THE DELAGOA BAY WORLD

14/09/2021

HOMEM NO CHINDE, INÍCIO DO SÉC. XX

Filed under: Chinde, Homem no Chinde, início do Séc.XX — ABM @ 19:43

Imagem retocada.

“Moleque”, tal como o termo inglês “boy”, quando aplicados a um homem africano negro, são hoje (creio) termos com um cunho pejorativo. Mas aqui surgem placidamente num postal de o que presumo ser um (usando a terminologia mais politicamente correcta destes dias) empregado doméstico, servindo numa casa de europeus, em dia de folga. Imagino que tenha sido um choque de culturas digno de Fukuyama. No início do Séc. XX, Chinde era um ténue buraco português na infecta foz do Zambeze, a paredes meias com a sua homónima britânica (que nos termos do acordo de 1891 foi território britânico até 1922).

01/10/2012

CHINDE, ANOS 1920

Filed under: Chinde — ABM @ 22:29

Vista do Chinde, creio que anos 1920.

16/06/2012

O CASAMENTO DE MARIA DA LUZ E ARNALDO VELOSO NO CHINDE, 25 DE JUNHO DE 1938

Fotografia da colecção de Regina (Veloso) Reis e José Reis, muito gentilmente cedida, ampliada e restaurada. A sua história em baixo.

Para ver esta fotografia em tamanho ainda maior, e ver como a Maria da Luz era bonita, prima na imagem duas vezes com o rato do seu computador.

Sentados numa zorra na Vila de Chinde, situada na foz do Zambeze, Maria da Luz, 17 anos de idade, e Arnaldo Veloso, acabados de casar na pequena igreja da Vila, que se pode ver atrás à esquerda. Era um sábado, dia 25 de Junho de 1938. Não sei quem são os miúdos à frente e mesmo atrás da cabeça de Arnaldo vê-se o jovem que empurrava a zorra. Arnaldo iniciara então a sua carreira nos Correios e Telégrafos de Moçambique, de que haveria de ser director em Lourenço Marques, anos mais tarde. Precisamente um ano mais tarde, ainda no Chinde, nasceu a sua primeira filha, que veio a ser a campeoníssima de natação de Moçambique, Regina Veloso. Maria da Luz tinha uma irmã, Dina, que mais tarde casou com um Flores, que abriram, anos mais tarde, no Bilene, o Parque Flores. A Vila do Chinde tem uma história curiosa. Implantada em terrenos precários de areia solta, fez parte de uma concessão de alguns hectares extraída pelo Reino Unido no tratado de 1891, que se seguiu ao Ultimato de 14 de Janeiro de 1890. O tratado garantia à Grã-Bretanha o livre acesso até junto da então Niasalândia (hoje a República do Malawi). O Chinde era para ser essencialmente um porto britânico para apoiar esse acesso. Só que o projecto correu mais do que mal. Na estação seca o Zambeze podia ser um charco, e na estação das chuvas um “tsunami”, arrasando tudo na foz e arrastando milhões de toneladas de areias e detritos. Por mais que uma vez o próprio Chinde teve que ser abandonado antes de ser comido pelas águas do rio. Em 1922, os britânicos finalmente desistiram da pretensão do acesso pelo rio (optaram pela linha de caminho de ferro e em 1935 ligaram a Beira à Niasalândia quando se concluiu a Ponte Dona Ana em Mutarara, paga pelos britânicos)e abandonaram o Chinde, que continuou a ser usado por um pequeno contingente de portugueses, mas sempre com os mesmos problemas de antes. Por exemplo, a casa onde a Regina nasceu em 25 de Junho de 1939 foi comida pelas cheias do Zambeze uns anos depois dela ali ter nascido.

14/02/2012

A DUQUESA DE AOSTA, IRMÃ DA RAINHA D. AMÉLIA, EM MOÇAMBIQUE, 1910

Filed under: Búzi, Chinde, Duquesa de Aosta — ABM @ 19:16

A Duquesa de Aosta é das pessoas mais fascinantes que se podem estudar. Para além de uma vida cheia de peripécias, tem um passado curioso de visitas e caçadas que duraram a meses, a vários pontos de África, no início do Séc. XX. 

Uma dessas visitas ocorreu na zona situada no centro da então África Oriental Portuguesa.

Este recorte foi digitalizado e partilhado pelo incomparável Paulo Pires Teixeira.

Se o exmo. Leitor premir na indexação o nome “Duquesa de Aosta”, poderá ver mais imagens deste senhora, cuja família hoje é pretendente ao trono de Itália, por via de um dos seus dois filhos.

A Duquesa no Búzi, perto da Beira, onde ficou mais ou menos aos cuidados dos senhores da Companhia de Moçambique.

A Duquesa posa no Chinde. Para ver a foto em maior detalhe, prima na imagem duas vezes com o rato do seu computador.

 

A Duquesa no Chinde.

10/11/2011

O PAI E O INSTRUTOR DE VÔO DE MARIA ALEXANDRA CRUZ NO CHINDE, ANOS 1940

Muito grato à Maria Rita Silva, que enviou-me as duas preciosas fotografias do instrutor de vôo da sua mãe Maria Alexandra Perry da Câmara Guedes de Figueiredo Cruz no Chinde, Francisco de Sévres, e do seu avô materno (pai de Maria Alexandra) Jaime César de Figueiredo Cruz, que na altura era o Capitão do Porto do Chinde, perto de Quelimane. nos anos 1940. Explica a Maria Rita: “o Chinde de que o meu Avô era Capitão de Porto já não existe. Tratava-de de uma ilha, relativamente perto de Quelimane, que entretanto desapareceu, levada pelo mar. Sei que deram o mesmo nome a um outro sítio ali por perto”.

A Sra. D. Maria Alexandra hoje tem 85 anos de idade e deve ter sido das primeiras mulheres a tirar o brevet em Moçambique- e certamente das mais novas!  E lembra-se de tudo isto e muito mais. Bem haja e muito fico muito grato por nos deixar espreitar este pequeno episódio da sua vida.

Jaime César de Figueiredo Cruz, o pai de Maria Alexandra, que foi o Capitão do Porto do Chinde nos anos 1940, na imagem em Lisboa, em 1954, discursando na Sociedade de Geografia durante a sessão inaugural da Semana do Ultramar.

Francisco de Sévres, piloto aviador e instrutor de vôo de Maria Alexandra em 1940-1941 no Chinde, na costa ao centro de Moçambqiue, perto de Quelimane. Refere Maria Rita; "Pilotavam Puss ou Cub... aviões de 2 lugares... e quem tinha os comandos era a Mom!... no esplendor dos seus 14 anos".

A dedicatória no verso da fotografia de Francisco Sévres, datada de 4 de Fevereiro de 1942, em plena 2ª Guerra Mundial: "Para a Maria Alexandra como recordação do nosso vôo do Chinde para Quelimane, oferece o F. Sévres. Quelimane, 4-2-42."

Create a free website or blog at WordPress.com.