THE DELAGOA BAY WORLD

26/11/2023

VIAJANDO PARA LOURENÇO MARQUES, 1958

Imagens coloridas e retocadas.

Açoreanos de São Miguel, uma das ilhas do Arquipélago situado a um terço do caminho entre Portugal Continental e a costa da América do Norte, os meus pais (por decisão do Pai) cedo saíram para…Macau, onde viveriam durante quase sete anos, após o que retornaram brevemente a São Miguel, para quase logo de seguida (mais uma vez por decisão do Pai), com quatro dos cinco filhos (a filha mais velha nunca sairia dos Açores – long story) viajaram no Moçambique para Lourenço Marques, onde chegariam em meados de 1958, a minha Mãe grávida do meu irmão Fernando, o primeiro a nascer em Moçambique (20 de Setembro desse ano) seguido por mim (30 de Janeiro de 1960) e mais tarde a minha irmã Paula (6 de Abril de 1962).

Em 1958 o meu Pai já conhecia Moçambique, pois passou lá umas semanas em 1950 enquanto a caminho de Macau, para recrutar nativos (na terminologia usada então) que integrariam as Tropas Landins posicionadas no pequeno enclave asiático e que ele, tenente, lideraria. Esta era uma coisa que se fazia então.

Havia muitos poucos açoreanos em Lourenço Marques e acho que se conheciam mutuamente, se bem que conto nos dedos de uma mão os que conheci. Para além do Victor Cruz, que trabalhava no Notícias, haviam as duas amigas da minha Mãe (Maiana e Conceição) que eram açoreanas e que passavam horas a conversar quando se visitavam. A Maiana era viúva e vivia num prédio na Baixa em frente à Cervejaria Nacional e a Conceição viveu primeiro numa casa no Bairro Militar atrás da Somershield e depois na Matola, quando a Matola parecia ser um exílio longínquo no outro lado do Mundo. A Mãe sempre foi uma pessoa reservada, ao contrário do meu Pai que sempre foi um homem do Mundo e dava-se literalmente com toda a gente, de todas as cores e proveniências e culturas – contexto que no tecido urbano moçambicano de então era comum. O meu Pai distinguia-se por aquele sotaque peculiar que se usava em Ponta Delgada, o que contrastava com tudo e todos, incluindo eu, que cresci a falar com o sotaque padrão continental que se falava na Cidade. Curiosamente, eu percebia perfeitamente o que os meus pais diziam, mas metade da Cidade notava esse sotaque e alguns tinham dificuldade em entender o meu Pai, o que tinha a sua piada.

Esta não era uma foto da minha família, que se pode ver do lado direito (a minha irmâ Lelé ao centro, a seguir o meu irmão Mesquita, atrás dele a minha Mãe, a seguir a Cló, e o Chico a dar a mão ao meu Pai). Na realidade, a foto foi-me enviada há pouco tempo por um membro da Família do lado esquerdo, que viajaram no Moçambique para Lourenço Marques (e pela qual estou grato) e cujo apelido perdi. Aqui, durante um exercício de segurança, vestindo coletes de salvação.
O Paquete Moçambique, em que viajaram em 1958. Até meados dos anos 60, a esmagadora maioria das pessoas e bens circulavam entre Portugal (ou a “Metrópole”) e Moçambique em navios como este. A viagem durava entre 3 e 4 semanas e dizem-me que até era agradável.

17/08/2022

VISITA A COLONOS AÇOREANOS NO LIMPOPO, FINAL DA DÉCADA DE 1950

Imagem retocada e colorida, no dia do 10º aniversário em que o meu irmão Chico morreu em San Diego, na Califórnia, na sequência de um cancro da próstata.

Os meus Pais nasceram e cresceram na ilha açoreana de São Miguel. Lembro-me de, em criança, na década de 1950, de ter, por mais que uma vez, visitado o Limpopo por os meus Pais conhecerem lá alguns camponeses açoreanos que foram levados para o empreendimento agrícola ali criado pelo Eng. Trigo de Morais. Era um passeio divertido pois eu sempre gostei do campo e aquilo parecia um mundo à parte, especialmente se comparado com Lourenço Marques, que era uma bolha metropolitana num mar rural, para além de que podia ir para o topo da barragem dar pão aos hipopótamos e jacarés.

Em baixo, uma fotografia de uma visita anterior dos meus Pais, mostrando dois irmãos meus junto a alguns desses novos farmeiros do Limpopo.

Quando regressavam dessas visitas, o carro familiar vinha cheio de vegetais, de sacos de milho e de feijão e uns enormes pães de milho que duravam semanas a serem comidos…

Até ao 25 de Abril, estes eram os únicos “colonos” que eu conhecia, para além dos velhotes dos Velhos Colonos que eu ouvia falar.

Os meus irmãos Chico e Mesquita, de calções verdes, rodeados por açoreanos no empreendimento agrícola no Limpopo, final da década de 1950.

29/07/2018

OS IRMÃOS BOTELHO DE MELO NO DESPORTIVO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem colorida e retocada.

No relvado da Piscina dos Pequeninos do Grupo Desportivo Lourenço Marques, cerca de 1964. Ver os nomes em baixo. Foto tirada pelo Pai Melo.

 

1- Paula, 2- António, 3- Fernando, 4-Cló, 5- Chico, 6- Mesquita, 7- Lelé

27/10/2013

UM DOMINGO DE MANHÃ NA PISCINA DO DESPORTIVO EM LOURENÇO MARQUES, 1971

Foto ABM.

Um costume familiar mais ou menos enraizado em minha casa era ir para a piscina do Desportivo aos domingos de manhã.

Um costume familiar mais ou menos enraizado em minha casa era ir para a piscina do Desportivo aos domingos de manhã. Aqui nas bancadas junto da piscina do clube estão o Pai Melo deitado e os meus irmãos Mesquita e Chico.

31/08/2012

DOMINGO NA PISCINA DO DESPORTIVO EM LOURENÇO MARQUES, 1970

Foto gentilmente enviada por Rafaela Silva.

 

Em primeiro plano, alguns dos Botelhos de Melo (1º plano da esquerda Chico, ABM, Cló, atrás Mesquita com Paula em cima, pai Melo) e à esquerda o Zé Manel Abreu. Ao fundo pode-se ver o Carlos Oliveira de costas e de frente à sua esquerda o pai dele. Por baixo da prancha o Sr. Manuel da Mata.que nessa altura se tornou o primeiro treinador de natação do Clube Ferroviário. Para ver esta fotografia em tamanho maior prima na imagem com o rato do seu computador.

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