THE DELAGOA BAY WORLD

12/05/2024

A POLANA EM LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DOS ANOS 70

Imagem retocada.

A Polana, início da década de 1970.
A mesma imagem, que anotei, em que: 1- Hotel Cardoso; 2- Instituto de Investigação de qualquer coisa, na Rua dos Aviadores. Na rua chamávos àquilo Instituto dos Macacos, pois lá havia duas enormes jaulas com macacos; 3- Rua dos Aviadores (hoje da Argélia), nº264, onde cresci. É a única foto que conheço onde se vê o telhado de zinco da casa; 4- Museu Álvaro de Castro; 5- Casa Salm; 6- A Baixa da Cidade; 7- Liceu Salazar; 8- Terreno sem nada, em que uns anos depois de 75 se fez ali uma espécie de mercado tipo Xipamanine, que penso que ainda está lá; 9- Escola Comercial, novos edifícios.

30/09/2023

OS B. DE MELO EM LOURENÇO MARQUES, MEADOS DE 1968

Filed under: A Rua dos Aviadores em LM, Os B de Melo em LM 1968 — ABM @ 12:21

Imagem retocada e colorida.

Foto tirada nas traseiras da casa alugada onde vivíamos na Rua dos Aviadores (hoje Rua da Argélia), Abril de 1968. Da esquerda: Nando, Mãe, Chico, Lelé, Cló, Avô Melo (de visita dos Açores, esta foto foi tirada no dia em que ele aterrou em LM), atrás Mesquita, Paulinha, eu e o Pai Melo, vestindo a farda de Comandante da Polícia de Trânsito de Moçambique, fundada nesse ano. O Chico, Mesquita e a Lelé estudavam na altura em colégios internos na África do Sul (Nelspruit, White River e Belfast) e viajaram até Moçambique para verem o Avô.

01/08/2021

EM CASA EM LOURENÇO MARQUES, 1972

Foto tirada pelo meu Pai.

Eu e o meu irmão Nando (ele vestido e sentado e eu de fato de banho como quase sempre) no nosso quarto em casa na Rua dos Aviadores em Lourenço Marques, final de 1972. Ele com 15 anos e eu quase com 13 anos. Pouco depois o Nando iria estudar para o Lowveld High School em Nelspruit.

NA RUA DOS AVIADORES EM LOURENÇO MARQUES, 1970

Foto tirada pelo meu Pai na casa que os meus Pais alugavam na Rua dos Aviadores junto ao Núcleo de Arte, uns anos antes de eu sair de Moçambique e umas boas décadas antes de ter tido a ideia peregrina de criar este blogue.

Foto tirada pelo meu Pai enquanto eu fazia os trabalhos de casa, 1970. O meu ritual diário era ir à escola (a Rebelo da Silva, na altura), depois fazer o trabalho de casa e a seguir ir a pé até à Baixa para treinar natação de competição na piscina do Desportivo.

17/12/2020

ANIVERSÁRIO DO JOÃO EM LOURENÇO MARQUES, 1966

Grato ao MJBNMG, imagem retocada e pintada por mim.

Momento durante a festa do 5º aniversário do Joãozinho na casa dos seus Avós na Rua dos Aviadores em Lourenço Marques, meados da década de 1960. O João era meu amigo, meu vizinho e colega na Escola Primária Rebelo da Silva. Ele hoje é médico em Lisboa, com filhos e netos.

O João apaga as velas enquanto eu, à direita, observo.
Para além do João, que apaga as velas: 1- ?; 2- Gita; 3- Jorge Ribeiro (filho do lendário Vitorino Ribeiro, o segundo enfermeiro mais famoso de LM); 4- ?, 5- ?. 6- ?, 7- Moi même, 8 – ?

19/07/2020

A CARROÇA DOS CÃES EM LOURENÇO MARQUES, MARÇO DE 1975

Imagem retocada e pintada por mim, da autoria de Jean Guyaux, um repórter fotográfico belga, que faleceu em 2015.

Nos meus tempos de criança, crescendo na Polana, em Lourenço Marques, um dos aspectos que considerava mais temíveis e sinistros na vida da Cidade era a carroça dos cães da Câmara Municipal, que ocasionalmente fazia a ronda das ruas, à procura de cães perdidos ou abandonados.

A carroça dos cães da Cãmara Municipal. Munidos de redes, dois funcionários apanham um cão, mesmo à entrada do acesso Sul do Palácio da Ponta Vermelha em Lourenço Marques, Março de 1975. À entrada do Palácio, vêem-se três militares portugueses.

O que constava entre os míudos era que a carroça levava os cães e em seguida os matava, pelo que a nossa reacção era de horror e de tentar “salvar” os animais dos funcionários, que vinham munidos das redes que se vêem na imagem.

Na rua onde cresci, a Rua dos Aviadores, havia uma lendária cadela, a Violeta, que nominalmente pertencia ao Núcleo de Arte e que habitualmente residia na rua, mais ou menos em frente à instituição. Era uma cadela absolutamente pacífica e que passava a maior parte do tempo a dormir no passeios em redor do Núcleo. Todos os anos, quase pontualmente, a Violeta engravidava depois de uma mais ou menos embaraçosa cena de sexo com um cão qualquer com cio e logo a seguir produzia uma prole de descendentes, que se procurava em seguida distribuir por quem quisesse um cãozinho.

Quando, de vez em quando, aparecia a Carroça da Câmara lá na rua, soava o toque de alarme e logo alguém ia esconder a Violeta, ou, se fosse apanhada, havia uma espécie de insurreição geral para que os funcionários a libertassem, pois apesar de estar na rua, a cadela era não era considerada por nós nem abandonada nem “de rua”. E lá foi ficando a Violeta, pachorrenta, ano após ano.

Quando o fotógrafo Jean Guyaux captou esta fotografia,, em Março de 1975, já Portugal havia entregue a soberania em tudo menos formalmente à Frente de Libertação de Moçambique e já decorria, desde Setembro de 1974, a saída precipitada dos brancos que viviam na Cidade, muitos portugueses, que regressavam à sua terra, especialmente após os distúrbios de 7 de Setembro e 21 de Outubro de 1974, quando a maioria se convenceu que o país afinal iria ter um futuro atribulado e pouco promissor, especialmente para um branco. Para além de que muitos recusavam a perspectiva de passar de uma ditadura fascista racista de partido único para uma ditadura comunista racista de partido único, que foi mais ou menos o que viria a acontecer (e muito mais). Assim, a legenda que propôs para esta imagem foi que a Câmara andava a apanhar nas ruas os cães abandonados pelos portugueses que regressavam a Portugal.

A legenda da imagem recolhida: “em Lourenço Marques, capturando cães vadios nas ruas, abandonados pelos portugueses, já partidos para a Europa”.

Não sei até que ponto este abandono canino foi assim tão pronunciado e duvido que Jean soubesse que aquele cão apanhado naquele dia à porta do Palácio da Ponta Vermelha era um cão abandonado por um proverbial colono que regressara a Portugal. Pode ser que sim. Mas acredito que foi apenas uma forma de procurar contar uma pequena história construída dentro da grande história que era o fim escatológico e tardio da soberania portuguesa do território. Pois a Cidade quase sempre tivera este serviço e estimo que ainda tenha.

Quando os meus pais finalmente e penosa e relutantemente decidiram sair de Moçambique, após o enésimo discurso ameaçador proferido por Samora no Rádio Clube de Moçambique e pelo que me pareceu ter sido uma revolta militar envolvendo elementos da Frelimo ainda hoje muito pouco falada e ainda menos documentada, ocorrida na Cidade logo no início de 1976, o nosso cão com dez anos, um belo pastor alemão, considerado parte da família, foi enviado para Lisboa num vôo da TAP. Mas nunca chegaria lá. Presumimos que, numa paragem técnica do vôo em Kinshasa, ele foi roubado. A TAP, num estado de caos mal controlado e a braços com a saída maciça de gente a partir de Lourenço Marques e Luanda, nunca explicou o que aconteceu. Disseram apenas que não sabiam o que acontecera e ofereceram-se para devolver o dinheiro.

O que nunca fizeram.

29/07/2018

A RUA DOS AVIADORES NA POLANA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagens retocadas e pintadas por mim(voltei às pinturas…). Relevante apenas porque vivi ali quase toda a minha infância.

Hoje a artéria dá pelo nome de Rua da Argélia. Ficava situada entre o Liceu Salazar e o Museu Álvaro de Castro, dum lado, e da Avenida António Ennes do outro lado.

Placa da Rua dos Aviadores.

 

A Rua dos Aviadores é a onde as árvores estão pintadas a verde. A casa azul com o telhado a vermelho era a casa onde os BM viveram durante onze anos. Foi demolida ainda antes de 1974. A seguir ficava o Núcleo de Arte. Em primeiro plano vêem-se o Liceu Salazar e a Praça das Descobertas. A foto deve ter sido tirada mesmo no início dos anos 60 pois ainda me lembro de a municipalidade ter arrancado todas estas árvores e plantado árvores novas, pequenas.

 

 

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