THE DELAGOA BAY WORLD

18/02/2021

O SPORTING CLUBE DE LOURENÇO MARQUES EM 1937 E EM 1962

Imagens retocadas.

O Sporting Clube de LM foi formalmente constituído em 3 de Maio de 1920. Leia em baixo uma descrição do seu percurso.

Em 1962, o futuro estádio de basquetebol coberto do Sporting e sede em construção, bem como o muro exterior e entrada do Sporting LM, supostamente, em boa parte, com fundos da venda do passe de Eusébio ao Benfica de Portugal, obtidos depois de uma longa negociação. O estádio ficou implantado num triângulo de terreno encaixado entre o campo de futebol do Sporting (o mais antigo da Cidade) e os terrenos do Grupo Desportivo, à direita na imagem.A cobertura seria feita de faixas de alumínio leve, encaixadas, para proteger da chuva. Mais ou menos. A construção deste estádio lançou o Sporting para os píncaros do basquetebol de Moçambique e de Portugal, quase tão bom como o vizinho Desportivo (…).
O campo de futebol do Sporting LM, estando no seu cimo à esquerda a Sede original do Clube, que depois foi usada para a prática do judo. O edifício branco em baixo à direita é a sede do Grupo Desportivo Lourenço Marques. Ao fundo, o Aterro da Maxaquene, ainda coberto por eucaliptos.
O emblema do Sporting, contendo um leão. Uma curiosidade: aquando da construção do monumento em homenagem ao Marquês de Pombal, o artista que venceu o contrato da estátua era um futuro sportinguista e fez uma estátua do marquês….com um leão ao seu lado.Ao que se sabe, o Marquês nunca teve um leão de estimação. Nesta imagem, a data de fundação é indicada como 4 e não 3 de Maio, a data supostamente correcta.
Uma curiosidade que só consegui esclarecer há poucos dias foi a razão porque é que o Sporting e o Desportivo estavam implantados da forma como se encontram hoje, em ângulo um em relação ao outro. A razão é aparente nesta imagem, tirada no final de Novembro de 1937. Após a execução do enorme Aterro da Maxaquene no final da década de 1910, durante muitos anos havia uma estrada que passava entre o edifício da Câmara Municipal (ainda hoje um tribunal) e os dois clubes e seguia para a Estrada Marginal (mais tarde fez-se a Avenida da República, hoje 25 de Setembro). A disposição da estrada determinou a forma como os terrenos dos dois clubes foram definidos. sendo que, nos anos 50, a estrada foi cortada a partir do final do campo de futebol do Desportivo (Estádio Paulino dos Santos Gil), que por sua vez foi construido em 6 semaas em 1951(por isso não se vê nesta imagem).. Pouca gente sabe que nesta altura o Desportivo já tinha um campo de futebol, que ficava situado directamente em frente à Câmara Municipal (hoje o tribunal) e ocupava o espaço hoja ocupado pelos campos de basquet e a piscina – e é o campo que se pode ver na imagem, a seguir ao campo do Sporting. Nos Anos 40, a Câmara fez um negócio com o Desportivo em que a frente do terreno recuava 50 metros até à cota onde estava a sede do clube (destruindo o campo de futebol) e em troca a Câmara deu o terreno para o futuro campo de futebol….que ficaria assim a seguir ao campo do Sporting.
A mesma imagem da de cima, de 1937, legendada. A Câmara Municipal é o Tribunal em frente ao Desportivo. Na estação de Bombeiros hoje está implantado o Edifício 33 Andares.

O sítio Wikisporting resume assim o percurso do Sporting LM:

“As origens do Sporting Clube de Lourenço-Marques encontram-se em 1915, quando um grupo de estudantes do Liceu 5 de Outubro formaram uma equipa de futebol, a que decidiram chamar Sporting, por a maioria ser adepto do Sporting Clube de Portugal. Esse grupo incluía Jorge Belo, Júlio Belo, José Agent, António Amorim, Manuel Dias, João Amorim, Abel Cardoso, Luís Cardoso, Luís Maria da Silva, João Carvalho, José Roque de Aguiar, e A. Gonçalves.

Este foi o núcleo que, cinco anos depois, sendo o Sporting Clube de Lourenço Marques já importante na região, decidiu legalizar o clube. No dia 3 de Maio de 1920, considerado nos estatutos como a data oficial de fundação, vinte sócios fundadores realizaram uma assembleia geral onde foram aprovados os estatutos, cuja aprovação foi requerida ao Governador-Geral a 15 desse mês e concedida em 21 de Julho de 1920. Esses fundadores foram Jorge Belo, Joaquim Duarte Saúde, José Roque de Aguiar, Peter Mangos, António José de Sousa Amorim, Alberto Gonçalves Túbio, Júlio Belo, José Nicolau Argent, Edmundo Dantes Couto, Manuel Sousa Martins, José Miguens Jorge, José Mendes Felizardo Martins, Alfredo Carlos Sequeira, João Carvalho, Manuel Dias, José Lopes, António Pimenta Freire, Augusto Gendre Ferreira, António Maria Veiga Peres, Abílio Carmo, João de Freitas e Fernando de Figueiredo Magalhães. Note-se que a maioria dos fundadores era menor de idade, e o requerimento de legalização foi subscrito por pessoas que não participaram na reunião de 3 de Maio. Rapidamente o Sporting de Lourenço Marques se tornou num dos mais importantes clubes desportivos de Moçambique, não se limitando ao futebol.

Em março de 1923 o Dr. Aurélio Galhardo encetou negociações com o clube moçambicano para que este se tornasse Filial leonina. Assim, o Sporting Clube de Lourenço Marques tornou-se a Filial nº 6 do Sporting Clube de Portugal, e assim se manteve até 1975. [4] Em 1975, após a independência de Moçambique, tornou-se Sporting Clube de Maputo, para em 1977 assumir a designação actual – Clube de Desportos da Maxaquene. Entre Dezembro de 1981 e Fevereiro e 1982, o clube chamou-se Asas de Moçambique, voltando a ser Maxaquene após 3 meses como Asas. O Maxaquene adoptou como cores o azul e vermelho, mantendo actividade desportiva em futebol e andebol.
Segundo os testemunhos de antigos jogadores de futebol do Sporting de Lourenço Marques, Naldo Quana, Joaquim Aloi, Miguel Vaz e Leovelgildo Ferreira, que transitaram para o Maxaquene, antes da independência o clube “era um clube selectivo. Para os negros jogarem no Sporting ou tinham que ser jogadores com a qualidade de Eusébio da Silva Ferreira ou, então, tinham que ter alguém que os apadrinhasse”. Os seus dirigentes e atletas proviriam principalmente da Polícia e do Serviço Municipalizado de Água e Electricidade. No entanto, isto era decorrente, não de uma decisão do Sporting de Lourenço Marques, mas sim de uma “proibição da utilização de negros sem alvará de assimilação” no futebol. Efectivamente, José Craveirinha, um dos maiores poetas de Moçambique e figura maior da literatura de língua portuguesa, galardoado em 1991 com o Prémio Camões, enalteceu “o rasgo de puro e desassombrado desportivismo” que representara, na época de 1951/52, o “caso absolutamente ímpar” da “apresentação nas pistas de atletismo de alguns atletas negros puros envergando a tão susceptível, até aí, camisola do Sporting local.” Mais ainda, os sino-moçambicanos de Lourenço Marques praticavam desporto no Sporting.”

06/08/2019

LOURENÇO MARQUES EM 1969

Imagem retocada.

 

A ponta da Polana, a Maxaquene e o seu Aterro e ainda a Baixa de Lourenço Marques, final da década de 1960.

 

09/07/2019

VISTA AÉREA DE LOURENÇO MARQUES, FINAL DA DÉCADA DE 1950

Imagem retocada.

O que se pode ver nesta imagem:

  1. Na Catembe ainda havia pouca construção;
  2. A FACIM ainda não existia e a zona do Aterro de Maxaquene ainda estava praticamente intocada e coberta de eucaliptal;
  3. Ainda havia poucos prédios na Maxaquene e na Polana;
  4. O Hotel Cardoso ainda tinha apenas um andar;
  5. À direita, já se vêm os campos de futebol do Sporting (1933) e do Desportivo (1949)
  6. Mais importante, as Barreiras da Ponta Vermelha e da Maxaquene ainda eram muito maiores e cobertas de mato denso. Isso seria radicalmente alterado pelos efeitos do Ciclone Claude (Janeiro de 1966) e das alterações levadas a cabo na sua sequência. O Parque Silva Pereira, em frente ao Liceu Salazar (1952), por exemplo, será significativamente reduzido e quer à sua frente, quer na Ponta Vermelha, em meados dos anos 60, serão feitos aterros para se segurar as barreiras e abrirem novas vias que ligariam a parte Alta da Cidade (Polana e Ponta Vermelha) com a Baixa. De facto em 1974 seria concluída a actual via (que incluiu a construção de um viaduto) ligava a Estrada Marginal na zona do Clube de Pesca com a Ponta Vermelha. Já a via que ligaria a Praça das Descobertas (em frente ao Museu Álvaro de Castro), responsável pela significativa redução do Parque Silva Pereira, e pela destruição do Miradouro que ali havia (ver em baixo), nunca foi construída até esta data. Mas os aterros feitos ali ainda se podem detectar.

 

Vista da Cidade, segunda metade da década de 1950.

 

O Miradouro do Parque Silva Pereira, em frente ao Liceu Salazar (actual Josina Machel) na primeira metade da década de 1960 mas antes da devastação causada pelo Ciclone Claude (início de Janeiro de 1966), em que desapareceria e o actual jardim é cerca de metado do antigo parque. Em segundo plano, o estádio coberto do Sporting de Lourenço Marques uma grande obra do clube na sequência da ida de Eusébio para…o Benfica de Lisboa.

22/07/2018

O ESTÁDIO PAULINO DOS SANTOS GIL EM LOURENÇO MARQUES, 1967

Grato ao PPT e ao AHM.

 

O Estádio Paulino dos Santos Gil, do Grupo Desportivo Lourenço Marques, Novembro de 1967. Até à inauguração do Estádio Salazar, dos CFM, era o principal recinto desportivo de Lourenço Marques. Foi inaugurado em 1950 ou 1951. Ficava a seguir ao campo de futebol do Sporting LM no Aterro da Maxaquene. Há cerca de dez anos foi “vendido” em circunstâncias que nunca entendi.

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