8 de Setembro de 1910, o dia da inauguração em Lourenço Marques do monumento, pago por subscrição pública, em honra de António Ennes, o arquitecto da manutenção de Moçambique, tal como é hoje, sob a esfera portuguesa, quando no parlamento português se falava em retalhar e vender o território aos ingleses (a Sul do Zambeze) e aos alemães (a Norte do Zambeze). O local é hoje um parque de estacionamento rasca na baixa de Maputo e a estátua está encostada a um canto da chamada Fortaleza de Maputo.
Curta biografia deste senhor:
Nome: António José Ennes
Nasceu em Lisboa, a 15 de Agosto de 1848.
Faleceu em Queluz a 6 de Agosto de 1901 (53 anos de idade)
Destacou-se como um ilustre político, escritor e conhecedor dos assuntos coloniais.
Fez os seus primeiros estudos no colégio dos padres Lazaristas, matriculando-se posteriormente no liceu, donde passou ao Curso Superior de Letras, que completou de forma brilhante.
A sua arte como escritor começou a revelar-se ao entrar para a redacção da “Gazeta do Povo”. Tomou depois, a direcção do “O País”, onde demonstrou excepcionais dotes de jornalista e polimista. Com o pacto de Granja, deu-se a fusão dos Partidos Reformista e Histórico, passando “O País” a denominar-se “Progresso”, no qual António Enes ficou como redactor principal. Fundou também “O Dia” de que foi director político e redactor principal.
Em 1880 (32 anos de idade) foi eleito deputado, mas as câmaras foram dissolvidas. Tornou então ao Parlamento na Legislatura de 1884-87, tendo sido reeleito em 1887-89 e 1890-91.
Em 1886 foi nomeado bibliotecário-mor da Biblioteca Nacional de Lisboa.
Em 1890 (42 anos de idade) após o Ultimato Inglês, António Enes foi encarregado da pasta da Marinha e do Ultramar, no governo presidido pelo General Crisóstomo de Abreu e Sousa. A gerência desta pasta era de extrema responsabilidade, estando directamente ligada à integridade das colónias Portuguesas. Eram inúmeros os problemas a resolver que, António Enes de forma laboriosa, consegui vencer. Organizou a expedição Militar a Moçambique, providenciando ainda com maior energia, sobre os acontecimentos de S. Tomé, Guiné e Bié.
Em 1891 foi nomeado Comissário Régio em Moçambique, onde deu provas de grande saber e competência, deixando o seu nome ligado a notáveis obras e feitos daquela província.
Foi organizador da Expedição de Mouzinho de Albuquerque e posteriormente, em 1896, nomeado ministro de Portugal no Brasil.
Presidiu ainda ao comité que dirigiu os trabalhos do 5º Congresso de Imprensa reunido em Lisboa em 1898.
(fonte: Min da Defesa português, texto de Filomena Rodrigues, ligeiramente alterado por mim))