THE DELAGOA BAY WORLD

14/01/2019

O NÚCLEO DE ARTE EM LOURENÇO MARQUES: UMA HISTÓRIA

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Imagem retocada e pintada por mim.

O Núcleo de Arte no nº194 da antiga Rua dos Aviadores em Lourenço Marques.

O sítio Núcleo de Arte contém o seguinte texto:

Julga-se que o Núcleo de Arte terá sido fundado em 1921.
Associação que procurava agrupar diversos tipos de arte e praticar o seu ensino, durante muitos anos ela foi um clube para os poucos que tinham um vago interesse artístico. O Pintor impressionista Português Frederico Ayres, tem nesta fase um papel preponderante no NA.
Após a Segunda Guerra Mundial e as eleições em que a Oposição Portuguesa apoiava o general Norton de Matos, tentando derrubar o fascismo de Salazar, o Núcleo de Arte tem uma Direcção de antifascistas, procurando combater o regime pela cultura e desenvolvendo um largo apoio à campanha eleitoral de Norton de Matos.
Terminadas as eleições, em que Norton de Matos desistiu por não haver as mínimas condições de transparência, o regime local retirou a Direcção do Núcleo de Arte, tendo deportado de Moçambique os seus membros, como foram os casos da médica Dra Julieta Gândara e do Eng° Beirão, entre outros.
Nos anos 50, um movimento ligado às novas tendências artísticas nas suas várias abordagens – do abstracto ao neo-realismo – começa a registar-se no Núcleo de Arte, principalmente nas Artes Plásticas, onde António Bronze, Bertina Lopes, Eugénio Lemos, Ângelo de Sousa, e João Ayres se afirmam.
Com a saída para o estrangeiro da maioria, o Núcleo atravessa um período morno sob uma Direcção chefiada por Willy Waddington de visão artística conservadora e, por isto, não constítuindo problema para o sistema.
No final dos anos 50, um grupo de jovens Artistas Plásticos na sua maioria, é eleito para a Direcção. Destacam-se Sérgio Guerra, Carlos Neffe, João Vieira e o pianista Jorge Martins Nunes.
Algumas iniciativas então existentes no NA, como o ensino de ballet são abandonadas, mantendo-se o atellier de Pintura, sob orientação de João Aires em que trabalham Zé Júlio e Malangatana e as aulas de piano sob orientação de Martins Nunes, dando-se início às actividades de Cerâmica com Maria Luísa.
Pela incapacidade de continuar a pagar as rendas ao proprietário Almeida Santos (actual Presidente da Assembleia da República de Portugal) devido a dificuldades financeiras, a Associação viu-se obrigada a abandonar as instalações onde se encontrava indo instalar-se numa flat dupla do chamado prédio do Montépio.
Alí novos corpos gerentes são eleitos – Daniel de Sousa, Zé Júlio, Sérgio Guerra, António Heleno, Maria Alice, Martins Nunes, Bibila, Júlio Navarro, entre outros – e procurava-se acentuar a característica já existente do NA: essencialmente virado para as Artes Plásticas e fazê-las funcionar mais criteriosamente .
As permanentes dificuldades financeiras provocaram o interrompimento das aulas de Pintura dirigidas por João Aires.
Nesse período, Lobo Fernandes cria um atellier de Escultura que foram frequentados por Maria da Luz e Shikani tornando-se hábito a participação de vários artistas plásticos trabalhando nas instalações.
A Política aceite em 1959 – com a entrada de Malangatana para o curso de Pintura pela primeira vez como negro e atendendo à sua condição, sem lhe fazer pagar nada – prosseguiu com as posteriores Direcções. A primeira individual deste artista e o seu aparecimento na Informação impulsionou a aderência de muitos jovens negros ao NA na tentativa de serem artistas plásticos.
Também no sentido da dignificação das Artes Plasticas, o NA deixa de aceitar organizar qualquer exposição como vinha fazendo, criando 3 abordagens : 1- ser uma exposição do NA; 2- ser uma exposição não do NA mas patrocinada por ele; 3- não aceitar qualquer ligação.
Este critério facilitou também a possibilidade de continuar a receber um pequeno subsídio do Governo como Instituição de utilidade pública, em que as iniciativas do NA não deveriam perigar o subsídio, mas justificada por alegada falta de qualidade de trabalhos na altura.
Pela mesma altura cria-se no jornal “Notícias” a crítica do NA, em que Pancho Miranda Guedes, Augusto Cabral e João Vasconcelos comentavam as exposições que surgiam em Maputo, e começam-se a organizar palestras sobre Artes Plásticas em várias Associações locais.
Estas iniciativas são mantidas nas posteriores Direcções que até 1962 foram praticamente sempre constítuidas pelas mesmas pessoas sob Presidência primeiro de Filipe Ferreira e, depois, de Augusto Cabral.
Por esse ano, o NA consegue ir ocupar as suas actuais instalações que, evidentemente, lhe permitem outras actividades.
Este novo local, aliado à entrada para a Direcção de António Ferreira, Jorge Mealha, Zeca Mealha, entre outros, fazem com que o Núcleo, já totalmente virado para as Artes Plásticas, tenha atravessado um período extremamente rico com ateliers de Pintura e Desenho, Gravura, Cerâmica, Esmaltagem, Escultura, tendo-se criado meios necessários, desde a roda de oleiro aos fornos e ao prelo.
É nesta fase de actividades que surge a primeira exposição de Alberto Chissano, então servente no NA.
Mais tarde, sob a mesma Direcção, ou com a actividade permanente dos membros atrás citados, foi eleito para Presidente da Direcção o actor e encenador teatral Barradas e para Vice, o jornalista Augusto de Carvalho, e a partir daí as suas actividades foram crescendo dando origem ao surgimento de vários novos artistas plásticos.

Após 1975

Após a Independência e com o desaparecimento das Associações anteriormente existentes, houve a tentativa impulsionada por Eugénio Lemos e Malangatana de transformar o Núcleo de Arte na Organização dos Artistas Plásticos mas que, apesar do esforço desenvolvido, não teve sucesso.
Durante alguns anos, o NA arrastou-se praticamente só com Victor Sousa e Noel Langa, e depois só com o último.
Durante vários anos foram realizadas várias reuniões no sentido de alterar a situação com pessoas ligadas à área, como José Forjaz, José Freire, Malangatana, Ubisse, Victor Sousa, Samate, Noel Langa, Júlio Navarro, Naguib, Ídasse, Fernando Rosa, entre outros, sem resultados visíveis.
Até aos anos 90, as Direcções foram se sucedendo mas sem a abertura do Núcleo de Arte e nesse período encontrava-se em frente do NA o escultor José Dias Mahlate que sempre lutou no sentido de restituir a vida ao NA. Nesta luta juntou-se também o jovem escultor Muando.
Em 26 de Novembro 1993, surgiu uma nova geração de Artistas da década 80, alguns dos quais saídos da Escola Nacional de Artes Visuais. Valdemiro Mantonse (Miro) e Afonso Joaquim Macuacua (Kheto) seguidos de Hilàrio J. Nhatugueja, Henrique Calisto e Virgílio decidem reabrir as portas do NA, motivados pela necessidade de um espaço onde pudessem realizar as suas actividades artísticas.
Os trabalhos de restauração foram realizados pelos citados. Mais tarde aderiram ao movimento os artistas Tomo, Gumatsy, Muando e Dias Mahlate (estes dois últimos readerem após uma desistência).
Foi nomeada uma nova direcção onde estiveram presentes os artistas Dias Mahlate, Muando, Miro, Kheto, Nhatugueja, Henrique, Tomo, Virgílio, entre outros. Assim seguiram-se os trabalhos de pintura e montagem de uma exposição.
No dia 31 de Dezembro de 1996 procedeu-se a escrituração dos novos estatutos passando o NA a ter uma existência oficialmente reconhecida ficando a Direcção a cargo de Muando (Domingos Ernesto), Afonso J. Macuacua (Kheto), Micas Pedro Nungo (Micas Nungo), António J. Macuacua (Phiri), Henrique V. Calisto (Calisto), António M. Tembe (Ídasse), Bento Carlos Mukhesswane (Bento), Samuel Alfredo Zandamela (Zamdamela), Hilário J. Nhatugueja (Nhatugueja) e Fernando Rosa Mudanisse (Rosa).
Após este período foram organizadas mais exposições, workshops, actividades ligadas à área e agrupamento de artistas plásticos diversos.
Desde 1997 até ao momento o NA prossegue com estas e outras iniciativas, agora sob a Direcção de Fernando Rosa, Henrique Calisto, Bernardo Tomo, Hilário Nhatugueja e Augusto Magaia.

(fim)

 

12/01/2019

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, NATAL, MEADOS DA DÉCADA DE 1950

Imagem retocada e colorida por mim.

A Avenida da República na Baixa de Lourenço Marques, meados da década de 1950, com as decorações de Natal.

A SEDE DA EMPRESA MADAL EM QUELIMANE, 1914

Filed under: Madal - Quelimane, Quelimane - sede da Madal 1914 — ABM @ 21:11

Imagem colorida por mim.

A Sociedade Agrícola do Madal iniciou a sua actividade em 1903-1905. A empresa ainda existe, sob a designação de Grupo Madal.

César Brandão escreveu o seguinte: A partir de 1903 a Sociedade Agrícola da Madal estabeleceu-se em Quelimane, acabando por implementar uma actividade diversificada por inúmeros domínios. A afirmação do seu exercício ao longo de décadas outorgou-lhe um posicionamento como entidade de referência no desenvolvimento económico e social da Zambézia. Entretanto, foi na elaboração de copra que o seu desempenho se tornou mais expressivo. Obtida a concessão das áreas de alguns dos extintos “prazos da coroa”, a empresa impulsionou uma importante actividade agrícola vocacionada para a exploração do palmar. Nos primórdios dos anos 1970, o seu património consagrava já uma área plantada detentora de cerca de um milhão e meio de coqueiros, podendo considerar-se, deste universo, um milhão no ciclo de plena produção.

A sede da empresa Madal na então Vila de São Martinho de Quelimane, 1914.

LOURENÇO MARQUES SOB ATAQUE, OUTUBRO DE 1894

Filed under: 1894, LM sob ataque — ABM @ 20:48

Imagens de Lourenço Marques tal como era em Outubro de 1894, altura em que a pequena cidade foi atacada por exércitos armados pertencentes a tribos situadas em seu redor, supostamente a mando do régulo Gungunhana. Durante as semanas que se seguiram, os habitantes armaram-se e barricaram-se, à espera de mais ataques.

Em Janeiro de 1895, de Portugal, chegou à pequena cidade, por barco, uma missão armada liderada pelo Comissário Régio, António Ennes. Nos anos que se seguiram. decorreram na então nascente colónia de Moçambique as chamadas “campanhas de pacificação”, que na realidade consistiram na ocupação militar e na neutralização por meios militares de qualquer oposição aos militares portugueses.

Imagem publicada na revista britânica Black and White, edição de 3 de Novembro de 1894.

Imagem originalmente e preto e branco e retocada e colorida por mim.

Vistas de lugares de Lourenço Marques, Outubro de 1894. 

DICIONÁRIO DE RONGA, DE HENRI ALEXANDRE JUNOD, 1896

 

O dicionário ronga de Henri Junod, 1896

CONDOR, LIMITADA, EMPRESA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 70

Filed under: Limitada, LM Condor — ABM @ 20:16

 

 

Envelope da Condor, Limitada.

06/01/2019

O BAZAR DE LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DO SÉC. XX

Filed under: LM Bazar — ABM @ 14:45

 

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ENVELOPE DO COLÉGIO PIO XII EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Filed under: Colégio Pio XII em LM — ABM @ 14:19

 

 

Envelope do Colégio Pio XII (Irmãos Maristas) em Lourenço Marques.

O BANCO STANDARD TOTTA DE MOÇAMBIQUE EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocda e colorida por mim, a partir de um desenho de (creio) Dana Michahelles.

 

A sede do Banco Stndard Totta de Moçambique na Praça 7 de Março em Lourenço Marques, década de 1960. À esquerda, aqui em verde, a nova sede do Banco Nacional Ultramarino.

O RESTAURANTE ZAMBI EM LOURENÇO MARQUES, FINAL DOS ANOS 50

Filed under: LM Rest. Zambi, Rest. Zambi LM — ABM @ 14:02

Imagem colorida por mim.

 

O Zambi após a conclusão da sua construção.

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