busto. Tinha eu uns dez anos de idade e nadava no Desportivo, onde passava a maior parte do meu tempo livre. Um dia apostei com um colega que conseguia pegar no busto e metê-lo junto da piscina. O meu colega apostou que não. No fim, com algum esforço e audácia, não só ganhei a aposta, como subi a parada: o busto do Governador foi parar dentro da piscina grande, a 4.5 metros de profundidade, debaixo das pranchas. Ninguém me viu cometer o acto “terrorista” mas pouco depois o Faz-Tudo reparou no pedestal sem o busto em cima. Lançado o alarme, todos começaram a procurar pelo objecto, sem sucesso. O desaparecimento tornou-se quase assunto de Estado. Só no dia seguinte, quando foram fazer a aspiração do lodo no fundo da piscina (uma tarefa de rotina) é que o gigantesco aspirador de ferro do Desportivo “bateu” num objecto metálico, que, logo se descobriu, era, afinal, o busto de Gabriel Teixeira. Recuperado, foi de novo colocado no pedestal, onde ficou até a Frelimo o mandar apear em 1975, para, desta vez, não mais ser visto. No seu lugar, alguém colocou lá uma espécie de passareco assim aos estilo do Malangatana, que passa por uma águia, um símbolo do clube que, este sim, sobreviveu às intempéries políticas locais.
Eternamente grato à Sónia Martins, do Clã Cardiga, que teve a gentileza de disponibilizar os documentos em baixo.