A posse, ou soberania, portuguesa, do que constitui hoje a parte mais a Norte de Moçambique remonta a um tratado luso-britânico de 1815. Era uma posse em papel apenas, como refere o genial Oliveira Martins em baixo, explicando depois os detalhes do que aconteceu nas décadas que se seguiram, referindo o papel do “Imam” (o soberano muçulmano de Zanzibar), e os posteriores acordos e divergências com o Reino Unido e o império alemão, que se instalou no território a Norte do Rovuma sem grandes cerimónias – incluindo o bocadinho a Sul da foz do rio e que se chamava o Triângulo de Quionga.
Entretanto, a tal soberania colonial portuguesa virtual, foi alugada via a Companhia do Niassa, com sede de operações num lugarejo chamado Porto Amélia. Foi um fiasco. Aquilo só dava despesa e chatice.
No fim, e com o corolário da Conferência de Versalhes em 1919, a fronteira colonial ficou estabilizada onde está hoje.